ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00193</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Até que Ponto Enxergamos: cooperação & união de um grupo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;camila raphaela peres mancio (Universidade Tecnológica Federal do Paraná); ELZA APARECIDA DE OLIVEIRA FILHA (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Multimídia, Multidisciplinaridade, Integração, Periferia de Curitiba, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Até que Ponto Enxergamos?  A realidade ao nosso redor" é um projeto integrador desenvolvido pelos alunos do segundo período do curso de Comunicação Organizacional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), nas disciplinas Comunicação Mercadológica; Linguagem Visual 1 e Projeto 2. Com objetivo de traçar as diferenças entre o centro e a periferia da cidade de Curitiba (PR), o projeto utilizou diversas estratégias comunicativas: produção audiovisual; ensaios fotográficos; exposição; um evento com duas mesas de debate, além de produções em mídias sociais . A finalidade foi colocar a periferia em pauta dentro da universidade, aproveitando o momento em que as questões da cidade estavam em debate, em função das eleições municipais realizadas do segundo semestre de 2016.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Curitiba é enaltecida nos veículos de comunicação de todo País por seus pontos turísticos, por sua arquitetura e pelas alternativas urbanísticas apontadas como inovadoras. No entanto, o que pouco se aborda é uma realidade completamente diferente, que foge da região central da cidade: "Duas cidades convivem num mesmo território, a cidade legitimada, e ideologicamente 'vendida' pela mídia como modelo urbano a ser seguido e um grande anel de pobreza, excluído e isolado socialmente da Curitiba 'oficializada' nos discursos de seus urbanistas e exaltada por soluções urbanas pretensamente criativas e originais" (CARVALHO, 2014, p.18). Com objetivo de aproveitar o momento de debate das questões da cidade, propiciado pelo período da campanha eleitoral municipal do segundo semestre do ano passado, surgiu o projeto "Até que Ponto Enxergamos?  A realidade ao nosso redor". O trabalho, de caráter multidisciplinar e envolvendo três disciplinas (Linguagem Visual 1 e Comunicação Mercadológica e Projeto 2), foi realizado pelos alunos do segundo período do bacharelado em Comunicação Organizacional, da UTFPR, somando pouco mais de dois meses de atividades. A iniciativa teve como finalidade discutir a realidade das zonas periféricas da capital paranaense, pois as condições do centro e dos bairros mais carentes são distintas. De acordo com Carvalho, a segregação socioespacial foi acentuada em Curitiba nas últimas cinco décadas, "período no qual o planejamento urbano na cidade foi bastante discutido e implementado, porém de forma restrita e desigual, gerando dualidades e contrastes especialmente entre o centro e a periferia" (2014, p.7). O projeto contou com a realização de variadas atividades e a implementação de múltiplas iniciativas de divulgação e comunicação, detalhadas na sequência do presente texto.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Até que Ponto Enxergamos?  A realidade ao nosso redor" é um projeto integrador de três disciplinas, com a orientação de quatro professoras do departamento de Linguagem e Comunicação da UTFPR: Anuschka Lemos; Caroline Fernandes; Elza Oliveira Filha e Fernanda Cavassana, cuja intenção era demonstrar as diferenças entre o centro e a periferia, ou seja, a realidade de duas Curitibas. A primeira, vendida pelos veículos de comunicação no Brasil e no exterior como modelo de urbanização e inovação, e a segunda marginalizada, esquecida e abandonada por um Estado que tem se mostrado incapaz de cumprir as necessidades básicas do indivíduo, que na teoria são garantidas na Constituição Federal de 1988. De acordo com Neves (2006), a péssima distribuição de renda dificulta o acesso de grande parte da população às políticas públicas de habitação, saneamento, saúde, educação e transportes, vitais à sua sobrevivência. Neste sentido, faz-se essencial abordar, esclarecer e colocar em pauta, dentro da universidade, os aspectos culturais e políticos que levam algumas regiões de Curitiba serem marginalizadas, pois mesmo com as cotas sociais, as universidades públicas ainda perpetuam a exclusão da população periférica. Por ser desenvolvido em caráter multidisciplinar, por outro lado, o projeto favoreceu o uso de variadas metodologias de pesquisa e a implementação de diferentes estratégias de comunicação, cumprindo o objetivo de formação dos futuros comunicadores organizacionais. Conforme Bertomeu (2010, p. 17) "O planejador de comunicação precisa dominar também a análise da forma da comunicação, pois assim os objetivos estratégicos serão plenamente atingidos".