ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00939</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Caputera: chacinas em Mogi das Cruzes</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Renan Tetsuo Omura (Universidade de Mogi das Cruzes); Elizeu do Nascimento Silva (Universidade de Mogi das Cruzes)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este projeto foi produzido por Renan Tetsuo Omura em 2018 e integra o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido no último ano do curso de Comunicação Social  Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). O livro-reportagem Caputera: chacinas em Mogi das Cruzes descreve os homicídios que ocorreram na Vila Caputera, Mogi das Cruzes, Grande São Paulo, no dia 24 de janeiro de 2015. O ataque deixou três mortos e dois feridos. As vítimas fatais são Christian Silveira Filho, de 17 anos; Ivan Marcos dos Santos Souza, 18 anos e Lucas Tomaz de Abreu, de 20 anos. Os sobreviventes são Márcio da Silva Pinto e Robson José Antônio Martins. O crime cometido na Vila Caputera faz parte de uma sequência de assassinatos que ocorreram na cidade de Mogi das Cruzes, em que ao menos 26 pessoas foram mortas entre novembro de 2013 e julho de 2015. Todas as vítimas eram do sexo masculino, tinham entre 14 e 38 anos e moravam em regiões periféricas do município. Até o momento, o ex-policial militar Fernando Cardoso Prado de Oliveira e o PM Vanderlei Messias são acusados pelo Ministério Público (MP) de integrarem o grupo de extermínio que praticou os assassinatos. Os suspeitos estão detidos, mas foram absolvidos em dois julgamentos e aguardam os próximos. No livro é abordado as histórias de vítimas desses homicídios e o depoimento de mães que perderam os filhos e em meio a dor, uniram forças com uma professora para impedir que as chacinas continuassem a ocorrer na cidade. Conhecido como Mães Mogianas, o coletivo luta para que os algozes desses crimes não solucionados  não por completo  sejam revelados e punidos pelos assassinatos. Ligadas pela dor da perda, elas encontraram uma na outra coragem e forças para prosseguir. Com o olhar voltado para além dos assassinatos, este livro propõe, também, uma reflexão a respeito das causas das ações de extermínio. O que aparenta ser mais uma retaliação gerada pela guerra entre a polícia e a criminalidade é na verdade, um subproduto de um fenômeno invisível e imperceptível que extermina uma parte da população brasileira. A problematização deste projeto partiu da indagação sobre o alto número de jovens vítimas de homicídios violentos no Brasil. Pesquisas publicadas em 2017 no Atlas da Violência, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (BSP), revelam que em 2015 houve, no Brasil, 59.080 homicídios, dos quais 52,9% vitimaram jovens com idades entre 15 e 29 anos. Isso significa que a cada dezesseis minutos um jovem é assassinado no país. A pesquisa também revela que 71% das vítimas de homicídios em 2015 eram pessoas negras. À vista disso é possível identificar grupos sociais com maior vulnerabilidade à violência. Analisando o perfil de vítimas das chacinas que ocorreram em Mogi das Cruzes, pode notar-se que as características correspondem a esse grupo. Todas as vítimas eram do sexo masculino, tinham entre 14 e 38 anos e moravam em regiões afastadas do centro. O objetivo geral deste trabalho foi produzir um livro-reportagem-denúncia descrevendo as chacinas que ocorreram em Mogi das Cruzes, evidenciando as mortes da Vila Caputera, afim de propor uma reflexão sobre a criminalização da pobreza. Para atingir esse propósito foi necessário, identificar todas as vítimas das chacinas, analisar os casos de acordo com os bairros, descrever os assassinatos da Vila Caputera e compreender o fenômeno social por trás das ações de extermínio. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Partindo da premissa de que a ação de extermínio é um subproduto da criminalização da pobreza, e que parte da sociedade tolera as chacinas nas regiões periféricas, pois acredita que seria uma solução para redução da criminalidade local, esse trabalho buscou compreender o contexto social em que esses assassinatos ocorrem. É possível notar que a violência nas áreas subalternas das grandes cidades é gerada parcialmente pela intolerância de parte da população. Sendo assim, as agressões que geralmente são de cunho moral, se tornam físicas e são oriundas do fenômeno da criminalização da pobreza. Vera da Silva Telles é socióloga e vice coordenadora do Laboratório de Pesquisa Social da Universidade de São Paulo (USP) e relata no texto Pobreza e Cidadania (Caderno CHR, 2001, p. 2) que  a pobreza aparece, no entanto, no registro da patologia, seja nas evidências da destituição dos miseráveis, que clamam pela ação protetora e assistencial do Estado, seja nas imagens da violência associadas à pobreza desmesurada e que apelam para a intervenção estatal preventiva, mas sobretudo repressiva . A intolerância que fomenta a violência surge no conflito das camadas sociais. A antropóloga e professora da Universidade da Califórnia, Teresa Caldeira relata no livro Cidade de muros: crimes, segregação e cidadania em São Paulo (Editora 34, 2000), que as grandes cidades são subdivididas em muros que selecionam os indivíduos que podem ou não transitar em determinadas áreas. O critério de acesso é definido por condição socioeconômica. As pessoas consideradas inferiores, que ousarem transitar pelas regiões restritas, correm o risco de ser eliminadas como refugo social, sem causar inquietação ou desconforto na população das classes altas. Sob essa perspectiva, parte da sociedade brasileira passa a associar a classe baixa com grupos criminosos. Ao ultrapassar o limite territorial, os marginalizados são condenados a punições  até mesmo físicas. É relevante ressaltar que, a