ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01504</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Charge desenvolvida para o jornal-mural  O Expresso </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Vinicius Zagoto Gomes (Universidade Federal de Viçosa); Felipe Lopes Menicucci (Universidade Federal de Viçosa)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Charge, Política, Lava Jato, Festa Junina, Quadrilha</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho apresenta o processo de criação da charge "Lava Jato". A charge usa do humor e da linguagem visual e textual no jornalismo para promover uma reflexão crítica sobre o atual momento político do país frente à operação "Lava Jato". O desenho mostra políticos vestidos com trajes típicos de festa junina, numa alusão à quadrilha. A criação se deu no âmbito das produções laboratoriais do curso de Comunicação da Universidade Federal de Viçosa, MG e foi publicada também na edição de junho de 2017 no jornal-mural "O Expresso", que tinha como tema as festas típicas juninas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A informação no jornalismo se apresenta para o leitor de diferentes formas. Na história da imprensa brasileira, a linguagem visual é associada à produções que cunho reflexivo, que usam o humor, ironia e sarcasmo na construção do conteúdo. Segundo Teixeira (2001, p.13), "a charge é um instrumento de intervenção política que, após longo processo de amadurecimento de sua linguagem, encontra nos jornais o espaço ideal para a expressão da sua forma e significação de seu conteúdo". A charge "Lava Jato" foi produzida nas atividades laboratoriais do Curso de Comunicação Social da UFV, em Viçosa, Minas Gerais e publicada no jornal-mural "O Expresso". O jornal é impresso e colado nos ônibus urbanos da cidade. Nele estão presentes reportagens, prestação de serviço e perfis de moradores da cidade. O projeto, inclusive, foi vencedor em duas edições regionais do Expocom (em 2014 e 2017). Nas edições, alunos de diferentes períodos têm a oportunidade de colocar em prática conteúdos aprendidos nas disciplinas de Narrativas Jornalísticas e Planejamento Gráfico. A charge é um dos conteúdos informativos presentes no jornal e também age como veículo de opinião, reflexão e conexão com as pautas discutidas pela população da cidade. Algumas edições mensais são temáticas, dependendo do calendário e, principalmente, de datas comemorativas. Em junho de 2017, o tema eram as festas típicas do mês. A charge esteve dentro deste contexto. As festas juninas são comemoradas em muitos estados do Brasil. A ideia inicial era a produção de uma ilustração apenas ligada à "quadrilha", dança comumente realizada nas festas juninas. Mas após algumas reflexões, pensou-se também em trazer o contexto político do país e usar a charge como instrumento reflexivo e opinativo que ela manifesta.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo da charge  Lava Jato é promover uma reflexão a respeito da conjuntura política do país, utilizando da sátira, da linguagem visual e dos sentidos da palavra  quadrilha . O desenho produzido em junho de 2017 satiriza o contexto da operação Lava Jato no país, misturando-o com as festas juninas e levando, de forma bem-humorada, a uma crítica a respeito das pessoas que colocamos no poder. Parnaíba (2014), entende que a charge, além de uma produção inserida em contextos jornalísticos, também se torna um registro da sociedade da época em que foi produzida.  Tendo limitações temporais e contextuais e usando, geralmente, o humor e a sátira, seu objetivo no jornalismo é o de expor uma opinião acerca de um fato importante no período em que foi publicada, sendo, por isso, considerada uma espécie de  editorial gráfico do jornal. (PARNAIBA, 2014, p. 2) No Expresso, a charge não é colocada em uma página editorial, uma vez que o jornal é impresso em única folha, tamanho XX. Por isso, entendemos que, ao ocupar o mesmo espaço das outras produções, a charge  Lava-Jato complementa de forma equilibrada o sentido de todo jornal. A charge tem essa premissa de proporcionar uma reflexão a todos que passam pelo ônibus, em um viés social. Cada charge colocada no ar pretende servir de elemento reflexivo e levar ao leitor uma informação que por vezes ele nem consegue ter acesso.  A charge resume situações políticas que a sociedade vive como problemas, e os recria com os recursos gráficos que lhe são próprios. (TEIXEIRA, 2005, p. 73).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção da charge se justifica por ser possível mostrar que é possível produzir conteúdo informativo e crítico ao mesmo tempo utilizando a força e o alcance da linguagem visual. Como aponta Barthes (2009, p. 201),  a imagem é certamente mais imperativa do que a escrita, impondo a significação de uma só vez, sem analisá-la e dispersa-la. Mas isso já não é uma diferença constitutiva. A imagem se transforma numa escrita, a partir do momento em que é significativa: como a escrita, ela exige uma lexis . Percebe-se na charge uma grande capacidade de propor a reflexão e a crítica social de forma bem-humorada e fácil de ser entendida.  [...] a charge muda aquele que a observa, transformando-o num cúmplice de significações que só têm sentido no interior dessa relação de mútuo consentimento e plena aceitação (TEIXEIRA, 2005, p.12). Para a edição de junho a equipe do jornal buscou esse viés mais satírico para levar o leitor a refletir sobre o momento atual por qual o Brasil passa. A  Lava Jato já é considerada uma das maiores operações anticorrupção do planeta, por isso é importante promover a discussão no âmbito social e levar à crítica sobre a importância das escolhas que a população faz. A charge tem a capacidade de chamar a atenção e o Expresso usa dela para prestar serviço e levar informação em cada ônibus onde o jornal-mural é colado. Entre tantos gêneros discursivos, o Expresso usa charge como elemento visual, justamente pelo seu caráter temporal, a fim de trazer o que acontece no nosso contexto para o leitor do jornal, fato que esse que diferencia o gênero charge de outros como caricatura, ilustração, quadrinhos, entre outros que não necessariamente tem ligação com a realidade ou com aspectos políticos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a produção da charge fez-se uso do desenho manual, de uma impressora para digitalizar os traços e de um editor de imagens para colorir e deixar as linhas mais nítidas. O estudante Vinicius Zagoto, em folhas A4, começou a fazer alguns rascunhos com um lápis 6B, demonstrando as ideias do grupo, tentando não fugir da temática junina e propondo um viés mais crítico à expressão do desenho. Em uma reunião geral, o primeiro rascunho foi apresentado e, após ser aprovado, Vinicius contornou os traços com pincel preto, com ponta extra fina de 0,4 mm, a fim de deixar os traços mais nítidos para a digitalização conseguir pegar todos os detalhes. Após os traços terem sido digitalizados e enviados para o computador, o grupo discutiu sobre como tornar a charge colorida. Pensou-se, inicialmente, em colorir com lápis ou pincel, mas por fim optamos por enviar a charge digitalizada e colorir, fazendo uso do programa  Illustrator CC da Adobe . Na ferramenta, utilizou-se do pincel com as bordas não tão definidas, para deixar a mistura de cores suave e a imagem mais agradável, combinando também com as cores utilizadas na diagramação do jornal como um todo. Quando finalizada, a charge foi apresentada para todos os membros do projeto e aprovada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Misturam-se dois contextos na charge: o das festas juninas e o da operação  Lava Jato . Para mostrar o ambiente, foi colocado o Congresso Nacional ao fundo, fazendo referência a Brasília, capital do poder, e outros elementos temáticos juninos (bandeirinhas coloridas, fogueira e a roupa dos personagens). A fogueira em questão, com suas chamas enormes, refletem metaforicamente o clima em Brasília no auge da operação, enquanto os outros adereços ilustram a temática da festa. Na situação demonstrada os políticos citados na  Lava Jato , nas delações premiadas, participam da festividade em frente ao Congresso. Há aí uma brincadeira com os significados de quadrilha, que pode representar tanto a dança praticada nas festas caipiras quanto aquela expressão popular que faz referência às organizações formadas por criminosos. Na charge em questão os dois sentidos são válidos, uma vez que, os personagens que ficam assustados na charge podem ter ligação com as duas. Fez-se uso de uma pequena frase, para demonstrar a fala do narrador no momento em que os personagens estavam dançando a quadrilha. Nessa dança é comum o narrador soltar frases de cunho humorístico para deixar a dança mais engraçada, como:  Olha a cobra... É mentira! Olha a chuva... É mentira! Olha o rato... é verdade! , entre outras frases que os participantes da dança vão interpretando conforme a narração. Na charge a frase  Olha a Lava Jato... vem nesse sentido, de provocar a interpretação e a reação dos personagens do quadro, mas ela nem sequer teve continuação porque, assustados com a palavra  Lava Jato , os políticos saíram correndo e se esconderam com medo de ser verdade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Em Viçosa, boa parte dos passageiros são estudantes e trabalhadores. Com a rotina corrida da cidade e as viagens curtas, as charges do Expresso se tornam um importante veículo de informação para aqueles que têm acesso apenas às notícias veiculadas nas redes sociais, ressaltando a importância que os impressos ainda possuem em um período de convergência de mídias. Mesmo com tantas transformações, a imagem continua com esse poder de chamar a atenção. O Expresso usa disso para atrair todos os tipos de leitores e busca, através dos traços das charges, provocar a reflexão. Na charge trouxemos a situação política do país, com a  Lava Jato nos mostrando que parte dos políticos que elegemos estão envolvidos em escândalos de corrupção. Para formar bons eleitores é necessário também levar informação de boa qualidade e proporcionar a crítica e a reflexão no âmbito social, seja através da seriedade ou do humor, como na charge do Expresso. Como disse Ana Luiza Martins (2008, p. 65)  Rindo criticam-se os costumes .</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARTHES, Roland. Mitologias. Rio De Janeiro: Editora Bertrand Brasil LTDA. 2009.<br><br>Casaruibarbosa.gov.br (2001). A história da charge no Rio de Janeiro de 1860 a 1930. Acesso em: 15 abr. 2018. Disponível em: http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/artigos/o-z/FCRB_LuizGuilhermeSodreTeixeira_A_historia_da_charge.pdf <br><br>MARTINS, Ana Luiza. História da imprensa no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012.<br><br>TEIXEIRA, Luiz Guilherme Sodré. Sentidos do humor, trapaças da razão: a charge. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2005. <br><br> </td></tr></table></body></html>