INSCRIÇÃO: 00419
 
CATEGORIA: PT
 
MODALIDADE: PT02
 
TÍTULO: Livro-objeto: O mundo do pequeno príncipe
 
AUTORES: sarah estelita martinez santos (UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES); ULISSES GUSTAVO PEREIRA PENA (UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES); Félix Rodrigo Hernández Giraldi (UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES)
 
PALAVRAS-CHAVE: , , , ,
 
RESUMO
Este projeto trata da elaboração de um livro-objeto pensado para crianças autistas, a partir dos três anos de idade, logo no início do seu diagnóstico, buscando entender as suas reais dificuldades de interação com o mundo e transformá-las em um projeto gráfico que auxilie em seu desenvolvimento social, cognitivo e sensorial. O livro-objeto se caracteriza por transformar elementos da história em pontos de interação com o leitor, utilizando diferentes percepções sensoriais, composições, cores, formas e tipografias como ferramentas que contribuem de forma essencial para a narrativa facilitando a imersão. Para definir a escolha dos elementos gráficos não basta apenas conhecer a história do livro, o público é o foco principal, pois conhecendo as necessidades do público é possível entender como cada elemento será útil para alcançar os objetivos desejados. Neste caso, o público pretendido são crianças que fazem parte do TEA (Transtorno do Espectro Autista), além das crianças, os pais das mesmas também devem ser alcançados. A história deste livro foi criada com inspiração no livro "O Pequeno Príncipe", pois o enredo do personagem pode ser facilmente conectado com o autismo, onde um garoto que vivia em seu próprio planeta decide sair em busca de amigos e com sua percepção diferenciada e pureza incomparável ensina lições valiosas sobre a vida. Para atender as necessidades do público foi necessário estudar sobre o autismo e buscar referências de profissionais na especializados no transtorno. No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) (APA, 2014) foi possível compreender que o autismo juntamente com outras síndromes fundiu-se em um único diagnóstico chamado de Transtorno do Espectro Autista – TEA, um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro que surgem antes, durante ou logo após o nascimento e caracterizam-se principalmente pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos. Além disso, Kanner (ed. 1943, p. 217-250) e Asperger (1991, p. 37-92) também descreveram respostas anormais de seus pacientes autistas com relação aos sons, toque, cheiros, estímulos visuais e paladar. Segundo o Instituto PENSI, as disfunções sensoriais prejudicam a maneira com que as pessoas no TEA interpretam o mundo físico ao seu redor e as terapias de integração sensorial atuam melhorando a integração com o ambiente e com o próprio corpo e relações sociais. E com base nas pesquisas bibliográficas e entrevistas entendeu-se que a estimulação sensorial é necessária para a criança autista como meio de desenvolvimento cognitivo, social e intelectual. A partir dessa compreensão o foco do livro passou a ser de integrar a história com os métodos de estimulação sensorial, pois os benefícios provenientes desse tratamento são essenciais para se alcançar os objetivos desejados de ajudar no desenvolvimento da criança como um todo. A forma escolhida para o presente livro-objeto foi de um tapete sensorial, muito utilizado por terapeutas ocupacionais no tratamento de crianças autistas para estimular a sensibilidade e a coordenação motora. O tapete possibilitará que a criança seja estimulada sensorialmente por som, cheiro e toque de texturas ásperas, lisas e macias não somente com as mãos, mas também com os pés e com todo o corpo, podendo interagir com o livro deitada, sentada ou em pé e assim poder desenvolver melhor as habilidades, além de estimular a imaginação. Integrando a história do livro com o formato, o tapete deverá simular o próprio "planeta do pequeno príncipe" onde a história será impressa no tecido do tapete e os objetos e personagens mencionados na história serão explorados como objetos físicos que poderão ser colados e retirados por meio de velcro. E não somente o livro-objeto poderá ser utilizado, mas também a embalagem do mesmo, que foi feita com a estrutura de um túnel recreativo, para trabalhar o ritmo, condicionamento físico e agilidade.
 
