ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00322</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO16</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Egressas: Vidas Marcadas pelas Grades</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;GIOVANNA FIGUEIREDO SOARES (Universidade de Mogi das Cruzes); Nathalie Alves de Oliveira (Universidade de Mogi das Cruzes); Michelly Nogueira dos Santos (Universidade de Mogi das Cruzes); Caroline Grazielle Ferreira Baião (Universidade de Mogi das Cruzes)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho foi desenvolvido como projeto experimental para conclusão do curso de jornalismo, pela universidade de Mogi das Cruzes. O tema abordado foram as dificuldades encontradas por mulheres egressas do sistema prisional em seu retorno a vida em sociedade. Por mais esperada que seja, a saída pode ser apavorante para quem está aprisionado, pois nem sempre se sabe o que o mundo exterior reserva. Família, moradia, emprego, estudo, nada disso é garantido ao egresso. A saída desses homens e mulheres da prisão dá-se sem nenhum planejamento prévio. [...] Assim não é incomum o grito  te prepara pra sair , quando os agentes informam aos presos que a sua saída será quase que imediata, após anos de aprisionamento. Ainda que desejada, esse tipo de liberdade amedronta por representar o início desorganizado de vidas, das quais a sociedade cobra reorganização. Assim homens e mulheres migram da situação de aprisionados para a situação de egressos do sistema prisional [...]. (CARVALHO FILHO, 2003, p. 4) A população carcerária do Brasil é de 726.712, segundo dados do INFOPEN (Informações Penitenciárias) de junho de 2016, desse total, 42.355 são mulheres. A quantidade de presas vem aumentando se comparado aos anos anteriores, em 2010 haviam 28,2 mil prisioneiras, já em 2015 eram 37, 4 mil. Segundo dados do INFOPEN Mulheres, o perfil das encarceradas é composto em sua maioria por jovens (50% delas têm entre 18 e 29 anos) e negras (53%). Outro dado apontado é o grau de escolaridade das prisioneiras, a maior parte delas completou somente o ensino fundamental. Esse perfil retrata o nível de vulnerabilidade social em que estas mulheres estão inseridas. Considerando o fato de que o Brasil é um país historicamente machista e patriarcal, uma mulher criminosa rompe os padrões sociais impostos de ser boa filha, mãe e esposa, tornando-a duplamente excluída. O preconceito que as mulheres recém-saídas da cadeia enfrentam na hora de arrumar um emprego é um estigma que elas carregam, por muitas vezes, para a vida toda. O estigma da ex-detenta e o total desamparo pelas autoridades faz com que a egressa do sistema carcerário torne-se marginalizada no meio social. Observa-se que a ressocialização depende mais de um esforço individual, para que sejam preservados alguns valores positivos que o apenado possuía antes de entrar na prisão e as boas relações com familiares do que das medidas tomadas por parte do aparelho punitivo. (SILVA, AZEVEDO ARAÚJO, 2008, p. 02) O tráfico de drogas é o principal crime que prende as mulheres (62%). Elas ocupam papel secundário, já que a chefia da atividade é exercida em sua maioria por homens. Em famílias de baixa ou nenhuma renda, em que ela é a provedora, o tráfico pode se tornar uma válvula de escape. Muitas delas entram nesse meio em decorrência de maridos e companheiros. Um fator que contribuiu para o aumento de pessoas presas foi a promulgação da Lei de Drogas , em 2006, que alterou a punição entre usuários e traficantes. A pena mínima para o crime de tráfico aumentou de 3 para 5 anos de detenção. A busca por emprego após o período de aprisionamento é uma forma de recuperar a dignidade e a chance para seguir em frente. Porém, a liberdade pode ser bastante excludente, pois mesmo que a sua dívida tenha sido paga, o que prevalece para a egressa e para a sociedade é a marca de criminosa. Há programas que auxiliam o egresso na volta ao mercado de trabalho, como o Programa Estadual de Inserção de Egressos do Sistema Penitenciário, o Pró-Egresso, instituído por meio do Decreto n° 55.126, de 7 de dezembro de 2009, que tem como parte do processo de reintegração social previsto pelo artigo 10 da Lei Federal n° 7.210, de 11 de julho de 1984, que institui a Lei de Execução Penal. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A equipe optou pelo método de pesquisa bibliográfica, pois o tema que já não é abordado com muita frequência pela mídia, fica ainda mais escasso quando se trata de mulheres recém-saídas da cadeia. Esse tipo de pesquisa auxiliou, porque o maior número dos conteúdos encontrados a respeito do tema proposto foi em artigos científicos e outras publicações. Para compreender melhor o tema e seus desdobramentos foi utilizado o método de pesquisa exploratório. Segundo Gil (2002, p. 41) a pesquisa exploratória permite maior familiaridade com o tema proposto, bem como torna-o mais explícito e ajuda a construir hipóteses. O autor diz que:  estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias . Ainda de acordo com Gil (2002, p. 41) a exploratória permite ao pesquisador uma maior flexibilidade de pesquisa, envolvendo levantamento de dados e referências bibliográficas, entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática com o assunto abordado e análise de exemplos que estimulem a compreensão do contexto estudado. Os estudos de campo constituem papel fundamental na elaboração Trabalho de Conclusão de Curso, permitindo a vivência e a observação da situação abordada no decorrer do trabalho. Essa metodologia proporcionou um contato com as fontes primárias, dando aos pesquisadores uma compreensão mais clara dos fatos. Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana. Basicamente, a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo. Esses procedimentos são geralmente conjugados com muitos outros, tais como a análise de documentos, filmagem e fotografias. (GIL, 2002, p. 53). Definidos os tipos de pesquisa, optou-se por usar como técnica a observação e entrevista. Com o objetivo de compreender os cenários político e social que envolvem retorno das mulheres que estiveram em privação de liberdade e tentam a ressocialização, segundo Marconi e Lakatos (1999, p.90) a observação não permite apenas ver e ouvir, mas também observar fenômenos e fatos dos fatos estudados. Ainda de acordo Marconi e Lakatos (1999, p.93) a técnica de observação em equipe proporciona ao grupo observar a ocorrência por diferentes ângulos, por isso, é mais aconselhável. Em relação à entrevista, a técnica que atendeu a necessidade do projeto é semiestruturada, que permitirá uma amostra consistente para análise. Esse tipo de entrevista proporciona uma flexibilidade, permitindo questionamento a partir de falar do entrevistado. O grupo optou pelo formato documentário, pois permite retratar o mundo histórico com uma liberdade característica da linguagem documental. O grupo escolheu o modo expositivo dentre os tipos de documentários, pois ele utiliza predominantemente a linguagem verbal, transmitindo os argumentos por meio da fala. O documentário expositivo facilita a generalização e a argumentação abrangente. As imagens sustentam as afirmações básicas de um argumento geral em vez de construir uma ideia nítida das particularidades de um determinado canto do mundo. Esse modo também propicia uma economia de analise, já que as argumentações podem ser feitas, de maneira sucinta e precisa, em palavras. O documentário expositivo e o modo ideal para transmitir informações ou mobilizar apoio dentro de uma estrutura preexistente ao filme. (NICHOLS, 2010, p.144) Uma das características do modo expositivo é que ele transmite o conteúdo de forma didática. Ainda de acordo com Nichols (2010, p.143), as imagens ilustram, evocam ou contrapõem o que foi dito, ocupando um papel secundário, dando ênfase à argumentação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário é composto por relatos de quatro mulheres ex-presidiárias acerca da experiência dentro e fora do cárcere. Elas foram marcadas de formas diferentes, mas passaram e ainda passam pelo mesmo processo de adaptação após a prisão. Vale ressaltar que todas as entrevistadas foram sentenciadas por crime relacionado ao tráfico de drogas, o delito que mais aprisiona mulheres no País. As fontes principais, as egressas, foram mais difíceis de conseguir contato. O estigma foi um dos fatores que contribuiu, já que nem todas querem falar abertamente sobre o assunto. A entrevistada Márcia, mesmo tendo saído da prisão há mais de 20 anos não quis aparecer no vídeo por receio de perder o emprego temporário em que estava. Já a egressa Vanessa Akama, só tinha disponível para entrevista o tempo entre o trabalho e a faculdade. A equipe a encontrou no meio do trajeto, mas mesmo assim ela não se mostrou muito aberta para falar sobre o passado. A egressa Alaíde foi quem mais se mostrou aberta para a equipe e falou bastante sobre a dificuldade de ser autônoma e ex-presidiária, assim como os trabalhos que precisou abandonar e a relação com os filhos que também sofreram durante sua ausência. Ser migrante, egressa e dar à luz a filha dentro do sistema penitenciário brasileiro não foi fácil para a Joana, que preferiu não ser identificada e falou com a equipe por intermédio do ITTC (Instituto Terra, Trabalho e Cidadania). O Instituto, que também participou do documentário, tem participação importante na vida de mulheres migrantes egressas e prestam suporte a elas dentro e fora da prisão. Para compreender melhor o tema e fazer contato com especialistas no assunto, a equipe acompanhou durante a produção do trabalho, vários eventos que discutiram o sistema penitenciário. Nos eventos, o grupo conheceu advogadas, juíza, migrantes egressas, ativistas e defensores e aproveitamos para tirar dúvidas. Dentre essas, o grupo gravou com a antropóloga Natália Padovani, a desembargadora Kenarik Boujikian, a advogada de Direito Penal, Chiavelli Facenda e as advogadas Cátia Kim e Viviane Balbuglio do ITTC. Um dos maiores problemas que as egressas enfrentam é o retorno ao mercado de trabalho, e para falar sobre o assunto, a equipe procurou Leonardo Precioso e Lemaestro, da ONG Gerando Falcões que administram o projeto Recomeçar. Esse projeto auxilia e encaminha egressos para empresas conveniadas. Leonardo, que também é egresso do sistema falou com propriedade sobre as dificuldades que já viveu e as que presencia no comando do Recomeçar. De forma a entender melhor o processo de visitas e realizar imagens de apoio, o grupo foi conhecer a Penitenciária Feminina da Capital (PFC), localizada no Carandiru. A equipe conversou com alguns familiares que aguardavam o horário de visita para entender melhor. E também gravou imagens na Penitenciária Feminina de Santana, que fica ao lado. Na parte técnica, o grupo decidiu trabalhar com duas câmeras, uma frontal e outra lateral. A câmera principal na regra dos terços e a câmera auxiliar como um perfil da pessoa entrevistada. Em relação as perguntas, a equipe focou nas dificuldades que elas enfrentaram na saída do cárcere, no entanto, também foi abordado o tempo de permanência na prisão. A equipe sempre deu importância para a identidade visual do documentário e pediu a um design gráfico que elaborasse uma vinheta para separar o filme por capítulos. As fotos da vinheta foram produzidas durante as entrevistas e os nomes dos capítulos são frases ditas pelas entrevistadas em algum momento da produção. Já o logo com o nome do documentário, a aplicação nos DVDs e imagens para Facebook foram elaborados por outro designer, mas seguindo a mesma identidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>