ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00896</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O Mito</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;IGOR TORRES MENEZES (CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA); Edilberto Américo Prado Silva (Centro Universitário Newton Paiva); Douglas Magno Alves dos Santos (Centro Universitário Newton Paiva); Isabela Maria Castro (Centro Universitário Newton Paiva); Lamounier Lucas Pereira Junior (Centro Universitário Newton Paiva)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta metragem ficcional denominado de "O Mito" é um projeto interdisciplinar do gênero "drama", onde sua história se baseia em como a vida de pessoas, aqui representando comunidades, seria alterada caso um líder político ascendesse ao poder e ganhasse as eleições. A produção do curta metragem ocorreu dentro da disciplina de Direção de Arte, presente na grade do curso de graduação em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda no ano de 2018. O tema foi de escolha livre, embora o modelo de produto tenha sido requisitado pelo professor orientador da matéria, Lamounier Lucas Pereira Júnior. Por se tratar de um tema para muitos polêmico e para respeitar o direito de imagem e o nome do candidato em questão, em momento algum durante toda a produção audiovisual é citado o nome próprio do parlamentar. Para conseguir apresentar o tema e dar sentido à trama construída, trabalhamos os signos e codinomes que trazem a representação do candidato, conseguindo assim transmitir nossa mensagem e evitando contratempos judiciais. Nossa intenção foi criar um momento de reflexão sobre algumas - senão todas - as ideologias políticas apresentadas durante o período de eleição e como a aplicação de várias delas podem mudar a vida de milhares de pessoas dentro do país. O curta não aborda diretamente o período eleitoral, mas sim o processo de governo e aplicação de novos regimes, excedendo apenas a questão política, trabalhando sobre como os discursos do então candidato afetariam a sociedade como um todo, afetando o livre arbítrio e questões como a liberdade da identidade de gênero, orientação sexual, práticas racistas e os direitos das mulheres. Na década de 80, iniciou-se nos Estados Unidos da América uma nova categoria, que depois se tornaria uma das discussões muito abordadas nos dias de hoje: os nomeados "crimes de ódio". Segundo explica Silvia Regina Pontes Lopes em seu artigo  Crimes de ódio e repressão penal da homofobia no Brasil: riscos para uma Integração Social Agnóstica a Partir da Tensão entre Conflitualidade, violência punitiva e democracia (2008; p.3051), essa foi a época onde se iniciou o processo de criminalização de práticas que ameaçam a sociedade e atrapalham o bem estar de todos os diferentes grupos existentes dentro dela. Foi a partir desta data, explica ela, que por exemplo, foi iniciada a discussão sobre os crimes de homofobia e o desenvolvimento do Projeto de Lei da Câmara 122/2006 a fim de tentar proteger este grupo de pessoas vítimas de crimes tratados como "crimes de ódio". Baseado em termos como este, um dos principais presentes durante todo o período eleitoral, é que buscamos, por meio deste curta metragem abordar tais discussões e apresentar versões fictícias de um futuro hipotético, onde o responsável por instigar tais assuntos ganhasse as eleições e afetasse assim a sociedade com este tipo de discurso, que o grupo considerou como violento, legitimando de maneira ideológica comportamentos por parte de seus seguidores. Buscamos também com este projeto dar voz à luta das diferentes comunidades acima citadas e transmitir a todos os espectadores do produto uma mensagem de alerta. Entendemos que muitas pessoas, mesmo apoiando o líder político, não compactuam com tais práticas. Mas talvez, tais lutas não sejam travadas por estes votantes. Por isso, nosso curta metragem não foi criado apenas para as pessoas, aqui chamadas de "vítimas", mas sim para todas as pessoas que pretendiam votar no que chamamos de "vilão" da nossa história. Nossa mensagem é muito mais do que apenas um alerta: é também um pedido de socorro, a fim de não deixar que as minorias tratadas na produção fossem vítimas de uma sociedade que hipoteticamente caminha para um nível arcaico de segregação e preconceito. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O roteiro do curta metragem foi desenvolvido mediante a uma situação sazonal. A época das eleições estava em andamento e muito do que rodava pelas mídias, sejam elas digitais ou tradicionais, nos inspiraram a tratar o tema de maneira mais pessoal, ficcional e ideológica. Para nortear nossa base, utilizamos dados presentes nos grandes veículos que tinham, em suas mãos, a comprovação das informações liberadas. Um exemplo disso foram os dados liberados pelo então ex-coordenador da Diretoria de Promoção dos Direitos LGBTQI+ do Ministério dos Direitos Humanos, Julio Pinheiro Cardia, entregues e veiculados com exclusividade pelo Portal UOL (Matéria de Wanderley Preite Sobrinho, 2018; 2019). Lá, Cardia aponta uma pesquisa extremamente alarmante, onde 8,027 pessoas da comunidade LGBTQI+ foram assassinadas por "crime de ódio" entre 1963 e 2018, motivados questões de gênero e orientação sexual. Essas notas saíram após o início das eleições, quase em seu final. Vale ressaltar que tal pesquisa sempre esteve nas mãos do governo federal, mas só agora em 2018 foram divulgadas a público. Essa pesquisa, que nos ajudou muito durante o processo de idealização do projeto, ainda contém informações relevantes para nortear nossa produção. No mês de Outubro de 2018, o Disque 100 (sistema de denúncia que registra crimes que vão contra os direitos humanos) registrou aumento dos "crimes de ódio" de 272% quando comparado ao número de 131 registros no mesmo mês no ano anterior. Segundo afirma o especialista Garcia, "Os eleitores do