INTRODUÇÃO
Para entender a definição de livro-objeto utilizamos o conceito de SALEH (2016) onde diz "É preciso pensar o livro, enquanto objeto, para que ele seja coerente com a narrativa, os personagens, o texto e a proposta em si. Mas em alguns casos, essa função se extrapola. E os atributos físicos do livro, assim como a maneira como ele é pensando enquanto território e material da narrativa, se tornam tão fundamentais que sem isso nem haveria história. É mais ou menos esse o conceito de livro-objeto: quando o livro como suporte, se torna completamente imprescindível à narrativa" E para Entender com excelência as necessidades do público além das pesquisas bibliográficas, foram feitas entrevistas em profundidade com Três mães de crianças autistas (com idades de 2, 7 e 12 anos) sendo apenas uma feita pessoalmente e as outras duas por meios eletrônicos devido a distância. E entrevistas com especialistas na área, para entender o transtorno, como as crianças se comportam, quais os métodos que já existem para ajudá-los no desenvolvimento cognitivo e como é a relação das crianças com os livros. Os especialistas entrevistados foram o Educador Físico Bruno Santos, professor de natação terapêutica para crianças com necessidades especiais que pode nos explicar sobre comportamentos, tratamentos para melhorar a comunicação, coordenação motora, socialização e com a Neuropsicológica Greice Parra Ferreira, especialista em autismo, que nos mostrou métodos de ensino utilizados em seu consultório para desenvolvimento cognitivo. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COM OS ESPECIALISTAS • As terapias visam melhorar o desenvolvimento da criança, não têm objetivo de cura e independem da idade, porém quanto mais cedo se iniciam os tratamentos, melhores são os resultados obtidos. • A maioria dos materiais específicos que existem destinados ao aprendizado de crianças autistas são artesanais. Os demais brinquedos e jogos não são específicos para autistas, são materiais que abrangem o público infantil de uma forma geral. • Cada criança é única e possui as suas particularidades de aprendizado e desenvolvimento. • A maioria dos pais necessitam de informação e auxilio juntamente com a criança. • A dificuldade em socializar é uma das maiores barreiras, independente do grau de autismo diagnosticado. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COM OS PAIS • As crianças que tivemos acesso, cujos pais foram entrevistados, possuem o transtorno no grau leve e moderado. • Apenas uma, das mães entrevistadas, conhecia o transtorno antes do diagnóstico de seu filho (a). • Todas as mães leem para seus filhos, estimulando o interesse pela leitura. • Nenhuma delas conhece livros adaptados que auxiliem no desenvolvimento da criança. • As maiores dificuldades entre as crianças é a fala tardia e fazer amigos. • Todas apresentam algum tipo de hipo ou hipersensibilidade. Para definição do formato a teoria de FLUSSER ( 2010, p.28) foi utilizada onde diz "O design, como todas as expressões culturais, mostra que a matéria não aparece, a não ser que seja informada, e assim, uma vez informada, começa a se manifestar [...]. A matéria no design, como qualquer outro aspecto cultural, é o modo como as formas aparecem". Nesse contexto o formato foi imprescindível para atingir os objetivos desejados, pois a forma de tapete possibilita que o momento da leitura seja um momento de interação e divertimento em família, incentivando a leitura e o desenvolvimento "Resultados demonstraram que as crianças autistas precisam muito do afeto e da atenção constante dos pais, para se desenvolverem de maneira saudável, vencendo os obstáculos necessários para o seu progresso cognitivo, social e intelectual. Verificou-se também a grande importância de que o diagnóstico seja dado o mais rapidamente possível, para que todas as necessidades especiais do aluno possam ser supridas no tempo adequado, com a ajuda dos profissionais indicados". SAMPAIO & OLIVEIRA (v. 11, f. 343-362, 2017)
 
