ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00545</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Muito Tiro, Pouca Aula</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Juan de Melo Ferreira (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO); Raíssa Rodrigues Alves (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Nicolas Teixeira Ferreira (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); José Cardoso Ferrão Neto (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Muito Tiro, Pouca Aula é um rádio documentário que explora como o conflito armado dentro de favelas e periferias do Rio de Janeiro afeta drasticamente o cotidiano dos estudantes desses espaços. Para o entendimento prévio sobre o assunto, o levantamento de dados por meio de diversos veículos hegemônicos foi de extrema importância para pensar em qual seria a angulação da pauta. Os veículos de massa retratam um imaginário já construído e consolidado sobre os conflitos armados dentro das comunidades, mas não exploram e/ou adentram as consequências que os conflitos causam na vida dos estudantes. Partindo desse pressuposto, viu-se a necessidade de ir atrás de veículos comunitários, uma vez que estes retratam a verdadeira realidade e os impactos gerados pelos confrontos armados, sem banalizar a violência. Embora o cancelamento de aulas por conta dos tiroteios esteja presente nos jornais diários, os jornais comunitários conseguem ter mais precisão sobre o fechamento das escolas. A partir da pesquisa feita por esses veículos de comunicação, foi possível observar com mais precisão como a violência afeta as áreas periféricas. Muitos alunos são atingidos diretamente pela violência durante as aulas, devido a proximidade dos confrontos com a escola. No entanto, também foi utilizado o cruzamento de dados sobre as notícias de operações policiais dos principais veículos do município com os jornais comunitários. Segundo dados da Secretaria Municipal de Educação do Rio, 439 unidades (escolas municipais, estaduais e creches públicas) já foram obrigadas a fechar as portas ao menos uma vez em 2017, afetando um total estimado em 157.920 alunos. A maioria das escolas prejudicadas se localiza nas Zonas Norte e Oeste da cidade, com os bairros de Costa Barros, Acari e Cidade de Deus concentrando o maior número de unidades de ensino à mercê da violência. Diante desses dados, o grupo decidiu que era preciso utilizar o recurso do rádio documentário, aproveitando seu caráter narrativo para poder aprofundar o tema. Além disso, as particularidades do rádio conseguem facilitar a difusão do conteúdo. Segundo Ortriwano (1985), a penetração permite com que o rádio atinja praticamente todas as localidades e, consequentemente, todas as classes: a mobilidade faz com que seus operadores penetrem lugares que outros veículos têm dificuldade de acessar; e a sensorialidade ocasiona com que o rádio mexa com os sentimentos e com a imaginação dos ouvintes. Aulas interrompidas por tiroteios e alunos buscando refúgio são cenas que se repetem nas escolas de zonas conflagradas. Fazer um produto sobre esse tema é não só praticar as técnicas de rádio aprendidas na Universidade, mas também  atravessar os muros da Academia e discutir um assunto que influencia no desempenho escolar de inúmeras crianças e adolescentes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O levantamento de dados e estatísticas foi de extrema importância para o entendimento do tema ao longo da produção do trabalho. Foram reunidos artigos, notícias e reportagens que abordavam o assunto e exploravam as nuances da problemática. A Redes de Desenvolvimento da Maré foi crucial para esse ponto. Os estudos realizados pela ONG destacam a negligência do Estado e a falta de estratégias de segurança pública em dias de operações policiais e as consequências desse mal planejamento. Algumas perguntas foram norteadoras para o processo de produção, sendo elas:  Qual o impacto a longo e curto prazo que os conflitos causam? ,  Quais os problemas ao realizar uma operação policial durante o horário de aula? ,  Como é o cotidiano desses estudantes? , Como os professores atuam diante desse cenário? . Após a etapa de pesquisas e levantamento de questionamentos, iniciou-se o processo de entrevistas de campo. Em contato com a Redes da Maré, foram entrevistadas duas coordenadoras do Eixo de Segurança Pública, sendo elas Shyrlei Rosendo e Lidiane Malanquini, que contribuíram com falas e dados essenciais que revelam os impactos diretos do fechamento das escolas e como o conflito armado pode refletir na perspectiva de sonhos das crianças da comunidade. A vivência do mobilizador social, Arthur Viana, e a lembrança da estudante Edivânia Maria foi de suma importância para entender o quão traumático e marcante os vestígios que uma operação policial na àrea escolar pode deixar. A futura professora, Gabriela Pires, complementa esse