ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01125</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Educação na Ilha</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;bruna alves teixeira (Universidade Positivo); Camila França Fontes (Universidade Positivo); Felipe Harmata Marinho (Universidade Positivo); Sandra Nodari (Universidade Positivo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;educação, mídias digitais, guaraqueçaba, paraná, webdocumentário</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho se propôs a criar um webdocumentário para apresentar um recorte de como é a educação nas ilhas de Guaraqueçaba (PR). Sendo assim, a plataforma buscou desenvolver um produto jornalístico que pudesse ser construído com diferentes linguagens para dar maior fôlego ao assunto. Ao analisar dados sobre a educação estadual, o município litorâneo apresentou dados preocupantes que justificam e reforçam a importância de trazer o assunto como pauta social. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O consumo e a distribuição da informação tiveram transformações nos últimos anos, gerando impacto direto na forma como o jornalismo se reinventa. Uma das propostas deste trabalho é explorar o webdocumentário como gênero jornalístico no processo de construção de uma narrativa audiovisual. Ao analisar dados sobre educação no Paraná, Guaraqueçaba apresentou dados muito inferiores em relação à média estadual. De acordo com dados do Censo Escolar do Ministério da Educação de 2003 a 2014, mais de 37 mil escolas do campo, no Brasil, foram fechadas. Algumas das causas vão desde a falta de acesso, um bom ensino e até a ausência de uma estrutura adequada para que crianças e adolescentes possam estudar. O Ministério da Educação (2016), define a educação no campo como tudo o que envolve a educação rural e as comunidades ribeirinhas, pesqueiras e caiçaras. Educar no campo é reforçar a identidade cultural, possibilitar aos educandos conhecer um pouco do mundo e desenvolver o aperfeiçoamento do que sua realidade possibilita. Os dados públicos, por si só, justificam a importância em retratar a educação em um dos municípios com as piores avaliações do estado para compreender a realidade ali vivida. A educação é um direito básico que não está sendo proporcionado com eficácia pelo Estado e é dever do jornalismo ir de encontro aos problemas sociais e retratá-los de forma justa. Sendo um terreno fértil para exploração de linguagens, a internet permite ao jornalista se apropriar de ferramentas que auxiliem na construção de uma narrativa, como é o caso deste produto. Spinelli (2015) afirma que o termo "webdocumentário" retrata o tratamento criativo de experiências documentárias na web, representadas por projetos multimídias, interativos e não lineares. Essas mídias podem envolver texto, áudio, vídeo, fotografias, animações e simulações. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Apresentar a educação do município de Guaraqueçaba como pauta social relevante, vivenciar dentro das comunidades caiçaras a cultura dos moradores, bem como suas formas de se adaptar ao meio e as dificuldades que eles vivem relacionada à educação. Dar voz à população para que ela aponte os desafios da educação na ilha. Explorar a possibilidade do jornalista multitarefa, em que o jornalista desenvolve todas as atividades e práticas necessárias para criar a notícia, e construir uma plataforma em formato long-form capaz de abrigar diferentes mídias, que juntas, dão maior fôlego ao assunto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ela não está presa na escola, nem no formalismo do sistema, ela é um ato humano e acontece em diversos espaços. A educação envolve o que é comunitário, ela não pode ser localizada em uma pessoa, nem em um lugar, a educação vive na vida social e a partir da vida dos grupos sociais ela é criada e recriada, conforme aponta Medrado (2010). O Estatuto da Criança e do Adolescente é uma lei de 1990, que normatiza o artigo 227 da Constituição Federal de 1988. Segundo BRASIL (2011), a prioridade absoluta no desenvolvimento integral de crianças e adolescentes é uma responsabilidade da família, da sociedade e do Estado, conforme determina a Constituição Brasileira. "Diante desse compromisso, a mídia jornalística desempenha um papel fundamental, levando para a sociedade informações contextualizadas agendando debates relevantes e realizando o controle social da política pública das ações governamentais" (p.10). Dessa forma, o jornalista tem como dever colocar em pauta a educação. A produção de vídeos jornalísticos para a internet é uma das atuais formas de se contar histórias, segundo João Wainer (2016). Um dos principais pontos levantados por Wainer (2016), é o desafio do jornalista contemporâneo em criar narrativas em plataformas digitais, uma vez que os jornais tradicionais precisam se adaptar à linguagem da web, e avalia que os vídeos são a aposta certa. Como é o caso da própria TV Folha, TV Estadão, Trip TV, Vice News, etc. Vídeos para o formato online contam com um crescente consumo e em breve "deve ser tão importante quanto a TV aberta no Brasil" (n.p), conforme escreve Dennis Altermann (2016). Além disso, uma das apostas para 2016, segundo ele, traz entre as principais tendências de mídias sociais a produção de vídeos online. Robert Kyncl, diretor de negócios do Youtube, durante o Consumer Eletronics Show, em 2016, afirmou que até 2019, 80% do tráfego online seja de vídeos digitais. Sendo assim, o jornalismo digital vive em mutação quando se apropria de ferramentas e possibilidades na web para criar narrativas jornalísticas. Quando questionado sobre as apropriações feitas na realização dos vídeos da "Trip TV", o diretor Diógenes Muniz, no 11º Congresso de Jornalismo Investigativo, disse para o público que não importa quais as ferramentas que você usa para construir uma notícia ou reportar uma história, importa como você vai se apropriar das diferentes linguagens para fazer jornalismo. Para o jornalista que tiver uma história, o próximo passo é planejar em qual plataforma ele vai executar sua narrativa. Ainda de acordo com toda essa transformação de consumo e mercado, é importante compreender o impacto que isso causa do jornalismo. Uma das novas possibilidades de construção de narrativa é o webdocumentário, pois ele como meio envolve o audiovisual, dando fôlego para as narrativas de forma mais envolvente e interativa. Entre as possibilidades de narrativas audiovisuais, o webdocumentário é um formato para a produção de um documentário inserido no contexto da cultura digital, afirma Bergeron (2013). Hoje, web-documentaristas podem navegar em um sistema que una criatividade, tecnologia e público. "Nesse mundo disperso, atormentado e tão questionador, o trabalho do documentarista, mais do que nunca, tem sua relevância. O webdocumentário agora é parte integrante da paisagem audiovisual", (Bergeron, 2013, n.p). Oliveira (2008) define o webdocumentário como um produto digital jornalístico recente que permite explorar uma notícia com mais profundidade e interatividade com o público.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após uma extensa pesquisa de dados sobre a situação dos municípios paranaenses na esfera da educação, Guaraqueçaba chamou a atenção pelos dados abaixo da média. Em março de 2016, a equipe se deslocou de Curitiba até o litoral norte do Paraná para conversar com os moradores e realizar uma pesquisa de campo. Lá, a equipe conheceu o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais, o Mopear, e conversou com os principais líderes das ilhas afim de compreender um pouco mais da dimensão dos problemas que envolvem a educação na ilha. Durante sete meses foi realizado uma pesquisa ampla para discutir e compreender a educação, a educação na ilha e os direitos das famílias ribeirinhas. O principal desafio encontrado pela equipe, ainda na primeira visita, foi a restrição dos líderes comunitários a entrada de turistas e pesquisadores devido ao receio de perderem domínio de suas terras a desconhecidos. Ultrapassar este obstáculo foi um dos maiores desafios deste trabalho. Ao longo do tempo a confiança dos moradores foi conquistada e assim seguiu o trabalho. Nesse sentido, em todo o processo de pesquisa e captação das entrevistas, sempre foi importante ressaltar à eles a importância do jornalismo ir até as ilhas e registrar a situação da educação. Para entender melhor a vida ribeirinha, a equipe optou por vivenciar a realidade dentro das comunidades. Durante os meses de julho e agosto, a equipe fez a imersão nas ilhas para iniciar as gravações. O processo foi mais demorado do que o esperado porque a equipe encontrou outros desafios durante a captação, como a falta de energia elétrica para recarregar todo o equipamento e acidentes envolvendo a perda parcial e total de equipamentos, resultaram na interrupção das viagens. A conversa e a aproximação antes de levar equipamentos de gravação para as ilhas faz compreender a necessidade de explorar e tratar o outro, o diferente e até então desconhecido, com respeito e dignidade. Sem ignorá-lo e torná-lo parte daquilo que leva a sua história e detalhes da sua vida. Se os números pesquisados já revelam a importância de documentar as ilhas do litoral, conhecer a realidade daquelas pessoas reforçou ainda mais o dever em pautar a educação nestas regiões e, principalmente, por meio do jornalismo tornar tudo o que foi visto de conhecimento público. Um diálogo, de igual para igual, deu o tom e conquistou a confiança dos líderes comunitários. As comunidades visitadas, com exceção de Superagui, são afastadas e o acesso a elas só foi possível após conversas com estes líderes. Se os números pesquisados já revelam a importância de documentar as ilhas do litoral, conhecer a realidade daquelas pessoas reforçou ainda mais o dever em pautar a educação nestas regiões e, principalmente, por meio do jornalismo tornar tudo o que foi visto de conhecimento público. Um diálogo, de igual para igual, deu o tom e conquistou a confiança dos líderes comunitários. Ao todo, foram entrevistados vinte caiçaras em quatro viagens de registro. Viagens essas que a equipe contabilizou mais de mil quilômetros de tráfego terrestre e aquático. O resultado deste projeto só foi possível pois contou com todo o engajamento dos caiçaras. Durante a imersão, a equipe