ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00019</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;"Revista Pride"</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Alícia Peres Dias (Centro Universitário FAG); Gabriella Chessin Tiscoski (Centro Universitário FAG); Julliane Brita (Centro Universitário FAG)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;comunicação, jornalismo de revista, LGBT, segmentação, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este artigo apresenta o processo de elaboração e desenvolvimento da Revista Pride, publicação semestral produzida durante a disciplina de Práticas em Jornalismo Impresso do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, do Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz, de Cascavel/PR. O objetivo foi desenvolver uma revista direcionada ao público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros), para suprir a necessidade de um produto jornalístico segmentado para esse grupo social em Cascavel e região.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Vivemos em uma sociedade constituída pela heterogeneidade, em que grupos sociais possuem identidades e interesses muito diferentes. Consequentemente, isso se reflete no jornalismo, que tem como principal função garantir que todos tenham acesso à informação. Para que esse princípio fosse cumprido, precisou-se encontrar maneiras para se certificar de que a informação atendesse às especificidades dos públicos diferenciados (ABIHAY, 2000). O jornalismo segmentado foi uma das alternativas para assegurar que esse direito fosse atendido, uma vez que ele consegue proporcionar identificação e espaço, principalmente, para os grupos sociais minoritários que muitas vezes são marginalizados pela grande mídia. As revistas são por natureza os meios de comunicação mais segmentados. De acordo com Scalzo (2004), ao longo da história das revistas, foi observada a necessidade de estabelecer um foco preciso para cada publicação. "Apesar da existência de títulos como Para Todos e Tudo, sabe-se que quem quer cobrir tudo acaba não cobrindo nada e quem quer falar com todo mundo acaba não falando com ninguém". Analisando o histórico do jornalismo de revista e as publicações ainda em circulação, nota-se que a comunidade LGBT é pouco alcançada. Conforme o estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007), estima-se que pelo menos 10% da população brasileira seja assumidamente homossexual, e ainda assim o jornalismo não dá a devida importância e visibilidade para esse público que também necessita ser atendido e faz diferença nas pesquisas mercadológicas. Essa foi a motivação para a elaboração da Revista Pride, uma publicação especialmente voltada para o universo LGBT, com um projeto editorial que visa levar o leitor à reflexão, conhecimento, entretenimento e identificação. A Revista foi desenvolvida durante a disciplina de Prática em Jornalismo Impresso no curso de Jornalismo, do Centro Universitário da FAG, de Cascavel/PR.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O desenvolvimento da Revista Pride teve como um dos seus objetivos ser um completo aprendizado sobre a construção de um produto impresso. Após ter contemplado os aspectos teóricos foi possível adquirir os conhecimentos para planejar e executar na prática a produção de uma revista impressa segmentada. A Revista Pride objetiva atender as demandas de informação da comunidade LGBT através de um conteúdo jornalístico diferente do que é pautado pelos veículos de comunicação tradicionais. Outro objetivo com esse trabalho foi entender e conhecer as necessidades de um público-alvo para assim fazer um jornalismo totalmente a serviço do público, produzindo o que ele necessita e gostaria de consumir. Algumas das necessidades que surgiram na formação de uma revista voltada ao público LGBT, foi promover um espaço que refletisse a identidade e características do público livre de estereótipos, um lugar para dar voz a esses personagens que fazem parte do movimento, fornecendo a representatividade que o movimento precisa através de relatos, reportagens e entrevistas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção de uma revista segmentada para o público LGBT, primeiramente, se justifica por ser um tema que muitas vezes é discutido de forma limitada pela mídia brasileira. Em meio a tantas notícias quentes, as questões LGBTs acabam não sendo prioridade ou não ganham valorização adequada. De acordo com o Manual de comunicação LGBT, "[...] nem sempre as abordagens da mídia são politicamente corretas. É comum deparar-se com a utilização de termos, formas de tratamento e expressões que reforçam preconceitos, estigma e discriminação." Esse manual, publicado em 2010 pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), teve justamente como objetivo dispor um guia com informações, especialmente para os profissionais de comunicação, sobre as terminologias corretas com relação às temáticas LGBT, para que esse tema se torne constantemente discutido com a qualidade