INSCRIÇÃO: 01265
 
CATEGORIA: RT
 
MODALIDADE: RT07
 
TÍTULO: Elas Educaram na Ditadura
 
AUTORES: Helena Chagas Salvador (Universidade Federal do Paraná); Gabriel Snak (Universidade Federal do Paraná); José Carlos Fernandes (Universidade Federal do Paraná); João Felipe Heim (Universidade Federal do Paraná); Arthur Henrique Schiochet (Universidade Federal do Paraná); Thays Cristine Vieira da Silva (Universidade Federal do Paraná); Matheus Piovesana do Nascimento (Universidade Federal do Paraná); Maria Fernanda Mileski de Paula (Universidade Federal do Paraná); Amanda Luder (Universidade Federal do Paraná); Gustavo Queiroz (Universidade Federal do Paraná); Karen Sailer (Universidade Federal do Paraná); Moreno Valerio (Universidade Federal do Paraná); Thiago das Mercês Silva (Universidade Federal do Paraná); Bárbara Tanaka (Universidade Federal do Paraná); Larissa Abrão Guimarães (Universidade Federal do Paraná); Thaiany Osório (Universidade Federal do Paraná); Márcia Faustino (Universidade Federal do Paraná)
 
PALAVRAS-CHAVE: educação, ditadura, perfil, website,
 
RESUMO
O projeto "Elas Educaram na Ditadura" foi desenvolvido com o propósito de decifrar como os educadores formados dentro de uma mentalidade pré-ditadura militar no Brasil perceberam as mudanças impostas pelo regime ao sistema educacional, a partir de 1964. Dada a falta de dados específicos sobre o tema, o objetivo foi reunir informações por meio de pesquisas e entrevistas realizadas com alunos da última turma de professores formados no Instituto de Educação do Paraná antes do Período Militar, em 1963, e também com especialistas no tema. O website conta com perfis, entrevistas, linha do tempo e vídeos produzidos pelos alunos. O intuito é que o produto continue crescendo e possa se tornar uma fonte de pesquisa sobre o tema.
 
INTRODUÇÃO
O projeto "Elas educaram na ditadura" nasceu no âmbito de uma disciplina Jornalismo Especializado V e VI, ministradas no Departamento de Comunicação Social, para alunos das três habilitações (Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda) em 2016. Fez-se um site-reportagem, a partir de um quadro de formatura de Magistério, da turma de 1963 do Instituto de Educação do Paraná. Essas professoras foram educadas na metodologia da Escola Nova e começaram a lecionar num sistema tecnicista. Por meio de perfis, entrevistas, videocasts, os alunos procuraram captar as percepções dessas mulheres (e do único homem da turma) sobre as mudanças no campo da educação após a ditadura militar. Além de conhecer mais sobre o que aquelas professoras fizeram de suas vidas após sua formatura, o projeto procurou entender como aprenderam e como ensinaram as professoras responsáveis pelas turmas do atual "Ensino Fundamental I" durante a ditadura. O problema inicial apresentado foi, a partir do trabalho de investigação para identificação e contato com essas professoras, traduzir como elas haviam sentido a ditadura militar em seus anos de profissão.
 
OBJETIVO
Discutir e reportar os efeitos da ditadura militar de 1964 tendo como ponto de partida a ótica de um grupo de professoras formadas no curso Normal, do Instituto de Educação do Paraná, em 1963, na cidade de Curitiba, PR; Produzir uma enquete capaz de apontar indicativos da forma de educar dos professores no período posterior a 1964; Gerar novas fontes sobre a educação no período militar, por meio de fontes orais, memórias, debates, fotografias. Publicar perfis, vídeos, entrevistas, linha do tempo e materiais daí derivados na plataforma online, capaz não só de trazer conteúdo sobre educação e ditadura, mas servir de atrativo para que novos depoimentos de professores sejam recolhidos na sequência; Realizar um fórum com as educadoras, partilhando os resultados com os alunos da universidade. Gerar fontes para pesquisadores de educação e de ditadura militar no Brasil, numa perspectiva jornalística. Recuperar vozes de professoras, que trabalharam em sala de aula num dos momentos mais turbulentos da vida brasileira.
 