OBJETIVO
Muitos materiais foram utilizados como referência na construção deste presente projeto como: tapetes sensoriais artesanais, brinquedos de montar, livros sensoriais, livros infantis, tapetes recreativos entre outros. E a partir de muitas pesquisas de mercado e através do empirismo, teoria que afirma que o conhecimento vem apenas, ou principalmente, a partir da experiência sensorial, foi possível executar as etapas de produção prática deste livro. o Tapete é produzido em pelúcia anti-alérgica e as texturas selecionadas foram costuradas no tapete. As "páginas" do livro foram impressas em tecido tactel e dispostas de maneira que formam um caminho entre os elementos da história, permitindo que a criança ande sobre o "planeta". Os objetos presentes no livro são feitos feltro para evitar possíveis acidentes e são todos colados no tapete com velcro para auxiliar na coordenação motora fina da criança, além disso, outro elemento que compõe o produto é a capa do pequeno príncipe que na verdade é uma lycra sensorial, um material utilizado pelos terapeutas que auxilia a criança no reconhecimento de seu corpo no espaço. A tipografia escolhida foi um elemento de extrema importância para elaboração do projeto, pois é a ponte entre a criança e a história. Segundo Schriver (1997) elaborar um texto legível ainda não é o suficiente, outro ponto de extrema importância para a escolha da tipografia é a adequação retórica, que diz respeito à relação entre a face tipográfica, o objetivo do livro, a situação em que ele será lido, as necessidades, o gênero. A tipografia irá influenciar a maneira como os leitores percebem, organizam e memorizam o conteúdo do livro. E Heitlinger (14. ed. Portugal, 2009) aponta que livros apresentados às crianças na fase dos 4 à 8 anos de idade devem ser compostos por uma única fonte para ajudar crianças com dislexia a focarem sua atenção.O tamanho da tipografia é outro ponto relevante na elaboração de um livro infantil, pois influenciará diretamente no modo de leitura, na diagramação das páginas e outros fatores. Burt (1959, apud COUTINHO, 2006) descreve que letras grandes são essenciais, recomenda para crianças de primeiro ano que sejam usadas letras de corpo 16 e a partir daí ir diminuindo conforme for aumentando a idade, dessa maneira ele descreve que induz a movimentos mais fáceis dos olhos. Com bases nessas referências considera-se que devam ser usados caracteres grandes o suficiente para que haja uma diferenciação entre as letras, e deve-se considerar também à distância em que as crianças deverão manter entre o livro e o rosto e possam realizar a leitura sem empecilhos. No caso do presente livro que deverá ser em formato de tapete o tamanho das letras precisam garantir legibilidade tanto de longe (se caso a criança permaneça de pé em cima do tapete), quanto de perto (caso a criança se deite sobre o tapete). Concluiu-se que a tipografia "Please write me a song" foi considerada dentro dos padrões para atender as necessidades da leitura das crianças, pois se trata de uma fonte “limpa”, sem serifas, onde as letras podem ser facilmente diferenciadas uma das outras, facilitando a leitura e o aprendizado. As cores do projeto são de predominância azul, para fazer alusão ao simbolo do autismo, onde a maioria dos casos são em pessoas do sexo masculino segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A embalagem do produto foi feita a partir da estrutura de um túnel retrátil recreativo, geralmente presente em ambientes infantis, foi pensada para otimizar o espaço de armazenamento e também ser aproveitada como material terapêutico e de recreação.Por fim foi produzida uma bolsa te tecido que agrupa o tapete e todos os elementos, diminuindo o comprimento total da embalagem e facilitando o transporte.਀䔀 瀀漀爀 昀椀洀Ⰰ 愀漀 猀攀爀 昀椀渀愀氀椀稀愀搀漀 漀 瀀爀漀琀琀椀瀀漀 昀漀椀 琀攀猀琀愀搀漀 瀀漀爀 甀洀愀 最愀爀漀琀愀Ⰰ 愀甀琀椀猀琀愀 搀攀 㜀 愀渀漀猀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀㌀㌀㔀戀㠀㈀∀㸀㰀戀㸀䨀唀匀吀䤀䘀䤀䌀䄀吀䤀嘀䄀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀㌀㌀㔀戀㠀㈀∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀㌀㌀㔀戀㠀㈀∀㸀㰀戀㸀䐀䔀匀䌀刀䤀윀쌀伀 䐀伀 倀刀伀䐀唀吀伀 伀唀 倀刀伀䌀䔀匀匀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀㌀㌀㔀戀㠀㈀∀㸀㰀戀㸀䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀㌀㌀㔀戀㠀㈀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