ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01392</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Mídia Mutante Alternativa: do fanzine aos blockbusters</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Wesley Sebastião Estácio (Centro Universitário de Rio Preto); Luciana Leme Souza e Silva (Centro Universitário de Rio Preto); Selma Benedita Coelho (Centro Universitário de Rio Preto)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Comunicação, Fanzine, Mídia Alternativa, Quadrinhos Independentes, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Produções de quadrinhos independentes no Brasil são a mais pura forma de resistência face ao descaso das grandes editoras. A vital importância dessas publicações "fora da lei" se faz não só pela difusão e renovação do mercado editorial brasileiro, mas por contribuir para a formação do público cada vez mais ávido por conteúdo diferenciado e original. Produzidos com técnicas rudimentares e servindo como ferramenta de protesto, essas mídias se tornaram com o passar do tempo cada vez mais sofisticadas, aproximando-se e muito do requinte das publicações do mercado tradicional. Este artigo gostaria de apresentar um estudo aberto dos primórdios desse movimento, passando pela sua popularização através do movimento punk rock, até o cenário atual do mercado brasileiro, fortemente aquecido com de títulos e eventos de relevância internacional.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desde que se tem notícia, a necessidade de se expressar é vital para todo ser humano. Os chamados meios de comunicação de massa, são os maiores emissores de informações para a sociedade. Eles são grandes canais comunicativos, capazes de emitir mensagens para milhares de indivíduos receptores, de forma eficaz e instantânea. Uma vez que o indivíduo se vê inserido em sociedade, ele é nocauteado a todo momento por rajadas de informações; sejam elas táteis, visuais, sonoras, verbais ou não-verbais, através de aplicativos de celular, mídias de propaganda como rádio, TV, internet, propaganda boca a boca, anúncios e/ ou ações de marketing. Mesmo que a indústria cultural seja capaz de suprir as necessidades da sociedade, chega um momento na história que alguns desses indivíduos se mostram insatisfeitos perante o sistema automatizado e persuasivo da comunicação de massa. Na busca por uma identidade própria e livre de amarras, essas pessoas de maneira individual ou coletiva, criam seus próprios meios de transmitir conteúdo, na forma de mídias de comunicação alternativa. Essa atitude, aliada ao desejo e ânsia por interação com outras pessoas, acabou originando, por volta dos anos 30, nos Estados Unidos, esse barato, útil e abrangente meio de comunicação popularmente conhecido como fanzines.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Antes dos quadrinhos independentes chegarem ao estágio atual, eles passaram por diversas mutações. A primeira delas é o chamado fanzine, que nada mais é que uma publicação impressa realizada de maneira independente, sem vínculos com grandes editoras e sua maneira engessada de produzir conteúdo. Quem produz, pode expressar suas ideias e pensamentos sem nenhum freio ou restrição, algo impensado numa publicação padronizada e regular. Como dito anteriormente, essa manifestação teve seu início registrado por volta dos anos 30, nos Estados Unidos, quando poetas utilizavam essa rudimentar mídia para publicar seus trabalhos, mas sua popularização veio por volta dos anos 70, com o surgimento do movimento punk rock. O movimento punk, um fenômeno cultural, social, contestador e anárquico, cujo objetivos eram o de se opor ao sistema capitalista vigente e toda forma de manifestação de massa, tem suas raízes suplantadas em nossa sociedade até os dias atuais. Inicialmente idealizado por uma minoria, o movimento apresentava sua aversão e insatisfação às manifestações de massa, seja ela com a moda, estilo de vida ou mesmo do governo vigente. O fanzine vinha de encontro a essa tendência, o "Do it yourself" (Faça você mesmo). Seus adeptos questionavam as pessoas consideradas especialistas em determinadas áreas e encorajaram toda e qualquer pessoa a realizar suas próprias ações, que antes se julgavam incapazes de realizar. Essa mídia era o principal recurso para propagar seus ideais anarquistas e shows de rock, numa amálgama da violência estética adotada pelo movimento com a simplicidade atribuída a essa mídia rudimentar, mas de grande impacto e apelo visual. Na continuação desse trabalho, veremos mais alguns importantes conceitos sobre o tema.