</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A necessidade deste projeto se dá, primeiro, por fazer uma conexão entre a Universidade e a cidade de Curitiba (PR). Ou seja, os alunos tiveram experiências práticas dentro da comunidade na qual estão inseridos; por tratar de um assunto de extrema importância; pela união de três disciplinas, o que dá a oportunidade dos estudantes desenvolverem autonomia e experiências profissionais. Justifica-se também pela importância de desmistificar a ideia de uma Curitiba exemplo de urbanização e sucesso em planejamento urbano, pois o poder público tem se mostrado incapaz de suprir necessidades básicas dos bairros mais afastados do centro, como moradia digna, serviços fundamentais como tratamento de esgoto, água encanada, energia elétrica. De acordo com Bonadio e Milano (2003, p.8), "A política habita¬cional em Curitiba existe, mas não se tornou re¬ferência no discurso da 'cidade-modelo' porque não se destaca; porque é frágil como em qualquer outro município brasileiro e porque são produ¬zidas habitações padronizadas, de qualidade du¬vidosa, e em áreas longínquas". Conforme Neves (2006), para as famílias de baixa renda resta apenas a aquisição de áreas inapropriadas e mais acessíveis financeiramente, em locais de risco, alagados, de alta declividade, insalubres. Outro ponto fundamental é que, além de terem os direitos básicos negados, a população marginalizada não tem acesso a atividades de lazer. Ou seja, as atividades culturais e gratuitas, com iniciativas da prefeitura e que possuem um apelo de inclusão, isto é, que são desenvolvidas para que todos, principalmente quem não pode arcar com os valores de shows, filmes ou teatro, contemplam, em sua maioria, a região central, pois são os locais que têm estrutura para receber essas atividades. De acordo com Carvalho (2014), a maior parte das áreas que receberam os eixos estruturais, já abrigavam a população de mais alta renda e essas áreas são as que mais recebem investimentos e, por consequência, privilegiam as classes dominantes da cidade. Ademais, os cidadãos que vivem em lugares afastados do centro precisam pagar para se locomover no mínimo R$8,50  o preço unitário da passagem de ônibus de Curitiba é de R$4,25  e levando em consideração que essas regiões possuem as populações de menor poder aquisitivo e que o valor do salário mínimo nacional é de R$937,00 ao mês, essas ações se tornam um fator de exclusão e de diferenciação social, pois acabam privilegiando aos que já têm acesso a atividades culturais e de lazer, além de poder aquisitivo para pagar por elas. Há um contraste entre o centro e as áreas mais periféricas, De acordo com Carvalho (2014, p.14) há uma relação de extremos na cidade, de um lado um seleto grupo que detém um grande poder aquisitivo, do outro uma população que não tem acesso nem a necessidades básicas vitais à sobrevivência. Ainda de acordo com o Carvalho (2014), nas pesquisas realizadas pelo IBGE em 2010, no bairro do Batel, 33,5% dos domicílios ostentam renda superior a 20 salários mínimos, enquanto no Tatuquara  com uma população quase 5 vezes superior ao Batel - esta cifra reduz-se a 0,2%. Ou seja, há em Curitiba, duas realidades, preenchidas tanto pela bela arquitetura, qualidade no transporte público e atividades artísticas e culturais quanto uma Curitiba omissa, em que as necessidades básicas dos indivíduos são ignoradas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto contou com três trabalhos interligados: A exposição: "Fim de Linha", o evento "Até que Ponto Enxergamos?" e a pesquisa do perfil do consumidor da periferia. Dessa maneira, antes da realização das atividades práticas foi necessário a utilização de fundamentos teóricos para esclarecer e embasar os estudantes sobre: desigualdade social, segregação e diferenças entre o centro e a periferia na cidade de Curitiba; organização de eventos; métodos de pesquisa e fundamentos de produção imagética. Após essa etapa, a turma foi dividida em duplas para a primeira parte do projeto: as visitas aos pontos finais de um conjunto de linhas de ônibus urbanos para a realização de materiais imagéticos e para a pesquisa do perfil dos consumidores. Estas atividades, que levaram os acadêmicos aos bairros periféricos fazendo com que muitos "saíssem de suas bolhas", de acordo com a definição empregada por uma estudante, resultaram na exposição "Fim de linha" e em relatórios de pesquisa para a disciplina Comunicação Mercadológica. Paralelamente, em sala de aula, foram constituídas as oito comissões de organização do evento: convites, criação, divulgação e cobertura fotográfica, mobilização e infraestrutura, inscrições, captação de recursos, cerimonial e atividades artísticas. Cada comissão tinha em média quatro alunos  dependendo da urgência e necessidade do trabalho  sendo que em cada uma havia um líder responsável para coordenar as atividades da equipe. Semanalmente ocorriam reuniões para discutir os problemas encontrados durante os dois meses de organização; metas cumpridas e desafios a serem executados. A produção de conteúdos visuais que estimularam outros alunos a se interessarem pelo tema abordado e atraíram a atenção para o evento foi desenvolvida pelas comissões de Divulgação & Cobertura e Mobilização, que uniram forças para alcançar a comunidade interna e externa. Antes de mais nada, é válido abordar que todo trabalho que queira atingir metas seja a curto, médio ou longo prazo precisa de um plano de comunicação, que segundo Vasconcelos (2009), deve ser alinhado aos seus objetivos. Conforme Nakamura (2009, p.31), "De qualquer maneira, é a mídia quem vai determinar como essa mensagem vai chegar ao público-alvo". Dessa forma, o planejamento de comunicação do projeto contou com diversas ações, com base em pesquisas exploratórias e secundárias sobre o perfil de pessoas que costumam frequentar eventos e ir em exposições dentro da UTFPR (estudantes, pesquisadores, servidores e a comunidade externa quando há um tema de grande de interesse coletivo). Assim sendo, é importante ressaltar que, segundo Conrado (2011, p.79), a construção de uma marca, seja para a internet ou no mundo offline, passa por sucessivas interações com seu público-alvo. À vista disso, os veículos de comunicação escolhidos para divulgação foram: email marketing, pois grande parte dos estudantes acessa o email institucional; releases em jornais  três matérias foram divulgadas em três sites de relevância no cenário regional da cidade abordando o evento e a exposição "Fim de Linha"  a criação de uma fanpage e uma identidade forte para o projeto, as quais serão exploradas mais adiante. Além de, exposições fotográficas; pocket shows e ações de mobilização de interação com os estudantes, com a finalidade de despertar a curiosidade sobre o tema e promover o evento. De acordo com Vasconcelos (2009, p. 31), a visão ampliada da comunicação integrada respeita a lógica que tudo comunica, mas é importante saber quais veículos se irá utilizar. Nesse sentido, os meios de comunicação empregados para a divulgação do evento e da exposição buscaram alcançar o público-alvo pretendido. Ademais, as mídias e veículos utilizados na divulgação respeitaram as diferentes linguagens de cada produção. Nakamura (2009, p.33) define cinco formas de veiculação: visuais, aquelas que são feitas para serem lidas ou vistas; auditivas, para serem lidas; audiovisuais, para serem vistas e ouvidas; as funcionais, que desempenham funções específicas (amostras, concursos e eventos) e as interativas, que além de serem vistas, podem ser ouvidas e podem interagir diretamente com o público-alvo a que se destinam. "Ou seja, mídia não pode ser apenas um amontoado de números e fórmulas, deve envolver feeling e adequação" (NAKAMURA, 2009, p.2). Desse modo, como proposta de interação com a comunidade interna da universidade, foram desenvolvidas duas intervenções: a primeira foi a confecção de um mural em branco, em que as pessoas podiam escrever sobre o que pensavam a respeito periferia, e a realização de dois pocket shows. O local escolhido para ambas as intervenções foi o pátio do restaurante universitário, e foram realizadas durante o intervalo do turno matutino de aulas na semana do evento, um horário de grande circulação de pessoas. A produção de conteúdos para a fanpage do projeto, foi estruturada por PTM. "Também conhecido como Planejamento de Mídia, o PTM, como pode ser chamado, articula todos os aspectos da estratégia publicitária que são relevantes para as tomadas de decisões estratégicas de mídia" (NAKARUMA, 2009, p. 179). Outro ponto importante é que, segundo Conrado (2011, p.44), a internet é uma rede de pessoas e não de computadores, por isso, é fundamental ter o cuidado de trabalhar com ela. Por esse ângulo, as escolhas de conteúdos divulgados na fanpage foram discutidas e analisadas antes de publicadas. Além disso, outras fanpages foram utilizadas como referência para a escolha da linguagem  descontraída e coloquial  com a finalidade de se comunicar com os jovens. As publicações se pautaram em: trabalhos de alunos da universidade com temáticas sociais; gastronomia em bairros periféricos; indicações de documentários; músicas; notícias relevantes sobre bairros em situações carentes; memes; gifs; informações sobre horários dos palestrantes; sobre seus currículos; produção de um vídeo e um ensaio fotográfico. A identidade visual do evento foi desenvolvida pela equipe de Criação da organização do evento, mas contou com uma discussão em sala sobre elementos visuais  tanto tipografia, quanto cores escolhidas e sugestões de imagem. Explica Bertomeu (2010, p.18): "O texto, a fotografia, a cor, a forma tipográfica, a distribuição dos elementos da página, o tipo de papel e alguns outros elementos estrategicamente criados numa sobreposição e em entrelaçamentos de linguagens devem despertar a percepção e retenção da respectiva mensagem". O projeto de produção audiovisual e fotográfico, homônimo ao evento, desenvolvido pela equipe de Divulgação & Cobertura, tinha o objetivo de saber o que pensam os alunos da universidade sobre algumas questões na periferia: música; infância e problemas da periferia  o vídeo foi reproduzido no dia do evento e em sua fanpage. A metodologia desta ação se deu em cinco fases: a) Confecção da faixa para fechar os olhos dos participantes no momento inicial da filmagem, e de placas com palavras sobre os assuntos selecionados, para que, quando os alunos tirassem a faixa, falassem o que realmente pensam sobre o tema; b) Recrutamento dos estudantes para o vídeo, que ocorreu no campus central da universidade; c) Gravação e solicitação do uso de imagem e d) Projeto fotográfico com as pessoas que participaram do vídeo e e) Edição das gravações, do áudio e das fotografias - desde o making off até o ensaio.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto integrador foi dividido em três disciplinas, com a orientação de quatro professoras, organizado por 30 estudantes do segundo período, cujo principal objetivo era a realização do evento "Até que Ponto Enxergamos?  A realidade ao nosso redor", que ocorreu das 8 às 12 horas do dia 22 de setembro de 2016, no auditório da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). É importante ressaltar o fato de que o local do evento precisou ser alterado do mini-auditório para o grande, por atingir a quantidade máxima de inscrições e pela segurança dos inscritos. O evento foi dividido em duas mesas redondas seguidas de debates, apresentações artísticas e intervenções sobre o tema. Os convidados foram escolhidos por exercerem influências nas regiões periféricas, por desenvolverem ideias criativas ou por estudarem o tema. A primeira mesa, com o nome do evento, foi definida para que os palestrantes pudessem falar sobre aspectos das áreas mais marginalizadas da cidade de Curitiba, com foco em disciplinas como direito, antropologia, arquitetura/urbanismo e educação. Foram cinco convidados e cada um teve em média 15 minutos para falar sobre seus estudos e experiências, além de levantar questionamentos acerca das diferenças entre o centro e a periferia. A segunda mesa, "Transformando Realidades", contou com depoimentos de outros cinco convidados sobre atividades desenvolvidas nas áreas periféricas de Curitiba e que tiveram um poder de transformação. Ou seja, projetos de visibilidade e de oportunidades para os moradores das comunidades. Nessa etapa cada convidado tinha em média 10 minutos para abordar essas experiências, seguido de perguntas na plateia e um debate entre os convidados. Durante o evento também ocorreram duas apresentações artísticas. A primeira foi uma apresentação teatral, que abriu os trabalhos: seis alunos se levantaram de seus lugares no auditório  todos estavam separados e em locais distintos  e gritaram individualmente uma fala, com dados sobre a periferia de Curitiba (morte, violência sexual, educação e índices socioeconômicos). As luzes estavam apagadas e só havia luz no aluno no momento de sua fala. Após as falas individuais, as luzes se acenderam e houve um grito coletivo dos participantes em cena que indagava: "Até que ponto enxergamos?", com a finalidade de abrir o evento com este questionamento. A segunda apresentação artística ocorreu no intervalo entre as duas mesas, e contou com a participação do artista Silverster Neto, que falou sobre o poder da dança em sua vida e como ela teve um potencial transformador, pois foi a partir dela que ele conquistou reconhecimento e conseguiu escapar da dura dificuldade em que muitos jovens são inseridos  o tráfico e o crime organizado. Em seguida o artista fez uma apresentação de hip-hop que durou cerca de 10 minutos e foi aplaudido em pé pela plateia. Além do evento, o projeto contou com uma exposição chamada "Fim de Linha", que se iniciou no dia 22 de setembro de 2016, e teve duração de duas semanas, não hall de entrada da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. As produções visuais  infográfico, colagem, fotografia, desenho, fotopoesia  foram desenvolvidas estimulando a criatividade e a liberdade de cada aluno. Para a disciplina de Comunicação Mercadológica, o trabalho desenvolvido dentro da temática foi uma pesquisa exploratória com a finalidade de conhecer o perfil de consumidor na periferia, ou o perfil de uma organização situada na periferia. Neste projeto, os alunos tinham autonomia para produzirem relatos, mini documentários, infográficos sobre suas pesquisas. Os trabalhos foram apresentados e discutidos em sala de aula e serviram de base para os projetos das outras disciplinas por conta dos referenciais teóricos e das experiências vividas e contadas em sala. Tanto o evento, quanto a exposição e o perfil de consumo se basearam em um contato direto e empírico com a finalidade de estudar, esclarecer e analisar as diferenças entre o centro e a periferia  cada disciplina com sua linguagem, mas quando integradas trazem ao estudante, além de um senso crítico mais apurado, uma experiência profissional voltada para colocar em prática assuntos estudados em salas de aula. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O projeto "Até que Ponto Enxergamos?  A realidade ao nosso redor" foi um verdadeiro exercício de empatia. Primeiro por se tratar de um projeto integrador em que cada proposta e atividade tinha sua importância, ou seja, uma dependia da outra para obter sucesso. Com isso, durante a realização deste evento, houve reuniões dos organizadores em que problemas pessoais dos alunos e professores foram ouvidos, havia conversas, lágrimas e palavras de consolo. Havia uma vulnerabilidade no outro, antes não percebida, pois tanto no meio acadêmico quanto no profissional, a competição é baseada em ter o melhor resultado, o que faz que a confiança e a segurança sejam constantemente abaladas. Este projeto quebrou essa lógica, pois o sucesso do evento dependia de uma cooperação entre todos os membros. Em segundo lugar, o evento foi repercutido em ao menos três veículos de comunicação de influência na cidade de Curitiba, além de receber tantas inscrições que o local de sua realização teve de ser alterado para um espaço maior. A página do projeto conquistou mais de 500 likes durante agosto e setembro de 2016 e a produção audiovisual realizada pela equipe de divulgação conquistou mais de 2720 visualizações. Outro ponto importante de destacar é a autonomia dos estudantes. Com tantas obrigações e desafios, foi possível colocar em prática as teorias estudadas no meio acadêmico, tomar posicionamentos e assumir as responsabilidades por erros e acertos. O desenvolvimento de variadas alternativas comunicacionais, utilizando diferentes mídias, suportes e configurações  pois o próprio evento foi uma forma de comunicação  representou um importante acréscimo de conhecimentos e experiências na área da formação profissional. O projeto significou muito mais do que uma forma de avaliação de notas: foi uma realização, uma verdadeira união de pessoas que lutaram juntas para serem ouvidas e para darem voz a segmentos pouco considerados da população. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BERTOMEU, J. V. C (org). Criação visual e multimídia. São Paulo: Cengage Learning, 2010.<br><br>BONADIO, M, MILANO, J. Centro versus periferia: a produção periférica de habitação social na  cidade modelo brasileira. Cuadernos de Vivienda y Urbanismo, v. 6, n. 11, 2013.<br><br>CARVALHO, A. Uma Cidade Excludente: Planejamento urbano e a segregação socioespacial. Anais do 2 Seminário Internacional de Planejamento e Desenvolvimento, 2014. dispon~ivel em http://200.19.73.116/anais2/wp-content/uploads/2015/08/947.pdf. acesso 10 agosto 2016<br><br>CONRADO, A. Os 8 Ps do Marketing Digital: O guia estratégico de marketing digital. são Paulo: Novatec Editora, 2011. <br><br>NAKAMURA, R. Como fazer um Planejamento de Mídia na prática. São Paulo: Farol do Forte, 2009.<br><br>NEVES, L. Movimento popular e transporte coletivo em Curitiba. Curitiba: Editora Gráfica Popular, 2006.<br><br>VASCONCELOS, L. Planejamento de comunicação integrada: manual de sobrevivência para as organizações do século XXI. São Paulo: Summus Editorial, 2009.<br><br> </td></tr></table></body></html>