ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01054</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Aos que atiram a primeira pedra</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Patricia dos Martyres (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Paulo Camargo (Pontifícia Universidade Católica do Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;gonzo, igreja, neopentecostal, preconceito, prostituição</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho tem como objetivo elucidar as etapas da produção da reportagem  Aos que atiram a primeira pedra , desenvolvida no ano de 2016 para a disciplina de Jornalismo Literário do curso de Comunicação Social - Jornalismo (PUC-PR). Elaborada a partir do gênero gonzo, a reportagem é escrita em primeira pessoa e retrata a experiência da repórter que, trajada como prostituta, participa de uma cerimônia evangélica. De forma subjetiva, o texto objetiva evidenciar um padrão social que envolve a reação de religiosos diante de pessoas com condutas morais divergentes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a elaboração do texto  Aos que atiram a primeira pedra , observou-se o gênero jornalístico/literário chamado gonzo, caracterizado por contrapor as normas jornalísticas tradicionais (ALVARES, 2004). O texto utiliza uma escrita opinativa e narrada em primeira pessoa, na qual o repórter se integra à situação escolhida por meio de algum dispositivo que, neste caso, é a cerimônia de uma igreja neopentecostal sob a perspectiva de uma prostituta. Diante do contraste entre o sagrado e o profano, a experiência analisa de forma subjetiva se os preceitos da religião cristã, como respeito e amor ao próximo, são colocados em prática no ambiente que os professam.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para além dos dados quantitativos que envolvem o crescimento das igrejas protestantes no Brasil e sua consequente repercussão cultural, a reportagem  Aos que atiram a primeira pedra explora a dramaticidade de uma situação imersiva, que por si mesma repercute de forma empática ao leitor (MOXLEY, 2001). Através do método indutivo, a narrativa evidencia um padrão social que envolve o preconceito de religiosos com pessoas de outras condutas morais, representados pela prostituta que adentra um culto litúrgico, e objetiva elucidar um arquétipo social. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As igrejas protestantes são as que mais crescem no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), de janeiro de 2010 a fevereiro de 2017 foram 67.951 organizações religiosas a se registrarem na Receita Federal, uma média de 25 por dia. Com tal expansão, o movimento passa a não se restringir apenas à esfera religiosa, começando a participar ativamente da formação cultural dos indivíduos, além de disputar e participar intensamente da política nacional (PIERUCCI, 1996). Nesse contexto, tornou-se pertinente pautar uma vivência imersiva em uma igreja que se encaixa nos dados apresentados, e abordar de que forma os fiéis reagem a uma pessoa que não se adequa aos seus padrões morais, podendo identificar raízes de intolerância que refletem o atual cenário político brasileiro. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a produção da reportagem  Aos que atiram a primeira pedra foram utilizadas técnicas do jornalismo gonzo, surgido em 1970 como uma nova fase do New Journalism. Dentre inúmeras características próprias, o jornalismo gonzo é narrado em primeira pessoa, utiliza linguagem informal e não busca a objetividade, e sim a experiência subjetiva do próprio repórter, que adquire caráter ficcional e se torna personagem. Para melhor compreensão da linguagem, foram lidos textos de Hunter S. Thompson, que inaugurou o gênero, e de outros autores indicados pelo professor orientador. Após as leituras, tanto a pauta quanto a execução foram espontâneas e contaram com elementos de escolhas e improvisos próprios do gênero, que suscitou no repórter/personagem impressões pessoais. Posteriormente, tais impressões foram somadas a uma pesquisa informativa sobre o tema.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto consiste em um texto literário de aproximadamente 8 mil caracteres, inspirado pelo gênero gonzo, em que a repórter e personagem retrata sua experiência como prostituta durante um culto de uma igreja neopentecostal. Para tanto, a personagem utiliza trajes e linguagem corporal que remetem ao arquétipo de prostituta, enquanto observa as reações diante do contraste que causa no ambiente litúrgico. A completa imersão causa uma imparcialidade proposital, o que torna o texto com caráter subjetivo, formado pelas observações e sensações da personagem.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O Jornalismo Gonzo trouxe diversas novidades para a trajetória do jornalismo e sua fronteira tênue com a literatura. Ao evidenciar a subjetividade, esta forma de escrita colocou o jornalista no lugar de ser humano, passível de impressões pessoais que, no contexto experiencial, são tão relevantes quanto os fatos brutos. A reportagem  Aos que atiram a primeira pedra , ao se pautar por esse legado, traz em sua narrativa elementos jornalísticos e literários que se complementam e podem levar o leitor à sensação de imersão e empatia, ao mesmo tempo que o confronta com uma realidade possivelmente nunca vivenciada.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALVARES, Rodrigo Oliveira. Jornalismo gonzo no Brasil. Monografia de conclusão do curso de jornalismo pela PUC-RS/FAMECOS, Porto Alegre-RS, 2004<br><br>MOXLEY, Mitch. Gonzo! Confessions of a Hunter S. Thompson junkie. Nov, 2001<br><br>PIERUCCI, Antônio Flávio & PRANDI, Reginaldo. A realidade social das religiões no Brasil: religião, sociedade e política. São Paulo: Hucitec, 1996<br><br> </td></tr></table></body></html>