ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01143</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;EXPOSIÇÃO  LORENA </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Caroline Albertini (Universidade Estadual do Centro Oeste); Jeovana Caroline Wilke Moreira (Universidade Estadual do Centro Oeste); Diego Augusto Canci (Universidade Estadual do Centro Oeste); Gilson Aparecido Boschiero (Universidade Estadual do Centro Oeste)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Drag Queen, fotografia, fotojotnalismo, jornalismo, visibilidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este paper tem como objetivo apresentar a exposição fotográfica Lorena, produzida no primeiro semestre de 2016 pelos acadêmicos, à época, do terceiro ano do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Este trabalho consistiu na produção de uma exposição fotográfica que tinha como objetivo dar visibilidade a arte Drag Queen. Lorena mostrou sua transformação e a importância de sua arte. Todas as etapas desde a pesquisa de personagem, ensaio e edição das fotos foram feitas pelos acadêmicos, sob a supervisão do professor orientador. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Transformistas ou drag queens são artistas performáticos que se vestem de mulher, exaltando características femininas por meio de roupas, maquiagens e assessórios. Ser uma drag queen nada tem a ver com opção ou orientação sexual. Comumente, as drags se apresentam em bares, boates e reuniões. As apresentações consistem em um show onde mostram todo o estilo, arte e elegância de ser uma drag queen. Neste trabalho, Lorena mostra sua transformação através da narrativa das fotografias, a fotorreportagem. As drags tiveram destaque no Brasil principalmente nas décadas de 1980 e 1990 e tem ainda, no imaginário popular, sua imagem vinculada e marcada por estereótipos criados naquela época. Ainda que sejam consideradas personagens artísticas, elas vão além das construções populares e carregam em si caráter político, trazendo a tona discussões sobre identidade, sexualidade e principalmente de gênero. Levando tudo isso em conta, é importante considerar que dar espaço para este novo movimento drag queen é importante. Dando espaço e visibilidade aos adeptos dessa prática, as discussões ao redor destes importantes temas também são levantados. Pelo apelo estético do movimento, a fotorreportagem é um dos meios mais indicados para se abrir esse debate, já que, por toda a alegoria contida nas personagens, as imagens indiscutivelmente chamam a atenção e fazem pensar sobre o assunto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho em questão teve por objetivo desenvolver uma exposição fotográfica intitulada Lorena, com imagens que contassem uma narrativa sobre a transformação de um homem em uma drag queen. Além disso, objetivou-se também a utilização prática das técnicas e procedimentos ensinados no decorrer da matéria de fotojornalismo, oferecida durante o terceiro ano da graduação do curso de comunicação social  jornalismo da Universidade Estadual do Centro-Oeste. O método adotado na execução do trabalho busca oportunizar aos acadêmicos: a) ter contato com a prática do jornalismo fotográfico e com todos os elementos que o compõem; b) entender os aspectos teóricos e práticos do fotojornalismo; c) dar visibilidade para um grupo artístico; d) expor a arte de uma Drag Queen fugindo dos estereótipos já conhecidos; e) abrir espaço dentro da universidade para questões de gênero; f) utilizar a fotografia como modelo de reportagem; g) explorar e aprender o jornalismo fotográfico. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desde que a fotografia começou a ser utilizada como meio de informação o jornalismo mudou, se adaptando ao uso de imagens. Na maioria dos meios, as fotos são amplamente utilizadas, seja de maneira ilustrativa, ou para comprovação de fatos. Para Kossoy (2001), a fotografia funciona também como uma fonte histórica para a perpetuação da verdade, tanto para historiadores, como cientistas sociais e outros estudiosos. Com o passar do tempo, a fotografia ganhou um apelo cultural, visto que ela é utilizada em vários momentos. É difícil passar por ocasiões importantes sem que estas sejam registradas em imagens. Quando as fotos começaram a