ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00878</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Da criação à edição: as etapas editoriais da Revista Trinque</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Jean Silveira Rossi (Universidade Federal de Santa Maria); Giulia Ocaña da Silveira (Universidade Federal de Santa Maria); Kátia Leonor Alves Silva da Silva (Universidade Federal de Santa Maria); Liliane Dutra Brignol (Universidade Federal de Santa Maria); Sandra Depexe (Universidade Federal de Santa Maria)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;cultura alternativa, produção editorial, revista, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A revista Trinque foi um produto editorial criado e desenvolvido por acadêmicos do 4º semestre do curso de Comunicação Social  Produção Editorial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), através das disciplinas de Produção Editorial para Revistas e Planejamento e Produção Gráfica no ano de 2016. Tem por objetivos a difusão da cultura e moda alternativa de maneira a representar públicos de todos os gêneros, idades, cores e tamanhos. Desse modo, a Trinque vem com a missão de dar visibilidade às minorias dentro do cenário alternativo, assim como informar seus leitores de maneira desconstruída e didática sobre esse universo  à margem . O produto piloto foi produzido na versão impressa. Assim, este artigo-relatório demonstra como se deram os processos gráficos e simbólicos para sua criação, edição e resultado final.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista Trinque começou a ser construída em outubro de 2016 configurada como projeto e produto a serem avaliados para as disciplinas de Produção Editorial para Revistas e Planejamento e Produção Gráfica, ministradas respectivamente pelas professoras do departamento de Ciências da Comunicação da UFSM, Liliane Brignol e Sandra Depexe. O produto tem como temáticas principais a moda e a cultura alternativa, estando a primeira muito entrelaçada com a última, pois a moda revela ao mundo a individualidade do ser, enquanto a cultura alternativa ou contracultura é vivida pelas minorias, muitas vezes vista como estranha, seja por ignorância ou por preconceito. Por conseguinte, estilos que fogem do  normal agem como cultura de resistência contra os padrões impostos pela cultura hegemônica. Hegemonia cultural é um conceito criado por Antonio Gramsci (2001) para relatar o tipo de soberania ideológica de uma classe social sobre outra, através do controle de vários sistemas, dentre eles os meios de comunicação. Carlos Alberto Pereira em seu livro  O que é contracultura (1983) explica de que maneira esse movimento alternativo, criado e vivido pelas minorias sociais, pode ser descrito como uma crítica anárquica: De outro lado, o mesmo termo (contracultura) pode também se referir a [...] um certo modo de contestação, de enfrentamento diante da ordem vigente, de caráter profundamente radical e bastante estranho às forças mais tradicionais de oposição a esta mesma ordem dominante. [...] Uma contracultura, entendida assim, reaparece de tempos em tempos, em diferentes épocas e situações, e costuma ter um papel fortemente revigorador da crítica social. (PEREIRA, 1983, p.20). Sendo assim, a ideia de demonstrar e problematizar a hegemonia cultural e a contracultura em um produto editorial serve como um ato em favor do público alternativo para que ele se sinta incluído na mídia e possa reconhecer as várias vertentes pelas quais a sua cultura perpassa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo da revista é representar livremente o estilo dos adeptos da cultura alternativa e suas diversas faces, de maneira a incluir públicos de todos os gêneros, idades, cores e tamanhos. Além da cultura e moda, exploradas pela publicação sob vários olhares, a revista tem a missão de abordar assuntos sobre mídias alternativas, problemáticas e conteúdo geral. Também pretende-se demonstrar suas etapas de concepção e produção gráfica, assim como os ideais simbólicos que guiaram a criação da Trinque. Nessa lógica, através do projeto gráfico, pretende-se quebrar os padrões estéticos da produção e edição de revistas, os quais, em maioria, utilizam em sua diagramação colunas retangulares de texto. Portanto, o grupo almeja a criação de um produto editorial feito na medida para que esses potenciais leitores tenham uma revista focada inteiramente na diversidade de estilos alternativos existentes. Afinal, a Trinque objetiva críticas sociais aos estereótipos e à glamourização da moda, ambos reproduzidos pela cultura hegemônica atual.