ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00998</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Sensinho</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Thiago Augusto Arlindo Tomaz da Silva Crepaldi (Universidade Federal de Uberlândia); Sara Oliveira Camelo Costa Morais (Universidade Federal de Uberlândia); Gabriel Caixeta Marra (Universidade Federal de Uberlândia); Gerson de Sousa (Universidade Federal de Uberlândia); Ivanise Hilbig de Andrade (Universidade Federal de Uberlândia); Raquel Timponi Pereira Rodrigues (Universidade Federal de Uberlândia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A história narrativa "Sensinho: Fragmentos da ditadura" surgiu como conteúdo do jornal-laboratorial Senso InComum do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A história em quadrinhos integra o encarte da 43ª edição do periódico desenvolvida em 2018, apelidada de "Sensinho". O encarte é um recurso utilizado pelos alunos do quarto período do curso de aproveitar o espaço impresso que seria desperdiçado no processo de impressão, devido às proporções do veículo. O material serve como suporte independente do jornal, que, na ocasião, abordou os 50 anos do Ato Institucional de número cinco (AI-5) em um caderno especial. O produto foi construído a partir da formação narrativa, com a seleção de alguns episódios do período militar. Cada página do "Sensinho" expressa um momento histórico da ditadura militar, a partir do olhar de um artista diferente, de diferentes cursos da UFU, por meio de ilustrações, com exceção da folha central, que trabalha o AI-5, tema da 43ª edição jornal impresso Senso InComum. A escolha de utilizar a História em Quadrinhos no encarte do veículo sucedeu da identificação dos movimentos artísticos como resistência ao regime militar. Ao longo dos 21 anos dos governos militares, as páginas de alguns jornais nacionais e internacionais foram estampados por ilustrações de artistas brasileiros, que denunciavam os excessos do regime. Carlos Zéfiro, Henfil, Edgar Vasques, André Diniz, Marcela Godoy e Jefferson Costa são alguns exemplos de artistas que desenhavam a resistência política no período militar. A partir dos 50 anos do AI-5 e a conjuntura de revisionismo histórico deste período, proposto pelo então candidato à presidência, Jair Bolsonaro (Partido Social Liberal - PSL), a redação do jornal Senso InComum decidiu recriar o recurso político das ilustrações na construção de sentidos e narrativas como forma de expressão da "memória coletiva" (HALBWACHS, 1990) do duro período. Para viabilizar o projeto, a edição do jornal e as repórteres responsáveis pelo encarte concretizaram uma parceria com artistas, alunos de outros cursos da UFU, pautado nos princípios educomunicativos do projeto pedagógico do curso. A diversidade nos traços de cada ilustração apresenta a heterogeneidade nas representações do próprio período, construídas a partir da memória de cada sujeito e sensações no momento da construção da ilustração. Apesar de não existir uma investigação rigorosa da imprensa, como foi feita a respeito da Igreja, na participação do regime militar, sabe-se que o poder dos governos militares se apoiou no controle da chamada grande imprensa, conforme aponta Juarez Bahia na obra "Jornal, história e técnica" (Ática, 1990). A censura e repressão dos discursos críticos à ditadura civil-militar aconteceram como forma de interdição de algumas possibilidades de dizeres. Sobre isso, Israel de Sá estabelece na sua tese "Memória Discursiva da Ditadura no Século XXI: visibilidades e opacidades democrática" que "o poder/querer dizer reflete aspectos do pensamento político e da política e abre espaços para a formação da memória" (2015, p. 96). A construção de um discurso hegemônico na produção de memórias será acompanhada, então, pelos discursos de resistência que vêm ocupar o espaço no imaginário social. Por isso, o objetivo geral do produto é a reconstrução de uma narrativa marginalizada e criminalizada à época, considerando a mídia como meio de construção da história e na produção de memórias. A partir deste objetivo geral, formam-se objetivos específicos, que são o de reconhecer o movimento artístico cultural na composição da resistência política à ditadura militar, representar a heterogeneidade do pensamento brasileiro, integrar interdisciplinarmente as produções jornalísticas dos alunos do quarto período do curso de Jornalismo da UFU, como critério ético do trabalho jornalístico, e cumprir com a função social dos produtos construídos em espaço e financiamento público.