acompanhar o jornalismo, as imagens tinham um papel muito mais ilustrativo do que caráter informativo em sua essência, mas a partir do momento em que as fotografias passaram a ser entendidas como uma fonte de informação por si só, elas ganharam cada vez mais espaço em jornais e revistas e, posteriormente, passaram a ser utilizadas com pouco ou nenhum texto, sem perder sua função informativa. Souza (2002) entende que o fotojornalismo se divide em alguns grupos, como por exemplo, a fotorreportagem, que para ele tem a intenção de documentar, caracterizar uma situação, e em uma forma mais ampla, informar. Sendo, portanto, informação em sua essência. Dentre os aspectos levados em consideração para a escolha do tema, partiu-se, em princípio, da curiosidade dos acadêmicos acerca do assunto proposto. Depois, com uma análise mais aprofundada através de pesquisas de campo, notou-se a falta de conhecimento sobre o mundo drag queen em Guarapuava, cidade situada na região centro sul do Paraná. Considerada interior, a população do município desconhece diversos aspectos que permeiam esse meio artístico. Em Guarapuava, não há muitos artistas transformistas, por isso, eles precisam ir para centros maiores, como a capital do estado, para conseguirem trabalho. O preconceito no município ainda é consideravelmente grande. Visto isso, um ponto importante na proposta deste tema, é combater essa intolerância. Drag Queen é uma arte, que nada tem a ver com orientação sexual. Artistas, elas se apresentam em shows, festas e eventos como atrações principais ou, muitas vezes, como recepcionistas ou animadoras. No geral, suas apresentações acontecem em eventos do meio LGBT. Entretanto, isso não é uma regra. Dentro das disciplinas do curso de jornalismo, a matéria de fotojornalismo chamou a atenção por permitir aos alunos explorarem novos campos através das lentes de uma câmera. Aliado a esse modo de se fazer reportagem, veio a necessidade de mostrar, através de uma exposição fotográfica, o mundo de Lorena e o ser drag queen. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A primeira etapa, muito importante na elaboração deste produto, foi a de embasamento teórico, oferecida aos alunos durante a disciplina de fotojornalismo. Durante as aulas, houve o contato com a história da evolução dos equipamentos fotográficos, além de pesquisas sobre a aplicação cultural da fotografia como importante elemento dentro da comunicação e do jornalismo. Para favorecer um contato mais íntimo com a fotografia, levando em conta que ela não é somente a utilização da técnica, os alunos puderam entender a importância do senso crítico e dos princípios éticos também na utilização das imagens como uma ferramenta dentro do jornalismo. Foi lendo e pesquisando autores antigos e contemporâneos que o embasamento teórico se fez válido. A partir disso, foi possível também entender a importância do fotógrafo em relação ao equipamento. Por mais modernas que sejam as câmeras atualmente, nada substitui o talento, o senso crítico e a criatividade na hora de fazer uma cobertura fotográfica. O segundo passo foi o contato com as câmeras de fotografia para que fosse possível aprender sobre todos os seus fundamentos técnicos necessários. Isso foi importante para possibilitar a todos os alunos o pleno domínio no manuseio dos equipamentos que seriam usados posteriormente em todos os âmbitos da disciplina, principalmente no que diz respeito a aplicação prática do conhecimento adquirido. Para isso, algumas aulas foram disponibilizadas em campo para que imagens fossem feitas e todas as dúvidas pudessem ser sanadas com o professor orientador. Após essa primeira fase de contato prático com o equipamento, outros pontos importantes foram explanados, como os principais planos fotográficos: plano americano, plano geral, plano detalhe, entre outros, onde tudo isso começou a fazer parte do conhecimento dos acadêmicos. No total, foram três meses de preparação, entre aulas práticas e teóricas, para só então, começarem a pensar na produção de uma fotorreportagem. A etapa seguinte foi de planejamento do projeto a ser desenvolvido, visto que no caso deste trabalho em específico, a produção não seria flagrante, mas sim elaborada, incentivando todos as etapas importantes na construção de uma pauta fotográfica, desde