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">De acordo com Scalzo (2003, p. 11-12), revista  é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento . Nesse contexto, a Trinque explora as diversas características de seu meio, moldando-se em um produto comunicacional e identitário dentro do nicho em que está inserida. Para tanto, após análise e percepção da carência de materiais com tais temáticas, foi diagnosticada a pouca ou até mesmo falta de representação de um público  alternativo no mercado editorial brasileiro. Nesse sentido, a proposta da revista Trinque surgiu da necessidade em representar os públicos consumidores da cultura e da moda alternativa. Atualmente não há uma publicação que dê a devida visibilidade aos diversos tipos de estilos alternativos, e esse público cada vez mais requer o devido respeito e tratamento por parte dos veículos midiáticos. Em complemento, o fenômeno que a Trinque pretende atingir foi trazido por Ali (2009), ao explorar a relação mútua entre editor e leitor, afirmando que ambos são unidos por um fio invisível de ideias através das quais é possível construir identificações e transmitir sensações de pertencimento, ou seja, o leitor necessita da revista tanto quanto a revista precisa do leitor. Esse foi um dos principais motivos que levou a equipe a produzir algo inovador. Essa construção de identidade com e do leitor se encontra no projeto editorial, através do uso de uma linguagem contemporânea e didática, abordando os conteúdos de maneira jovem, desconstruída e com foco na aprendizagem desse leitor. No projeto gráfico, isso é perceptível pela inovação em sua diagramação, que foge dos padrões vistos nas revistas tradicionais, através, por exemplo, da quebra de colunas retas para apresentação do texto. Tal relação do projeto gráfico com o público-alvo é reforçada por Frederico de Mello B. Tavares em  Revista e identidade editorial: mutações e construções de si e de um mesmo (2013): O projeto gráfico é constituído pelo formato da revista, especialmente relacionado ao seu suporte, além de seu espaço gráfico, que se estrutura e serve de base para a diagramação e articulação dos diferentes elementos informativos ali presentes. A composição é condicionada pelos interesses e necessidades do público-alvo a que se dirige; pelos critérios de edição e por valores específicos do campo jornalístico (apelo estético e compromisso informativo, muitas vezes atravessados e subordinados à proposta comercial); pelo conteúdo publicado, cujo tratamento gráfico é revisto a cada edição; por princípios de legibilidade, ritmo, harmonia e coerência visual.(TAVARES, 2013, p. 209). Assim, uma revista desconstruída sobre moda e cultura é aquilo que tanto os sujeitos quanto o mercado necessita, principalmente em uma época onde se defende e reforça o empoderamento e a ideia de que as pessoas devem abraçar sua individualidade, independentemente dos preconceitos reproduzidos pelo senso comum.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para avaliação na disciplina de Produção Editorial para Revistas o necessário foi conceber a ideia de uma revista desde o conceito por trás do título, apresentação, público-alvo, missão editorial, periodicidade, objetivos, linguagem, seções e número de páginas até o planejamento de mercado caso o produto fosse comercializado: cenário editorial em que a revista seria introduzida, seus pontos fortes e fracos, além de seu orçamento, tiragem e distribuição. Já em Planejamento e Produção Gráfica, o grupo teve a oportunidade de aplicar tais conceitos anteriores através do projeto gráfico da Trinque, o que corresponde ao seu formato, tamanho, mancha