ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00899</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Segredos do confessionário</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Heloisa Taveira Neves (Universidade de Franca); Moara Cristina Fernandes (Universidade de Franca); Juliana Teodoro Silva (Universidade de Franca); Ana Laura Ortiz Siqueira (Universidade de Franca); Igor José Siquieri Savenhago (Universidade de Franca)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este documentário radiofônico narra um caso ocorrido em 2010, em Franca, interior de São Paulo. Inspirado e redigido sob a visão da imprensa francana na época, a produção acompanha a história em que nove meninos que denunciaram um suposto esquema de pedofilia sustentado por um padre e outros encarregados religiosos por pelo menos dois anos. Pretende-se, ainda, com  Segredos do Confessionário , provocar uma reflexão sobre a realidade de milhares de crianças em igrejas pelo mundo inteiro. Padre José Afonso Dé, padre Dé, como era mais conhecido, tinha 74 anos quando meninos na idade entre 12 e 17 começaram a denunciar abusos que teriam acontecido na casa do clérigo. As denúncias assolaram a cidade, principalmente em razão da manifestação dos adolescentes de que pelo menos outros seis padres sabiam dos crimes do pároco e optaram por ficar em silêncio. Com isso, o documentário busca evidenciar o sistema de proteção existente dentro da igreja Católica que faz com que muitos casos como este fiquem impunes. Dividido em dez partes, o áudio retoma as primeiras denúncias, as investigações da polícia, o surgimento de novas vítimas, o posicionamento da igreja e a defesa do padre, finalizando com o encerramento do caso, que é contextualizado dentro de uma realidade gritante, a pedofilia na Igreja Católica, apresentando dados do mais recente escândalo, em igrejas dos Estados Unidos, e expondo o posicionamento do Papa Francisco. Depoimentos das vítimas estão presentes no documentário, que preferiram não aparecer  por isso, eles são lidos por uma estudante membro deste grupo  , como também do advogado de defesa de Dé, José Chiachiri Neto, da delegada, Graciela Ambrósio, responsável pela instauração do inquérito na época, entre outros. Embora narre uma história ocorrida em 2010, o documentário é atemporal. Em agosto deste ano, por exemplo, cerca de 300 padres americanos foram acusados de abuso sexual. De acordo com as investigações que estão sendo feitas em Nova Iorque, essa rede de pedofilia teria gerado mais de mil vítimas de religiosos católicos. Antes de 2010, muitos casos também ganharam repercussão. Ainda nos Estados Unidos, cerca de 17 mil vítimas denunciaram crimes de pedofilia que ocorreram entre 1950 e 1980. E não são apenas as denúncias que unem passado ao presente, mas também a impunidade. As audiências para investigar o sistema de pedofilia em Franca levaram mais de dois meses, e as conclusões, anos. Das nove acusações de estupro de vulnerável e atentado violento ao pudor às quais padre Dé foi submetido, ele foi inocentado em sete delas. Na Alemanha, por exemplo, uma investigação revelou 3.677 casos de pedofilia na igreja entre 1946 e 2014. A grande maioria destes crimes ficou impune. A partir disso,  Segredos do Confessionário é uma forma de reafirmar a memória das vítimas de pedofilia na Igreja Católica em Franca, alertando, de quebra, outras pessoas que casos como o de 2010 acontecem e, provavelmente, continuarão a acontecer caso pais e responsáveis não se atentem aos sinais e tenham condições de denunciar. Entre os objetivos específicos, está o de incitar discussões sobre o assunto, que tem abalado as estruturas de toda uma poderosa instituição cristã. Não deixando casos como este caírem no esquecimento podem pressionar o poder público e a igreja a tomarem medidas que visem à proteção dos jovens, unam os culpados e se certifiquem que as vítimas estão seguras para fazer as denúncias. Dessa forma, que histórias como essa que acabam perdidas no tempo, engavetadas e até escondidas possam reaparecer para que sejam, ao menos, explicadas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário é resultado de uma provocação para o desafio de fazer jornalismo de rádio em um cenário tomado pela internet, que acaba discutindo grande parte dos casos de maneira superficial. Durante a disciplina de  Radiojornalismo , aplicada no segundo semestre de 2018 pelo professor Igor Savenhago, foi pedido a este grupo e ao restante da turma, até então do 4º semestre do curso de Jornalismo, a criação de um produto jornalístico a ser veiculado no rádio. Os alunos poderiam decidir entre um documentário, um programa e uma grande reportagem. A escolha do documentário diz muito sobre o jornalismo que os membros desse grupo desejam consumir, embora não seja encontrado com facilidade. Em tempos de informação rasa, assumiu-se o compromisso de elaborar um conteúdo com profundidade, finalidade e capaz de cativar o ouvinte. Aqui, temos dois resgates cruciais da memória: um que está presente na escolha do tema e o outro, na abordagem. O documentário trata sobre as denúncias de uma suposta rede de pedofilia criada principalmente por um padre da Diocese Francana e gerida por demais clérigos da Igreja Católica em Franca. As vítimas, adolescentes, tornaram públicos os abusos sexuais que teriam sofrido, o que marcou a história da igreja na cidade. Entende-se que esse primeiro resgate seja fundamental, já que o jornalismo assume o caráter de vigia e mensageiro, apontando casos semelhantes e lembrando as pessoas de se importarem com eles. A abordagem é um segundo resgate. Faz referência ao jornalismo literário e teatral. Optou-se por uma narração que contasse a história como se ela estivesse acontecendo diante dos olhos do ouvinte. Mesmo com uma linguagem mais clara e contemporânea, o documentário não deixa de recordar aspectos de programas realizados a partir da década de 40, como o  Repórter Esso (1941  