a escolha do tema e seu encaminhamento até a pesquisa dos personagens e a cobertura fotográfica em si. Todas as possibilidades de pautas foram discutidas internamente com o professor orientador, que auxiliou nos ajustes do projeto inicial, a fim de torná-lo viável. Dessa forma, a escolha do tema drag queen foi em razão da necessidade de dar visibilidade e espaço para essa movimento na cidade de Guarapuava, onde não há na mídia discussões sobre o tema. Assim que o assunto foi escolhido e aprovado, partiu-se para a etapa de pesquisa de possíveis fontes e personagens. Constatou-se então que na cidade, que fica na região Centro-sul do Paraná, a organização das pessoas que fazem este tipo de performance é dispersa e ainda há muito preconceito quando se fala sobre esse tema, ponto que despertou ainda mais interesse na cobertura deste assunto. Após muita pesquisa, um personagem que se encaixou nas necessidades e anseios do grupo foi escolhido e decidiu-se utilizar como técnica de coleta do material jornalístico o acompanhamento de um dia de transformação de um rapaz em sua personagem drag, sem interferir, ou interferindo o mínimo possível, na sua preparação para uma apresentação em uma festa na cidade. O grupo de trabalho foi composto por três alunos, que dividiram as funções de produção, fotografia e edição. Todos os integrantes tiveram a oportunidade de auxiliar em todas as funções estabelecidas, visto que era importante participar amplamente de todas as etapas do processo para entender como se constrói a cobertura de uma pauta fotográfica. Para que as fotos não precisassem de grandes edições posteriores ou modificações digitais, todos os fundamentos aprendidos durante as aulas preparatórias foram considerados. Noções de enquadramento como os planos, posições de câmera, interferência de fontes luminosas e até mesmo o momento indicado para cada foto foram importantes para que se chegasse ao resultado final. No total, foram mais de trezentas fotografias produzidas, somente em formato digital, levando em conta todos os passos importantes na construção do personagem. Depois de ter o material colhido, tudo o que foi produzido passou por uma seleção feita pelos três integrantes do grupo, que selecionaram inicialmente vinte imagens e, posteriormente, diminuíram este número para dez fotografias. Com o material filtrado e os pequenos ajustes feitos, o professor orientador analisou o trabalho desenvolvido e fez alguns ponderamentos e apontamentos, que foram importantes para o amadurecimento do projeto. O momento final do trabalho foi e de divulgação. Isso foi feito em formato de exposição fotográfica, sendo montada uma narrativa através das fotos para explicar e mostrar quem são as drag queens, e principalmente como é a transformação, desde a maquiagem utilizada para esconder os traços masculino e criar traços femininos, até a produção final da personagem. A exposição foi montada no Campus Sede da Universidade Estadual do Centro-Oeste, em Guarapuava, e ficou aberta ao público durante cerca de quinze dias. Todo o conteúdo aprendido em sala de aula, desde as técnicas necessárias para a produção de uma fotorreportagem, o senso crítico necessário aos repórteres, até a relevância social necessária para as pautas, puderam ser aplicados neste trabalho e mostrados ao público através da exposição. Para facilitar o acesso, todo o material produzido foi disponibilizado posteriormente em plataforma on-line gratuita, onde todas as pessoas que quisessem, puderam curtir, comentar, compartilhar e recomendar as publicações, dando visibilidade para o trabalho e repercussão para o assunto, iniciando um debate acerca do tema. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao todo, dez fotos foram utilizadas para compor a exposição. Para registrá-las, foi usada uma câmera Nikon D90. Por padrão, as fotos foram impressas em papel fotográfico, tamanho A3, que tem como dimensão 297mm por 420mm. No arquivo digital, as fotográficas estão disponíveis em formato jpg e no site de compartilhamento de fotos Flickr. Para desenvolver o trabalho, a equipe esteve com Lorena durante um dia todo, acompanhando o processo de transformação minuciosamente, desde a maquiagem, colagem das unhas, até os ajustes finais da confecção da roupa. Por se tratar de uma maquiagem muito elaborada, o procedimento para a finalização durou cerca de três horas e meia e, nesse dia em especial, foi feita por uma maquiadora profissional. O dia começou logo pela manhã, por volta das 8h30. Os acadêmicos encontraram-se com Lucas no salão de beleza onde a maquiagem havia sido marcada. Por essa não ser uma prática popular na cidade de Guarapuava, era também a primeira vez que a profissional fazia esse tipo de maquiagem, o que acabou atrasando o processo. Somado a isso, está à dificuldade e a precisão dos detalhes que precisam ser feitos nesses trabalhos. Enquanto a profissional maquiava Lorena, os três acadêmicos se revezavam para tirar as fotos. A maquiagem demorou até o horário de almoço para ficar pronta. Essa foi a única pausa que a equipe e Lucas, antes de virar Lorena, fizeram no dia. Depois do intervalo, antes mesmo das 13h, todos já voltaram para suas atividades. No período da tarde e já no local da festa, o grupo acompanhou Lorena nos últimos passos de sua preparação. Lorena colou as unhas postiças, muito longas e coloridas, símbolos da cultura drag, colocou sua peruca, o figurino e o sapato de salto. Tudo ao mesmo tempo em que era clicada pela câmera. Foram mais de trezentas fotos tiradas, para, ao fim, dez serem escolhidas. A edição foi feita no programa de edição de fotos que pertence ao pacote Adobe chamado Photoshop. Vale ressaltar que, na edição, não houve manipulação. Nada foi removido ou acrescentado ao cenário ou a personagem. As mudanças foram feitas apenas quando havia a necessidade de correções de luz, sombras, saturação ou contraste; mas tudo feito da maneira mais suave possível. A única foto que recebeu um trabalho mais elaborado de edição é a que abre a exposição. Nela, uma montagem foi feita para que o antes e depois do rosto de Lorena fossem comparados lado a lado. Decidiu-se por necessário fazer esse recorte, para que a abertura da exposição já mostrasse um pouco do que viria pela frente. Aliado a isso, um texto geral sobre o conjunto das fotos ficou a disposição para leitura. É importante dizer também, que cada fotografia era acompanhada de uma legenda que a contextualizava. Como foram para impressão, as fotos precisaram ser configuradas para o formato proposto pela gráfica. Por se tratar de um trabalho acadêmico, todas as fotografias foram impressas gratuitamente pela gráfica da Universidade Estadual do Centro-Oeste. A exposição foi realizada em uma parceria entre os alunos e a Diretoria de Cultura (Dirc) da universidade. Foi a Dirc que cedeu para os alunos o material necessário para montar a exposição, como aramados e grampos e, também, escolheram o local para que as fotos ficassem aos olhos do público. Como o espaço de exposição da universidade estava ocupado naquela semana, as fotos ficaram a mostra no hall de entrada da Unicentro. A exposição ficou aberta para visitação durante quinze dias. As fotos estão dispostas em uma sequência que executa a narrativa do processo de transformação de uma drag queen. Foto 01- Esta foto é uma montagem do antes e depois com foco no rosto da personagem. De um lado Lucas, do outro, Lorena. O objetivo é apresentar, logo no abre da exposição, do que tratariam aquelas fotos. Legenda: Lucas criou a personagem Lorena há pouco mais de uma ano. Ela costuma se apresentar em festas particulares, normalmente organizadas por amigos ou conhecidos. Foto 02- Mudança mais forte e expressiva da face: as sobrancelhas. Algo muito marcado e que expressa os traços masculinos. Para virar Lorena, é preciso apagar as sobrancelhas de Lucas e fazer com que, no lugar, novos pelos apareçam. Nessa imagem, o foco está todo na transformação da parte superior da face. Legenda: A parte mais complicada da maquiagem drag, segundo Lucas, é esconder a sobrancelha masculina para dar lugar à pintura feminina, já que há uma grande diferença característica entre esse traço nos homens e nas mulheres. Foto 03- Nessa fase da transformação, tanto a maquiagem da pele como a dos olhos estão completas. O foco da imagem está na finalização do batom. Aqui, Lorena começa a ganhar vida. Legenda: A maquiagem normalmente é feita pelo rapaz, que em ocasiões especiais, recorre à profissionais por conta da pouca prática. Foto 04- Em plano fechado, que mostra apenas o rosto de Lorena, a personagem encara a