ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00519</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Intermidiáticxs: um diálogo entre comunicação e diversidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Vitória Bordon Santos (Universidade Federal do Espírito Santo); Caio Ferreira Mendes (Universidade Federal do Espírito Santo); Jonathas Gomes da Silva (Universidade Federal do Espírito Santo); Hayom Tovi Castorio Silva (Universidade Federal do Espírito Santo); Isabella Silva de Freitas Mariano (Universidade Federal do Espírito Santo); Lucas Bragança da Fonseca (Universidade Federal do Espírito Santo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O blog descrito neste trabalho foi elaborado durante as aulas de Comunicação, Gênero e Sexualidades, matéria optativa ofertada no segundo semestre de 2018 no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Nessa disciplina, alunos em processo de habilitação para Cinema e Audiovisual, Publicidade e Propaganda e Jornalismo puderam aprender sobre as relações entre mídia, gênero e sexualidades dissidentes, bem como discutir temas como as representações midiáticas da comunidade LGBTQ+, os processos históricos de construção do conceito de gênero e do movimento feminista, o corpo como território político de disputas, além da importância da Visibilidade Mediada e da representatividade como ferramentas para transformação social. Durantes as aulas, foram colocados em pauta diversos assuntos nos quais os três grandes eixos da disciplina se cruzavam. Foram, portanto, discutidas as maneiras como as questões de gênero e sexualidade são retratadas nos meios de comunicação, bem como o papel dos comunicadores para que preconceitos e estereótipos não sejam perpetuados. A partir dos questionamentos realizados em sala, os professores solicitaram atividades nas quais os alunos deveriam produzir textos que colocassem em diálogo as questões abordadas com algum evento, produto ou meio de comunicação. Tendo em vista que, no segundo semestre de 2018, especialmente durante o período eleitoral, o Brasil testemunhou uma notável ascensão de discursos com tendências políticas ultraconservadoras, por vezes beirando ao fascismo, sentimos a necessidade de levar as discussões para fora da sala de aula, com o objetivo de permitir que pessoas de outras disciplinas, outros cursos ou mesmo pessoas que não integram o ambiente acadêmico pudessem, de alguma forma, beber das mesmas referências que conhecemos em sala. Apesar de haver diversas maneiras de compartilhar tais informações, decidimos utilizar a internet como meio e, após algumas discussões em relação à plataforma ideal, optamos por criar um blog laboratório, chamado Intermidiáticxs, em que os textos produzidos para a disciplina pudessem ser disponibilizados e, consequentemente, acessados por qualquer pessoa que tivesse interesse. Para nós, era importante expor esses conteúdos já que entendemos, conforme afirma Castells no livro  O Poder da Comunicação (Editora Paz & Terra, 2015), que  o poder na sociedade em rede é o poder da comunicação . Deste modo, ao observar um cenário em que um presidenciável, cujas falas se relacionavam a discursos racistas, misóginos e homofóbicos, tinha grande parte das intenções de voto, vimos que era necessário criar um espaço em que um discurso mais acolhedor fosse colocado em circulação. Assim, era ainda objetivo do Intermidiáticxs criar um espaço em que padrões e discursos de opressão a respeito de gênero, raça e sexualidade pudessem ser questionados. Tudo isso tendo em vista que, como nos indica De Moraes no livro  Mídia, Poder e Contrapoder (Editora Boitempo, 2013), a grande tarefa da comunicação contra-hegemônica é  reivindicar o pluralismo e o valor das histórias e culturas e motivar-nos à reflexão sobre o mundo vivido . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Decidimos elaborar o blog Intermidiáticxs por conta da escassez de espaços que abordem de maneira concisa questões referentes à sexualidade e ao gênero nos veículos de comunicação tradicional. Dessa forma, utilizamos os textos produzidos para disciplina em um plano de comunicação que buscou expandir essas discussões para além da sala de aula. Todo o material foi produzido com base em um recorte bibliográfico debatido em sala, embasado em artigos e livros de autores como Djamila Ribeiro, Judith Butler, Guacira Louro, Jhon B. Thompson e João Trevisan. Ainda que debates sobre sexualidade e gênero tenham, em certa medida, se expandido em telenovelas, noticiários, comerciais e em outros produtos de mídia, a comunicação hegemônica ainda reflete as construções ideológicas de poder, por vezes invisibilizando a realidade de grupos minoritários. Entendemos aqui  comunicação hegemônica como o processo de construção de consenso do meio social, que tem por base as rédeas da classe dominante, conforme define Dennis de Oliveira, em  Comunicação, cultura e hegemonia (Revista de Comunicação Social de Valinhos, 1998). Fazemos essa análise principalmente a partir do ponto de vista da interseccionalidade que, como afirma Crenshaw em  Demarginalizing the intersection of race and sex (Visual Quickproject Guide, 2005), se traduz na interdependência das relações de raça, sexo, classe e outras relações de opressão. Esse conceito nos permite observar as especificidades e complexidades das diferentes opressões que nos atingem, a partir do lugar que ocupamos no corpo social. A forma como a sexualidade é pautada na grande mídia, por exemplo, frequentemente ignora que o preconceito às sexualidades distintas da heterossexualidade é fundamentado pela heteronormatividade. Esta age a fim de estruturar as práticas sociais com base no modelo heterossexual, como indica Moulin e Pereira, no texto  (Re)Produção do heterossexismo e da heteronormatividade nas relações de trabalho (Revista de Administração