XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE

O ensaio fotográfico Fragmentos do Cotidiano – Poéticas Urbanas, fez parte do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido no curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFSJ. O trabalho aborda o gênero fotográfico street photography (fotografia de rua) e foi desenvolvido no âmbito do cenário urbano são-joanense. Imagens obtidas a partir de reflexos em poças d’água e em outras superfícies espelhadas compõem a narrativa visual do fotolivro. O cotidiano da “cidade onde os sinos falam”, a arquitetura e os transeuntes foram fotografados no projeto como forma de contribuir com a construção da memória cultural, histórica e social da localidade.

O movimento das ruas e a arquitetura histórica sempre me despertaram interesse. Visando um olhar mais poético e autoral, iniciei então meu Projeto de Conclusão de Curso, tendo como foco a fotografia de rua, de onde vêm minhas maiores referências, que são os fotógrafos Paulo Rubens Fonseca, Vivian Maier e Hildegard Rosenthal. Em meu trabalho procuro fazer registros a partir de superfícies espelhadas, como poças d’água, vidros de carros e pequenos espelhos, buscando assim construir uma narrativa visual urbana. O trabalho surge também como uma espécie de homenagem a uma cidade hospitaleira e tão importante para a história do Brasil. Nos detalhes das igrejas imponentes e os casarios que resistem ao tempo, que às vezes passam despercebidos no nosso cotidiano, procuro captar imagens caminhando pela cidade.

Os Fragmentos do Cotidiano, contêm uma poética, ou seja, possuem poesia, emoção e sensibilidade, palavras cada vez mais raras em nosso dia-a-dia. Vivemos em um mundo globalizado, onde o tempo é veloz e a contemplação é efêmera; e onde parece não haver espaço para a contemplação. De acordo com Luís Humberto (2000, p. 31), “não há paz, não há pausas. Refletir faz-nos perder tempo. Refletir perdeu o sentido”. O consumo é exacerbado, a produção é em grande escala, gasta-se muito tempo no trânsito e nas redes sociais, e cada vez menos olhamos para nós mesmos em meio a todo esse caos da vida moderna. Momentos são registrados, mas cada vez menos são vividos ou assimilados. Vivemos em uma sociedade repleta de urgências, e qual seria o papel da arte em meio a esse cenário?

A arte de fotografar tem, pois, a função de nos apontar um caminho e de nos
propiciar o autoconhecimento. O processo de confecção da série fotográfica, partiu de um exercício diário de experimentação, de reflexão, de testar as possibilidades, de buscar um estilo na fotografia. Conhecer o trabalho de Vivian Maier (1926-2009), foi um grande passo nessa trajetória para o amadurecimento de meu olhar sobre a cena urbana. Passei a estar mais atenta ao cotidiano da cidade, busquei inspiração no simples e passei a extrair da efemeridade de uma poça d’água, uma imagem imprevisível e ao mesmo tempo surpreendente.

A técnica de pesquisa baseou-se em leituras de obras com abordagem técnica e teórica sobre a linguagem fotográfica. Outro ponto crucial foi o foco em fotógrafos que foram referências na área. Na disciplina de Linguagem Fotográfica conheci o trabalho de Henri Cartier Bresson (1908-2004), um pintor francês que se deixou cativar pela fotografia, aos 22 anos, durante uma viagem que fez à África. Era um fotógrafo que registrava as ruas com sua Leica com lente de 50 mm, transformando cenas corriqueiras em obras primas. No ano de 1947, em parceria com os fotógrafos Robert Capa (1913-1954), David Seymour (1911-1956), George Rodger (1908-1955) e Willian Vandivert (1912-1989), fundou a Agência Magnum Photo. Tal conhecimento foi para mim marcante e despertou-me interesse e fascínio pelo universo fotográfico.

Outro grande nome da fotografia de cenário urbano que me inspirou foi a babá
Vivian Dorothea Maier (1926-2009), que realizou registros nas cidades de Los Angeles e Chicago. Com sua Rolleiflex, durante os dias de folga, Vivian fotografava as ruas, os edifícios e as pessoas, tendo ao todo feito mais de 150 mil fotografias. Porém, seu trabalho ficou no anonimato durante toda a sua vida e seus registros só foram descobertos em 2007, quando o historiador John Maloof, reconheceu o valor artístico, histórico e documental do material.


INSCRIÇÃO:	00540

CATEGORIA:	PT

MODALIDADE:	PT03

TÍTULO:	Fragmentos do Cotidiano - Poéticas Urbanas

AUTORES:	Thais Andressa da Silva (Universidade Federal de São João del-Rei); Kátia Hallak Lombardi (Universidade Federal de São João del-Rei)

