ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00935</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;#NãoVãoNosCalar: o uso do chatbot para debater o assédio sexual</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luana Ellen de Sales Inocêncio (Universidade Federal Fluminense); Vitória Karan de Barros Alvarez (Universidade Federal Fluminense ); Letícia Moreira Pitta da Silva (Universidade Federal Fluminense ); Analice de Cól (Universidade Federal Fluminense )</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto #NãoVãoNosCalar foi desenvolvido como trabalho final da disciplina Processos Criativos do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal Fluminense, ministrada pela professora Luana Inocêncio, que propunha a criação de uma campanha de publicidade social abordando as problemáticas do assédio às mulheres universitárias através do uso inovador de recursos multimídia. Para a campanha, foi planejada uma estratégia com uso de uma aplicação da tecnologia no formato de chatbot (ou chat automático, alimentado por dados em grande volume) no site de redes sociais Twitter. A metodologia do projeto constitui-se de cinco etapas principais: a) interpretação do briefing e curadoria de informações relevantes sobre a situação problema; b) levantamento dos dados primários em comunidades universitárias no ambiente digital; c) processo criativo (brainstorm, coleta de referências audiovisuais e digitais, elaboração do planejamento e conceito da campanha); d) idealização das mecânicas para ativação do chatbot; e) realização do vídeo de divulgação. É de conhecimento geral, inclusive na vivência diária das autoras do projeto, que assédio moral e físico é uma realidade constante na vida das jovens brasileiras. O assédio contra mulheres envolve uma série de condutas ofensivas à dignidade que desrespeitam sua liberdade e integridade física, moral ou psicológica. Apesar da frequência desse problema, muitas mulheres não sabem quais ações podem ser configuradas como assédio e, por isso, muitos casos são ignorados, ou considerados pequenos demais para serem denunciados ou até mesmo comentados. Depois das hashtags #MeuPrimeiroAssédio, #MeuAmigoSecreto e #AgoraÉQueSãoElas terem ganhado os sites de redes sociais, ficou mais latente que as mulheres querem falar cada vez mais sobre os assédios dos quais são vítimas. Conforme revelou um estudo do instituto de pesquisa Datafolha, quatro em cada dez brasileiras (42%) já sofreram assédio sexual no Brasil. Entre adolescentes e jovens, o número é ainda maior: 56% já foram assediadas nas ruas, transporte público, no trabalho, na escola ou faculdade e até em casa. O levantamento apontou que a maioria dos casos de assédio ocorreu na rua (29%) e no transporte público (22%). A rede de apoio às mulheres vítimas de violência é vasta, mas nem sempre ela é utilizada. Por medo, muitas nunca denunciam seus agressores, e várias voltam a viver com eles  e apenas com o conhecimento do abuso é possível tomar providências. Ainda, uma grande parcela de mulheres não reconhece as situações que caracterizam assédio, havendo necessidade de maior informação. Nesse cenário, a campanha de publicidade social #NãoVãoNosCalar foi desenvolvida para a Prefeitura de Niterói (RJ) em parceria com a Universidade Federal Fluminense (cliente simulado), a fim de conscientizar as mulheres que frequentam os campus da UFF de Niterói de que elas têm direito de circular seguramente pelo ambiente universitário, e que qualquer forma de assédio  sexual, verbal, etc. - não é normal e deve ser combatido, através de denúncias formais e de diálogo com outras mulheres e com a comunidade universitária como um todo. A presença massiva de mulheres na universidade é uma conquista histórica na luta por igualdade que não deve ser coagida por nenhum tipo de assédio. Além disso, no aspecto acadêmico da disciplina, foi objetivado o experimentalismo no planejamento, criação, captação e edição de anúncios com foco em dispositivos mobile - buscando sempre a inovação e estimulando a criatividade - e a aplicação de conceitos teóricos da criação publicitária vinculada a causas sociais estudados de maneira empírica.