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Entender como a mídia estabelece um papel fundamental na formação crítica dos leitores é de vital importância, pois definimos o quão engajado pode ser o indivíduo sobre temas que fazem parte de seu cotidiano. Claro que o Brasil, berço esplêndido para a corrupção desde tempos imemoriais, não demorou para produzir essas publicações contestadoras e engajadas, que num futuro próximo, trariam uma massa de leitores e formadores de opinião de maneira significativa. A grande vertente alternativa brasileira teve seu início em meados dos anos 60, com o surgimento do primeiro fanzine tupiniquim. Apesar de ser publicado por um clube de Ficção Científica, a revista Ficção dava grande destaque às histórias em quadrinhos, e esse tema permaneceu praticamente, por todos os demais títulos no país. Outra grande e importante publicação que vale a citação é o Jornal PIF-PAF, cujos autores viriam a criar a famosa Pasquim, com colaboradores de renome como Jaguar, Ziraldo, Henfil e Millôr Fernandes, entre diversos outros artistas. Foi nesta época que começaram a circular entre os fãs e entusiastas, essas pequenas publicações amadoras com bastante variedade, conteúdo reflexivo e crítico voltado à área artística. As primeiras publicações foram editadas e concebidas em mimeógrafos à tinta e álcool, instrumentos mecânicos básicos, mas que tornavam possível pequenas tiragens com baixo custo. Os fanzines são veículos amplamente livres de censura. Neles, seus autores divulgam o que querem, pois não estão preocupados com grandes tiragens nem com lucro; portanto, sem amarras do mercado editorial e de vendagens crescentes. (MAGALHÃES, 1993, p.10) O desenvolvimento das vindouras fotocopiadoras provocou uma massiva revolução no modo de produção independente, abrindo a possibilidade de execução de projetos gráficos mais elaborados e bem-acabados, até então impensável. Esta vantagem tecnológica favoreceu o surgimento de incontáveis títulos especializados de quadrinhos, publicações autorais e revistas especializadas no tema - com ensaios, críticas e matérias noticiosas sobre o mercado. Infelizmente, o apogeu de publicações desse tipo teve sua vertiginosa queda a partir do ano de 1986, causada pela grave crise econômica que se instaurou no país após o fim da Ditadura, tornando assim a produção e distribuição mais cara, pois o preço das postagens pelo correio também estavam muito elevados. No início dos anos 1990, a revolução digital atingiu nosso estilo de vida de maneira expressiva. A popularização dos computadores veio aposentar as velhas máquinas de datilografia. Programas gráficos cada vez mais inteligentes e cheios de recursos tomaram o espaço de mesas de desenho, papel e nanquim. A maneira rústica de produzir essas revistas, sua estética tradicional de recortes e colagens deram lugar a um projeto gráfico mais profissional e limpo, elevando o nível dessas publicações, comparadas às revistas do mercado regular. Muito mais que uma resposta à crise de produção e distribuição dessas publicações dos anos 1980, a década seguinte trouxe um mar de novas informações, ferramentas, veículos de mídia e imensas possibilidades para a produção alternativa. Como toda revolução, há um longo caminho a percorrer até que as estruturas se estabeleçam definitivamente. E ela veio na forma da materialização do sonho de infância de muitos artistas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em seu extenso estudo sobre comunicação popular, o autor Luiz Beltrão diz que as publicações independentes devem se estender a outros setores excluídos, sem acesso aos meios de massas, por conta de sua filosofia e ideologia contrária às normas culturais dominantes, servindo como movimento contra cultural. Essa definição vai de encontro à produção de fanzines, que não são apenas veículos feito por grupos de fãs e entusiastas, mas também por pessoas desprovidas de acesso às grandes editoras  o que é essencialmente a história em anexo ao artigo, uma ideia vinda de uma história de infância, produzida com