entrada dos subalternos nas áreas restritas, é autorizado apenas enquanto os indivíduos da classe baixa prestam serviços à elite. De acordo com o capítulo Breves apontamentos acerca da política criminal e da instituição policial na contemporaneidade escrito pelas sociólogas Roberta Duboe Pedrinha e Vany Leston Pessione Pereira (PUC-RS, 2011, p. 281)  [...], hoje, nota-se a propagação de práticas que produzem lesões corporais, torturas, maus tratos, e que levam à morte centenas de pessoas excluídas, oriundas das periferias, com a concordância de grande parte da sociedade . Numa sociedade dividida em dois grupos, em que a classe alta e média oprimem as classes baixas, criam-se subprodutos em consequência dessa disputa de classes. Como face extrema da criminalização da pobreza, configuram-se as chacinas nas periferias das grandes cidades com envolvimento de forças policiais. Para comprovar a relevância jornalística do produto e uma possível veiculação mercadológica, foi realizada uma pesquisa online entre os dias 23 de abril de 2018 e 2 de maio de 2018, totalizando um período de dez dias, nos quais foram contabilizadas 205 respostas. O questionário foi desenvolvido pela ferramenta Google Forms e divulgado por meio do perfil pessoal no Facebook, pela página  Caputera: chacinas em Mogi das Cruzes e pelo WhatsApp. A pesquisa se concentrou nas cidades da região do Alto Tietê e a maior parte dos entrevistados reside em Mogi das Cruzes (39%) e Suzano (33,2%). De acordo com o relatório, 77,6% dos entrevistados têm interesse em ler um livro-reportagem a respeito das chacinas cometidas supostamente por policiais militares, que aconteceram entre 2013 e 2015 em Mogi em Cruzes, especificamente da Vila Caputera. Deste modo, é possível supor um grande interesse de leitura por um livro-reportagem que retrate esta situação. Ainda de acordo com a pesquisa, 93,7% dos entrevistados acham importante dar voz aos sobreviventes e aos familiares das vítimas de violência policial. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este projeto configurou-se em um estudo de caso das chacinas que aconteceram entre novembro de 2013 e julho de 2015 em Mogi das Cruzes, especificamente as mortes da Vila Caputera. De acordo com o historiador Amado Luiz Cervo no livro Metodologia Científica (Editora Markon Books, 1995, p. 62), o estudo de caso  é a pesquisa sobre determinado indivíduo, família, grupo, ou comunidade que seja representativo de seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida . Dessa maneira, além de permitir uma investigação individual em profundidade dos casos, o método possibilita também compreender o fenômeno da criminalização da pobreza acerca das vítimas. O formato livro-reportagem, escolhido como segmento para esta Trabalho de Conclusão de Curso, se adequa perfeitamente à proposta. De acordo com o jornalista e professor Edvaldo Pereira Lima na obra Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo (Editora Unicamp, 1995) por meio do livro-reportagem pode-se contar histórias de vida dos principais personagens envolvidos no assunto, de forma que atraiam o leitor. Este formato também permite descrever em profundidade o contexto em que os fatos acontecem. Previamente foi realizada uma pesquisa bibliográfica para levantar referências já publicadas em livros impressos e digitais, publicações em jornais e websites, artigos, dados e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). O levantamento bibliográfico foi necessário para compreender os princípios da criminalização da pobreza, acerca da divisão de classes sociais. De acordo professor e cientista social Antônio Carlos Gil no livro Como Elaborar Projetos de Pesquisa (Editora Atlas, 2002, p.44)  as pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente mediante fontes bibliográficas . Para compreender os princípios da criminalização da pobreza, acerca da divisão de classes, optou-se em utilizar uma abordagem qualitativa, pois foi necessário levantar informações de caráter subjetivo a respeito da intolerância e da violência urbana. Para socióloga Maria Cecília de Souza Minayo no livro Violência e Saúde (Editora Fiocruz, 2006), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo do significado, dos motivos, das aspirações, dos valores e atitudes do indivíduo que compõe a realidade social de determinados grupos sociais. Também foi necessário desenvolver uma pesquisa descritiva para traçar as características das vítimas, a fim de compreender o contexto em que ocorreram os extermínios. Segundo Gil (Editora Atlas, 2002, p. 42)  as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis . Foi utilizado o método de pesquisa exploratório para colher os depoimentos dos familiares das vítimas e evidenciar por meio das fatalidades o fenômeno da criminalização da pobreza. De acordo Gil (Editora Atlas, 2002, p. 41) a pesquisa exploratória é aplicada na maioria dos casos com  pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado, podendo servir como análise de exemplos que estimulem a compreensão do público. A partir desse critério, foram selecionadas as cinco principais fontes para a entrevista. No caso, as mães das vítimas fatais do bairro Caputera e de outros ataques. Além dessas fontes, também foi ouvida a ex-professora de 9 jovens assassinados nas chacinas e líder do coletivo Mães Mogianas, Inês Paz. Também foram entrevistados especialistas, sendo eles, sociólogo, historiador social e o delegado responsável pelo caso. Para entrevistar as fontes ligadas diretamente às vítimas, foi utilizada a técnica de entrevista não-estruturada, que permite uma abordagem ampla dos fatos, dando maior liberdade para os entrevistados. No caso das fontes sem ligação direta com as vítimas, foi aplicada a técnica de entrevista semi-estruturada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>