ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01261</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Icatú - Uma trajetória de Resistência</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Stephanie Pereira Borges da Silva (Centro Universitario de Rio Preto); Micaela Ferreira Santana (Centro Universitario de Rio Preto); Shayla Gabriela Silva (Centro Universitario de Rio Preto); Letícia Borsari (Centro Universitario de Rio Preto); Wesley Sebastião Estácio (Centro Universitario de Rio Preto); Luciana Leme Souza e Silva (Centro Universitario de Rio Preto); Selma Benedita Coelho (Centro Universitario de Rio Preto)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Indígenas, Resistência, Tradições, Tribos, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho tem como objetivo principal trazer visibilidade para cultura indígena através do programa Adote uma Aldeia do Centro Universitário de Rio Preto, que é voltado a inclusão social e preservação do patrimônio cultural. A fotonovela Icatú  Uma Trajetória de Resistência, relata um pouco da história, rituais e tradições das tribos residentes na aldeia localizada em Braúna no interior de São Paulo. Objetiva também fazer a interação entre os alunos do Centro Universitário de Rio Preto e os moradores da aldeia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Entende-se por índio, de acordo com Antônio Vieira Monteiro em "Negros da Terras", "aqueles que vivendo livres e senhores naturais das suas terras, foram arrancados delas com suma violência e tirania, e trazidos em ferros com as crueldades que o mundo sabe, morrendo natural e violentamente muitos nos caminhos de muitas léguas até chegarem às terras de São Paulo onde os moradores serviam e servem deles como de escravos. [...] e isto o que são os índios de São Paulo.". (p. 150). No começo do século XVI o litoral brasileiro era repleto de tribos indígenas, época em que os colonos portugueses chegaram ao Brasil. Logo, os imigrantes enxergaram nos indígenas, conhecedores experientes da fauna e flora, uma oportunidade de explorar a "Nova Terra". A primeira forma de trabalho entre os índios e os colonos foi através do escambo, no qual os recém-chegados ofereciam objetos estrangeiros em troca de trabalho no corte e exportação do pau-brasil. Além do trabalho escravo, os indígenas foram explorados sexualmente, e claro, moralmente, culturalmente, já que, foram obrigados também a abandonarem suas tradições e aderirem a novos hábitos, como por exemplo, a forçada "cristianização" por parte dos portugueses. Somente em 1757 através de um decreto do Marques de Pombal, a escravidão indígena foi oficialmente proibida. Apesar disso, mesmo passado quase 300 anos dessa proibição, os povos indígenas continuam sendo explorados pelos "não índios", de diversas outras formas. Essa exploração também se aplica à aldeia a qual nosso trabalho se dirige, a aldeia Icatú, localizada em Braúna, interior de São Paulo. Formada predominante por três etnias (Kaingang, Terena e Krenak). Esses grupos fugiram das perseguições e torturas que vinham sofrendo, já há décadas, devido à cobiça em relação às suas terras e florestas, ricas em minerais, principalmente de mica e pedras coradas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Trazer a conhecimento público essa cultura indígena que faz parte do que somos e de toda a formação cultural existente no mundo, que se encontra diante de nossos olhos. Buscar dar visibilidade para as diversas aldeias espalhadas pelo mundo, e não deixar que nossa história caia no esquecimento. Por vontade de promover e cultivar nossas culturas indígenas e afro-brasileiros, o projeto iniciado em 1999 "Adote uma Aldeia" do Centro Universitário de Rio Preto  UNIRP, desenvolve em prol da qualidade de vida das aldeias de nossa região, sua divulgação histórica dando grande importância para cultura indígena, sendo de grande valor educacional para todos os envolvidos com o programa. Acompanhamos o dia-a-dia dos povos indígenas que residem na Aldeia Icatú, localizada em Braúna, no interior de São Paulo. Embora nunca tenha sido denominada como turismo, a aldeia reserva diversas histórias desde sua fundação em 1916 até os dias atuais. Proporcionando para quem os visita a oportunidade para relaxar ao som da natureza que os cercam. Juliana Santilli, promotora de justiça do ministério público do distrito federal, em sua