XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE


INSCRIÇÃO:	00342

CATEGORIA:	JO

MODALIDADE:	JO04

TÍTULO:	Revista Nostra

AUTORES:	Ana Eduarda Ferreira (faculdades integradas espírito-santenses); Mirella Bravo de Souza Bonella (Faculdades Integradas Espírito-santenses (Faesa))

PALAVRAS-CHAVE:	, , , ,

RESUMO
O turismo e sua importância para o desenvolvimento das regiões em que ele é fomentado são temas de grande relevância social. Neste Trabalho de Conclusão de Curso, produzido no Centro Universitário FAESA, considerou-se que, como atividade de serviços, o turismo representa uma rede de infraestrutura que envolve a geração de empregos e renda para os moradores locais e fornecedores de outros municípios. Dessa forma, a revista Nostra propôs-se a contribuir para a estruturação de tal processo por meio da elaboração de um periódico impresso e dos estudos da comunicação, que atuam com outro propósito, mas igualmente nobre: atribuir significado às práticas cotidianas. Fundada em 26 de julho de 1875 por imigrantes italianos, Santa Teresa, município localizado no interior do Espírito Santo, a 80 km da capital Vitória, é a primeira cidade de colonização italiana do Brasil. Atualmente, possui população em torno de 25 mil habitantes, dos quais, de acordo com a associação Circolo Trentino Teresense, estima-se que 90% tenham ascendência italiana, com seus antepassados vindos da região do norte da Itália, principalmente Trento, Veneto e Lombardia. Segundo o último levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Santa Teresa, em 2012, a região oferece uma vasta gama de atrativos turísticos como cachoeiras, vales e reservas naturais, além de atrativos culturais, como sítios culturais, arquitetura, gastronomia e eventos realizados anualmente durante a temporada de outono e inverno. Entretanto, apesar da grande oferta turística, a partir da pesquisa bibliográfica e in loco em setores turísticos na região, constatou-se a falta de materiais que reúnam as informações necessárias aos turistas sobre as atrações oferecidas. Segundo Antonio Teixeira de Barros e Rogério Diniz Junqueira, no capítulo “A elaboração do projeto de pesquisa”, no livro “Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação” (Atlas S.A., 2006) o primeiro critério para a escolha do tema é a afinidade: “o pesquisador deve sentir-se à vontade com o assunto escolhido. Convém eleger um que lhe seja minimamente familiar ou particularmente desafiador”. Durante a produção do projeto de pesquisa, pensava-se estar lidando com um tema simplesmente familiar, porém o que se descobriu foi a tarefa desafiadora de produzir um material comunicacional fiel e digno da cidade natal da própria pesquisadora. Assim, a proposta deste trabalho é contribuir com a estruturação do turismo em Santa Teresa por meio da produção de uma revista turística impressa capaz de divulgar a cidade e estimular o desenvolvimento econômico, cultural e social, dialogando com a missão do Plano Municipal de Turismo de Santa Teresa, elaborado em 2016 sob a lei municipal 2.658/2016: “Implementar políticas e articular estratégias para o desenvolvimento do turismo de forma sustentável, promovendo melhoria na qualidade de vida dos moradores, preservação do patrimônio cultural e natural e satisfação aos visitantes” (SANTA TERESA, 2016, p.6). Quanto ao formato, a escolha está relacionada ao tempo de duração e produção da notícia na revista, que são maiores essencialmente. Isso está relacionado as duas características fundamentais da revista: a especialização temática e a segmentação de público. Para Marília Scalzo no livro “Jornalismo de Revista” (Contexto, 2016), as revistas são mais do que apenas veículos de informação e entretenimento, tendo surgido da necessidade de preencher lacunas informativas deixadas pelo imediatismo de outros meios de comunicação. Assim, como produto interdisciplinar, não apenas a revista Nostra foi capaz de relacionar e desenvolver as disciplinas de Redação Jornalística, Fotografia, Planejamento Gráfico de Impresso e Marketing, como também estas tarefas foram executadas de forma direcionada a um público e tema reais, cumprindo o propósito de um produto jornalístico em contexto acadêmico.

