ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00465</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O outro lado da Pauta: Jornalistas que sofreram assédio</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Paula Cristina Maia Jacob (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Francine Altheman (Espm)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em maio de 2016, Giulia Bressani, estagiária de entretenimento do iG, foi assediada sexualmente pelo cantor juvenil MC Biel durante uma tarde de entrevistas para divulgar o primeiro disco do músico brasileiro. O caso ganhou proporções nacionais após ela denunciar o agressor com o apoio da sua editora na época por meio da reportagem  Biel chama repórter de  gostosa em entrevista e diz que  a quebraria no meio  , escrita por Patrícia Morais, editora-executiva do canal Delas, do iG, e publicada no dia 3 de junho de 2016. No final do mesmo ano, em 21 de dezembro de 2016, a repórter de cinema da Warner Channel Brasil, Carol Moreira, publicou em seu canal do YouTube uma entrevista exclusiva com Vin Diesel. O vídeo foi divulgado na íntegra, a fim de mostrar como o ator de xXx: Reativado deixou a jornalista constrangida durante os pouco mais de 12 minutos de conversa. Entre as frases ditas pelo americano:  Deus, como você é bonita! e  (...) Eu amo você, vamos sair daqui para almoçar são as partes mais intimidadoras para a jornalista, claramente incomodada. No Twitter, o vídeo era um dos mais comentados, contudo com divergências de opiniões  alguns defendendo Carol e outros alegando serem  só elogios . No dia 11 de setembro de 2017, o jornal Correio Braziliense publicou o texto  A Estagiária , crônica escrita por Guilherme Goulart no espaço Crônicas da Cidade. Nele, o jornalista descreve a suposta nova estagiária do jornal, Melissa, como  loura-violão e que, por mais vazia que estivesse a redação, com a chegada da jovem  os poucos representantes da fauna masculina não decepcionaram o restante da matilha . Entre outras palavras infames para contar o impacto da estagiária  gostosa , Guilherme não demorou muito para ser o assunto mais comentado das redes sociais daquela segunda-feira. Considerando os três casos apresentados acima, este trabalho reflete sobre o cenário recorrente de desrespeito às mulheres jornalistas no Brasil, não sendo este um problema externo ao país ou que a profissão seja imune aos assédios. Porém, existem questionamentos a serem respondidos no decorrer da pesquisa. Se fica claro que o meio de comunicação ainda permite, de certa forma, que os assédios aconteçam, por que, então, as empresas editoriais não fazem nada a respeito das mulheres negligenciadas? Mas, antes disso, quem são as jornalistas assediadas e como os casos se desenvolvem dentro da profissão? Mais do que uma questão comportamental, esta pesquisa mergulha também no ambiente de trabalho e nas condições de saúde mental proporcionadas por ele. Como uma profissão, que propõe e desenvolve pautas sobre assédio de forma tão ampla e profunda, não consegue conter e discutir o problema dentro de seu próprio universo? O tema deste trabalho, portanto, são as jornalistas brasileiras que já sofreram assédio moral, sexual e virtual no exercício da profissão. Levando em conta que o gênero feminino representa 64% do mercado editorial do país, o recorte da pesquisa e entrevistas foi feito nas redações e agências de comunicação da região de São Paulo, com mulheres em atividade, de diferentes idades, cargos e editorias  esporte, política, moda, beleza, economia, por exemplo. Dessa forma, foi possível mapear a existência e os tipos de assédios sofridos por essas mulheres. Para contar melhor a história de cada jornalista entrevistada, dentro do recorte apontado, os depoimentos foram compilados em um livro-reportagem. Com isso, a proposta deste trabalho é gerar um diálogo sobre as questões de assédio durante a carreira de uma jornalista, tendo em vista a melhoria de cenário para as mulheres poderem exercer com saúde mental, física e espiritual o fazer jornalístico. O objetivo primário do livro O outro lado da pauta é dar voz às mulheres jornalistas assediadas no exercício da profissão.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Pesquisa realizada pela Abraji, que resultou no relatório Mulheres no Jornalismo Brasileiro, mostra que 65% das entrevistadas alegaram que existem mais homens em cargos de poder e 86,4% admitiram ter vivido pelo menos uma vez a discriminação de gênero no trabalho  dentre as situações listadas, a mais comum foi a distribuição de tarefas no ambiente de trabalho conforme o gênero dos jornalistas, seguida por promoção no emprego, oportunidade de trabalho, obtenção de aumento e, por fim, determinação de escalas de horário. Outro dado revelado pela pesquisa é o tratamento diferenciado entre os gêneros. De acordo com o relatório, as entrevistadas revelaram humilhações públicas, hostilização por chefes e/ou fontes. Situações reafirmadas com os 83,6% de jornalistas que já sofreram pelo menos um dos oito tipos de abuso psicológico no trabalho (insultos verbais 44,2%; humilhação em público 40,5%; abuso de poder ou autoridade 63,9%; intimidação verbal, escrita ou física 59,7%; tentativa de dados à sua reputação 31%; ameaça de perder o emprego em caso de gravidez 2,3%; ameaças pela internet 13,4%; insultos pela internet 24,7%). Apesar de revelar diversas outras situações, a questão sexual também é gritante entre os dados. Na versão qualitativa, muitas das jornalistas comentaram sobre casos de conotação sexual. A quantitativa mostra o mesmo padrão e 73% das entrevistadas escutaram comentários ou piadas de natureza sexual sobre mulheres no ambiente de trabalho; 92,3% escutaram piadas machistas. Entrando na questão de raça, a pesquisa também mostra o quanto o mercado jornalístico ainda é predominantemente branco. No total, 94,5% das jornalistas entrevistadas afirmaram ter mais pessoas brancas do que negras nos respectivos