PALAVRAS-CHAVE:	, , , ,

RESUMO
O ensaio fotográfico Fragmentos do Cotidiano – Poéticas Urbanas, fez parte do meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido no curso de Comunicação Social/Jornalismo da UFSJ. O trabalho aborda o gênero fotográfico street photography (fotografia de rua) e foi desenvolvido no âmbito do cenário urbano são-joanense. Imagens obtidas a partir de reflexos em poças d’água e em outras superfícies espelhadas compõem a narrativa visual do fotolivro. O cotidiano da “cidade onde os sinos falam”, a arquitetura e os transeuntes foram fotografados no projeto como forma de contribuir com a construção da memória cultural, histórica e social da localidade. O movimento das ruas e a arquitetura histórica sempre me despertaram interesse. Visando um olhar mais poético e autoral, iniciei então meu Projeto de Conclusão de Curso, tendo como foco a fotografia de rua, de onde vêm minhas maiores referências, que são os fotógrafos Paulo Rubens Fonseca, Vivian Maier e Hildegard Rosenthal. Em meu trabalho procuro fazer registros a partir de superfícies espelhadas, como poças d’água, vidros de carros e pequenos espelhos, buscando assim construir uma narrativa visual urbana. O trabalho surge também como uma espécie de homenagem a uma cidade hospitaleira e tão importante para a história do Brasil. Nos detalhes das igrejas imponentes e os casarios que resistem ao tempo, que às vezes passam despercebidos no nosso cotidiano, procuro captar imagens caminhando pela cidade. Os Fragmentos do Cotidiano, contêm uma poética, ou seja, possuem poesia, emoção e sensibilidade, palavras cada vez mais raras em nosso dia-a-dia. Vivemos em um mundo globalizado, onde o tempo é veloz e a contemplação é efêmera; e onde parece não haver espaço para a contemplação. De acordo com Luís Humberto (2000, p. 31), “não há paz, não há pausas. Refletir faz-nos perder tempo. Refletir perdeu o sentido”. O consumo é exacerbado, a produção é em grande escala, gasta-se muito tempo no trânsito e nas redes sociais, e cada vez menos olhamos para nós mesmos em meio a todo esse caos da vida moderna. Momentos são registrados, mas cada vez menos são vividos ou assimilados. Vivemos em uma sociedade repleta de urgências, e qual seria o papel da arte em meio a esse cenário? A arte de fotografar tem, pois, a função de nos apontar um caminho e de nos propiciar o autoconhecimento. O processo de confecção da série fotográfica, partiu de um exercício diário de experimentação, de reflexão, de testar as possibilidades, de buscar um estilo na fotografia. Conhecer o trabalho de Vivian Maier (1926-2009), foi um grande passo nessa trajetória para o amadurecimento de meu olhar sobre a cena urbana. Passei a estar mais atenta ao cotidiano da cidade, busquei inspiração no simples e passei a extrair da efemeridade de uma poça d’água, uma imagem imprevisível e ao mesmo tempo surpreendente.

INTRODUÇÃO
A técnica de pesquisa baseou-se em leituras de obras com abordagem técnica e teórica sobre a linguagem fotográfica. Outro ponto crucial foi o foco em fotógrafos que foram referências na área. Na disciplina de Linguagem Fotográfica conheci o trabalho de Henri Cartier Bresson (1908-2004), um pintor francês que se deixou cativar pela fotografia, aos 22 anos, durante uma viagem que fez à África. Era um fotógrafo que registrava as ruas com sua Leica com lente de 50 mm, transformando cenas corriqueiras em obras primas. No ano de 1947, em parceria com os fotógrafos Robert Capa (1913-1954), David Seymour (1911-1956), George Rodger (1908-1955) e Willian Vandivert (1912-1989), fundou a Agência Magnum Photo. Tal conhecimento foi para mim marcante e despertou-me interesse e fascínio pelo universo fotográfico. Outro grande nome da fotografia de cenário urbano que me inspirou foi a babá Vivian Dorothea Maier (1926-2009), que realizou registros nas cidades de Los Angeles e Chicago. Com sua Rolleiflex, durante os dias de folga, Vivian fotografava as ruas, os edifícios e as pessoas, tendo ao todo feito mais de 150 mil fotografias. Porém, seu trabalho ficou no anonimato durante toda a sua vida e seus registros só foram descobertos em 2007, quando o historiador John Maloof, reconheceu o valor artístico, histórico e documental do material. O fotógrafo francês Pierre Verger (1902-1996), também importante referente neste projeto, registrou Salvador (BA), com instinto estético, documental, humanista e social. Jorge Amado (1912-2001), um dos maiores nomes da literatura brasileira, descreve a relação do fotógrafo com a cidade, no prefácio do livro Retratos da Bahia, publicado em 1980, “Verger andou ruas, becos, subiu e desceu ladeiras, tocou a realidade e o mistério, e a força que o impulsionou foi o amor: amor pela cidade e pelo povo. Rubens Fernandes Júnior (2003, p.151), comenta ainda que Verger, soube como ninguém mostrar que a fotografia não é a demonstração do óbvio, mas da emoção e da revelação do outro.