gráfica, grid, diagramação, paleta de cores e de tipos, estrutura dos recursos visuais, cuidados para impressão, bem como o planejamento das diretrizes técnicas da revista. Desde o princípio do projeto, a equipe foi orientada a produzir uma revista no formato impresso a fim de que aplicasse seus conhecimentos teóricos em um produto editorial tangível e que, como futuros editores, os acadêmicos pudessem experimentar a prática da produção editorial de revistas. Logo depois da consolidação da ideia, surgiram dúvidas quanto à categorização da revista: seria especializada ou segmentada? Conforme Helena Jacob no livro Webjornalismo, de Magaly Prado (2010), a segmentação de revistas  pretende atingir os interesses e necessidades de seu público-alvo, moldando-se ao que o leitor deseja, edição por edição . A equipe concordou que a Trinque era segmentada. Todavia, ao pesquisar o conceito de especialização abordado por Scalzo (2004) o grupo entrou em debate, pois revistas especializadas tratam de um tema com muita profundidade, o que também caracteriza a Trinque. Sendo assim, chegou-se à conclusão de que a revista era segmentada e especializada, afinal uma não exclui a outra. Muito pelo contrário, esse foi mais um diferencial da publicação. Para produção da revista, foram utilizados dois softwares da empresa Adobe: Photoshop e InDesign. O primeiro foi usado principalmente para edição e/ou criação das imagens e elementos gráficos presentes ao longo da revista, enquanto o segundo programa foi usado para diagramação e fechamento do arquivo que foi posteriormente enviado para impressão na Imprensa Universitária da UFSM. Quanto à edição e criação de conteúdo e imagens, a equipe dividiu-se por temáticas de interesse pessoal, mas nunca esquecendo um dos aspectos mais cruciais de uma revista: a missão editorial. Nessa temática, Ali afirma que: A missão é chamada, entre outras coisas, de objetivo ou filosofia editorial. Há quem chame de nada. Com qualquer nome ou nome nenhum, uma coisa é certa: se você não sabe dizer o que é a sua revista numa frase concisa ou num parágrafo curto, você não sabe o que é a sua revista. (ALI, 2009, p. 47). Seguindo esse conceito aliado ao projeto editorial da revista, a missão da Trinque é ser a revista que representa as minorias dentro do cenário alternativo. É importante salientar que o conteúdo da revista poderia ser fictício, visto que o foco da das avaliações era aplicar os conhecimentos na prática. Ainda assim, o grupo decidiu pela mescla de assuntos e fotos retiradas da Internet com seu estilo próprio de escrita, passando por adaptação e criação do texto ao propósito da Trinque. Após isso, as matérias e demais conteúdos exclusivos passaram pela etapa da revisão, a fim de que não categorizasse plágio, antes de sua diagramação. No entanto, dificuldades estiveram presentes desde o início do projeto. Um dos grandes desafios encontrados foi a escolha de temas pertinentes a uma edição piloto, pois sabe-se que, no mercado editorial, muitas publicações não  sobrevivem após essa fase inicial por conta de inúmeros equívocos, principalmente nos discursos utilizados para introduzir e captar a atenção dos leitores nesse primeiro contato. Dessa maneira, analisando o perfil ambíguo da Trinque, sendo especializada e segmentada, fator que poderia dificultar sua aceitação, optou-se por trazer um conteúdo explicativo e introdutório sobre as questões em volta dos ideais da Trinque, principalmente os conceitos de moda e cultura alternativa, presentes na matéria de capa para edição piloto. Após a delimitação das pautas, o grupo dividiu-se por temáticas e funções de maior interesse, o que acabou acumulando trabalho para a maioria dos integrantes. Sendo assim, o trabalho configurou-se coletivamente, porque grande parte da equipe produziu e editou conjuntamente e de forma democrática. Todas as escolhas quanto às questões visuais e conceituais foram decididas às vezes pessoalmente, às vezes através de aplicativos de comunicação. No expediente da Trinque é possível perceber tal distribuição de tarefas: Imagem 01  Parte do expediente. Fonte: elaborado pelos autores. Ainda