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção do encarte "Sensinho: Fragmentos da ditadura" se baseia na defesa do direito de liberdade de expressão do art. 5°, IV da Constituição Federal. No contexto da ditadura ficou claro os efeitos da negação da liberdade de expressão. Como forma de reverência aos movimentos artísticos como espaço de fala sobre o assunto do Regime Militar, este projeto foi elaborado para enfatizar a importância da garantia desses direitos democráticos. Acreditamos que a arte e o jornalismo têm papel fundamental no que diz respeito à motivação de uma leitura crítica da mídia e dos acontecimentos. Por conta disso, durante a produção do HQ, o intuito foi de instigar o leitor a analisar criticamente os fatos retratados por meio das ilustrações e da narrativa. Segundo o livro "Conscientização: teoria e prática da libertação  uma introdução ao pensamento de Paulo Freire" (Centauro, 2006), é possível criar uma consciência crítica em relação a realidade, fazendo com que a visão de mundo de um indivíduo se transforme para além do óbvio. Escolhemos dez (10) artistas, de diferentes cursos da UFU, para retratar este momento histórico cheio de nuances. Além dos ilustradores, também foi entrevistado o professor Cleudemar Fernandes, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), do Instituto de Letras e Linguística, no Departamento e na Pós-Graduação em Linguística, por trabalhar com os efeitos de sentidos que são formados a partir dos discursos. Ele realizou um panorama e discutiu sobre a questão da arte como forma de expressão no período da ditadura. Tal discussão foi significante para a elaboração do roteiro e da narrativa da história em quadrinhos. Para tanto, a equipe selecionou alguns dos principais acontecimentos da época ditatorial, em ordem cronológica e coesa. Com isso, foi produzido um roteiro que cria um fio condutor para a história em quadrinhos. A produção do roteiro definiu que cada página do iria corresponder a um fato selecionado anteriormente, com exceção das páginas 05, 06, 07 e 08 porque fazem parte de uma única narrativa do que foi o AI-5 na ditadura: promulgou-se o AI-5, logo depois formou-se um grupo de resistência, esse grupo foi torturado e levou ao exílio. Depois do roteiro pronto, formamos um grupo no aplicativo de mensagens Whatsapp com todos os artistas, explicamos a proposta inicial e pedimos para cada um escolher uma página os ilustradores gostariam de produzir. Cada ilustrador escolheu a(s) página(s) que se identificavam mais. Com essa divisão os artistas começaram as produções. Em paralelo com a produção do "Sensinho", um outro grupo de alunos produziu uma matéria e uma fotorreportagem para ser veiculada no site do Senso Incomum, com o intuito de registrar o processo criativo de cada artista. A equipe de repórteres e fotográficos se dividiu para acompanhar os dez ilustradores e registraram cada momento da produção. Durante o processo, eles também foram entrevistados para a produção da matéria. Os ilustradores produziram as artes em duas semanas e logo encaminharam o trabalho para a equipe responsável pelo projeto do "Sensinho". Com as artes prontas a equipe de começou a elaborar os pequenos textos e frases que acompanhariam cada ilustração para dar vida à narrativa. Logo após essa definição, o encarte começou a ser diagramado. Cada página contou com sua própria disposição de conteúdo, visando promover uma narrativa dinâmica e conceitual. Após o término do encarte, ele foi encaminhado a cada ilustrador e entrevistados que fizeram parte da produção do "Sensinho" para uma aprovação final. Com isso, ele foi publicado na plataforma do Issuu, e a matéria sobre o making off foi veiculada no site do jornal Senso InComum.