ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01132</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO16</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Acessibilidade: uma questão de respeito</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Ricardo Hames (Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí); Jorge Ricardo Matias (Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí); Arthur Hoffmann (Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí); Rafaela Sandrini (Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Documentário, Acessibilidade, Sociedade, Cidadania, Jornalismo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho tem como objetivo principal verificar o cumprimento da Lei de Acessibilidade como instrumento de inclusão. Tudo isto, tendo como base o documentário produzido simultaneamente nas disciplinas de Jornalismo Especializado III e Telejornalismo II, junto ao curso de Jornalismo do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí - Unidavi. O projeto interdisciplinar teve como proposta trabalhar temas que preocupavam a população da região onde está inserida a universidade e que, muitas vezes, são esquecidos pela mídia hegemônica. Sendo assim, o documentário ´Acessibilidade: uma questão de respeito´ teve como proposta não somente exercitar as técnicas de produção e edição do documentário jornalístico, mas também dar visibilidade a histórias que pouco são conhecidas na sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em dezembro de 2000, o Governo Federal aprovou a Lei Nº 10.098 que estabelece normas gerais e critérios para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida dando um importante passo na democratização dos acessos às pessoas. Com isso, todos os municípios do Brasil precisaram passar por mudanças, inserindo em seus projetos e edificações meios de acesso. Apesar da falta de investimento e planejamento a longo prazo visando a acessibilidade, a então presidente Dilma Rousseff aprovou em 2015 a Lei Federal Nº 13.146 que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência. Visando a sua inclusão social e cidadania, trazendo alterações principalmente nas áreas da saúde, educação, trabalho, assistência social, esporte, previdência e transporte. O presente trabalho busca relatar que, com o passar dos anos, adaptações foram feitas em edificações. Rampas, sinalizações e pisos especiais foram instalados, mesmo assim, longe do ideal preconizado em lei. Essa realidade foi comprovada em um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que aponta que somente 4,7% das vias urbanas do País contam com rampas para cadeirantes. Os portadores de necessidades especiais encontram dificuldades para realizar ações básicas como caminhar pelas ruas, ir ao banheiro e utilizar espaços públicos. Em alguns casos as famílias são parte importante do processo de acessibilidade, já que além da convivência diária, também ajudam em tarefas simples do dia a dia, como deslocamento dentro da própria residência. Em situações mais graves, membros da família chegam até a deixar o emprego para acompanhar os deficientes em sua rotina diária. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário em vídeo tem como objetivo retratar a dificuldade da rotina de pessoas com necessidades especiais em locais públicos de um município do interior de Santa Catarina e como eles lidam com os desafios diários em suas profissões. Além disso, relatam suas perspectivas em acreditar no cumprimento das leis de acessibilidade e se elas fossem executadas o que isso influenciará em suas vidas. A proposta de produzir o material audiovisual se caracteriza pela exploração da realidade das pessoas portadoras de necessidades especiais que enfrentam problemas diários em suas vidas, a partir de uma óptica de reprodução sobre um tema tão delicado e discriminado na sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Acessibilidade é um assunto muito discutido hoje em qualquer círculo da sociedade. Trata-se de uma problemática recorrente, em maior parte, nos países em desenvolvimento  o caso do Brasil. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado no website da Agência Brasil  EBC notícias, em 2015, revelou que 6,2% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, seja física ou intelectual. Dentre os tipos de deficiências pesquisados, a visual é a mais representativa e atinge 3,6% dos brasileiros. O Grau intenso dessa limitação impossibilita 16% dos deficientes visuais, de realizarem atividades cotidianas como estudar, trabalhar e brincar. O estudo também mostrou que 1,3% da população tem deficiência física e, quase metade desse total tem grau intenso ou muito intenso de limitações. Somente um quinto desse grupo frequenta serviço de reabilitação. Como é possível observar nos dados apontados pelo IBGE, uma grande proporção de deficientes visuais e físicos reside no Brasil. Entretanto o revés não está na quantidade, mas na condição que os mesmos dispõem. Apesar da Lei Federal 10.098 servir de alicerce a essa população, não há dúvidas que muitos problemas de acessibilidade vão contra a própria constituição, através do artigo quinto que expressa:  Todo cidadão tem direito de se locomover livremente nas ruas, nas praças e lugares públicos, sem temer de serem privados de locomoção . Porém, como está explícito no documentário, por conta da falta de infraestrutura, a população deficiente não pode desfrutar livremente da jurisprudência que lhes garante o direito de ir e vir. A constituição de 1988, ao estender os direitos civis, políticos e sociais a uma parcela da sociedade até então ignorada - nesse caso específico aos deficientes visuais e físicos  encontrou o Poder Judiciário incapacitado para atender as novas demandas que a sociedade pós-constituição passou a exigir.  