ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIV CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUDESTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #335b82"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01300</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Revista EsQuina: Uma Nova Leitura Sobre o Lampião da EsQuina</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Gabriel Rodrigues de Lima (Universidade Federal de Ouro Preto); Igor Pereira Mattos (Universidade Federal de Ouro Preto); Frederico de Mello Brandão Tavares (Universidade Federal de Ouro Preto)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #335b82"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre a revista EsQuina. Com um conteúdo diversificado, a revista traz em posição de destaque a comunidade Queer e suas relações. A revista foi idealizada como trabalho final para obtenção do grau de bacharel em Jornalismo, fruto da disciplina Projetos Experimentais II, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), no segundo semestre de 2018. Pensar sobre mídia implica em tensionar questões envoltas com a representatividade. Dentro desta perspectiva, tem-se a problemática por uma representação que trabalhe com as múltiplas possibilidades de identidades da comunidade LGBTQ+. Para tal, o mote guia deste produto foi o resgate da cultura editorial do jornal de imprensa alternativa e homossexual, Lampião da Esquina. Com circulação entre 1978 e 1981, o jornal permitiu que seus leitores fossem capazes de acompanhar o pulsar de um jornalismo homossexual, preocupado em tirar o gay das bordas da sociedade, ao longo de suas edições. A circulação era mensal, com uma média de 10 a 20 mil exemplares em formato tabloide. Nas suas páginas era possível ler um Brasil que a grande mídia e a sociedade marginalizaram (e continuam marginalizando). Nascido no período de abertura política, o produto foi um marco na chamada Imprensa Alternativa: publicações que pulsavam em contrapartida à censura e repressão à imprensa vigentes na época. Hoje, passados mais de 40 anos depois da primeira edição do Lampião (fator de enorme importância), vemos que o Brasil ainda não possui uma imprensa solidificada para aos LGBTQ+, com um conteúdo interessante, capaz de produzir informações sem beirar o preconceito e a superficialidade. Ao trazer de volta a luz o Lampião da Esquina, reforçamos a necessidade em apresentar nossa voz perante uma sociedade excludente em vários âmbitos. A opressão e violência que a comunidade LGBTQ+ enfrenta diariamente é um problema político e cultural, conforme afirmou O Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil (2003), realizado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos. Dados que se atualizam e se intensificam a cada ano. Vivemos no país que mais mata  na maioria dos casos, brutalmente  pessoas trans no mundo. Como aponta o estudo da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) em 2017, a cada 48 horas uma/um trans é executada no Brasil. Fator que recebe uma redobramento quando reconhecemos nosso local de vivência. Minas Gerais é o estado, que em números absolutos, apontado como o que mais mata trans no país. O Grupo Gay da Bahia, organização que realiza um estudo da violência contra a comunidade LGBT+ através da veiculação midiática, apontou que, em 2017, houve um aumento de 30% nos homicídios de LGBTs em relação ao ano anterior, passando de 343 para 445. Segundo o levantamento, a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da  LGBTfobia , o que faz o país ocupar a primeira posição desse tipo de crime. Dentre os estados, MG ocupou a segunda posição no ranking de violência contra a comunidade LGBT+ como um todo. Importante explicitar que produzimos uma releitura, jamais uma cópia. Recriar uma obra requer entender o produto em que se busca inspiração. Sem negar sua fonte de inspiração, EsQuina busca promover uma nova mirada para uma comunicação cada vez mais visual, embasada em preceitos conceituais e de qualidade editorial. Daisi Vogel no livro  A revista e seu jornalismo (Editora Penso, 2013) afirma que  como prática jornalística, a revista também é diferenciada, desde a formulação da pauta ao tempo de apuração e ao tratamento da linguagem e do desenho de