Mackenzie, 2013). Com base nesses apontamentos, os alunos se dedicaram a produzir o Intermidiáticxs, um blog grupal reflexivo. Esse tipo de mídia é definido por Alex Primo, no texto  Blogs e seus gêneros (XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2008), como um  blog coletivo no qual um grupo manifesta suas avaliações críticas sobre temas de interesse que aproximam os participantes que o compõem . A intenção de difundir na internet as reflexões feitas em sala era a de dar visibilidade à vivência pessoal dos estudantes, visto que cada um parte de um lugar de fala diferente e, conforme nos sugere com Djamila Ribeiro em  O que é lugar de fala? (Letramento, 2017), refletir sobre esse lugar é fundamental para pensarmos e enfrentarmos as desigualdades. Nossas decisões editoriais visaram analisar a produção midiática sobre as questões de gênero, de sexualidade e de raça para, então, a partir de um olhar sensível aos temas, produzir outra forma de comunicação. Após decidirmos, em conjunto, pela criação do blog, pesquisamos uma plataforma digital para hospedar o domínio do site, sendo o Blogspot a opção mais viável pelo acesso gratuito, de fácil codificação e acessibilidade. Com a intenção de ajudar a criar um público leitor para a página, optamos pela criação de uma conta no Instagram, tendo em mente o alcance das redes sociais no cotidiano. Segundo uma pesquisa realizada pela Pew Research Center (2018), a rede influencia mais de 70% dos jovens americanos, sem diferenças discrepantes de idade ou classe social, possibilitando quinze vezes mais interações em comparação com outras redes sociais. Ademais, as formas de alcance do público-alvo aumentam ao utilizar a plataforma, visto que há algoritmos que compartilham gostos de um perfil aos outros usuários. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Começamos a produção do blog criando o naming e a Identidade Visual (ID), que consistem respectivamente em: a) criação de nome de uma marca, de acordo Refatti em  Uso de mapas semânticos no processo de naming (Infodesign, 2014); e b) criação de  um sistema de signos dispostos a fim de representar, caracterizar e comunicar a identidade conceitual da marca , como explica Vásquez, em  Identidade de marca, gestão e comunicação (Organicom, 2007). Para tanto, utilizamos o brainstorm, uma técnica que consiste no encorajamento dos participantes a apresentar ideias que, ao final do processo, são organizadas a fim de encontrar uma solução para o problema inicial, descrita por Figueiredo em  Redação publicitária (Pioneira Thomson Lerning, 1999). Para a construção do naming, reunimos as palavras que mais se repetiram no exercício, interseccionalidade e mídia, com o sufixo -átic- e com o recurso da linguagem não-binária,  x , dando origem a  Intermidiáticxs . A ideia era dar conta de uma proposta inclusiva, sem privilégios pronominais, como sugere Freitas, em  Todxs contra x língua (NEXO, 2016). Com os elementos visuais encontrados após o exercício, formamos uma ID, no Adobe Illustrator, que tem como símbolo um prisma nas cores do arco-íris complementado com o logotipo. Este, por sua vez, é caracterizado  pela reunião de duas ou mais letras em uma peça única , conforme nos indica Las Casas no texto de Rech,  O branding como vantagem competitiva para marcas do setor de moda (DAPesquisa, 2009). Na ID, as linhas grossas que se conectam em arestas arredondadas significam a troca de diálogos durantes as discussões em sala, formando um prisma. O símbolo está atrelado à ideia de interseccionalidade, ao passo que, na posição em que se encontra, faz referência a um amplificador do som, representando a comunicação. A escolha das cores se relaciona ao enfoques da disciplina, o universo queer, e à pluralidade do grupo. Como aos debates das aulas articulavam questões da modernidade, a fonte escolhida para logotipo foi a Cocogoose, que como outras fontes sem serifa tem características bem modernas, influenciadas pelo movimento Bauhaus - como escreve Schnitman, em  A arte sutil da tipografia (EDUFBA, 2007). Após a aprovação da ID, começamos a estruturar a frequência de postagens e a formatação do blog. Em 25 dias, publicamos 41 posts, rendendo uma média de 13 textos por semana. As publicações foram realizadas sempre entre as 10 e as 14 horas. Decidimos ainda dividir os textos em editorias para melhor organizar os assuntos debatidos, sendo elas: Papo Feminista, ComQueer e Opinião. Os posts eram programados por cada integrante da disciplina, usando a mesma conta. O planejamento era monitorado coletivamente a partir de uma planilha criada no Google Docs, com datas, horários, temas e títulos das postagens, integrante responsável pela publicação e status de publicação. No Instagram, seguíamos uma programação de publicação diferente. Foram produzidos materiais exclusivos para a rede, como fotos com filtros ilustrando os textos, vídeos chamando para a pauta semanal e também cartões de datas comemorativas que tinham ligação com nossas pautas. Tudo isso sempre afirmando a ID do blog, pelo uso das cores na organização do grid e com uma linguagem atrativa ao público-alvo. Mesmo com apenas um mês de movimentação de postagens, tivemos resultados quanti e qualitativos satisfatórios. Alcançamos 931 visualizações no blog, e 109 seguidores no Instagram, até às 14h58 do dia 14/4/2019. Além disso, uma das integrantes, que fazia a redação no Instagram, foi chamada para uma vaga de estágio devido suas produções. Para nós, os efeitos mais impactantes de toda a jornada foi o enriquecimento profissional e pessoal, que nos fez criar um senso ainda mais analítico sobre as abordagens midiáticas. Foi importante contribuir com a expansão das discussões teóricas que ultrapassaram os muros da universidade, tocando os mais de 900 cliques dados por trás da tela.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>