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A partir da análise do briefing, foi realizada uma etapa de pesquisas exploratórias sobre o assédio em geral no Brasil, em que ficou claro que esse é um problema bastante frequente, que precisa de mais atenção: segundo os Relógios da Violência  do Instituto Maria da Penha -, uma mulher é assediada no Brasil a cada dois segundos, e apenas cerca de 7% das mulheres assediadas procuram ajuda policial, de acordo com pesquisa realizada pelos alunos do curso de psicologia da FAE Centro Universitário. Esses dados nos alertaram para a falta de denúncias, que fez com que o projeto fosse pensado ao redor do estímulo à denúncia. Esse cenário motivou a escolha do público-alvo para o projeto #NãoVãoNosCalar ser constituído por jovens mulheres universitárias, especificamente da UFF de Niterói. Nesse contexto, uma pesquisa para levantamento de dados primários no locus vinculado à comunidade foi realizada, por meio do uso de postagens em um grupo fechado do site de redes socias Facebook que reúne estudantes da UFF Niterói, perguntando sobre casos vividos pelas alunas no campus e seus arredores. Recebemos diversos testemunhos de todo tipo de assédio: "Já passei por muitas situações de assédio em ônibus, pego 3 para chegar na UFF"; "Já passei por uma situação de o cara estar se masturbando mesmo"; "Estava deserto e quando cheguei no bandejão 2, tinha um homem sentado  provavelmente funcionário  que quando passei disse 'Nossa, outra delícia'. Não consigo mais passar nesse caminho sozinha". Esses foram apenas alguns casos e, apesar de várias das situações relatadas serem caracterizadas como crime, nenhuma destas jovens apresentou denúncia formal aos órgãos responsáveis. Trazendo tais informações para a fase da concepção do conceito criativo durante os processos de associação de ideias criativas, a equipe iniciou planejamento sobre como ordenar e hierarquizar os elementos que comporiam a redação e direção de arte da estratégia de chatbot e seu vídeo de apoio, seguindo os princípios de layout e imagem propostos por Cesar (2009). Como uma atividade artística, mas também mercadológica, que se destina a comunicar uma mensagem do emissor (marca) ao receptor (público) de forma efetiva, o papel da comunicação visual é justamente encontrar as melhores formas de despertar o estímulo positivo do público-alvo a este conteúdo, através da representação dos elementos visuais seja nos espaços online ou offline. Assim, compreender os valores do público é essencial para combinar de forma efetiva os atributos da causa/marca/produto/serviço a ser anunciado junto a determinados valores aceitos pelo público de forma a gerar identificação (MENNA BARRETO, 2004). Essa identificação pode ser alcançada ao trabalhar-se os princípios do modelo aristotélico da persuasão pela retórica apresentada por Figueiredo (2005), conhecido como modelo AIDA: 1) atrair "atenção" do público: impactar sua sensibilidade temática e visual; 2) despertar o "interesse": familiaridade e identificação com a causa/serviço/produto; 3) estimular o "desejo": considerar tal marca ou causa para consumo ou envolvimento com ele; 4) desencadear a "ação": compartilhamento, compra, contato. Após tais imersões para definir o foco da campanha e o público-alvo, o projeto buscou coletar referências audiovisuais de campanhas de publicidade social já realizadas que se voltam para esse segmento, de modo a analisar seus elementos semânticos e visuais como pontos de partida para uma abordagem sobre o assunto. Verificou-se que tais comunicações eram sempre permeadas por uma linguagem muito pesada, de abordagem dionisíaca (CARRASCOZA, 2017), bastante emocional. Para contrapor tais conteúdos, escolheu-se adotar uma linguagem jovem e dinâmica, para maior aproximação ao perfil do público, e cores que remetem aos movimentos feministas  roxo  e que trazem alegria  amarelo  , já que a campanha deseja passar uma mensagem de esperança e força para as mulheres.