Nesse contexto de deficiências do Judiciário, a mídia tornou-se o espaço preferencial da população para a busca de respostas ao atendimento de suas necessidades . (DE ABREU, 2003, p. 29). Em virtude dessa perspectiva, o projeto interdisciplinar realizado nas disciplinas Jornalismo Especializado III e Telejornalismo II, procurou abordar temáticas que preocupavam a população regional. E uma delas era a acessibilidade. É importante salientar aqui, que este trabalho foi realizado na disciplina Jornalismo Especializado III sob a perspectiva do conteúdo Jornalismo Político. A abordagem idealizada para o presente trabalho não diz respeito à política como instituição, exemplo muito perspicaz de Martins (2008), que se refere ao papel dos grandes jornais, emissoras de rádio e televisão  como palco de intensas lutas políticas , onde autoridades, assessores, empresários estão  tentando vender seu peixe, buscando influenciar o noticiário . O enquadramento dado aqui, buscou utilizar a política no termo mais amplo, uma vez que remeta a um público - política pública (DAS GRAÇAS RUA, 1997). Nesse sentido, a prática do jornalismo, voltada a atender problemas essenciais da população, se torna uma ferramenta de grande influência para a abordagem de temas como a acessibilidade. Além disso, tratamentos diferenciados podem dar dimensões maiores para assuntos cotidianos  porém muitas vezes ignorados  como a acessibilidade. A procura por um enfoque singular ao tema, foi umas das premissas do material e, ao mesmo tempo, o maior desafio. Diante deste contexto, o projeto interdisciplinar foi importante não só para o aperfeiçoamento dos estudantes de Jornalismo como profissionais, mas, sobretudo, na possibilidade de crescimento como cidadãos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção do documentário "Acessibilidade: uma questão de respeito" em forma de material audiovisual  foi realizada através de projeto interdisciplinar nas disciplinas de Telejornalismo II e Jornalismo Especializado III, na sexta fase do curso de Jornalismo do Centro Universitário para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí  UNIDAVI. Na primeira fase do projeto, enquanto estudavam as características do documentário jornalístico na disciplina Telejornalismo II, na disciplina de Jornalismo Especializado III, sob a orientação da professora Rafaela Sandrini, foi realizada uma enquete com 100 pessoas de 20 municípios da região do Alto Vale do Itajaí, Santa Catarina, com o objetivo de identificar as maiores preocupações dos moradores em relação às suas cidades. A partir desta sondagem realizada pelos acadêmicos do curso, foram selecionados cinco temas que apareceram na pesquisa e que não costumam ser abordados pela grande mídia e/ou que são abordados, mas de forma deficitária. Esses cinco temas foram divididos entre cinco grupos criados em sala de aula. Cada grupo ficou responsável por discutir e definir sua pauta. Sendo assim, a acessibilidade foi o tema destinado a essa equipe, que utilizou dos equipamentos disponibilizados pela instituição bem como da orientação do professor Sandro Waltrich na disciplina de Telejornalismo II, para a produção do documentário, que buscou refletir sobre o cumprimento da Lei de Acessibilidade como instrumento de inclusão. A linguagem audiovisual proporciona uma abordagem singular com relação da mídia impressa ou radiofônica, uma vez que o Telejornalismo cumpre uma função social tão relevante porque atinge um público, em grande parte iletrado ou pouco habituado à leitura [...] É justamente por causa desse telespectador passivo o telejornalismo torna-se mais importante (REZENDE, 2000, p. 24). Nesse sentido a produção do documentário "Acessibilidade: uma questão de respeito" tem o suporte da linguagem televisiva, que é constituída por imagem, palavra escrita e palavra falada, justamente com o objetivo de obter maior penetração perante ao público e, dessa forma, conscientizar a população  uma das iniciativas da prática jornalística. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">5.1 Pré-produção Assim que a ideia da produção de um documentário em vídeo com duração máxima de sete minutos foi apresentada pelos professores, logo veio a mentalização da temática e da produção do material. Como o tema da acessibilidade já era de interesse do grupo, a escolha se deu de forma rápida e objetiva. O primeiro passo foi realizar uma pesquisa para saber quais leis amparam os cidadãos em relação, principalmente, ao acesso a locais públicos e estabelecimentos comerciais. Já nessa fase foi definido que o vídeo seria gravado sem a participação e intervenção de locutores, ou seja, utilizando apenas o modo observativo. Segundo Da-Rin (2006), citado por Modena (2013, p. 50)  o modo observativo suprimiu o roteiro e minimizou a atuação do diretor durante a filmagem e desenvolveu métodos de trabalho que transmitiam a impressão de invisibilidade da equipe técnica . Para que a teoria pudesse ser aplicada na prática faltava buscar personagens que sofressem com a falta de acessibilidade diariamente e que pudessem contar suas histórias. A partir de conversas em sala de aula, os nomes de Dirceu Salmo e Douglas Rodrigues foram sugeridos. Dirceu perdeu a visão aos 17 anos e, por isso, para se locomover ele se tornou dependente de amigos e familiares. Douglas perdeu os movimentos dos membros inferiores após um acidente e, assim como Dirceu, também se tornou dependente. Por coincidência, os dois são moradores da cidade de Lontras (SC) e aceitaram prontamente conversar com a equipe e gravar o material. 