assim, outro grande impasse, dessa vez da área gráfica, foi a maneira como seriam dispostos os elementos textuais e imagéticos ao longo das páginas, a fim de atender ao desejo de algo inovador mas sem a perda da identidade do meio revista. Conforme Manu (1995), o design  é uma atividade consciente e criativa que combina tecnologia e materiais com o contexto social, com o propósito de ajudar a satisfazer ou modificar o comportamento humano . Ainda nesse âmbito, segundo Zapaterra (2014), a  padronização gráfica é necessária para organizar e dar consistência à identidade do periódico a cada edição . Nessa perspectiva, utilizar a técnica do grid modular foi de grande ajuda, pois a partir dos módulos criados foi possível diagramar o texto em múltiplas formas geométricas, assim como aproveitar essa dinamicidade e liberdade para organização e design dos elementos gráficos de cada seção, representando a identidade própria da Trinque: Imagem 02  Grid modular utilizado para diagramação da revista. Fonte: elaborado pelos autores. Mesmo com as adversidades pelo caminho, a revista foi moldando-se de acordo com a criatividade da equipe e as orientações das professoras, fato determinante para o sucesso da mesma em seu resultado final, sendo legitimada como produto editorial sustentado por bases simbólicas e gráficas consistentes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> Trinque surgiu depois de muita pesquisa por termos semelhantes à  moda e  cultura . Finalmente, ao visualizar a palavra numa frase conhecida popularmente, a equipe formulou a identidade e significado por trás do nome.  Trinque é uma alusão às duas vertentes da revista: moda e cultura, remetendo à expressão  ficar nos trinques , ou seja, estar elegante, na moda e relaciona-se com um trinco de fechadura, visto que os editores pretendem destravar padrões culturais e abrir portas para dar visibilidade às minorias alternativas. Sobre as diretrizes técnicas da Trinque, pode-se afirmar que ela é uma revista no formato retrato com tamanho fechado 19x26cm e aberto 38x26cm. A capa da Trinque tem uma estrutura básica, apresentaria sempre uma imagem de acordo com a temática da edição, tendo elementos visuais fixos e flexíveis: Imagem 03  1) Título; 2) Indicação do número da edição; 3) Código de barras: edição, mês/ano e preço. O subtítulo não seguiria um padrão visual fixo. Fonte: elaborado pelos autores. A edição piloto da revista divide-se em seis seções fixas pelas suas 24 páginas, de acordo com o planejamento efetuado pelos editores a fim de que o leitor tenha uma boa experiência com o estilo da linguagem e com os padrões visuais diferenciados, neste primeiro contato. Devido ao tema diversificado, foram associadas todas as cores à revista, tanto os tons vivos quanto os mais pastéis, justamente por se tratar de moda alternativa e fuga dos padrões visuais. No caso da primeira edição, optou-se principalmente pelo azul, esmeralda, verde, rosa e roxo, sempre cuidando o padrão de cor CMYK para impressão. A primeira seção é a mais tradicional da edição, porém de extrema importância: o editorial. Sobre esse termo, Felipe Boff em  A revista e seu jornalismo (2013), explica: O editorial só é possível em decorrência de uma linha editorial, ainda que mal traçada ou instável. É (ou deveria ser) o espaço da manifestação explícita das opiniões que guiam o jornal  o que também pode valer para a revista de informação. É uma espécie de terra natal do jornalismo opinativo, seu porto seguro, em que o gênero pode até ser contestado, mas nunca renegado. (BOFF, 2013, p. 191). Sendo assim, o editorial da Trinque construiu-se apoiado nos pilares conceituais e políticos da revista, sem deixar de introduzir o leitor à cultura e moda alternativa através de um layout mais leve e agradável e convidativo ao público: Imagem 04 - Editorial. Fonte: elaborado pelos autores. Na seção seguinte, chamada  Vestuário , são exploradas tendências em roupas e acessórios da moda alternativa. Na edição piloto, foi realizada uma entrevista exclusiva sobre moda alternativa no universo Drag Queen com a drag santa-mariense, Aurora Wachowski. A