ferramentas e argumentos do próprio autor. Os novos autores de quadrinhos encontraram nessa mídia o único espaço disponível para a publicação de sua obra, visto que o mercado editorial nacional (ainda) não via com bons olhos os trabalhos desses novos (e muito talentosos) autores nacionais. Outro fato que pode ser considerado é a concentração da indústria cultural, primordialmente centrado no eixo São Paulo/ Rio de Janeiro, é mais um agravante para a falta de veiculação de artistas, histórias e expressões regionais. Um dos casos mais interessantes que tive oportunidade de ler é o One Shot "Oxente" do autor Renato Silva, cuja história se passa 100% no sertão nordestino e nos brinda com uma divertida história, cheia de referências e linguajar próprios dessa região do país, fugindo totalmente ao que estamos acostumados a ver/ ler nos meios de massa tradicionais. Dessa forma, os fanzines são frutos também de grupos marginalizados cultural e geograficamente, bem como porta-vozes de um tipo de contracultura que denominamos genericamente de underground e independente. A prática de publicar seu próprio conteúdo jamais perdeu força com o passar dos anos. Na verdade, a partir de então, ela sofreu uma mutação sem precedentes. Com a revolução digital e as novas ferramentas de produção e divulgação, essa nobre arte estabeleceu fortes raízes na cultura literária. Os antes chamados fanzineiros, produtores de conteúdo alternativo, são atualmente denominados artistas independentes e lotam pavilhões de diversos eventos espalhados por todo o país, movimentando com sucesso a cultura pop alternativa, combatendo a cultura padronizada e trazendo um público cada vez mais interessado por novidades. As práticas de mídia alternativa são, costumeiramente, entendidas como ações que visam pluralizar as vozes do debate público, ao favorecer temas, ângulos e até mesmo fatos que são obscurecidos, silenciados quando não distorcidos pelos veículos de comunicação hegemônicos, orientados pelo interesse comercial. Assim, as ações de mídia alternativa são majoritariamente articuladas ao modelo da contrainformação, que tem como função desobstruir o acesso à opinião pública para os mais diferentes grupos sociais, políticos, étnicos, religiosos, de gênero e indicação sexual. Pode-se encontrar o modelo de contrainformação na maioria das manifestações identificadas como mídia alternativa, como em jornais populares, rádios comunitárias, experiência com vídeo e cinema, fanzines e publicações impressas de pequena escala dirigidas e voltadas para grupos subalternos, muitos deles envolvidos em movimentos sociais (MAZETTI, 2009, p.287) É importante frisar que este artigo referente à produção autoral de quadrinhos, cuja temática reflexiva e filosófica estão publicando neste formato de mídia independente até este momento só ocorre pelo fato das editoras brasileiras não terem ainda percebido a importância (e existência) deste tipo e gênero do mercado. É realmente difícil mensurar exatamente o momento em que o jogo virou e as editoras maiores perceberam no mercado independente os maiores talentos, gostaria de expor alguns fatores importantes nesse período para seu entendimento. O grande salto e popularização viria nessa mesma década, quando o mercado de quadrinhos americano (até então, o maior e mais importante polo de quadrinhos do mundo) resolveu abrir as portas para artistas de outros países para desenhar os maiores ícones da cultura pop mundial. Um dos casos mais emblemáticos é a admissão de artistas estrangeiros de diversos países, devido ao boom editorial do início dos anos 90, sua imensa carga de serviço e editoras, surgindo uma em cada esquina, quase literalmente falando. Para alguns, eles eram considerados "mão de obra barata", para alguns, era a oportunidade de uma vida inteira, quase impossível de realizar. É nesse conceito que o artista brasileiro Marcelo Campos foi contratado pela DC Comics para desenhar a série mensal da Liga da Justiça - o maior grupo de super-heróis de todos os tempos - e de Mike Deodato pela Marvel Comics para dar seu toque especial para diversas publicações da "Casa das Ideias". Evidentemente, eles não foram os primeiros artistas a trabalhar para o restrito (e reticente quanto à admissão de artistas estrangeiros) mercado americano, mas esse fato é um verdadeiro