JUSTIFICATIVA
Enquanto a ditadura ocorria, era comum ver veículos de comunicação abordarem a questão da educação, mas sempre com um aspecto positivo, chegando até a enaltecer pontos no ensino técnico e na alfabetização. Segundo o escritor coordenador do programa de Pós-Graduação e Linguagem da Universidade Tuiuti do Paraná, Álvaro Larangeira (2016), esse cenário foi mudando com o passar dos anos. "No final da ditadura militar, quando a mídia já tinha largado o apoio aos militares, houve uma avaliação crítica que não foi feita anteriormente", explica. Entender se a educação piorou ou não nos anos do regime militar exige esforços para além de análises contidas no senso comum. Os esforços para estabelecer metodologias comparativas entre os índices do início dos anos 1960 e os do final da década de 1980 não se revelam tão rápidos. Nesse sentido, as professoras do Instituto de Educação tendem a representar uma aferição de peso, um descobrir direto da fonte. Os caminhos que trilharam no ensino podem levar a muitos lugares. Cenários anônimos e esquecidos da educação, depoimentos de luta pela qualidade de ensino, explicações de como chegamos à atual formação dos brasileiros. Temas como esses estão dispostos no website desenvolvido, pois são correlatos à educação tecnicista e a disciplina militar imposta às escolas a partir 1964. Como disponível na linha do tempo do projeto, a educação durante a ditadura esteve na pauta executiva. Destacam-se a lei estadual 4.978 de 1964 que previa a "educação artística" na escola primária; as reformas nacionais do ensino superior; a criação do segundo e terceiro Plano Setorial de Educação, Cultura e Desporto no Paraná e o projeto nacional de formação de professores para educação pré-escolar de 1978 (SCHMIDT. ABUD, 2014). Conforme identificado nas entrevistas, a educação brasileira no período passou por uma temporada tecnicista, de cuidado e aplicação das regras de boa convivência, entoação do hino brasileiro e preparação de "virtuosos cidadãos". Por outro lado, ainda que 40% dos entrevistados no projeto acreditem que o regime militar impôs aos professores temas cívicos, como os símbolos da pátria, somente 10% identificaram que o regime cerceou a liberdade de expressão do professor. Outro dado da pesquisa é também importante para responder o problema e dialogar com a hipótese do projeto. Um total de 40% das professoras entende que o regime militar não afetou a sua maneira de ensinar, 30% acreditam que o período militar foi bom para o ensino e 10% julgam que os militares fizeram o que devia ser feito naquele momento. No geral, 80% das entrevistadas lecionaram em redes públicas estaduais de ensino e tiveram contato direto com as intervenções executivas na educação. As entrevistas e perfis realizados tentam explicar este dado: as professoras parecem entender que a educação primária sofria menos intervenções diretas do regime. Uma entrevistada entende que o ensino técnico a que foram apresentadas no Instituto de Educação cerceou, em parte, o olhar crítico sobre o próprio regime, de modo que muitas professoras se acostumaram com a rotina de sala de aula e não percebiam a ditadura.(GONÇALVES, 2012; SCHMIDT. ABUD, 2014)De acordo com Renata Assis (2012), a Constituição de 1967 extinguiu as taxas mínimas de recursos a serem destinados à educação pela União, enquanto promoveu um sensível estímulo à privatização. Para Larangeira (2016), a educação sofreu um retrocesso que demorou a ser identificado. Somados à tecnização do ensino, outro elementos contribuíram para o recuo, como a cassação de expoentes da educação, a repressão à União Nacional dos Estudantes (UNE), o conservadorismo que atingiu as universidades e as intervenções aos sindicatos de rede particular e pública. Segundo ele, "é possível ver que frequentemente aparecem notícias de professores acusados de subversão, por exemplo. E, até mesmo, manifestos de instituições, nesse caso do ensino superior, favoráveis ao regime militar"(LARANGEIRA, 2016, p.1).
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