diagramação do texto foi planejada para conferir hierarquia entre entrevistador/entrevistado, bem como mobilidade e fluidez na composição total: Imagem 05  seção  Vestuário . Fonte: elaborado pelos autores. Na seção  Cultura , o leitor é provocado a refletir e conscientizar-se acerca de estereótipos enraizados na sociedade no que tange à produção cultural, ideológica e social desses grupos desfavorecidos. Para a edição piloto, foi produzida uma matéria sobre moda alternativa no universo Plus Size: Imagem 06  seção  Cultura . Fonte: elaborado pelos autores. A próxima seção,  Capa , aborda com maior profundidade a matéria presente na capa, sendo essa a temática principal da edição. Na edição piloto, a seção  capa introduziu o conceito de moda e cultura alternativa, para que o público se familiarize com os ideais que movem o editorial da Trinque: Imagem 07  seção  Capa . Fonte: elaborado pelos autores. O espaço  Na mídia é uma seção onde o leitor fica atualizado sobre as mídias alternativas. São apresentadas redes sociais, sites, blogs, canais, pages e demais produtos midiáticos relevantes à cultura alternativa que estejam relacionados com as seções anteriores, como um apêndice de informações. Nesta seção, a diagramação foi pensada principalmente para dar complemento e dinamicidade às formas geométricas das imagens, cuidando o  respiro literário e a hierarquia textual através de numeração adicional. Imagem 08  seção  Na Mídia . Fonte: elaborado pelos autores. Por fim, o leitor chegará na seção  Você na Trinque , o local de contato direto entre revista e consumidor. Nele, são divulgadas as opiniões dos leitores sobre edições anteriores, desde elogios até críticas construtivas, assim como sugestões para as próximas edições. Na edição piloto foram expostas as expectativas de prováveis leitores da revista: Imagem 10  seção  Você na Trinque . Fonte: elaborado pelos autores. As cores vibrantes do  Você na Trinque representam a agitação do leitor por ter um espaço só para ele, poder entrar em contato com os editores, por isso foram escolhidas cores vivas. O preto do fundo da seção serve para sinalizar ao leitor que as matérias acabaram e que este novo espaço é um local exclusivo dele. Sobre a tipografia utilizada na revista, o destaque maior é primeiramente da fonte Unfoldingtrag-textured (logotipo da revista presente não só na capa, como também no editorial/expediente e no ícone para um aplicativo fictício). Essa tipografia manuscrita foi adotada pelo seu visual chamativo e design diferenciado. Já o corpo do texto em Hoftype Impara-Light, uma fonte sem serifa, serve para contrastar com as demais tipografias serifadas e manuscritas, transmitindo um design jovem, equilibrado e clean para os pequenos blocos textuais ao longo das matérias. Optou-se por utilizar formas geométricas, tanto nas caixas textuais quanto nas molduras de imagens para atribuir movimento e dinamicidade à leitura, sempre cuidando o  respiro literário , principalmente quando havia fotos ou ilustrações muito próximas ao texto. O visual também contribuiu para a melhor otimização e valorização dos elementos gráficos padrão, como paginação no centro inferior, nome das seções nos cantos superior esquerdo das páginas pares (acompanhado de triângulos) e inferior direito das ímpares. Na imagem a seguir, pode-se perceber a organização dos elementos gráficos e recursos para melhor leitura e aprendizagem ao longo das páginas da revista: Imagem 09  1) Seção da revista, com lados diferentes (na esquerda há triângulos envolvendo a palavra e na direita não) para proporcionar um visual equilibrado; 2) Paginação padrão; 3) Box explicativo; 4)  Olho da matéria. Fonte: elaborado pelos autores. Nesse recorte, também pode-se visualizar a mancha gráfica com imagens  sangradas ou ultrapassando a marca de dobra em páginas duplas, não seguindo um padrão, exceto pelos textos que foram diagramados dentro do grid modular, mas de modo dinâmico e fora do comum. Utilizaram-se boxes explicativos nas seções  Vestuário ,  Cultura e  Capa , pois desejou-se apresentar uma revista com um teor didático e linguagem diferenciada. Além disso, foram