merecida. Além disso, percebemos a carência de publicações dirigidas a esse público no meio jornalístico. Fato que se torna preocupante, pois sabemos a importância de representações positivas de grupos minoritários, como é o caso dos LGBTs. De acordo com Vicente Darde, ao negar essa representatividade à população LGBT a mídia acaba reforçando a homofobia. As representações dos gays criadas a partir do discurso jornalístico podem determinar e/ou intensificar o processo de marginalização dos homossexuais na sociedade, excluindo-os do exercício da cidadania e contribuindo para o crescimento da homofobia. (DARDE, 2008) Outra causa que justifica a existência de um produto jornalístico voltado para a causa LGBT é o alto poder de consumo desse público. Para entender isso, foi criado o conceito mercadológico chamado "pink money", que mostra cada vez mais a consolidação de um mercado de serviços específicos para o público gay (PANINI, 2016, p.103). De acordo com notícia publicada pelo jornal O Globo, no Brasil, o potencial financeiro do segmento LGBT é estimado em 418,9 bilhões de reais, o equivalente a 10% do PIB nacional (Produto Interno Bruto, total de bens e serviços produzidos no país).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção da Revista Pride se deu por etapas, primeiro se tornou necessário compreender as características do jornalismo de revista e de uma publicação segmentada. Ao contrário dos jornais, as revistas possuem um tempo de produção maior, permitindo que os temas sejam explorados por novos ângulos e que sejam mais aprofundados. Conforme apontam Loose e Girardi (2009), as revistas, "além de informar, elas entretêm, trazem análise, reflexão, concentração e experiência de leitura". A segmentação é ainda mais importante pois possibilitou delimitar de forma muito próxima para quem estão escrevendo. "Nenhum outro meio de comunicação pode definir melhor seus leitores ideais que as revistas segmentadas" (LOOSE; GIRARDI, 2009). O próximo passo foi a produção do projeto editorial, em que foram estabelecidos os objetivos e as diretrizes da revista. Assim, pôde ser definido quem eram as pessoas que seriam alcançadas, pois de acordo com Scalzo (2004), uma revista bem focada deve ter a missão clara e concisa, em que os jornalistas sabem exatamente para quem escrevem e trabalhos para atender as necessidades de seus leitores. Após isso, foi realizada uma pesquisa de mercado, para verificar de que forma a mídia em geral abordava os assuntos relacionados ao público LGBT e quais eram as publicações segmentadas que ainda estão no mercado, bem como as que já saíram de circulação. Em seguida, foi feita uma pesquisa de opinião com o público-alvo na 4º Parada da Diversidade Social, que foi realizada em agosto de 2016 em Cascavel/PR. A pesquisa se tornou parte fundamental no trabalho para descobrir a viabilidade da revista, já que através dela foi percebido que o público estava descontente com o conteúdo dos jornais e revistas sobre a temática, e sentiam a necessidade de um espaço apenas para eles. A pesquisa foi feita com aproximadamente 30 pessoas que responderam o que elas gostariam de ler em uma revista LGBT. Com base nas respostas mais recorrentes, foi possível iniciar a produção jornalística. Após reconhecer os interesses e necessidades do público-alvo, as editorias e pautas foram delimitadas. Para a elaboração do conteúdo, foram feitas entrevistas com os personagens, ensaios fotográficos e pesquisas bibliográficas. Posteriormente à produção das matérias, foi necessário atentar-se à diagramação da revista de acordo com o projeto gráfico, que tinha como intenção ser um espelho do universo LGBT.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista Pride recebeu esse nome pela representação que a palavra inglesa pride tem para o movimento LGBT. Em português, pride significa orgulho e expressa o conceito de que os gays, lésbicas, bissexuais e transexuais (LGBTs) devem ter orgulho da sua orientação sexual e identidade de gênero. Outra justificativa para o título da revista são as Pride Parades (Paradas do Orgulho), eventos que ocorrem todos os anos em vários países do mundo, em que os LGBTs comemoram o orgulho gay e, ainda manifestam suas opiniões contra a homofobia e a favor de direitos iguais. Dessa forma, a Revista Pride também é uma manifestação de orgulho, um lugar especial para esse grupo tornar visível suas opiniões, reconhecer-se nos relatos de outras pessoas e informar-se de assuntos pertinentes desse universo. A revista foi desenvolvida para ser publicada semestralmente, sendo composta por 24 páginas em que foram abarcados diferentes gêneros jornalísticos como entrevistas, notas, crônicas, reportagens, perfis e artigos de opinião. Sua estrutura foi dividida em 8 editorias, são elas: " Depoimento: espaço escrito pelos leitores com suas opiniões sobre assuntos como auto aceitação e preconceito " Mural: seção destinada ao entretenimento, como sugestões de séries que abordam a temática LGBT " Capa: reportagem principal da revista, com ensaio