ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00704</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Duas cadeiras  Jornalismo Literário, cultural e multimídia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Andre Luiz Godinho Aguiar (Universidade Federal de Viçosa); Henrique Moreira Mazetti (Universidade Federal de Viçosa)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto "Duas Cadeiras" (disponível em www.jornalismo.ufv.br/duascadeiras) tem como objetivo experimentar novas formas de contar histórias e falar sobre arte, explorando foto, áudio e vídeo e utilizando as técnicas do Jornalismo Literário. A partir das experiências e relações de leitoras comuns com o livro e a ficção, refletimos sobre questões pertinentes ao Jornalismo Cultural hoje, como a valorização da subjetividade (abrindo mão do efeito de objetividade para evocar emoções e fugir das técnicas tradicionais do jornalismo, que privilegia a informação em detrimento da forma) e da necessidade do constante diálogo dos jornalistas com a comunidade dado o momento atual de crise de confiança nos meios jornalísticos tradicionais (uma alternativa à escolha de pautas de divulgação, hoje expressas em sua maioria por agências e assessorias de comunicação e imprensa). Neste projeto experimental, diferente do que é feito hoje em dia, quando o espaço dos cadernos especializados é constantemente reduzido, foi defendido um jornalismo de arte e cultura que use mais que palavras - um apelo para que os jornalistas debrucem-se sobre a percepção e a simbologia e que utilizem novas estratégias para aguçar a fruição da cultura. Acredita-se que o cruzamento da linguagem verbal, da linguagem visual e da linguagem sonora pode compreender mais detalhes que o jornalismo dos cadernos e revistas de cultura. Por isso, técnicas comuns do jornalismo multimídia  textos longos, design responsivo, leitura verticalizada, aglutinação de ferramentas de áudio, imagem e vídeo, interatividade  e do jornalismo literário  subjetividade, apuração extensa e rigorosa, observação atenta, técnicas de escrita da literatura, discussão de temas sociais e problemas atuais, abordagem ética dos personagens  se tornaram caminhos para criar este modo diferente de fazer o jornalismo cultural e apresentar as experiências das leitoras e de suas histórias preferidas de uma maneira mais detalhada, com mais elementos sensíveis. O projeto experimental foi apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso do recém-graduado Andre Luiz Godinho Aguiar em dezembro de 2018, sob orientação do professor Henrique Moreira Mazetti.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Nem sempre foi de maneira individualizada que se deu a disseminação do texto literário: na Grécia antes de Platão, poetas carregavam na memória suas histórias de heróis e propagavam oralmente estes feitos para seus alunos. Neste momento histórico já existia uma tendência a uma interpretação correta: os mais velhos detinham as palavras de divina sabedoria e as histórias dos tempos passados, enquanto os ouvintes eram detentores apenas da oportunidade de estar presente  do artigo "Quando o mundo some", de Belintane (2018). Estas práticas de canalização da informação e hierarquias de conhecimento e poder continuaram até a invenção da imprensa, quando foram inventadas as edições em grande escala. Logo a leitura viria a ser popularizada como um hábito individualizado, que adquire vínculos emocionais do leitor com o autor e com o texto, como afirma Scliar, no livro "Retratos da leitura no Brasil" (Imprensa Oficial SP, 2008). Sozinhos, os leitores deixam de estar à mercê das leituras em voz alta, das entonações escolhidas por outras pessoas. Para Manguel, em "A História da Leitura" (Companhia das Letras, 2004), um livro lido em particular não está mais sujeito às orientações, censuras, condenações e esclarecimentos de outra pessoa  as associações se tornam livres. Em contrapartida, os veículos culturais continuam com este ciclo de avalizar os objetos culturais de prestígio, valorizando sempre os mesmos nomes feitos. Esta herança, dos críticos (ou dos escreventes) como detentores da verdade, vem sendo carregada desde o século XVI, quando os proprietários da linguagem eram os escritores e estes estabeleciam os cânones e hierarquias oficiais e atribuam intenções às obras em circulação - como afirma Barthes, em "O Rumor da Língua" (Martins Fontes, 2004). O problema é que a autoridade institucional de um discurso é tão forte quanto contraditória. Tanto os critérios de julgamento quanto os critérios para a presença ou ausência de uma obra nas páginas de um caderno cultural são geralmente complexos, subjetivos e arbitrários, como afinidade entre o crítico e o artista ou a força de seu agenciamento/assessoramento  segundo Coli, no livro "O que é Arte" (Brasiliense, 1995). Eco, no livro "Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção", (Companhia das Letras, 2011) afirma que as leituras de um texto não podem ser resumidas: se a literatura é simbólica, não podemos presumir leituras ou modos de leitura únicos, nem mesmo critérios de julgamento universais. Nenhuma autoridade pode nos impor uma leitura ou interpretação como mais importante que outra. Para Chartier, no livro "A aventura do livro" (UNESP, 1999) cada leitor dispõe da