pesquisa: A biodiversidade e as comunidades tradicionais, explica a desigualdade ao conhecimento adquirido hoje por meio dos povos indígenas. "Quando falamos em comunidades tradicionais, incluímos nesse conceito não apenas as comunidades indígenas, como também outras populações que vivem em estreita relação com o ambiente natural, dependendo de seus recursos naturais para a reprodução sociocultural, por meio de atividades de baixo impacto ambiental: são as comunidades extrativistas, de pescadores, remanescentes de quilombos, etc. O sistema de patentes não confere qualquer proteção aos produtos e processos gerados pela criatividade e inventividade de comunidades tradicionais. (p.2) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Dois motivos nos levaram a escolha desse tema para a realização do trabalho. A primeira é, justamente, mostrar como ainda hoje em dia,existe uma certa "escravidão moderna" dos povos indígenas. Escravidão essa que é mascarada e as pessoas "civilizadas" não enxergam, já que a mídia foge do compromisso de abordar esse assunto, ou que as pessoas simplesmente fingem não saber da existência. Apesar da Constituição Federal estabelecer aos índios o direito de um local, com mata e rio, onde eles possam viver verdadeiramente como índio, esse direito não é garantido na prática. A maioria dos índios é obrigada a abandonar suas terras, pois são considerados como "empecilhos" para o latifúndio e desenvolvimento da agricultura. Esse direito a terra própria é negado e entregado a grandes fazendeiros e produtores. Além disso, alguns órgãos como, por exemplo, o IBAMA, reprime e persegue esses povos por caçarem pequenos pássaros para a própria subsistência, enquanto, em contrapartida, ignoram as queimadas de cana que geram, consequentemente, a morte e inospitalidade de diversos animais cativos e o desmatamento. O outro motivo é trazer à tona inúmeros conhecimentos tradicionais e feitos importantes que os indígenas trouxeram para a área medicinal/farmacêutica, e outras áreas como a moda, a artesanal... além é claro, da contribuição para a formação da nossa multicultura brasileira. Juliana Santilli cita em seu artigo "A biodiversidade e as comunidades tradicionais" a clara apropriação desses conhecimentos por parte dos "não-índios", que muitas vezes são até mesmos estrangeiros, e a consequente falta de reconhecimento que deveria ser destinada aos seus protagonistas por merecimento, os índios. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para criação da fotonovela foi necessário que conhecêssemos a fundo a origem indígena, até Braúna no interior de São Paulo, para vivenciar o dia-a-dia da aldeia icatú. Na introdução da fotonovela, foi inserida uma capa desenvolvida propriamente para seu contexto e logo em seguida duas páginas referentes ao histórico dos indígenas e o projeto. Foram utilizadas 121 fotos seguindo a ordem cronológica dos fatos. Ao todo a fotonovela possui 18 páginas e as legendas seguem uma história explicativa aos rituais e tradições. Foi criada uma ilustração específica para o tema, tendo como base a tribo que o artigo descreve. A ilustração foi realizada através de um computador com auxílio de uma mesa digitalizadora, ou seja, uma mesa para desenhar direto no computador, e um software de ilustração chamado Manga Studio. A ideia principal foi de apresentar o rosto do índio como destaque, que ocupasse o maior espaço onde fosse inserido. A obra foi inspirada em um artista japonês chamado Takehiko Inoue, conhecido por seus traços fortes, marcantes e detalhados. A fotonovela nasceu na Itália do pós-guerra, como subproduto do cinema: as primeiras publicações nesse formato (fotos e legendas mostrando as falas dos personagens) foram cartazes de filmes. Os estúdios usavam fotogramas cortados na edição dos filmes para montar seus cartazes e anúncios publicitários, que traziam como que um pequeno resumo do filme. Por isso, em fotonovelas das décadas de 1950 e 1960, não é raro reconhecer o rosto de estrelas do cinema europeu, principalmente o italiano. (SAMPAIO, 2008, pg. 10). A equipe procurou captar momentos de espontaneidade registrando todas as imagens utilizadas para o processo de criação da fotonovela. Buscamos observar o preparo para cada ritual e sua forma de sobrevivência no meio da mata. Tudo foi pensado para o desenvolvimento do projeto, visando trazer a conhecimento público essa cultura