página (p.22). Nossa revista contorna esse espaço e vai além desse cerceamento. Seu propósito como um produto que abrangesse ao máximo nossa comunidade Queer e suas relações, abraçando-as fora de um modelo de reprodução, tenta trazer a diversidade de seres e assume característica  subversiva , em prol de  desestabilizar , pelo jornalismo, as normas e padrões impostos pela sociedade como naturais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após aulas, orientações e aprofundamento nas produções voltadas a temática Queer, além de um amplo estudo sobre o Lampião da Esquina e a imprensa alternativa, aplicamos um questionário online a fim de obter nosso público alvo, temas de interesse, entre outros. Com estas informações reunidas, partimos para o nome. Levando em conta nosso objeto de inspiração, decidimos por EsQuina - um substantivo feminino - que garante uma variedade de significações: como o pensar daquilo que está de lado, à margem. Assim, a marca nasceu, desfazendo-se do masculino em seu título (Lampião). Trouxemos com essa extração de masculinidade uma reafirmação de nossa postura em contrapor o falocentrismo na sociedade e a dominação masculina presente na nossa linguagem, em busca de uma terminologia que se desprenda dos estereótipos ligados à inferioridade e assim, como afirma Felski em Literature After Feminism, (University of Chicago Press, 2003). Consequentemente, partimos para o que vem a ser a pilastra de nossa revista: os estudos e identidades Queer, o nosso  Q . A pesquisadora Nikki Sullivan em seu livro A Critical Introduction to Queer Theory (NYU Press, 2003), ao parafrasear a professora Gayatri Gopinath e sua explicação sobre Queer, explica que se refere a:  sujeitos e subjetividades diaspóricas que contrariam ou desafiam as articulações das diaspóricas dominantes da comunidade e identidade (qual) cruzando com a lógica nacionalista do patriarcado e/ou com a heteronormatividade (p.74). E foi com essa intenção, reconhecer corpos que resistem contra as construções colocadas como  normais ou  anormais -  as mulheres de barba, os transbichas sem paus, as sapatas, as bixas, etc. , perspectiva adotada por Preciado (Multitudes, 2011) em  Multidões Queer: Notas para a Política dos  Anormais  , que trabalhamos. O Queer é utilizado (i) para mote editorial, como também (ii) para tensionar as normas de produção para um veículo comunicacional, já que o jornalismo, na perspectiva de Vogel (2013) e Tavares (2013), na obra A Revista e seu Jornalismo (Editora Penso, 2013), foi criado dentro de um sistema de valores culturais, que ao mesmo tempo se auto questiona, se legitima e se preserva. Princípios estes atados ao patriarcado, à heteronormatividade, à elite e sua branquitude. Reconhecer que nossa produção é gestada às margens, nas fronteiras entre estar no centro e na  perifa ao mesmo tempo, potencializa a riqueza de nossas experiências e estudos, opondo-se ao perfil das instituições e da ciência que, universalmente, ainda oprimem nossos sistemas de produção científica, campo social e profissional. As fotografias foram tiradas em diversas localidades mineiras: Ipatinga, Belo Horizonte e Mariana. Contamos com a ajuda de fotógrafes e modeles que disponibilizaram equipamentos e acessórios para ajudar no trabalho. As fotos receberam tratamento no programa de edição. A produção de alguns textos advém de colaborações. Todos editados entre nós e seus respectivos produtores. A partir de uma sensibilidade na escolha de cada um e sua intimidade com a pauta, propusemos trazer o máximo de pessoas LGBTQ+ para a produção da revista, permitindo mais veracidade. Nós buscamos trazer um layout moderno: uma construção conceitual como base para destacar as editorias, trabalho feito totalmente pela dupla, em programas de edição gráfica. A escolha das diversas tipografias e seus respectivos tamanhos e cores, foram pensados para trazer uma multiplicidade estética. A escolha por uma adoção estrutural e editorial Queer explana nossa vontade em oferecer uma quebra múltipla: seja na comunicação da revista por conta do vocabulário desta comunidade e nas normas técnicas de se produzir uma magazine; no reforçamento de reconhecer e validar uma multidão de potências de vida (PRECIADO, 2011); e na valorização de uma  teoria do cú defendida por Pelúcio (2014) na publicação  O Cu (de) Preciado  estratégias cucarachas para não higienizar o queer no Brasil (EDUFBA).