O projeto "Elas educaram durante a ditadura militar" nasceu de uma ideia muito simples – resgatar uma daquelas tradicionais fotografias de formatura, feitas na escadaria da escola, na década de 1960, e descobrir o que aquelas pessoas fizeram de suas vidas nos chamados "anos do chumbo". Entendeu-se que o "retrato antigo" só poderia ser de um grupo de normalistas – e de normalistas formadas em 1963 no Instituto de Educação Professor Erasmo Pilotto, com sede em Curitiba, um dos mais antigos do Brasil, fundado em 1876. Essas mulheres foram tornadas "professorinhas", como se dizia, em 1963, ainda debaixo dos princípios da Escola Nova e do ensino clássico. No ano seguinte à colação de grau, em 1964, viram-se debaixo de um projeto educacional cujo autoritarismo e nacionalismo ora se assemelhava ora superava os praticados nos anos da Ditadura Vargas. Há muito a lhes perguntar, do choque de realidade, passando pela adequação à nova ordem ou à rejeição do modelo que lhes era imposto. As respostas dadas por essas profissionais que atuaram na educação básica podem ser um farol para ajudar a responder a uma pergunta que persegue o país há 50 anos: a educação foi, afinal, a maior vítima da ditadura? É o que se diz. Numa apuração prévia, levantou-se um total de 166 formandas naquele ano – 15% delas facilmente identificáveis, por terem sobrenome conhecido ou se destacado no cenário educacional paranaense, recorte regional aqui entendido como uma amostra do que pode ter ocorrido em outras partes do Brasil. Encontrá-las, e entrevistá-las, exigiu esforço de reportagem, inclusive por terem mudado de sobrenome com o casamento. Hoje na faixa dos 65 a 68 anos, algumas podiam ter morrido; outras se casaram logo após a formatura, nunca tendo atuado em sala de aula. Uma parcela partiu para a faculdade de Pedagogia ou outras, como indicam os índices que mostram o aumento do número de mulheres na Universidade Federal do Paraná, a UFPR, na década de 1960. Por fim, parecia provável que outra parcela tenha sido absorvida pela rede municipal de ensino, iniciada justamente em 1963, com a escola modelo Papa João XXIII, acrescida de novas escolas, a cada ano, a partir daí. Era uma incógnita quantas das 166 normalistas de 1963 – professoras durante a ditadura – enfrentaram a sala de aula. Mas é improvável que, sendo muitas ou poucas, possam ser fontes desprezíveis sobre o que aconteceu naqueles anos. E as consequências daqueles tempos para o Brasil dos anos 2000. Os dados da educação sobre este período são muito discursivos. O trabalho jornalístico seria concretizar estes dados pela ótica das educadoras. A visão do antes e depois, o caminho do golpe até os dias atuais, tanto para os escassos dados numéricos, como para estas mulheres. Tendo como ponto de partida uma lista de formandos do Instituto de Educação do Paraná, do ano de 1963, iniciou-se uma força tarefa para encontrar esses professores – professoras em sua maioria. A partir de listas telefônicas, sobrenomes conhecidos e redes sociais, conseguiu-se localizar 74 mulheres e o único homem que se formou em uma turma de 169 estudantes. Deste número, quase a metade concordou em responder uma breve pesquisa sobre o tema. Partiu-se da hipótese de que poderíamos entender como a educação foi moldada e como as gerações educadas na ditadura foram preparadas, a partir das respostas dessas professoras, que estiveram totalmente imersas na educação da ditadura desde o início até o fim da magistratura. Paralelamente ao trabalho das entrevistas, a turma foi dividida em grupos responsáveis pelo embasamento teórico do trabalho. Um grupo falou com especialistas paranaenses em educação na ditadura militar e outro construiu uma linha do tempo desse período no estado. Além dessas etapas práticas, os trabalhos da disciplina Jornalismo e Educação e a preparação do produto final foram um exercício de reconhecimento da unicidade das figuras humanas que educaram e compuseram esse período histórico que chamamos de ditadura militar. Também foram exercitadas diversas habilidades caras ao jornalista, quais sejam, a prospecção, o contato com as fontes, a pesquisa sobre o tema, a checagem de dados, a produção e edição de reportagens e vídeos, entre outras. A partir do número inicial de professoras, foram produzidos cinco perfis de mulheres que após nossas pesquisas e levantamentos, acreditamos que traduzem a educação paranaense – ou a escolha por outros caminhos – nos anos da ditadura militar brasileira. O site "Educaram na Ditadura" é um registro do trabalho realizado nos dois semestres da disciplina. A proposta, enfim, é entender se aquele grupo de professoras foi, de fato, um grupo de normalistas, em consonância ao período em que educaram. Por outro lado, buscamos também identificar quanto a educação básica foi, ou não, mais uma vítima da ditadura militar. De acordo com Germano (2005 apud ASSIS, 2012), as inferências do governo na educação primária criaram problemas crônicos. Um deles foi a lei 5692 de 1971, que desenvolveu diretrizes para estes níveis educacionais. O aumento do número de vagas nas escolas públicas não passou do quantitativo. A consequente