candidato Jair Bolsonaro se sentiram empoderados para fazer 'justiça com as próprias mãos' devido a antigos discursos proferidos pelo ex-deputado federal." Além disso, dados como os coletados pelo portal G1, em parceira com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública no projeto chamado de "Monitor da Violência" iniciado em 2017, mostram que o número de crimes contra a mulher, violência doméstica e feminicídio cresceram no Brasil nos últimos anos. Segundo a pesquisa, foram 4.473 homicídios dolosos, sendo destes, 946 feminicídios, registros estes do ano de 2017. O Monitor da Violência ainda completa que analisando estes dados, em média, doze mulheres morrem por dia no país. Por isso, como este e outros dos discursos muito vinculados ao do parlamentar, utilizamos destes dados para ajudar no processo de idealização do projeto, personagens e abordagens. Ainda sobre temas de incitação de ódio vinculados ao partidário do PSL, analisamos outra pesquisa, também realizada pelo G1 em 2018 pelo autor Léo Arcoverde e com dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública (SSP), agora referente ao racismo no país. A pesquisa fala que houve um crescimento de quase 30% de boletins de ocorrência vinculados a racismo e Injúria Racial registrados só no estado de São Paulo. Além disso, tivemos vários episódios no decorrer dos últimos anos que mostram o quanto o Brasil é um país racista. Questões como o caso da Copa do Mundo, onde uma brasileira gritava para um jogador, chamando-o de "macaco" e uma mãe, uma mulher branca do Rio Grande do Norte mandou o filho, um garoto também branco, fantasiado de escravo para a escola durante uma festa de Halloween. Casos como estes e muitos outros também foram fonte de inspiração para incluir o tema dentro do curta metragem produzido por nossa equipe. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"O Mito" tem duração de 3 minutos e 58 segundos. Para produzi-lo foram necessárias 5 locações (contando com as locações externas) e 2 dias completos de gravação. As locações foram: Duas casas; um ambiente externo residencial durante o dia; outro ambiente externo, desta vez fora da parte residencial da cidade mas sim no meio do centro urbano, em uma rua fechada onde se localizam bares e boates, filmado durante a noite; e uma boate, onde gravamos em ambiente interno. Entre as locações, uma delas foi a mais utilizada, onde aproveitamos de diferentes cômodos e das distintas estruturas da residência para criar ambientes distintos, um para cada personagem da produção. Como trilha sonora, trabalhamos a música Experience, produzida e interpretada pelo pianista e compositor Ludovico Einaudi e sua orquestra. A trilha foi liberada para utilização no curta pela empresa que representa o cantor em solo Brasileiro após contato de nossa equipe com eles. Os personagens principais presentes no curta metragem foram 4, sendo eles: Jéssica, uma jovem negra que no começo, período retratado no curta como 2018, ano de eleição, é uma garota feliz, que se orgulha de ser uma mulher negra e de seus traços, onde se diverte em uma balada com sua amiga. Logo após, é apresentada em 2022. Quatro anos após o parlamentar supostamente ganhar as eleições, Jéssica é representada em uma cena interna, onde, com um olhar desacreditado e infeliz, prende os cabelos em um sinal de perda, não de posse, mas de identidade. Uma metáfora utilizada para reproduzir as vítimas de racismo que devem, para se encaixar em uma sociedade racista, abdicar de seus traços para ser aceita. Outro personagem é Alex, um rapaz assumidamente gay, que se arruma em seu quarto para a parada LGBTQI+ de sua cidade. Na segunda parte (2022), Alex é retratado como um rapaz recluso e que precisa disfarçar sua orientação para se adequar à sociedade que o rejeita. Podemos ver isto não só no comportamento, mas também nos padrões de roupa e estética. Isac é nosso terceiro personagem, um rapaz adepto à arte Drag Queen, onde vê, nessa representação artística, motivação para a vida. Além disso, estar transvestido lhe dá um sentimento de poder, poder este que ele perde após o segundo ato no curta metragem, onde ele deve abdicar de sua arte. Este momento é representado quando ele se arruma para trabalhar, uma referência direta à enorme mudança em sua vida. De trabalhar se apresentando montado de Drag Queen até um funcionário monótono de uma empresa qualquer (em sua visão), Isac apenas se lembra de quando podia subir em um salto alto e sentir-se poderoso. Ele faz isso olhando para si mesmo no espelho e para suas roupas e perucas no guarda roupa, agora largadas em seus cabides. Por último, temos Raquel, uma mulher de negócios e independente, que perde tudo no segundo ato, onde fica à mercê do marido agressivo, suportando calada os abusos feitos por ele. Raquel representa as vítimas de violência doméstica e do machismo presente em nossa sociedade. A ideia de nomear os personagens foi com o intuito de humanizá-los e criar mais empatia pelos espectadores. Além disso, foi construído um anagrama, discreto no vídeo e entendido por aqueles que juntaram as iniciais de cada um deles durante as apresentações individuais de cada um. Cada letra mostrava uma cor a fim de destacá-la, e juntas apresentadas na ordem correta, formam o nome do parlamentar que assumiria o governo que às abusaria no futuro. Para a gravação foram utilizados uma câmera T5i e dois modelos de lentes, sendo elas a Canon 50mm 1,4 e a Canon 18 - 55mm. Além disso, duas peças de Led manuais foram utilizados para ajudar na iluminação, junto com um Sangam. Nós utilizamos planos sequências em movimento, close-up, contra-plongée, plongée, plano médio, frontal, perfil, MPP, PA e Long Shot. Dedicamos um longo período para posicionar objetos de cena para agregar mais aos ambientes de cada personagem. Edição realizada no Adobe Premiere Pro CC 2018. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>