OBJETIVO
As fotografias que compõem a narrativa da série Fragmentos do Cotidiano ਀ጀ倠漀琀椀挀愀猀唀爀戀愀渀愀猀Ⰰ 昀漀爀愀洀爀攀愀氀椀稀愀搀愀猀攀渀琀爀攀漀猀洀攀猀攀猀搀攀樀愀渀攀椀爀漀攀漀甀琀甀戀爀漀 de 2018, na cidade de São João del-Rei (MG). O processo de produção ਀漀挀漀爀爀攀甀攀洀琀爀猀攀琀愀瀀愀猀㨀瀀爀ⴀ瀀爀漀搀甀漀Ⰰ 瀀爀漀搀甀漀攀瀀猀ⴀ瀀爀漀搀甀漀⸀ 䄀 pré-produção do trabalho aconteceu, em sua maioria, através da pesquisa ਀戀椀戀氀椀漀最爀昀椀挀愀攀戀甀猀挀愀瀀漀爀爀攀昀攀爀渀挀椀愀猀渀愀 爀攀愀搀愀猀琀爀攀攀琀瀀栀漀琀漀最爀愀瀀栀礀⸀ 䰀椀 alguns textos sobre fotografia e assisti vídeos no Youtube com dicas ਀攀猀瀀攀挀昀椀挀愀猀猀漀戀爀攀昀漀琀漀最爀愀昀椀愀搀攀爀甀愀Ⰰ 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀渀漀猀猀椀琀攀猀䌀愀渀漀渀 College e no Resumo Fotográfico. Busquei também por nomes de fotógrafos ਀渀愀 爀攀愀Ⰰ 搀漀猀焀甀愀椀猀瀀甀搀攀挀漀渀琀攀洀瀀氀愀爀愀猀椀洀愀最攀渀猀Ⰰ 漀焀甀攀挀漀渀琀爀椀戀甀椀甀瀀愀爀愀漀 amadurecimento de meu olhar, bem como para o aprofundamento sobre a ਀琀攀洀琀椀挀愀⸀㰀搀椀瘀㸀䐀攀挀椀搀椀琀愀洀戀洀昀漀挀愀爀攀洀甀洀愀爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀漀搀愀挀椀搀愀搀攀挀漀洀甀洀 viés mais artístico a partir dos reflexos. As imagens obtidas se ਀愀猀猀攀洀攀氀栀愀洀Ⰰ 攀洀愀氀最甀洀愀猀瘀攀稀攀猀Ⰰ 挀漀洀愀焀甀愀爀攀氀愀猀Ⰰ 焀甀攀愀瀀爀攀猀攀渀琀愀洀挀攀爀琀愀猀 ondulações e distorções. Desenhar com a luz, experimentar a cidade e ਀琀漀搀愀愀挀爀椀愀琀椀瘀椀搀愀搀攀焀甀攀攀氀愀  挀愀瀀愀稀搀攀漀昀攀爀攀挀攀爀⸀ 䄀昀漀琀漀最爀愀昀椀愀愀瀀愀爀琀椀爀 dos reflexos tornou-se para mim algo envolvente, onde cada passeio, em ਀戀甀猀挀愀搀攀椀洀愀最攀渀猀挀漀渀琀爀椀戀甀椀甀瀀愀爀愀甀洀攀渀挀漀渀琀爀漀挀漀洀椀最漀洀攀猀洀愀攀椀渀琀攀渀猀椀昀椀挀漀甀 minha paixão pela cidade, pelas pessoas, pelas tradições e pela minha ਀挀愀爀爀攀椀爀愀⸀㰀⼀搀椀瘀㸀一愀昀愀猀攀搀攀瀀爀漀搀甀漀洀攀搀攀搀椀焀甀攀椀愀昀漀琀漀最爀愀昀愀爀攀 experimentar intensamente a cena urbana. Em alguns dias, cheguei a ਀爀攀瀀攀琀椀爀漀洀攀猀洀漀瀀攀爀挀甀爀猀漀瀀漀爀瘀爀椀愀猀瘀攀稀攀猀Ⰰ 瀀漀椀猀挀攀渀愀猀琀漀琀愀氀洀攀渀琀攀 diferentes surgiam a cada registro. Foquei, na maioria das imagens, em ਀瀀氀愀渀漀猀愀戀攀爀琀漀猀Ⰰ 瘀椀猀愀渀搀漀挀愀瀀琀愀爀漀挀攀渀爀椀漀挀漀洀甀洀洀愀椀漀爀渀切洀攀爀漀 informações. Em outras, procurei fotografar detalhes no primeiro plano. ਀䘀漀焀甀攀椀洀攀甀琀爀愀戀愀氀栀漀渀漀挀攀渀琀爀漀栀椀猀琀爀椀挀漀搀攀匀漀䨀漀漀搀攀氀ⴀ刀攀椀Ⰰ 瀀漀椀猀攀爀愀 área onde situava-se minha casa e o local dos estágios. Após essa fase ਀昀漀椀爀攀愀氀椀稀愀搀漀漀琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀搀愀猀椀洀愀最攀渀猀愀瀀愀爀琀椀爀搀漀瀀爀漀最爀愀洀愀䄀搀漀戀攀 Lightroom. As fotos não sofreram nenhum tipo de manipulação, apenas ਀琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀渀愀挀漀爀攀挀漀爀琀攀猀瀀愀爀愀洀攀氀栀漀爀愀爀漀攀渀焀甀愀搀爀愀洀攀渀琀漀⸀ ਀

JUSTIFICATIVA


MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS


DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO


CONSIDERAÇÕES


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS