ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00663</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Sábado: Produção Audiovisual Ficcional</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Laura Mariane Cecilio (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ); Tiago Lenartovicz (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;curta-metragem, cinema brasileio, ficção, transmedia, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Sábado é um curta-metragem transmídia feito em meados de 2016 e início de 2017 como produto dos estudos em produção e planejamento em comunicação e multimeios. Trata-se de uma produção ficcional baseada em dois contos de duas mulheres cujas vidas amorosas compartilhavam - sem consentimento mútuo - o mesmo homem. O produto transmídia divide-se em duas partes: o curta-metragem divulgado através do presente projeto, e a história em quadrinhos que pode ser visualizada no link disponível online na descrição do vídeo. Os estudos deste projeto dialogam com as artes visuais, consistentemente nos estudos da psicologia das cores presentes da identificação dos personagens, com as artes cinematográficas, para a efetividade da produção do curta-metragem e com os conceitos de transmídia, para o entrelaçamento de ambas as mídias.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">É necessário, para a apresentação do presente projeto, expor a significação de transmedia storytelling segundo Henry Jenkins (2009, p.138), que propõe que a narrativa transmídia é um desdobramento por meio de diferentes plataformas de mídia, onde cada texto de cada meio produz uma distintiva e valorosa contribuição para o todo. Esta definição envolve não apenas a função comunicativa do aspecto de "ser" transmídia como também esclarece brevemente o porquê de ser utilizado este tipo de comunicação: a contribuição singular, que uma ligação entre dois meios distintos pode dar a um conteúdo específico quando veiculado rente às disposições midiáticas em questão, atribui-lhe maior valor e significação do que quando as mídias são interpretadas separadamente em meios isolados de comunicação. Além disso, é necessário ter a consciência de que não é o mesmo consumidor quando trata-se de plataformas divergentes, e, portanto, a narrativa transmídia pode atingir públicos diferentes, obtendo então, um efeito de área de abrangência maior e, em cada plataforma, cumprir um objetivo diferente. No projeto Sábado, o diálogo transmídia deste projeto se efetiva através do conteúdo em comum, que então permite que as comunicações entre duas linguagens conectem-se. A e-zine, característica por seu cunho independente contemplado pelo termo fanzine, e virtual, e também é parte deste projeto, utiliza a linguagem gráfica da história em quadrinhos para expressar seu conteúdo, e o movimento deste circula também entre a linguagem audiovisual produzida a partir de um curta-metragem. Ambas as peças, a história em quadrinhos e o audiovisual, foram produzidos não por fundamental necessidade de serem consumidos sequencialmente, mas sim por fins complementares, pois agregam para a interpretação do espectador e do leitor informações anteriormente não apresentadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto Sábado, tanto em sua produção de curta-metragem quanto sua história em quadrinhos, tem consistência e integridade independente, portanto, um de seus objetivos é estimular a produção independente de imagens, gráficos, desenhos, sons, etc. A produção também pertence a um recorte muito importante e que deve ser lembrado: tem conteúdo e crítica feministas e visa a legitimação artística feminina dentre todos os tipos de produções. Além destes posicionamentos que atuam como objetivos, o projeto, afim de contar uma história sob dois pontos de vista através de dois canais diferentes, incentivar a produção digital e o consumo de HQs e audiovisuais brasileiros.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Uma e-zine (disponibilizada na plataforma ISSUU) e um curta-metragem, (disponibilizado pela plataforma YouTube) demandam públicos de uma mesma esfera, e, apesar da internet congregar consumidores de diferentes produtos, a acessibilidade virtual é o principal motivo pela escolha deste projeto não se movimentar off-line, já que o movimento de tornar-se AFK demanda um estímulo que depende do estado de tempo e espaço do espectador e, uma vez digital, a durabilidade do produto é infinita e permite releituras, reatribuições, etc. O projeto dialoga com o público através da linguagem audiovisual e ambas as peças foram selecionadas por, não apenas domínio da autora e intimidade com os processos de criação exigidos pelas linguagens, como também por: 1. Abrangerem uma área de público grande, por serem realizados online. 