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Somos acreditadores do poder de influência que a comunicação tem perante a sociedade e queremos utilizá-lo corretamente. Assim, o nascimento da EsQuina veio para atestar que, como jornalistas, nós podemos contribuir para um mundo mais respeitoso. Nossas escolhas foram feitas para conseguir atender à população LGBTQ+ de maneira diferenciada. Apostamos na vivacidade visual, buscando uma menor estereotipização. O pivô na concepção da revista foi a letra Q. Ela está presente no nome, segmentação, simbologia da capa, construção das páginas e seções. A letra Q revela nosso posicionamento e identificação com a comunidade Queer, cujos integrantes são os grandes protagonistas das nossas páginas. É também forte inspiração na estetização do nome e da capa. A letra dialoga com a capa, que é constituída por uma fotografia/ilustração de uma personagem (diretamente ligada a seção da revista destinada a entrevista ou ao ensaio fotográfico). A personalidade que estampa as capas sempre é (será) apresentada com a língua de fora, em apologia à  perninha da letra Q e ao próprio significado que o feito carrega: um ato de liberdade, rebeldia, intimidação, para protestar e até para contestar qualquer tipo de opressão. Tornarmos essa ação como identidade da nossa magazine, a fim de propor uma representação da comunidade que não busca se identificar com os padrões impostos na sociedade. Já a contracapa é composta por outra imagem da mesma personalidade, mas em uma posição diferente  mais descontraída. Por fim, a capa também traz uma palavra riscada, que tem relação com a personagem. O risco é justificado a partir de um ponto de vista no qual a palavra é uma expressão que, socialmente, as pessoas associam ao perfil da personagem. A proposta foi trazer uma dualidade da própria palavra com a matéria construída dentro da revista, reforçando mais uma vez o ponto irônico no qual a EsQuina se apoiou e que era fortemente expressado no Lampião. Uma das características da revista é sua linguagem, advinda do próprio Lampião que, em sua construção utilizou-se de linguajares pertencentes à comunidade para comunicar-se com ela mesma. A comunidade Queer possui em seu vocabulário palavras e terminologias que seus participantes entendem e utilizam entre si. O sumário também é composto, visualmente, pela influência da letra Q. Ele é diagramado simbolizando a própria letra, através apenas de imagens  que correspondem aos assuntos tratados - acompanhadas dos números respectivos de suas páginas. A magazine é composta por 14 editorias, escolhidas pelo perfil de consumo e produção que nós fizemos. Todas são nomeadas com palavras iniciantes com a letra Q, seguindo a identidade adotada. Com um pensamento questionador, jovial e ao mesmo tempo dinâmico, todas as matérias, com suas devidas colaborações, apresentam enfoques voltados para a comunidade LGBTQ+, pensando nos interesses diversos e específicos de nossxs leitores. A escolha de cada pauta na edição 0 (zero) reflete sobre os processos sociais e políticos pelos quais estamos passando. É adotando discussões como, lgbtqfobia, representação em telenovelas brasileiras, doenças sexualmente transmissíveis entre lésbicas, dentre outros, que nossa revista narra o território pelo qual percorremos. Importante destacar que as pautas e a sua dimensão temporal alargada condizem com uma circulação trimestral. Desta maneira, o ordenamento das seções, colunas, pautas, etc. define a personalidade da EsQuina e permite que nosses leitores encontrem marcas de identidade, permitindo o reconhecimento e a relação de familiaridade com a revista, como é dito por Scalzo (p.15) no livro Jornalismo de Revista (Ed. Contexto, 2008). Portanto, (re)tratar nossa comunidade e suas questões de raça, sexualidades, identidades e esferas: econômica, histórica e cultural; permite que potencializemos seres  queerzantes e suas subjetividades para além dos muros da universidade, sem apagar a luz do Lampião, mas colorindo-a.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #335b82"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>