divisor de águas para o mercado, pois daí, vieram diversos talentos com autonomia para impor seu estilo às publicações, enriquecendo e aquecendo o mercado. Entre eles, podemos destacar os talentos de: Roger Cruz, Ivan Reis, Felipe Massafera, Cris Peter, Eddy Benes, Bilquis Evely e muitos outros que serão "injustiçados" por não ter menção por aqui. Outro ponto de ignição importante e que merece destaque foi a grande iniciativa dos Estúdios Maurício de Souza - famoso pela publicação de A Turma da Mônica - de "evoluir" seus famosos personagens e fazê-los crescer, com a Turma da Mônica Jovem e mais importante ainda, a criação do título MSP por 50 Artistas, série de edições especiais em que artistas autorais tinham total autonomia para impor seu estilo de traço nos famosos personagens da turma, com imenso sucesso e aceitação do público que também havia "crescido" lendo os gibis da Mônica e consequentemente, voltou a consumir as revistas por conta disso. Essa visão de mercado do próprio Maurício e de seu editor chefe, Sidney Gusman, elevaram o status do mercado e dando o devido reconhecimento aos artistas. Os quadrinhos como são conhecidos atualmente, começaram a surgir no final do século XIX na Europa e nos Estados Unidos, expandindo-se, posteriormente, para os outros países como um significativo meio de comunicação de massa. Mas, sua origem é bem mais antiga, vem do período pré-histórico, das inscrições que os antepassados deixaram nas cavernas (IANNONE, 1994). Algum tempo depois, houve a expansão dessa vertente com o selo Graphic MSP, contando até então, com 28 títulos com a mesma temática, publicação em que os artistas dispõem de uma edição completa (essas com mais de 70 páginas e todo tratamento de uma edição de luxo) para contar sua história. Essa oportuna e bem vinda abertura de mercado, aliado à explosão digital com a vinda da internet e sua consequente "abertura de fronteiras" e principalmente, a maior aceitação do público com a arte e sua massiva participação em grandes eventos do eixo no país, como os tradicionais eventos FIQ - Feira Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, a Bienal de Quadrinhos de Curitiba (antiga GIBICON), o atual fenômeno do entretenimento CCXP - Comic Con Experience em São Paulo e claro, à diversos eventos menores em nome, mas tão importantes quanto, espalhados pelo país (e pelo calendário anual), eclodiu num volume imenso de novos - e excelentes - títulos e artistas autorais pelo país e na atual e muito bem vinda onda de blockbusters nacionais, com o lançamento nos cinemas de Turma da Mônica  Laços e O Doutrinador  ambas publicações independentes e que vão estrear nos cinemas muito em breve. Com o mercado aquecido e de vento em popa, o mercado editorial independente vai demorar muito para mostrar sinais de queda. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A História em Quadrinhos em anexo tem o título "A Mente de um Criativo" e remonta a infância do autor, com uma trama simples que o fez despertar para o caminho das artes visuais, num relato produzido de maneira 100% independente, com materiais e ferramentas do mesmo. O grande mestre Will Eisner  o maior artista narrativo de todos os tempos  descreve boa parte do processo de montagem de uma história no livro "Quadrinhos e Arte Sequencial", cujo trecho vos apresento na sequência: Um domínio fundamental do desenho e da escrita é indispensável. Esta é uma forma de arte relacionada ao realismo, porque se propõe a contar histórias. A arte sequencial lida com imagens reconhecíveis. As ferramentas são seres humanos (ou animais), objetos e instrumentos, fenômenos naturais e linguagem. Obviamente, um estudo sério de anatomia, perspectiva e composição, através de livros ou de cursos, constitui uma parte importante da formação. Cada uma dessas disciplinas é um estudo em si e deve fazer parte do treinamento do estudante. A leitura regular, particularmente de contos, é essencial para as habilidades de criação de enredo e narrativas. Ler ficção estimula a imaginação. Na prática, o artista "imagina" para o leitor. A leitura também constitui um importante banco de informações. Numa forma de arte em que o escritor/artista deve dominar um amplo repertório de fatos e conhecimentos é interminável. Afinal, trata-se de uma forma artística que trata da experiência humana. Will EISNER. Quadrinhos e Arte Sequencial (tradução: Luís Carlos Borges)  3o ed.  