2. Precisarem de incentivo e investimento brasileiros. Este último motivo demanda bastante estudo prévio, que aplique-se nas áreas políticas, econômicas, sociais e na história do país desde quando começou-se a consumir cultura e informação até os tempos contemporâneos e da atualidade, porém, não falarei sobre este ponto durante o projeto justamente por ser uma exigência extensa e contínua. Mas prossigo na defesa da importância de produzirmos as peças em questão. Como o professor Henrique Magalhães defende, Os fanzines (...) representam, para os quadrinhos brasileiros, o espaço da reflexão, da crítica e da experimentação; é também uma forma de resistência à indiferença das grandes editoras frente aos quadrinhos nacionais e à massificação dos quadrinhos estrangeiros. A importância dos fanzines se configura ainda pela difusão e renovação dos quadrinhos, pela formação do público e criação de um espaço essencial de discussão e avaliação dos quadrinhos como expressão artística. (MAGALHÃES, 2003, p. 1) Assim como deve ser defendida a arte ilustrativa brasileira, sobretudo as Histórias em Quadrinhos brasileiras, devem também ser defendidos a produção e o consumo de audiovisuais brasileiros. Investir em narrativas ficcionais e não documentais é também se posicionar diante de um mercado que exige cada vez mais e mais intensamente criatividade e produção de conteúdo. Utilizando meios de comunicação e uma narrativa transmídia é possível exercer política através da criação e produção autorais. É importante ressaltar que o investimento no processo autoral é requerimento para espaço e visibilidade no mercado criativo, seja ele voltado para audiovisual ou literário, tal como qualquer outro segmento artístico, a narrativa transmídia viabiliza o acesso e a divulgação deste processo criativo. Uma vez posto que a produção de audiovisuais e de histórias em quadrinhos requerem atenção e investimento, podemos abreviar as longas dificuldades que o público geral tem para o consumo dessas produções (e recomendação entre os conhecidos, para popularização e aumento do consumo), e estreitar os caminhos ao tornarem essas peças disponibilizadas online. Em qualquer lugar que estiver e independente do tempo disponível para consumo, as obras, vinculadas por uma narrativa transmídia, tornam-se acessíveis para que o espectador/leitor as visite o momento e o lugar que preferir, ao mesmo tempo que coligadas por um hiperlink, reproduzem a ideia transmídia que une ambas as produções e, ainda assim, permitem ao espectador a noção de participação, pois seu poder de reação online lhe concede manifestação de expressão através de comentários, posts, compartilhamento, resposta à autora, etc. O consumo tradicional dessas mídias, mesmo que adquiridas simultaneamente e relacionadas por uma ideia transmídia, não concedem ao consumidor o direito de resposta instantânea e a autonomia do leitor como participativo, tal como o consumo online viabiliza. A internet como veículo principal da narrativa transmídia emancipa a expressividade do consumidor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto iniciou-se devido a pesquisas e estudos dentro da vertente a que se refere à narrativa transmidiática, ou como Henry Jenkins bem introduz o termo em Cultura da Convergência (2009), Transmedia Storytelling. Após ter tido contato o bastante com transmídia, busquei referências de artistas visuais brasileiros e internacionais no meio da produção de histórias em quadrinhos e cinema brasileiro. A produção audiovisual, em seu processo de pré-produção, demandou-me meses para completar o roteiro (inspirado no conto literário homônimo da presente autora), mas a seleção de autores, por afinidade, já acontecera antes mesmo da conclusão do roteiro. Cíntia Micaela, Tarik Adão e Isadora Cândido interpretariam os principais personagens envolvidos na trama e durante severas reuniões discutimos quem poderíamos convidar como figurantes e coadjuvantes. Definimos a locação, o figurino, a trilha sonora, os equipamentos de som e gravação em torno de sete dias, e inciamos os ensaios com os atores e a correção do roteiro que daria-se por 10 dias. O início das gravações dos takes, divididos em 9 cenas, começou por volta de dezembro de 2016, a conclusão das gravações e a pós-produção se finalizaram no início de janeiro de 2017. Foram necessários quatro dias para edição de vídeo e masterização de áudio, que neste último, obtive ajuda do músico Nicholas Emmanuel para concluir o no tratamento de som. O curta-metragem está disponibilizado na plataforma YouTube e contém, em sua descrição, o link da e-zine transmídia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto fora desenvolvido para portar uma situação contada por duas pessoas, Ana e Luana, que viveram