veículos e 95,6% casos, os cargos de liderança são ocupados por brancos. Tendo em vista os dados e os casos recentes de abuso à jornalistas brasileiras, alertar o mercado de que as mulheres não podem ficar caladas ou serem reprimidas por superiores e/ou colegas de trabalho só pelas questões de gênero se faz necessário. O respeito dentro da profissão jornalística, assim como em qualquer outra carreira, é imprescindível para a convivência e para o dia a dia de trabalho. Assim, pode-se enxergar a união de jornalistas homens e mulheres como uma potência de transformação das relações profissionais, visando o bem-estar de todos e, consequentemente, dos veículos jornalísticos. Do ponto de vista teórico, os autores que embasaram essa pesquisa foram Eduardo Belo e Edvaldo Pereira Lima para a produção do livro-reportagem, além de livros-reportagens como Dez dias que abalaram o mundo, de John Reed, Hiroshima, de John Hersey, As boas mulheres da China, de Xinran. Também foi importante buscar referências sobre assédio no trabalho e sua influência no modus operandi da redação. Os textos pesquisados foram o artigo Assediar, de Maria Ester de Freitas e os estudos de Felipe Pena. Foi fundamental para a produção do livro-reportagem os estudos de gênero. Os livros estudados incluem Sejamos todos feministas, de Chimamanda Adichie; Mulheres, raça e classe, de Angela Davis; Presos que menstruam, de Nana Queiroz; O que é lugar de fala?, de Djamila Ribeiro; A mãe de todas as perguntas, de Rebecca Solnit; O feminismo é para todo mundo, de bell hooks. Documentários também foram fontes de referência, como She s beautiful when she s angry, de Mary Dore. As metodologias utilizadas para a produção do livro foram a pesquisa participante, já que a autora se inseriu no contexto de cada entrevistada usando sua posição como mulher, jornalista e vítima de assédio para propor esse diálogo; e a entrevista em profundidade, com entrevistas semi-abertas - a pesquisadora realizou uma triagem prévia e, após o encontro marcado no local combinado, a entrevistadora pediu para que cada uma relatasse o que havia acontecido e, após finalizado o primeiro relato, perguntas relacionadas ao que lhe foi dito e outras ao próprio jornalismo complementaram a conversa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro-reportagem O outro lado da pauta teve como objetivo primário ser um canal de voz para as mulheres jornalistas que, infelizmente, sofreram algum tipo de abuso no exercício do trabalho. Como consequência, após a publicação, o livro será uma forma de identificação das jornalistas que também passaram por isso ou souberam de histórias similares e, inclusive, uma forma de compreender que nenhuma delas está sozinha. O título busca, além disso, conscientizar outras mulheres, de diversas áreas, sobre os riscos e abusos que podem sofrer dentro do ambiente de trabalho, e como a busca por ajuda de outras mulheres e profissionais pode auxiliar na situação. Por fim, o livro-reportagem deseja que, a partir de sua leitura, o gênero marginalizado pela sociedade patriarcal consiga ver em seus pares força e a irmandade, e não a rivalidade que fomos impostas a sempre ter com a outra. De acordo com as características apontadas acima, a política editorial desta publicação não poderia ser outra se não a de extrema sororidade entre as partes (entrevistadora e entrevistada). A autora se colocou como ponto de segurança para todas as mulheres que se dispuseram a falar sobre os respectivos casos de assédio, entendendo as necessidades de cada uma quanto a proteção pessoal  por isso, alguns relatos possuem nomes trocados ou velados para evitar quaisquer consequências negativas, inclusive das fontes primárias. As entrevistas foram feitas dentro de ambientes controlados para proteger a identidade da entrevistada. Tendo em vista o teor do livro, a linguagem usada foi a formal, evitando as interpretações enviesadas, caso fosse informal. Não é possível tratar de um assunto tão sério usando linguajar popular. Ainda assim, a escritora não deixa de aplicar os conhecimentos de jornalismo literário para descrever as entrevistas e deixar a leitura mais dinâmica e imersiva. O que não interfere na escolha de uma narrativa mais humanizada, trazendo a perspectiva da entrevistadora sobre o assunto. A autora entende que cada relato a transformou de alguma forma e quis deixar isso explícito no texto. O outro lado da pauta é dividido em 5 capítulos, pautados pela origem do abuso (assédio sexual, moral, racismo, gordofobia e assédio virtual), com os relatos coletados, e o um sexto capítulo para dar um panorama do futuro da mulher na profissão e o que está sendo feito ou o que pode ser feito para o ambiente de trabalho melhorar. No começo de cada capítulo, após o título, uma breve explicação técnica sobre o assédio tratado a partir dali em formato de texto de dicionário. Apesar de parecer óbvio, a escritora parte da premissa de que muitos dos leitores podem não saber como classificar assédio sexual, moral e virtual, por exemplo. Ao longo de cada um deles estão reunidos os depoimentos complementares, dentro do mesmo "guarda-chuva", intercalados por ilustrações de Marilia Martins e infográficos baseados nas pesquisas realizadas pela Abraji e pela agência Gênero e Número, divulgadas em 2018. Em casos de mais de um relato, como no capítulo Assédio Moral e Assédio Sexual, os infográficos servem como respiro entre uma história e outra. Ao final de cada capítulo, uma entrevista especializada complementou e embasou os relatos contados. Um pequeno box com indicações da autora para complementar a leitura, com filmes e livros relacionados ao tema abordado nos respectivos capítulos, finaliza. A introdução conta com exemplos de assédio no jornalismo que vieram à público, assim como a presença forte das redes sociais como pólo de formação de coletivos feministas e um panorama do que o leitor pode esperar da publicação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>