1968). Para que fosse possível recontar a história, foi necessário pesquisar. A busca por registros começou nos arquivos do museu municipal  José Chiachiri . Por pelo menos um mês, foram folheadas as edições dos dois jornais impressos diários que existiam na época: Comércio da Franca (1915) e Diário da Franca (1973  2017). Em razão do ano dos acontecimentos, quase nenhuma informação detalhada foi encontrada na internet. No primeiro semestre de 2010, a imprensa local dedicou grande parte de suas manchetes às denúncias. Com elas, foi possível reconstruir uma parcela significativa da história. Jornalistas que acompanharam o caso também foram consultados. Entre esses, uma das principais precursoras das acusações, Fernanda Bufoni, além de Nelise e Marcos Limonti. A etapa seguinte foi repleta de reencontros. Foram contatados muitos envolvidos, direta ou indiretamente, com o caso. Conversas que nem sempre tiveram a finalidade de serem gravadas ou reportadas. O objetivo era confirmar ou adicionar detalhes, além de garantir que o maior número de partes tivesse espaço para expor suas versões. Antes desses encontros, havia sido feita uma  triagem das fontes. O início foi marcado pela busca das vítimas que, em razão da hostilização que sofreram e ainda sofrem, apresentaram uma inacessibilidade compreensível, considerando, ainda, que o padre foi absolvido de sete das nove denúncias. Foram buscadas, também, pessoas próximas ao meio e ao contexto, como fiéis de longa data, coroinhas e acólitos. Padres citados durante as investigações e Diocese Francana foram procurados e ouvidos. Para que fosse possível a compreensão dos procedimentos judiciais, a encarregada pela delegacia da mulher e crimes contra vulneráveis, Graciela Ambrósio, que instaurou o inquérito para apurar as denúncias, também forneceu depoimentos. Representando o outro lado das investigações, o advogado de defesa do padre acusado, José Chiachiri Neto, deu declarações. Os papéis, então, foram o ponto de partida, mas essas fontes foram as principais responsáveis pela contextualização de cada informação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O título do documentário,  Segredos do Confessionário , foi dado tendo em vista que a proposta é provocar para a reflexão sobre casos que, como do Padre Dé, acabam sendo virando segredos  o confessionário remete a locais religiosos onde os fiéis narram suas confidências e depositam confiança nos párocos. Os sigilos para casos de pedofilia acontecem, muitas vezes, porque as próprias vítimas não os denunciam, por sentirem culpa, medo, ansiedade, já que os acusados seriam líderes religiosos, vistos como inquestionáveis representantes da fé. Em segundo lugar, porque esses casos são abafados por representantes da própria igreja. Não bastasse isso, a História evidencia que grande parte acaba não tendo andamento na Justiça. A produção tem duração de 26 minutos e 44 segundos. O roteiro foi montado pelas quatro estudantes que compõem o grupo. A gravação foi feita no estúdio de rádio da Universidade de Franca, com colaboração do técnico Rafael Cavalcanti. Já a edição contou com a ajuda de outro estudante de Jornalismo, Eudis Silva. A estrutura do documentário, como mencionado, foi dividida em dez partes, para que se conseguisse relacionar todos os materiais investigados. Ela foi organizada numa sequência cronológica dos acontecimentos a partir das denúncias dos meninos em 2010 e da cobertura da imprensa francana na época. Foi importante colocar, em primeiro plano, os depoimentos das vítimas porque, além de elas terem sido o estopim para que o caso viesse à tona, contém elementos que permitiram dar seguimento à abordagem do caso, a partir da inserção dos depoimentos das outras fontes ouvidas. Na pós-produção, foram inseridas trilhas sonoras brancas, que têm o uso liberado. Elas remetem aos sinos das igrejas, muitos tradicionais no catolicismo, tocados antes das missas ou em outras cerimônias. Pelas denúncias feitas pelos adolescentes, umas das supostas vítimas alegou que mantinha um relacionamento com o padre já há quatro anos. Elas explicaram, à delegada Graciela Ambrósio, na época, que Dé deveria ter contato com crianças e adolescentes que participavam da rotina da igreja somente aos domingos, nas missas. No entanto, às quintas-feiras, ele organizava um café da tarde em sua residência, onde os abusos supostamente aconteciam, na presença de outro membro religioso. A investigação foi aberta e a delegada passou a ouvir as vítimas e os religiosos acusados de saber dos acontecimentos e acobertá-los. Segundo Graciela, os documentos eram uns coerentes com os outros, pois seguiam a mesma linha de raciocínio e apontavam para fatos coincidentes, o que comprova, na visão dela, que houve crime. Conforme o documentário avança, outras histórias vão sendo apresentadas, como a de um garoto que sonhava se tornar padre, mas desistiu depois de ser molestado. Relatos como este motivaram o aparecimento de outros, como a de dois homens que teriam sido abusados por Dé em 1981 e não haviam denunciado por medo. Na sequência, o documentário expõe as versões do padre na época, do advogado dele e da Igreja Católica em Franca. Elas são mescladas com depoimentos de fiéis que sempre acreditaram na inocência de Dé. O caso se encerrou com o padre sendo acusado de estupro e atentado violento ao pudor, e condenado, pela justiça francana, a 60 anos e oito meses de prisão. O Tribunal de Justiça de São Paulo o absolveu de sete das nove acusações. As outras duas foram arquivadas com a morte de Dé, em 2016. Após o documentário ter sido apresentado ao professor da disciplina, no início de dezembro de 2018, ele foi disponibilizado, agora em 2019, na plataforma SoundCloud, para que possa cumprir um dos objetivos de sua elaboração: disponibilizá-lo à sociedade, no intuito de que casos assim ganhem discussão pública e não permaneçam como segredos de confessionário. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>