fotográfico, entrevista e texto mais longo " Atitude: fotos do estilo de algum personagem LGBT, para servir de inspiração " Crônica: uma narração entre o jornalismo e a literatura com intuito de provocar uma reflexão " Agenda: lista com datas das festas da Biblioteca Pub, anunciante da revista " Social: seção destinada à cobertura de eventos da comunidade LGBT em Cascavel e região " Papo sério: espaço dedicado a assuntos para sanar as dúvidas dos leitores, como quais leis asseguram os direitos dos LGBTs A linguagem predominante foi a coloquial. Os textos foram produzidos de forma clara e objetiva, adaptando os termos do cotidiano usados pelos LGBTs, com auxílio do Manual de comunicação LGBT, para que a revista se tornasse mais próxima possível do grupo. A revista foi projetada nas dimensões de uma folha A4, 210 x 297 mm. A capa é impressa em papel couché brilho 115 g, 4X4 cores. O projeto gráfico foi pensado diretamente para ser o reflexo de nossos leitores. Segundo Scalzo, são eles que determinam o tipo de linguagem gráfica a ser utilizada pela publicação, sendo assim, foram priorizados alguns elementos visuais e gráficos que são símbolos do movimento. Em cada página da revista, foi usada uma cor diferente do arco-íris, isso porque as cores roxo, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho e tornaram o principal símbolo do orgulho LGBT em todo o mundo, elas representam a diversidade humana e são usadas principalmente nas bandeiras. As fotografias estavam presentes em quase todas as páginas da revista, por serem portas de entrada das revistas elas foram produzidas para complementar o texto, trazendo informações e comunicando ideias. Apesar de tantas cores e fotos procurou-se manter o equilíbrio entre as informações visuais e textuais. A diagramação foi feita assimetricamente para explorar de forma livre a criatividade, além disso, nosso público é fora dos padrões, logo a revista também deveria ser. A tipografia ajudou a estabelecer uma identidade para revista, as fontes escolhidas para os títulos foram Marguerite e Caviar Dreams e para os textos foi Glypha tamanho 12. Na capa não foram feitas chamadas com intuito de priorizar a foto produzida com o personagem Daniel Thomas, inspirada no ensaio chamado "half-drag" do fotógrafo francês Leland Bobbé. O objetivo foi capturar os dois lados de uma drag queen  a diva extravagante e o homem comum que se esconde por baixo de toda a maquiagem.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Como já foi visto, a comunidade LGBT é um grupo minoritário que ainda necessita de representação nos veículos de comunicação em geral. É imprescindível que os jornalistas se atentem às carências de discussões sobre essa temática em editorias ligadas à política, educação, cultura e direitos, para que ela deixe de ser tratada como um tabu na sociedade. Durante o processo de produção da revista, quando ouvimos os personagens e escrevíamos os textos, percebemos o quanto aquele produto seria significante para a comunidade LGBT. Logo na primeira edição da Revista Pride, conseguimos estabelecer uma ligação com o público, que se mostraram cada vez mais interessados em ler a revista. A experiência de materializar um produto impresso é essencial para a vida acadêmica dos futuros jornalistas, não apenas pela prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, mas também para a compressão da importância de entender o público que irá consumir esse produto. Um dos desafios que se propomos foi sempre estar atentos aos pontos a serem melhorados, já que uma das vantagens das publicações periódicas são o fato delas permitirem a possibilidade de evoluir a cada edição e se adequar cada vez mais ao público.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ABIHAY, A. C. A. O jornalismo especializado na sociedade da informação. Paraíba, 2000. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/abiahy-ana-jornalismo-especializado.pdf> Acesso em: 17 abr 2017.<br><br>ABGLT. Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Manual de Comunicação LGBT. Disponível em: <http://www.abglt.org.br/docs/ManualdeComunicacaoLGBT.pdf> Acesso em: 17 abr. 2017.<br><br>DARDE, V. W. S. A construção de sentidos sobre a homossexualidade na mídia brasileira. Porto Alegre, 2008. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/article/view/3109/4731> Acesso em: 18 abr. 2017.<br><br>GIRARDI, I. M.T.; LOOSE, E. B. A Segmentação das Revistas e a Temática Ambiental. Revista Estudos da Comunicação, Curitiba, v.10, 2009. Disponível em: <http://www2.pucpr.br/reol/index.php/comunicacao?dd99=pdf&dd1=3581> Acesso em: 17. abr. 2017. <br><br>SCALZO, M. Jornalismo de revista. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004. <br><br>SCRIVANO, R.; NETO, J. S. Potencial de compras LGBT é estimado em R$ 419 bilhões no Brasil. Jornal O Globo, São Paulo, 5 abr. 2016. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/potencial-de-compras-lgbt-estimado-em-419-bilhoes-no-brasil-15785227>. Acesso em: 17 abr. 2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>