histórias diferentes, mas que se envolveram e se afetaram, graças a duas pessoas em comum em suas vidas: Carlos e Maria. É importante enaltecer que a história contada pelo curta-metragem, apesar de ter em seus detalhes como nomes, cidades, empregos, falas, entre outros elementos, cunho ficcional, a essência do enredo foi inspirada em uma situação que testemunhei no ano de 2015. A produção do projeto baseada na história original fora autorizada pela mulher que hoje é interpretada por Cíntia Micaela (a Ana) e que optou por não se identificar. A história em quadrinhos conta o relacionamento de Carlos e Ana que, ao longo dos sete anos de convivência, os últimos dois caracterizaram um relacionamento à distância, até que optam por terem um filho e se casar. Porém, nestes últimos dois anos de relacionamento de distância com Luana, Carlos conhece e mantém um relacionamento com Ana, mesmo que sumisse aos sábados (para a visita da noiva em outra cidade). Ambas as envolvidas não tinham ciência dos relacionamentos extra conjugais que Carlos mantinha, mas Maria, madrinha de Luana e amiga de Ana, não só tinha conhecimento da situação, como convidou Ana para ir ao casamento. Chegando lá, Ana vê Carlos de noivo e sua, até então, irmã, Luana, de noiva e chega a desmaiar de susto. A história em quadrinhos e o audiovisual apresentam histórias simultâneas e promovem um círculo do espectador entre as plataformas para saber mais sobre cada versão. Este estilo de storytelling eu vi pela primeira vez também em 2015, com o projeto  The Disappearance of Eleanor Rigby (2014) do diretor Ned Benson. O projeto é um conjunto de 3 filmes contando três versões diferentes: a de Conor Ludlow (James McAvoy), a de Eleanor Rigby (Jessica Chastain) e a do narrador observador, diante da situação afetiva do casal e os confrontos que eles passaram até chegar na conclusão que se deu nos três filmes. A minha ideia do projeto nasceu curtida na proposta do projeto de Benson, mas desenvolveu-se até chegar a um produto multimeios, em 2016. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O resultado correspondeu às minhas expectativas: o curta-metragem não me demandou nada muito além de agilidade e praticidade para a logística das cenas. Senti um pouco de falta de laboratório dos atores para com os personagens, porém pude explorar na edição do vídeo o resultado e a tonalidade de drama cômico que eu gostaria que se expressasse durante o curta. Ambas as peças estão disponibilizadas online e podem circular virtualmente. Apesar de não tratar de temas sociais como são frequentes as pautas do feminismo, o projeto é uma produção exclusivamente feita por uma mulher e, em sua maior parte, de criação própria, portanto, fazendo parte da cena artística de produções autorais e independentes: As fotografias, as filmagens, a edição e os efeitos sonoros são todos escritos pela autora e divulgar essa ação é também incentivar o consumo destes produtos, tal como também é estimular que mais artistas produzam e divulguem suas peças, músicas, filmes, etc. É importante ainda, notar que, além de ser uma produção independente e agregar à cena audiovisual feminista, o projeto trata de um tema que muitas mulheres sofrem na sociedade patriarcal: a irresponsabilidade afetuosa do homem para com a mulher e a fraternidade receptiva com esses mesmos erros. Trazer à tona produções com esse tipo de conteúdo e torna-lo didático para o público juvenil é conscientizar e empoderar mulheres que sempre estão passíveis de abuso, misoginia e deslegitimação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. 2 ed. São Paulo: Devir, 1999.<br><br>GIOVAGNOLI, Max. Transmedia storytelling: Imagery, Shapes and Techniques. 1 ed. EUA: ETC Press, 2011.<br><br>JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2 ed. São Paulo: Aleph, 2009.<br><br>KRENING, Thiago Da Silva; SILVA, Tânia Luisa Koltermann Da; SILVA, Régio Pierre Da. Histórias em Quadrinhos Digitais: Linguagem e Convergência Digital. NONA ARTE, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 1-10, ago. 2015.<br><br>MAGALHÃES, Henrique. A Mutação Radical dos Fanzines. XXVI INTERCOM, Minas Gerais, p. 1-12, set. 2001.<br><br>NASCIMENTO, Melissa Eloá Silveira. A Escrita dos Fanzines. Anais do V Congresso de Letras da UERJ São Gonçalo, Rio de Janeiro, p. 1-21, abr. 201.<br><br>SANTOS, Marcelo Moreira. O Cinema Transmídia e o Espectador em Rede. Biblioteca Online de Ciências da Comunicação. Universidade Beira Interior, Portugal, p. 1-14, mar. 2013.<br><br>OBSERVATÓRIO BRASILEIRO E DO AUDIOVISUAL <http://oca.ancine.gov.br/ >. Acesso em 01/06/2016<br><br>Glossário de Comunicação em Internet Innovation Blog. Disponível em: < www.internetinnovation.com.br>. Acesso em 13/06/16.<br><br> </td></tr></table></body></html>