São Paulo: Martins Fontes, 1999. Ainda sobre os benefícios que a leitura de histórias em quadrinhos proporciona às crianças, o autor A. Abrahão revela em seu livro Pedagogia e Quadrinhos o seguinte: "[...] A literatura em quadrinhos agrada tanto à criança porque constitui um sistema que corresponde rigorosamente à sua natureza profunda, atende às suas necessidades orgânicas e aos seus interesses naturais. Daí a transformá-la num poderoso instrumento de educação, vai apenas um passo. Na realidade, toda literatura infantil, como qualquer jogo, físico ou mental, constitui para a criança uma prática estimuladora do crescimento, um exercício útil para o desenvolvimento de suas aptidões e habilidades: a literatura em quadrinhos, entretanto, no que se concerne ao crescimento mental, é exercício mais funcional do que os outros, mais orgânico e natural, mais científico mesmo& (Abrahão, 1977, p. 140). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O presente artigo tem como premissa inicial apresentar o surgimento dos fanzines, assim como sua introdução no país. Por fim, apresentar a produção dos mesmos por talentosos artistas nacionais como meio de driblar as barreiras que grandes editoras impunham e ainda assim, poder contar suas histórias para o maior número de pessoas possível. As histórias em quadrinhos são um meio extremamente flexível e conseguem gerar grandes e premiados trabalhos das mais variadas vertentes artísticas como: poesia, música, contos, peças de teatro; extrapolar limites com publicações em diferentes mídias, de revistas impressas às publicações virtuais através da internet. A nobre arte de comunicar através dos quadrinhos é algo motivador e que pode mover diversas barreiras e despertar paixão pela arte, ampliar o vocabulário e gosto por leitura e diversos outros benefícios. A produção independente representa também uma porta de acesso à liberdade, seja ela criativa ou expressiva. Ela tende a se reinventar cada vez mais e a nos encantar na mesma proporção. Falsos profetas já decretaram a morte do rádio. Alguns outros disseram que o jornal impresso estava com seus dias contados. Partindo dessa premissa, muitos podem imaginar que os fanzines não existem mais, criações de um passado há muito remoto. Enganam-se; pois enquanto aflorar a criatividade, a necessidade vital de comunicação e principalmente e um público interessado em mais conteúdo, existe o terreno ideal para o surgimento de um novo trabalho, uma nova história a ser contada.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ABRAHÃO, A. Pedagogia e Quadrinhos. Em: Álvaro de Moya. Shazam!. Coleção Debates. Editora Perspectivas. 2ª Ed. São Paulo: 1977.<br><br>ALVES, José Moysés. Histórias em quadrinhos e educação infantil. Psicol. cienc. prof., set. 2001, vol.21, no.3, p.2-9. ISSN 1414-9893.<br><br>ALVES, Patrícia Marinho. História em Quadrinhos É Coisa Séria. Editora da Universidade do Amazonas. Manaus-AM: 1996.<br><br>CALAZANS, Flávio. As histórias em quadrinhos no Brasil: Teoria e prática. Apoio Intercom/UNESP: São Paulo 1997.<br><br>EISNER, Will. Quadrinhos e Arte Sequencial (tradução: Luís Carlos Borges)  3o ed.  São Paulo: Martins Fontes, 1999.<br><br>FOGAÇA, Adriana Galvão. A Contribuição das Histórias em Quadrinhos na Formação de Leitores Competentes. Revista do PEC (Programa de Educação Corporativa), on-line, jul. 2002 - Jul. 2003. Disponível em: http://www.bomjesus. br/publicacoes/pdf/revista_PEC_2003/2003_contribuicao_hist_quadrinhos.pdf. Consulta em 10/01/2007.<br><br>GUARESCHI, Pedrinho A. Comunicação e Poder: A presença e o papel dos meios de comunicação de massa estrangeiros na América Latina. 12ª edição. Petrópolis: Editora Vozes, 1987.<br><br>JUNIOR, Gonçalo. A Guerra dos Gibis: a formação do mercado editorial brasileiro e a censura aos quadrinhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.<br><br>MAGALHÃES, Henrique. O que é fanzine. São Paulo: Brasiliense, 1993.<br><br>MCCLOUND, Scott. Desvendando os quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 1995.<br><br>VITECK, Cristiano Marlon. Punk: anarquia, neotribalismo e consumismo no rock n roll. Paraná: Publicação Espaço Plural, Nº 16, p.53-58, 1º semestre 2007.<br><br> </td></tr></table></body></html>