que está tão presente no nosso cotidiano e está bem ao nosso lado, sendo muitas vezes discriminada e isolada da sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a realização do trabalho, captação das imagens, foi necessário fazer um planejamento de viagem. Há 18 anos, a instituição UNIRP (Centro Universitário de Rio Preto) acompanha as atividades dessas comunidades através do programa  Adote uma Aldeia, coordenado pela antropóloga Dra. Niminon Suzel Pinheiro. O intuito desse programa é proporcionar aos alunos da UNIRP uma convivência e troca de conhecimento com as comunidades de Icatú e Vanuire. O projeto é interdisciplinar e envolve alunos nas áreas de pedagogia, turismo, nutrição, ecologia, linguística, culinária, jornalismo, história, arqueologia e antropologia. Para a realização da fotonovela, os alunos e equipe técnica envolvida acamparam durante um final de semana na comunidade. A saída de São José do Rio Preto até a o local de destino foi no dia 14 de Abril (sábado) ao 12:30, chegando a aldeia Icatú, por volta das 17:00h. A saída do local e o retorno a Rio Preto foi aproximadamente as 15:00 do dia 15 de Abril (Domingo). Durante essas quase 24 horas que passamos lá, acompanhamos de perto e tivemos contato direto com algumas tradições, entre elas, praticamos yoga, realizamos trilhas, visitamos a cachoeira e participamos da tradicional  Festa do Peixe , embalada por cantos e danças indígenas. Duas atrações principais acontecem anualmente na aldeia: a Festa do Peixe, em Abril e a Festa Julina, em Julho. Esses eventos são formas de preservar, valorizar, transmitir e  semear a cultura dessas comunidades. Durante a Festa do Peixe, a comunidade assa o peixe tradicional, enrolado na folha de bananeira, o hihi, tipo de pamonha de mandioca, o iamim, pão de milho. Alimentos típicos das tradições indígenas Kaingang, Terena e Krenak. O povo convidado que inclui parentes, estudantes e professores, se reúnem para saborear o peixe assado enrolado na folha de bananeira e apreciar as danças, Do Bate Pau e da Chuva. Para captar ao máximo e trazer realidade às imagens, o roteiro de filmagem fez tratamento cronológico dos fatos, desde a preparação até o final dessa festa tão tradicional e que já acontece há anos na aldeia. Há outros métodos utilizados para perpetuar a cultura dessas aldeias, como a fundação do Núcleo de Educação Indígena de São Paulo, em 1998, a qual os professores indígenas ensinam além do português, o kaingang e o terena. A educação também conta com a participação do Museu  India Vanuíre , que abre espaço para as comunidades indígenas venderem seu artesanato, divulgar sua cultura, história e manter um relacionamento vivo e plural com a comunidade tupãense e os visitantes do Museu. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Foi muito gratificante e de um aprendizado único passar esses dias junto da Aldeia Icatú. Contar a história de uma pessoa já é algo revigorante, mas ter a chance de vivenciar uma tradição e mostrar sua origem é uma experiência de vida. A cultura é a representação de uma sociedade, levando a formação de uma identidade local. Através desse projeto em parceria com Adote uma Aldeia do Centro Universitário de Rio Preto, pretendemos abrir portas para esse reconhecimento cultural e tradicional que está tão perto e faz parte de nós. Para a edição das imagens, houve um critério de observar planos que inserissem um número maior de elementos culturais, já que toda a história em imagens busca representar tempo, ação e espaço vivenciados e reproduzido pela fotonovela.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CELENTANO, Thaís. PINHEIRO, Niminon Suzel.  VESTUÁRIO: EXPRESSÃO ESTÉTICA DA RESSIGNIFICAÇÃO. Disponível em: file:///C:/Users/20160058/Downloads/2017_%20out_Vestuario%20expressao%20estetica%20da%20ressignifica%C3%A7ao.pdf. Acessado em 21 de abril de 2018. <br><br>GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.<br><br>MONTEIRO, J. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. Companhia das Letras, 1994.<br><br>SAMPAIO, Isabel Silva. Para uma memória da leitura: a fotonovela e seus leitores. Campinas  SP, [s.n], 2008. <br><br>SANTILLI, Juliana. - A biodiversidade e as comunidades tradicionais. Disponível em: http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cea/2011/12/JulianaS.3.pdf. Acessado em 21 de abril de 2018. <br><br> </td></tr></table></body></html>