ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00991</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Pintando uma história longe de casa</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Helicláudio da Silva Pereira (Centro Universitário Unicarioca); Helloydes Teixeira Rodrigues (Centro Universitário Unicarioca); Raphaela Diniz de Oliveira (Centro Universitário Unicarioca); Márcio de Sousa Mendes (Centro Universitário Unicarioca); Flaviano Silva Quaresma (Centro Universitário Unicarioca)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;novo fotojornalismo, picture stories, fotorreportagem, dialogismos, comunicação</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho é resultado da Atividade Prática Supervisionada (APS) vinculada à disciplina Fotojornalismo do Centro Universitário Unicarioca (RJ), que consistiu, a partir da prática laboratorial, pensar a proposta de construção de dialogismos na produção fotográfica jornalística por meio das Picture Stories, especialmente da Fotorreportagem. Para isso, inspirado no Novo Jornalismo dos anos 1960 e 1970, a partir do qual Fred Ritchin (2014) propõe a prática da admissão da própria subjetividade pelo fotógrafo, escolhemos o tema "Refugiados" e contamos a história de uma família colombiana no Brasil tentando reconstruir a vida. O trabalho buscou, baseado em Tom Wolfe (2005) aplicar a essência do Novo Jornalismo no contexto do fotojornalismo, investindo no dialogismo dos ensaios fotográficos e no fluxo de consciência para estimular o leitor em termos intelectuais e emocionais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Não apenas intuitivamente, mas baseados em densas teorias de seleção de imagens, especialistas como Joe Elbert (apud KOBRÉ, 2011) considera que a batalha pelo bom fotojornalismo só estará ganha depois que o diálogo entre tomadores de decisão concentrar-se em qual imagem é mais emotiva ou íntima para melhor uso na mídia. Entretanto, essa batalha não contava com um fato de 2 de maio de 2011, que segundo Ritchin (2014), fez com que a fotografia perdesse definitivamente o que lhe restava de credibilidade: a divulgação de uma imagem manipulada do cadáver de Bin Laden, como prova do assassinato. Ainda assim, essa manipulação não foi um fato isolado a perturbar as arenas do fotojornalismo. Sousa (2004) aponta outros fatores que vão desenhar uma crise, como exemplo as novas tendências gráficas seguidas por grande parte dos jornais que indicam o caráter ilustrativo das imagens. Ante a tantos movimentos contrários ao fotojornalismo e pondo mais uma vez em cheque a prática dos profissionais, decidimos, a partir da reflexão de quais experiências precisam ser buscadas, produzidas e promovidas, tendo como contexto comunicacional o campo flexível da poética das imagens, do espaço de consumo e da circulação cada vez mais circulante -, acreditar que o fotojornalismo, mesmo em sua variação mais honesta, está longe de ser algo que não sofre mediação, como explica Ritchin (2014). Na fotorreportagem "Pintando uma história longe de casa", cada fotografia é uma partícula de tempo e espaço escolhida entre um número infinito de outras possibilidades para representar a realidade num pequeno pedaço de papel retangular de duas dimensões. "As imagens resultantes desse processo podem ser reveladoras, sem qualquer sentido, ou erradas" (RITCHIN, 2017, p. 2). Assim, buscamos por meio das fotografias, uma abordagem tão cética quanto a de um texto. As imagens, assim como as palavras, "mentem, mas também são capazes de contar a verdade, embora parcialmente".</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo principal do trabalho laboratorial "Pintando uma história longe de casa" é construir dialogismos na produção fotográfica jornalística por meio das Picture Stories, especialmente da Fotorreportagem, forma à qual está vinculada a experiência prática desenvolvida na disciplina Fotojornalismo". Os objetivos específicos são: a) refletir quais experiências precisam ser buscadas, produzidas e promovidas, tendo como contexto comunicacional o campo flexível da poética das imagens, do espaço de consumo e da circulação cada vez mais circulante; b) produzir imagens emotivas e íntimas; c) fugir das tendências gráficas seguidas por grande parte dos jornais que indicam o caráter ilustrativo das imagens; d) buscar, por meio das fotografias, uma abordagem tão cética quanto a de um texto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Santaella (2007), em referência a Deleuze, enfatiza que o mundo se vê habitado por territórios flutuantes. Mais que rever as mudanças provocadas e sofridas nos métodos, técnicas, procedimentos sistematizados pelo homem para organizar-se socialmente, é preciso rever a postura do próprio homem. "Só pessoas fluidas, ambíguas, em estado de permanente devir, transformação e constante auto-transgressão podem se adaptar a estes territórios" (SANTAELLA, 2007, p. 17). Partindo desse pressuposto, não é difícil perceber que a fluidez, a liquidez afeta, transforma o universo da comunicação. Cada vez menos a comunicação se confina a lugares fixos. "Ter uma identidade fixa é hoje, neste mundo fluído, uma decisão, de certo modo, suicida" (BAUMAN, 2001, p. 11). De acordo com Ricthin (2017), o fotojornalismo, hoje, está em decadência e vem sendo usado em grande parte de forma artificial, ao mesmo tempo em que enfrenta sérios desafios, do ponto de vista editorial e tecnológico, à sua credibilidade. Nesse sentido, acreditamos que refletir sobre a prática e executar novas propostas no fotojornalismo ligadas ao dialogismo do Novo Jornalismo se fazem necessárias diante de sua crise. Estas são as principais justificativas para a realização deste trabalho.