foi acolhida pelas famílias pesqueiras e todo o tráfego foi feito com o auxílio dos líderes de cada uma das ilhas visitadas. Ou seja, esse projeto foi abraçado pelos moradores que enxergam a educação como uma ferramenta de emancipação social e acreditam que, de alguma forma, o jornalismo pode auxiliar como gatilho para as autoridades enxergarem as comunidades que hoje estão abandonadas. Com auxílio de um roteiro pensando após longas reuniões de pauta com as comunidades, foi decidido cobrir quatro assuntos: educação, energia elétrica, transporte escolar e a estrutura das escolas. Nos meses de agosto, setembro e metade de outubro, todo o material captado foi passado pela pós produção e também foi realizada a criação da plataforma para hospedar o produto final. As ilustrações, pós produção e programação do produto foi realizada por outros estudantes de jornalismo sob orientação e direção da equipe.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho "Educação na Ilha" é um webdocumentário construído em uma plataforma long-form, também conhecida como modelo one page, inspirado nas grandes reportagens do UOL Tab. Ele utiliza diferentes linguagens, como o documentarismo, a web, ilustrações, fotografias, gif, dados e textos com intuito de dar maior fôlego ao contar sobre um recorte de realidade da educação em Guaraqueçaba. Para Longhi (2014), o cenário atual é um momento de maturidade no que se refere ao modo de produção desses conteúdos, onde características como design, narrativa e navegação se destacam, e mais "o jornalismo online vem ganhando em qualidade com esse tipo de narrativa", (p.914).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Ao dar procedimento às gravações, a equipe passou por todos os processos de construção de uma narrativa. O fazer jornalismo é aplicar com responsabilidade os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Este webdocumentário foi o maior projeto desenvolvido dentro do curso pela equipe, por isso, mereceu o tratamento à âmbito de importância. A cada etapa foram discutidas e vividas questões vistas em toda a graduação, logo, este projeto é um todo coeso consolidado e construído ao longo de todo o curso. Ao finalizar a pesquisa e o produto, foi possível compreender a mutação da comunicação e, principalmente, do jornalismo no contexto das ferramentas digitais para contar boas histórias. A imersão jornalística é um dos trunfos de se contar uma história com maior profundidade, pois é através dela que há a possibilidade de detectar informações em sua forma singular. Para melhor compreender a realidade retratada nas ilhas de Guaraqueçaba, a imersão jornalística foi uma escolha. Essa preferência possibilitou uma compreensão humanista com maior acuidade. O jornalismo é amplo e a premissa sempre foi fazer um jornalismo responsável e que pudesse dar voz para quem precisa ser ouvido. Quando o jornalista lida com pessoas, especialmente pessoas socialmente vulneráveis, ele precisa filtrar que tipo de história ele vai contar e se questionar, o tempo todo, se o conteúdo a ser publicado é responsável. Não é apenas sobre ter uma boa história, é sobre o impacto da informação. Ao desenvolver um webdocumentário, mais do que pôr as ideias no papel, foi necessário colocar o pé no barro, ou melhor, no mangue. As primeiras pesquisas exploratórias foram cruciais para dar início à produção documentada, foi importante para conhecer o território e detectar a aversão dos caiçaras em relação a pesquisadores. A experiência de sentir as comunidades e as pessoas que vivem em cada uma delas, respeitando suas culturas e particularidades, foi um das maiores experiências adquiridas neste período.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALTERMANN, Dennis. Vídeo Online: A tendência da década. Midiatismo. 2016. Online. Disponível em <http://www.midiatismo.com.br/video-online-a-tendencia-da-decada> último acesso 19/09/2016. BRASIL. Ministério da Educação. 2016. BRASIL. Programa das Nações Humanas para o Desenvolvimento. 2016. LONGHI, Raquel Ritter. Formatos de linguagem no jornalismo convergente: a fotorreportagem revisitada. Trabalho apresentado no VIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo  SBPJor, 2010, São Luís-MA. Disponível em: Acesso em: 22 mar. 2014. MEC. Educação do Campo: diferenças mudando paradigmas. 2007. Disponível em <http://goo.gl/UHtxF8>. Último acesso 20/06/2016. MEDRADO, Adonai Estrela. O que é educação e a quem ela serve? 2010. Disponível em <http://goo.gl/X52E1f>. Último acesso 20/06/2016. MUNIZ, Diógenes. Inovação em TV: novas linguagens. 11º Congresso de Jornalismo Investigativo. ABRAJI. 2016. Comunicação oral. 2016. OLIVEIRA, Carlos Henrique de. FOMES DE MARIAS: A multimidialidade na narrativa do webdocumenta&#769;rio. 2008. Disponível em <http://goo.gl/lvyRSx>. Último acesso 20/06/2016. SPINELLI, Egle Müller. Webdocumentário: implicações dos recursos tecnológicos digitais na composição estrutural e narrativa do formato. Disponível em <http://goo.gl/BTwqCT> acesso em: <21/03/2016> WAINER, João. Como produzir vídeos jornalísticos para a internet. Online. Knight Center Courses, 2016. (Comunicação oral) <br><br> </td></tr></table></body></html>