5.2 Gravação Já com um pré-roteiro em mãos a equipe foi até a cidade de Lontras para o primeiro dia de gravação. Depois de uma rápida conversa na casa do psicólogo Dirceu Salmo, os acadêmicos e o entrevistado se dirigiram ao parque no centro da cidade, local da gravação. Posteriormente à montagem dos equipamentos de filmagem, duas câmeras (uma fixa e uma móvel) foram ligadas e durante 45 minutos Dirceu contou a sua história e as dificuldades que enfrenta diariamente com a falta de acesso em espaços públicos e privados. O áudio do depoimento foi captado com a utilização de um microfone de lapela e um gravador. Depois, ele e os estudantes caminharam pelas ruas centrais do município para captar as imagens das dificuldades relatadas. No segundo dia de gravação a equipe visitou a casa do atleta paralímpico Douglas Rodrigues, na área central de Lontras. Dada a dificuldade de Douglas em ficar fora de casa por muito tempo, a entrevista aconteceu no jardim de sua residência. Toda a produção levou em consideração a mesma metodologia utilizada no primeiro dia. Por aproximadamente, 50 minutos ele relatou aspectos de sua vida pessoal e dramas vividos pelos cadeirantes no Brasil. Depois a equipe também o auxiliou em um passeio pelo centro da cidade com o objetivo de captar cenas que mostrassem as dificuldades relatadas durante a entrevista. Depois das entrevistas e coleta de imagens com as fontes, faltava ainda captar imagens gerais da cidade, tendo como objetivo dar um aspecto mais local ao tema. Dessa forma, no terceiro dia a equipe percorreu vários pontos para a captação de imagens gerais e flagrantes do desrespeito para com os cidadãos que ¬¬¬¬¬apresentam um quadro de mobilidade reduzida. 5.3 Decupagem e edição Ao término de todas as gravações foram captadas aproximadamente quatro horas de vídeo, contendo as entrevistas e as imagens de apoio utilizadas na cobertura das sonoras. O processo de decupagem seguiu estritamente o roteiro, que foi elaborado levando em consideração apenas as falas referentes à origem do problema na vida de cada personagem, destacando as dificuldades enfrentadas no cotidiano de um deficiente físico e em relação à perspectiva quanto ao futuro dos entrevistados. A edição fez a junção do material decupado e durou aproximadamente 20 horas. Todo o processo foi feito pelos próprios acadêmicos. O trabalho seguiu as determinações do roteiro e teve o incremento de trilhas sonoras durante todos os sete minutos de vídeo. As músicas de fundo serviram para dar mais emoção, sentimento e veracidade aos fatos relatados por Dirceu e Douglas, além de causar maior impacto ao público. Por último, os acadêmicos levaram em consideração os depoimentos e a legislação pesquisada e acrescentaram legendas em todo o material, facilitando assim, a compreensão do documentário por parte dos deficientes auditivos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O documentário  Acessibilidade: uma questão de respeito abrange apenas uma das várias políticas públicas que não são exercidas completa ou corretamente no Brasil. Por meio do processo de gravação para a utilização de imagens de apoio, constatou-se um grande descuido no cumprimento da Lei Federal 10.098 que garante acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O material finalizado pode trazer uma reflexão muito peculiar sobre a dificuldade que pessoas com deficiência física e/ou visual possuem para realizar atividades cotidianas como: trabalhar, estudar, ir ao banco, enfim, frequentar lugares públicos. A questão da acessibilidade no Brasil necessita de tratamento mais humanizado para que o problema deixe de ser visto somente como  mais uma política pública pendente e, passe a ser tratado com urgência. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">DE REZENDE, Guilherme Jorge. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. Summus Editorial, 2000.<br><br>MARTINS, Franklin. Jornalismo político. Editora Contexto, 2009.<br><br>DAS GRAÇAS RUA, Maria. Análise de políticas públicas: conceitos básicos. Manuscrito, elaborado para el Programa de Apoyo a la Gerencia Social en Brasil. Banco Interamericano de Desarrollo: INDES, 1997.<br><br>DE ABREU, Alzira Alves. Jornalismo cidadão. Revista Estudos Históricos, v. 1, n. 31, p. 25-40, 2003.<br><br>MODENA, Maria Estela Maiello. Edifício Master: um estudo sobre face em entrevistas de cinema documentário. EDUC-Editora da PUC-SP, 2013.<br><br>Villela, F. IBGE: 6,2% da População Têm Algum Tipo de Deficiência. Agência Brasil, Brasília, 28/ago. 2015. Disponível em: <www.ebc.com.br>. Acesso em: 03 abr. 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>