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para dar conta dos objetivos definidos do trabalho de fotorreportagem "Pintando uma história longe de casa", realizamos uma pesquisa exploratória para identificar histórias que pudessem dialogar com a ideia de dialogismos e fluxo de consciência para estimular o leitor em termos intelectuais e emocionais. Como o tema central foi "Refugiados", precisávamos encontrar vidas e histórias que "tocassem" profundamente cada um dos envolvidos no desenvolvimento da fotorreportagem. Identificadas as vidas e as histórias, começamos uma estratégia de imersão no contexto dos personagens para que o subjetivo de cada envolvido pudesse agir diante da apuração. A apuração contou com várias etapas: a) etapa de busca por narrativas; b) etapa de envolvimento com as narrativas, levando os integrantes a participarem das atividades diárias da família; c) etapa de definição das imagens que poderiam ser produzidas com base nas narrativas; d) produção fotográfica; e) acompanhamento das narrativas pós-produção fotográfica, necessidade identificada pelos envolvidos devido aos elos subjetivos/afetivos criados durante o trabalho. Mesmo utilizando, como referência, as prerrogativas produtivas da "fotorreportagem" ligadas ao contexto linguístico (planos, ângulos, elementos morfológicos), houve uma flexibilidade quanto à linguagem, possibilitando a produção mais livre do pragmatismo das convenções profissionais. Na etapa de edição, num trabalho realizado em conjunto com o orientador, privilegiamos imagens mais emotivas e íntimas, além de planos e ângulos mais subjetivos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Dezessete imagens contam a história de sobrevivência da família Ruge no Brasil. Colombianos refugiados no Rio de Janeiro, relataram as dificuldades que enfrentam vivendo em um país que atravessa uma grave crise política e financeira. As dificuldades enfrentadas por eles foram o fio condutor para o desenvolvimento da fotorreportagem "Pintando uma história longe de casa". As histórias ligadas a essas dificuldades foram descobertas durante as 4 etapas de apuração do trabalho. Processo pelo qual a Atividade Prática Supervisionada (APS) esteve sempre vinculada, com o objetivo de orientação da produção fotográfica dos alunos envolvidos no projeto. A APS começou a ser desenvolvida já na segunda semana do início do segundo semestre de 2017, com a definição dos integrantes do grupo e do tema geral da picture stories. Cinco integrantes definiram, a partir da prerrogativa de tema livre, o tema "refugiados" para o trabalho. A partir daí, foram realizadas pesquisas exploratórias a fim de encontrar histórias viáveis para a produção fotográfica jornalística e pessoas que desejavam contar suas histórias. A reflexão e produção contou com um total de dois meses e meio, incluindo edição e apresentação oral do trabalho final. O texto, elemento linguístico essencial para a fotorreportagem ganhou uma atenção especial com o objetivo de contextualizar as histórias, ancorar informações ligadas às imagens, denotar sentidos e interpretar sentimentos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Quaresma (2017) afirma que não há como separar a imagem e a experiência de consumo, em todos os âmbitos. Para o autor, essa relação é mercadológica nos moldes contemporâneos e construída com sabores mistos. "Sabores", entendidos por ele, como "experiências vividas" e distantes de serem estáticos e monótonos no conteúdo imagético produzido pela indústria do consumo, que é constituída hoje por princípios participativos. "Nessa era da participação, as pessoas criam e consomem notícias, ideias, imagens e entretenimento" (QUARESMA, 2017, p. 6). Os projetos advindos das Atividades Práticas Supervisionadas da disciplina Fotojornalismo, no curso de Jornalismo do Centro Universitário Unicarioca, carregam a magnitude experimentativa da prática pedagógica e acadêmica no que diz respeito aos novos processos ligados ao fazer "fotografia jornalística" na academia linkado ao fazer "fotojornalismo" no mercado de trabalho. Essa relação íntima tem sido cultivada para que os futuros profissionais da área possam olhar para o passado e compreendê-lo, fazer o presente com vistas a descortinar os movimentos do futuro. Trata-se de uma multiplicidade de vias nas quais não se enxergam o início ou o fim, são vias que se cruzam, que se substituem, que se mesclam, escancaradamente transitáveis e abertas para todos os afetos e as afetações criados no contexto da experimentação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.<br><br>QUARESMA, Flaviano. Representações Líquidas. Paraná: Appris, 2017.<br><br>SANTAELLA, Lucia. Mídias locativas: a internet móvel de lugares e coisas. In: Revista Famecos, 35. Porto Alegre: PUC-RS, 2008.<br><br>KOBRÉ, Kenneth. &#8203; Fotojornalismo: uma abordagem profissional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.<br><br>SOUSA, Jorge Pedro. &#8203; Uma história crítica do fotojornalismo ocidental. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004.<br><br>RITCHIN, Fred. O Futuro do Fotojornalismo. Londrina: Universidade Estadual de Londrina. Disponível em http://www.uel.br/pos/fotografia/wp-content/uploads/downs-uteis-o-futuro-do-fotojornalismo.pdf Acessado em 19/04/2018.<br><br>RITCHIN, Fred. Crise no fotojornalismo? In: Revista de Fotografia Zum. Disponível em https://revistazum.com.br/revista-zum_6/fotojornalismo-em-crise/ Acessado em 18/04/2018.<br><br> </td></tr></table></body></html>