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No total, a história narrativa do HQ  Sensinho: Fragmentos da ditadura é composta por 12 páginas, com dimensão de 9,5cm x 14,5cm, aproveitamento da sobra do recorte das impressões do Jornal-laboratório Senso InComum. Para retratar o período histórico da ditadura militar no Brasil, dez (10) ilustradores de outros cursos da UFU foram convidados: Bianca Moraes, Charly Borges, Chico Roque, Lais Queiroz, Laura Jäger, Laura Matos, Maria Vitória Maia, Miguel ngelo e Vanessa Giannotti. Foi entrevistado o professor Cleudemar Fernandes, do Instituto de Letras da UFU. Reconhecendo o HQ como a arte de narrar histórias por meio de desenhos e textos construídos em uma sequência, o Sensinho utilizou recursos verbais e não-verbais para a fundamentação de uma narrativa. Na capa tem a ilustração de um carimbo escrito  CENSURADO , em cima da letra da música  Cálice escrita por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973. Os compositores tinham a intenção de informar, através da arte, sobre um período duro na história brasileira, utilizando o poder da palavra, aliado à criatividade artística, como instrumento de combate a uma outra forma de poder. Na página dois tem uma contextualização do tema com trechos da entrevista com o Professor Cleudemar Fernandes, do Instituto de Letras e Linguística da UFU sobre os sentidos nos discursos durante o regime militar. A narrativa do período ditatorial começa na página três com a ilustração da  Marcha da família por Deus pela Liberdade . A Marcha respondia as reformas de base (administrativa, jurídica, econômica, etc) à  ameaça comunista do Presidente João Goulart. Na página quatro os artistas Gilberto Gil, Caetano Veloso, Clarice Lispector e Grande Otelo, ilustrados pedem  Abaixo à ditadura . No dia 26 de julho de 1968, 100 mil pessoas protestaram contra a Ditadura no Rio de Janeiro, demonstrando resistência ao regime militar. Na quinta página é problematizada a perda dos direitos, como por exemplo, a liberdade de expressão com a instituição do Ato Institucional cinco (AI-5). O AI-5 foi promulgado em 3 de dezembro de 1968 e vigorou até 1978. Na sexta página está representado o povo nas ruas pedindo o fim da ditadura  Vem vamos embora que esperar não é saber , trecho da música  Pra não dizer que não falei de Flores, do compositor Geraldo Vandré. Desde antes 68 já existiam grupos organizados para resistir à ditadura, mesmo com a promulgação do AI-5, as pessoas continuaram encontrando formas de se manifestar e resistir. Alguns se destacam: Movimento Estudantil, Movimentos Sindicais e Artistas e outros. A página sete mostra a tortura a qual brasileiros sofreram, com o relato de Hecilda Veiga sobre seu sofrimento quando foi presa. A partir de 1968, a tortura passou a ser amplamente utilizada na Ditadura contra grupos e pessoas que participavam da oposição. Dentre as torturas: choques elétricos, pau-de-arara, espancamentos, afogamentos e outros. Na página oito do  Sensinho caixotes para exportação com nome de artistas e personalidades contrárias ao regime militar proibidas de ficar no Brasil. Eles foram: criminalizados, expulsos e exilados. O exílio foi usado na Ditadura Militar como forma de afastar intelectuais, políticos, artistas, cientistas, sindicalistas e opositores do país. Enquanto isso, na página nove do encarte, os veículos de informação dão atenção para um pedaço de bolo. Durante o período militar, o governo passou a monitorar as redações e elaborou manuais para autocensura dos jornais. Para indicar a censura, alguns jornais deixavam espaços em branco ou colocavam conteúdos que não seriam tradicionais no jornal, como receitas de bolo. As páginas dez e 11 do HQ mostram a abertura política com a lei de anistia, nº 6.683 aprovada em 28 de agosto de 1979 e o pedido pelas Diretas Já, respectivamente. Após a aprovação da lei de Anistia, muitos exilados retornaram ao país. O movimento  Diretas Já foi de maio de 1983 até 1984 e mobilizou milhões de pessoas. Na página 12 é dado os créditos aos colaboradores.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>