entendimento ao falar que os impactos do conflito não são apenas os dias de aula perdidos, mas também como a violência acaba sendo banalizada nesses meios. Com o relato das estudantes Bárbara Horrana e Leticia Rodrigues foi possível identificar que os impactos não estão somente relacionados ao direito à educação, assim como o de ir e vir. A pesquisadora Danielle Sanches falou sobre medidas que poderiam ser aplicadas pelo governo para diminuir os prejuízos causados pela violência. E no mesmo eixo, Felipe Chaves questiona o porquê existe a falta de diálogo entre a segurança pública e a educação. Por último, uma professora da educação infantil do Jacarezinho, bairro da zona norte do Rio de Janeiro, fez um relato sobre o dia que aconteceu uma operação policial enquanto ela lecionava. A docente não quis ser identificada por motivos de segurança. Todas as fontes foram essenciais para a construção do radiodocumentário, o que até mesmo dificultou a seleção das sonoras. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodocumentário foi pensado, desenvolvido e produzido entre setembro e dezembro de 2018. A produção conta com a duração de 17 minutos e 9 segundos, e é locutada e apresentada pelos estudantes Nicolas Teixeira e Raíssa Rodrigues O tema surgiu após a aula inaugural do V Curso de Extensão Mídia, Violência e Direitos Humanos, que aconteceu na Universidade Federal do Rio Janeiro em agosto de 2018. Durante o evento, a fala da candidata a Deputada Estadual Renata Souza, hoje eleita, trouxe à tona o problema do fechamento das escolas devido à conflitos armados. Logo após a palestra, o grupo se reuniu e destacou a importância de produzir um produto radiofônico que explorasse essa problemática e tratasse o tema de uma forma que a mídia hegemônica não trata. A partir dos questionamentos feitos pelo grupo, foi feito a relação das possíveis fontes: instituições que atuassem e pesquisassem sobre os impactos da violência dentro das favelas; especialistas que soubessem explicar as consequências da violência à curto, médio e longo prazo; estudantes que viveram e/ou vivem essa realidade; e um professor que atuasse dentro desse contexto escolar. Foram realizadas 10 entrevistas durante o período de produção. A escolha dos personagens foi feita a partir dos espaços de vivência de cada um e da necessidade de responder os questionamentos levantados. Em todo o processo, frisou-se a importância de realizar as entrevistas pessoalmente. Por isso, o grupo deslocou-se de Seropédica, Baixada Fluminense, para alguns pontos do Rio de Janeiro, como Complexo da Maré, Rocinha e Botafogo. Contudo, algumas sonoras foram captadas via WhatsApp, devido à dificuldades financeiras e de locomoção por parte dos integrantes do grupo. Entretanto, esse empecilho não atrapalhou o resultado final do produto. A estrutura do radiodocumentário foi divida em partes para criar uma narrativa que contextualizasse o atual cenário do fechamento das escolas devido aos confrontos armados e seus impactos. Na abertura do programa, o ouvinte é emergido ao pot-pourri de diversas notícias sobre o tema. Em seguida, os locutores trazem dados do quadro de violência na cidade do Rio de Janeiro, e destacam o caso do estudante Marcos Vinícius, que foi assassinado durante uma operação policial na Maré. As primeiras sonoras tratam da indignação de como o Estado atua na segurança pública. E logo em seguida, traz uma lembrança que ilustra como o medo faz parte do cotidiano. Alunos da UFRRJ foram entrevistados, desse modo, foi possível observar a influência dos conflitos armados na educação superior. Embora a violência não afete diretamente o campus universitário, para os estudantes que moram em áreas periféricas da cidade, o acesso a faculdade se torna mais difícil nos dias de conflito. Uma vez que todo o roteiro do radiodocumentário foi elaborado, deu-se início a parte técnica do produto. A trilha sonora foi utilizada de uma forma que pudesse abordar o assunto pautado pelo documentário, e que ao mesmo tempo representasse a essência das comunidades. Optou-se por utilizar raps na maioria das transições de locução. Não apenas pelas mensagens nos trechos escolhidos, mas também por toda a história desse movimento musical e artístico. Para complementar a trilha sonora foram introduzidos dois poemas,  Toda criança do mundo de Ruth Rocha e  Minha terra tem horrores de dois estudantes da Penha que não foram identificados. O curso de Jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro não oferece um laboratório ou estúdio de rádio. Por isso, as locuções foram gravadas na residência de um dos alunos, e em um só dia para que não houvesse diferença de som ambiente e entonação entre uma locução e outra. O gravador usado foi o Zoom H4n Pro Digital Handy Recorder 4 Canais. Para a edição, utilizou-se o software de livre acesso e uso, o Audacity.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>