INTRODUÇÃO
A elaboração da revista Nostra pode ser classificada como “pesquisa documental”, bem como “pesquisa de levantamento”, pois foram realizadas entrevistas com personalidades locais relevantes, produção de reportagens e cobertura jornalística de eventos, atividades que implicaram na coleta de dados diretamente com fontes locais, além do uso de fontes documentais. Como uma das ferramentas principais e recurso metodológico tem-se a entrevista. Porém, a atividade de entrevistar é também um exercício de empatia, afinal é preciso que o entrevistador tenha sensibilidade à intensidade das respostas, como expõe Jorge Duarte no capítulo “Entrevista em profundidade”, do livro “Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação” (Atlas, 2006). O autor define a entrevista como “técnica qualitativa que explora um assunto a partir da busca de informações, percepções e experiências de informantes para analisá-las e apresentá-las de forma estruturada”. Aqui, a entrevista foi uma ferramenta chave de coleta de dados e possibilitou a compreensão da realidade turística teresense. Perguntas semiabertas como: “O que os turistas perguntam quando vem aqui? ” ou “O que mais os encanta na cidade?”, ajudaram na definição dos motes das matérias. Por meio dos Critérios de Noticiabilidade, definidos por Nelson Traquina, na obra Teorias do Jornalismo: porque as notícias são como são (Insular, 2005), que são os pré-requisitos utilizados por um jornalista para decidir se um fato está apto ou não a se tornar um material noticiável, ajudou a levantar os assuntos. Neste trabalho os critérios de noticiabilidade que atenderam o interesse do público foram principalmente a proximidade, a atualidade, a significância. Para desenvolver a revista foram utilizadas as seguintes fontes: especialista, que é alguém com grande experiência ou conhecimento na área, como o secretário municipal de turismo Marcelo Anacleto; informante-chave, pessoas com posições sociais essenciais ao trabalho, diretamente envolvidas com o assunto como os empresários; e informante-padrão, fontes que estão envolvidas como o assunto, porém podem ser substituídas sem afetar o resultado final, neste caso, os turistas. A segmentação é outro alicerce da revista. Por isso, foi preciso definir o público-alvo da publicação, que guiou o trabalho de redação, criação da marca e projeto gráfico feito para a revista Nostra. Para cumprir o objetivo geral desta pesquisa, a segmentação foi definida com base no Diagnóstico da Rede Hoteleira municipal de 2015, que apontou o perfil do público que se hospeda na cidade como constituído em 42% por casais e em 32% por famílias. Quanto à classe econômica, 75% dos turistas fazem parte da classe B e 19% da classe A. A escolha da faixa-etária foi feita com base nas Estatísticas do Registro Civil de 2015, reunidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que revelam que as idades médias nas uniões civis entre pessoas de sexos diferentes variam entre 29 e 31 anos para os homens e entre 27 e 28 anos para as mulheres. Nas uniões entre pessoas de mesmo sexo, as idades variam entre 31 e 36 anos para os homens e entre 32 e 34 anos para as mulheres. Assim, estabeleceu-se a segmentação da publicação como famílias, com e sem filhos, com idade entre 27 a 36 anos e pertencentes às classes econômicas A e B. Quando se fala em segmentação, está se referindo ao público-alvo de determinado produto. Portanto, falar em segmentação pressupõe divisão, agrupação e trabalho analítico. Para Caroline Casali, no livro “Mídia e sociedade: o contrato social como condicionante da segmentação das revistas em gênero masculino e feminino” (Animus, 2007), a segmentação de público pode ser considerada uma ferramenta para a manutenção, ou ainda, sustentabilidade da revista como uma empresa no mercado. Afinal, assim como em qualquer outro negócio, a empresa está sujeita à dinâmica da demanda e oferta do produto, que neste caso é o conteúdo jornalístico. ਀

OBJETIVO
Além da Redação e do Projeto Gráfico, também houve o processo de Criação da Marca, considerando a revista como um produto editorial. Assim, a revista Nostra em suas 40 páginas busca satisfazer a necessidade de informação sobre Santa Teresa, porém faz parte do trabalho de construção da marca diferenciá-la de outros produtos com a mesma finalidade. Segundo Wandy Cavalheiro em “Branding: gestão da marca em instituições de ensino” (Artmed, 2005), branding é uma filosofia empresarial que coloca a marca no centro de todas as ações que criam valor para o negócio. No caso da revista Nostra, essa orientação está presente desde a definição do público-alvo até a redação das matérias. Por isso definiu-se a Missão, Visão e Valores. A missão da Nostra é “contribuir com o turismo de Santa Teresa, divulgando a cidade e estimulando o desenvolvimento econômico, cultural e social do município”; a Visão é “se tornar referência para o turista que visita Santa Teresa”; e os Valores são “compromisso com a população, turismo sustentável e consumo responsável”. Sobre o nome escolhido para o projeto, revista Nostra, a palavra em italiano, que significa “nossa” na tradução para o português, surgiu da ideia de usar um termo em italiano que fosse de pronúncia fácil e boa sonoridade. Esse nome também traz em seu significado o sentimento de posse coletiva e, consequentemente, pertencimento: Nostra faz referência à “nossa cidade”. À primeira edição foi dado o nome de “Benvenuti a Santa Teresa”, na tradução do italiano: “bem-vindo a Santa Teresa”, para remeter à revista a função de fazer uma apresentação. A proposta é que a Nostra se torne uma publicação anual para ser veiculada durante a alta temporada de turismo, entre os meses de março e agosto. Para Fatima Ali em “A arte de editar revistas” (Companhia Editora Nacional, 2009), não há regras para escrever bem, mas há um critério básico: ter o que dizer e dizê-lo da maneira mais clara e simples possível. Assim, todos os elementos que compõem a revista Nostra seguiram este princípio. Por se tratar de uma revista turística, é essencial que a publicação estimule a curiosidade ou a vontade no leitor em vivenciar os locais retratados. Para Marília Scalzo em “Jornalismo de Revista” (Contexto, 2016) as imagens “devem excitar, entreter, surpreender, informar, comunicar ideias ou ajudar o leitor a entender a matéria” como visto nas páginas 24 a 27, na matéria “Paraíso Ecológico: a educação ambiental em foco”. Quanto ao formato, o escolhido para a revista Nostra foi o B5, que é um pouco menor que uma folha de papel A4, facilitando o manuseio e transporte, mas sem prejudicar a visualização. Criou-se uma paleta de cores especialmente para a revista Nostra, em que cada tom está relacionado com uma editoria: Verde Musgo, a cor principal da publicação, representando a natureza em Santa Teresa e a sofisticação. Amarelo Mostarda, para referir-se a gastronomia, tom muito encontrado nas massas, prato típico da culinária italiana. Violeta, para assuntos ligados a cultura, história e tradições familiares, também escolhido para fazer parte da paleta devido às quaresmeiras, árvores típicas da região com florações nesta tonalidade. E, por fim, Vinho, a cor da principal bebida consumida em Santa Teresa que faz parte da família de cores quentes, assim ela atua como um estimulante aos sentidos, por isso, é usada para assuntos relacionados ao esporte. Além das habilidades técnicas, como produção e redação jornalística, fotografia, edição e diagramação, a responsabilidade da pesquisadora com a comunidade teresense também foi um compromisso constante. A população é caracteristicamente muito simples, por isso, não foi de se surpreender a desconfiança e resistência inicial encontrada nos entrevistados. Os laços familiares se provaram verdadeiras pontes nesse relacionamento, reforçando o entendimento de que este trabalho não poderia ter sido realizado por ninguém que não fosse nascido e criado em Santa Teresa.਀ ਀

JUSTIFICATIVA


MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS


DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO


CONSIDERAÇÕES


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS

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