usados  olhos nas páginas para citações consideradas fundamentais nas seções  Capa e  Cultura . Antes do processo de edição iniciar, foi proposto aos acadêmicos planejar ações para inserção da Trinque no mercado. Todavia, optou-se por não explanar tais conteúdos neste artigo afinal são propostas fictícias. Ainda assim, o grupo acredita que para o sucesso de uma revista é crucial pensar e desenvolver todas as possíveis atividades que permeiam o mercado e o contato com o público. Finalmente, observando o resultado final, depois de todo o processo de concepção editorial, preparação de texto, criação do projeto gráfico, revisão, tratamento de imagens, diagramação, fechamento do arquivo e impressão, a sensação de dever cumprido foi imensa. Ver leitores em potencial folheando a revista impressa confirma a importância da experimentação durante a academia, afinal esse é o principal meio de aplicar os conhecimentos teóricos na prática da produção editorial e de legitimar o papel ímpar do editor na sociedade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Por mais  novidades que as revistas tradicionais de moda busquem trazer, ainda existe uma grande falha em representar a moda e a cultura alternativa. Pensando nisso, a ideia fundamental da Trinque foi dar voz a essa cultura geralmente vista como uma tendência a ser esquecida em prol da cultura hegemônica atual. Nesse processo para fazer uma representação correta  também considerando o fator identitário da equipe vs. o público-alvo  houve, em cada etapa, a vigilância em planejar, executar e demonstrar de forma clara tal universo. O principal fator que trouxe essa identidade à revista, ao mesmo tempo legitimando a Trinque como revista inovadora no mercado editorial, foi a união entre os conceitos simbólicos e o projeto gráfico, pois neste último cada detalhe foi criado e revisado para captar visualmente aquilo trazido pela missão editorial. Apontam-se duas estratégias para perceber esse diferencial, sendo a primeira através da diagramação, fator de distinção perante outras publicações, e a segunda abrangeu o cuidado com a linha editorial e conteúdo que, mesmo sendo em grande parte fictício, foi pensado para que a temática do alternativo não acabasse sendo reproduzida superficialmente como na maioria dos veículos comunicativos. O produto, em seu todo, contribuiu bastante para a equipe, não somente pelos desafios encontrados e superados, mas pela experiência na prática da edição. Cada etapa proposta pelas orientadoras e cada solução criada pelo grupo foram cruciais para a aprendizagem na arte de editar revistas, principalmente ao contemplar e folhear a versão impressa. Portanto, este artigo buscou evidenciar todos os processos editoriais pelos quais a revista Trinque passou, desde sua concepção na mente dos editores, passando pelas etapas de edição e, por fim, chegando até aquele que é seu objetivo primordial e sua razão de existir: o leitor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALI, Fátima. A arte de editar revistas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. <br><br>BOFF, Felipe. Muito além do editorial: a revista e suas opiniões. In: TAVARES, Frederico; SCHWAAB, Reges (orgs.). A revista e o seu jornalismo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 191.<br><br>GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere  Volume 1. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.<br><br>MANU, Alexander apud: SENAI/LBDI. A Aldeia Humana. Florianópolis: SENAI/LBDI, 1995. <br><br>PEREIRA, Carlos Alberto Messeder. O que é contracultura. São Paulo: Brasiliense, 1983.<br><br>PRADO, Magaly. Webjornalismo. Rio de Janeiro: LTC/GEN, 2010.<br><br>SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. 2ª edição. São Paulo: Contexto, 2004.<br><br>TAVARES, Frederico de Mello. Revista e identidade editorial: mutações e construções de si e de um mesmo. In: TAVARES, Frederico; SCHWAAB, Reges. (orgs.) A revista e seu jornalismo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 76-91.<br><br>ZAPPATERRA, Yolanda. Design editorial. São Paulo: Gustavo Gili, 2014.<br><br> </td></tr></table></body></html>