legitimidade e do direito a um julgamento pessoal, mesmo distante da academia e dos sábios. Cada leitura se torna também uma apropriação inventiva quando acontece e o consumo cultural é, em si mesmo, uma forma nova de produção. Neste sentido, quando este projeto dá destaque a leitoras comuns, em especial aqueles que comumente não tem autoridade e "erudição" (como mulheres, negros e LGBTs), ele permite um diferente tipo de crítica ou um novo gênero ao Jornalismo Cultural. Uma crítica que assume a subjetividade, a polifonia e o ponto de partida de cada indivíduo (como afirma Baccega, 2000) e ressalta as histórias e memórias que podem cercar os hábitos e gostos de leitura de cada um, apostando na diversidade e na pluralidade de pessoas e de livros. O trabalho opinativo e a popularização de um livro, autor ou temática podem estar acompanhados de uma história de vida, que ilustre ou justifique seu gosto ou, em outros casos, funcione como um elemento de aproximação dos leitores da crítica com a literatura. Por fim, importante salientar que propor a presença e valorização maior da leitura emocional não significa propor a eliminação de uma leitura racional do Jornalismo ou da academia. Pelo contrário, reconhecer a existência de outros modos de leitura favoreceria o resultado final, apresentaria ângulos diferentes de um mesmo objeto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante três meses  agosto, setembro e outubro de 2018  foram marcados encontros com seis leitoras de realidades e gostos diferentes  todas foram selecionadas por indicações de conhecidos, marcações no instagram e pessoas já conhecidas. Para todas as seis, logo no primeiro contato, fiz a mesma pergunta: "Qual o livro mais marcante que você leu?". A ideia era que as respostas tivessem o mínimo de restrições possível, que qualquer livro valesse e que os critérios utilizados para a decisão fossem puramente pessoais: afeto, aproximação com os personagens, situações e lugares parecidos com os que viveu, um tema que provocou novas formas de pensamento ou reforçou convicções... Compartilhamos seis livros de formatos distintos (romance clássico, livro policial, livro infantil, história em quadrinhos, não-ficção e romance modernista) e trocamos nossas impressões durante bastante tempo, com as histórias e lembranças tomando o espaço das cadeiras de um café, bancos em livrarias e de uma mesa em uma padaria. As conversas (ou as entrevistas semi-estruturadas, em profundidade) foram decupadas a seguir e criamos o roteiro para redação dos textos. Foi impossível não me deixar afetar por cada uma das histórias que ouvi - histórias tanto felizes quanto tristes, tanto de superação quanto de aceitação. Além disso, minha relação com algumas fontes já era próxima. Por isso, o Jornalismo Literário foi um caminho para não perder a emoção dos relatos e poder transmitir essas sensações que o jornalismo tradicional (que busca, em vão, distanciamento e imparcialidade) tenta evitar. Este movimento ou estilo também seria caracterizado pela despreocupação com o desejo por novidade e a periodicidade dos jornais e revistas  característica que está ligada à flexibilização dos limites de tempo e espaço como fator de produção no Jornalismo Multimídia, outra escolha do projeto. Também optou-se por assumir posicionamentos políticos e levantar discussões relacionadas à sociedade em boxes, que tanto informam quanto provocam. Há discussões sobre baixa autoestima intelectual, sobre os recentes casos de denúncias de assédio em Hollywood e os boicotes a obras de alguns atores e diretores por eles serem criminosos ou preconceituosos e, por fim, importância de lermos histórias de um ponto de vista diferente da norma, o ponto de vista de escritoras negras. Todos os textos presentes no projeto foram construídos para estarem incompletos: nenhum deles recebeu descrições físicas das leitoras para que as fotografias representassem as pessoas e se aliassem às palavras. Além disso, os vídeos podem apresentar voz, sotaque e trejeitos. Ambos também foram feitos em cenários condizentes com as histórias  um local abandonado para o livro Capitães da Areia, por exemplo. O único perfil que não contempla vídeos, relacionado à trilogia Xampu, traz músicas e efeitos sonoros (como som de trânsito) que ambientam o leitor nesta narrativa sobre rock e drogas. Esta decisão foi tomada para não contrapor a animação do vídeo com o estático dos quadrinhos. Estas histórias de amor pelos livros que ouvi foram registradas e reunidas no site do projeto experimental Duas Cadeiras  um nome que indica o contato, o encontro e a troca de experiências buscada durante a construção das publicações. Para representar a diversidade de leitores e visões de mundo sobre a literatura, a identidade visual utiliza letras em tamanhos diferentes, mas que se encaixam, formando o nome do projeto. A identidade visual foi criada utilizando o programa CorelDRAW X3 e o site foi composto com o plugin Elementor para Wordpress, que permite distribuir vídeos, textos, imagens e banners em qualquer localidade do site e permite criar versões diferentes do site para cada dispositivo, como notebook, celular ou tablet  necessidade atual e que foi contemplada integralmente, sem prejuízos em nenhuma das versões.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>