câmera. Já com a maquiagem finalizada, é possível ver as cores vibrantes e a maquiagem marcante da drag. Cores como preto, rosa e azul se misturam na aquarela das pálpebras de Lorena. Legenda: A beleza da maquiagem drag está nas cores. São inúmeros tons que se misturam dando vida a face do artista. Foto 05- Também em plano fechado, essa imagem mostra Lorena segurando um espelho. A parte de trás da sua cabeça aparece desfocada e seu reflexo se encarando no espelho é o foco principal desta fotografia. Legenda: A maquiagem é o passo mais importante e aquele que mais requer cuidados. O processo de transformação começa por ela e pode durar algumas horas, dependendo da complexidade de execução. Com a make pronta, é possível ver Lorena tomando vida. Foto 06- Com os últimos preparativos, Lorena encara suas unhas recém-coladas. É possível notar que a personagem está com uma faixa nos cabelos, indicando que logo a peruca seria colocada. Legenda: Lucas ainda não contou à sua família sobre suas apresentações, por isso, prefere manter sua identidade o mais anônima possível. Foto 07- Como o último detalhe da transformação, a foto, tirada por entre os braços de Lorena, mostra a drag ajustando sua peruca no reflexo do espelho. Legenda: O cabelo, ou a peruca, é um dos últimos passos na montagem de uma drag queen. Após a colocação dela, é muito difícil reconhecer o artista por trás da fantasia. Foto 08- A peruca é um dos últimos passos na montagem de uma drag queen. Após a colocação dela, é muito difícil reconhecer o artista que está por trás da fantasia. É hora de virar Lorena! Legenda: Lorena é, atualmente, uma das poucas drag queens de Guarapuava, mas isso não faz com que ela tenha mais oportunidades de trabalho. Pelo contrário, o preconceito fecha muitas portas. Foto 09- A festa em questão era voltada para o público LGBT. Lorena foi convidada para fazer a animação do evento. Na fotografia de número nove, a personagem posa para a câmera encarando as lentes. Legenda: Comumente, as drags se apresentam em bares, boates e reuniões de grupos LGBT s, entre outros eventos. As apresentações consistem em um show onde mostram todo o estilo, arte e elegância de ser uma drag queen. Foto 10- Pronta para seu espetáculo, Lorena posa, novamente, para as lentes da câmera. Legenda: As roupas são muito características, com muitas cores, plumas e acessórios. O vestido usado por Lorena foi confeccionado à mão por Lucas, em razão do baixo custo e a possibilidade de personalização. Após cerca de seis horas de produção, Lorena está pronta para sua performance. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O fotojornalismo contribui de forma plena para a construção do jornalismo. Apesar do conteúdo ser apenas visual, isso não diminui seu potencial informativo. Questões de pertencimento e respeito ainda precisam ser muito divulgadas no Brasil, e o jornalismo é um dos caminhos para que isso aconteça. Expor, através das fotografias, a peculiaridade e o trabalho de Lorena, causou desconforto em algumas pessoas que as viram. Foi possível perceber que, mesmo dentro do meio acadêmico de uma universidade, a discriminação existe. Por isso, mostrar o processo de transformação de uma drag queen foi a nossa maneira de tentar contribuir para a desconstrução de estereótipos e para a construção do respeito à arte e ao diferente. A exposição Lorena, mostra a arte e a beleza de ser uma drag queen, através dos detalhes de sua transformação. Este trabalho foi muito além de apenas tentar modificar a visão popular sobre o tema; ele mudou, também, o olhar jornalístico e fotográfico dos acadêmicos participantes, contribuindo profissionalmente e, também, para a construção social dos envolvidos. A exposição está disponível online no seguinte link: https://www.flickr.com/photos/149326946@N03/albums/ </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">KOSSOY, Boris. Fotografia e História. 2. ed. rev. São Paulo: Ateliê Editorial. 2001.<br><br>SONTAG, Susan. Sobre fotografia. Tradução de Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. <br><br>SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Porto Alegre: [s.n.], 2002.<br><br>MAUAD, Ana Maria. Poses e Flagrantes: ensaio sobre história e fotografias. Niterói: Editora da UFF, 2008.<br><br> </td></tr></table></body></html>