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No contexto da convergência midiática contextualizada Jenkins(2009), na qual estamos inseridos há mais de uma década, se reconfiguram múltiplos suportes midiáticos em que as informações são distribuídas por diversas linguagens, oferecendo variadas usabilidades de suas ferramentas para a comunicação publicitária digital. Nesse cenário de publicidade híbrida, como denominado por Covaleski (2010, p. 148), essa popularidade das mídias digitais "e a adaptação de meios anteriores às potencialidades da interação precipitam a evolução para uma publicidade que interage, seleciona, fragmenta e que, sobretudo, não se parece com a comunicação publicitária tradicional". Nesse panorama de intensas transformações, a publicidade deve agora assumir novos papéis além de apenas persuadir. Assim, a convergência midiática e sua possibilidade de interação geram novas configurações publicitárias, em que a publicidade híbrida mantém suas características originais de persuasão, mas agora incorpora elementos como o entretenimento, interação e compartilhamento, sendo fundamental o amplo estudo do público-alvo e da determinada causa/marca/produto/serviço, para promover a participação ativa, a aceitação e a identificação dessa audiência com os conteúdos. Tendo esse cenário em pauta, foram planejados para o projeto #NãoVãoNosCalar dois elementos essenciais da campanha: o uso de uma aplicação no formato de chatbot no site de redes sociais Twitter e um vídeo publicitário de curta duração. O VT foi desenvolvido através da captação de vídeo, com a participação de dez jovens mulheres estudantes da UFF, dos cursos de Psicologia, Engenharia Ambiental, Biologia, Cinema, Direito e Pedagogia nas ambiências dos campi universitários Gragoatá, IACS, Praia Vermelha, Valonguinho e Direito. Na captação das imagens foi utilizada o modelo de câmera D5500 Nikon e para edição, foi utilizado o software de design audiovisual Adobe Premiere CS6. A intenção do vídeo é incentivar as mulheres a não se calarem diante de um caso de assédio, e sim denuncia-lo, sendo usado como conteúdo complementar em uma postagem no site de redes sociais Twitter (tweet) divulgando a hashtag da campanha #NãoVãoNosCalar. Esse tweet seria uma chamada para que as mulheres usassem essa hashtag para compartilhar histórias de assédio vividas por elas, e incentivar a denúncia. Ao criar um tweet com essa hashtag, a autora dessa postagem seria automaticamente contatada através das mensagens diretas do Twitter pelo chatbot. A conversa seria personalizada para se adequar ao relato de cada pessoa (o bot analisaria o conteúdo da postagem e captaria palavras-chave para identificar o tipo de assédio e ambiente vivido por cada vítima). O bot convidaria a vítima a mandar uma mensagem de apoio para outra mulher, criando uma rede de motivação anônima, e enviaria um link de acesso a um grupo fechado no Facebook de vítimas de assédio - que a vítima pode escolher participar ou não  para compartilhar vivências e discutir sobre esse tema. Toda a linguagem (do tweet inicial até a conversa privada) foi pensada para atingir mulheres jovens e ajudar no processo de identificação pessoal com a campanha. Por fim, foi elaborado também um protótipo para demonstração das mecânicas da estratégia de utilização do chatbot, utilizando-se de capturas de tela em dispositivos móveis e do software de edição gráfica Adobe Photoshop CC 2018 e Adobe Illustrator CC 2018 para montagem das timelines da demonstração em vídeo. A realização do projeto reafirma a importância do debate e da denúncia no combate ao assédio e o contato com os diversos e numerosos depoimentos, recolhidos através do Facebook e no ato da gravação do VT com as protagonistas, tornaram a experiência de produção do projeto uma verdadeira imersão de sororidade na realidade feminina universitária. Criar uma rede de apoio e suporte mostrou-se uma eficiente ferramenta de resistência na luta diária a um meio que é extremamente hostil às mulheres.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>