diminuição da jornada escolar afetou a qualidade do ensino (TELES. SAFATLE, 2010). Ainda para Germano (op.cit.) os gastos do Estado não foram suficientes e criaram situações insalubres de ensino. Para Larangeira (2016), a maneira com que a educação foi conduzida no período tem reflexos com o momento que vive a educação brasileira hoje. Um dos efeitos é a despolitização das salas de aula. O projeto "Educaram na ditadura" surge, assim, como uma tentativa de encontrar essa discussão no chão da sala de aula. Partir do local para entender o global. Como apresentado a seguir, os procedimentos de produção deram conta de prospectar, estudar e aprofundar a questão sob a perspectiva do professor. Em particular, do professor de educação primária. Que ensinava sob o filtro da alfabetização. O valor do projeto proposto, enquanto produto de comunicação, é real. Para a produção do projeto, os alunos foram divididos em grupos de trabalho. Enquanto alguns ficaram responsáveis em contatar as professoras formadas em Magistério naquele ano (tendo como base somente a lista de chamada escolar daquela turma), outras equipes se concentraram em diferentes tarefas. Isso aconteceu com o desenvolvimento e aplicação de um formulário juntamente a essas mulheres e também com a coleta de informações sobre o período – com base na leitura de livros e recolhimento de dados em sites como o do IBGE - para a formulação de uma linha do tempo. A produção se deu a partir das seguintes etapas: 1. Identificação dos contatos. Busca dos 168 professores formados em Magistério pelo Instituto de Educação do Paraná em 1963. 2. Elaboração do formulário e aplicação da pesquisa. Pesquisa e aplicada com as professoras encontradas para a formulação do banco de dados. 3. Tabulação e organização do banco de dados. Com base nos resultados obtidos, formulação de infográficos para abordar o ambiente e metodologia de trabalho das professoras. 4. Leitura e interpretação dos dados junto a especialistas. Entrevista a especialistas da área para fundamentação da hipótese. 5. Selecionar personagens para entrevistas. Escolher dentre as professoras encontradas as que tenham as histórias mais representativas para uma entrevista aprofundada e produção de perfil. 6. Entrevistas Textos com gêneros variados: perfis, linha do tempo, podcasts, depoimentos, análises. 7. Reunião do material e produção de website. 8. Grupo focal. Realização de um grupo focal de apresentação do material com especialistas e alunos da área de educação e história e professoras perfiladas. 9. Criação e execução de evento de lançamento. O fórum foi um evento aberto para a comunidade e contou com a presença de professoras, alunos e especialistas da área.
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
A educação brasileira no período da ditadura militar, desde o início, sofreu modificações. Nosso atual quadro de ensino, mesmo que diferente ao do regime, ainda carrega sua herança. No Paraná, especificamente, com a instauração da rede municipal de ensino só em 1963, as escolas municipais surgiram junto com o novo regime, carregando seus traços de censura e controle. As professoras recém-formadas passam a viver a educação brasileira. Entre elas, há quem não se indignou com o regime, mas também quem tentou combater a censura por meio do ensino e instigar o senso crítico de seus alunos, mesmo com o controle instaurado dentro das salas de aula. O processo de recolhimento dos relatos com as professoras buscou se isentar de qualquer pré julgamento e buscar a realidade do ensino na época da ditadura no dia a dia de suas protagonistas. O website "Educaram na Ditadura" (www.educaramnaditadura...) surgiu com a oferta da disciplina optativa Jornalismo Especializado V durante o primeiro semestre de 2016, ofertada pelo professor José Carlos Fernandes. Seu desenvolvimento seguiu com a continuidade da disciplina no semestre seguinte. O processo de produção contou com o incentivo e apoio do professor, no entanto, a participação e iniciativa dos alunos foram essenciais. As aulas aconteceram em regime de laboratório, com grande engajamento dos estudantes, de modo a vencer a dificuldade de encontrar o maior numero de professoras o possível, entrevistando-as, pedindo que respondessem uma pesquisa e que se deixassem perfilar. Os estudantes de três habilitações – Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas, colaboraram em cada etapa de produção do website. Por isso, o resultado final é um portal sobre a Educação na época da Ditadura, não somente em âmbito nacional, mas principalmente em âmbito regional, no Paraná e Curitiba. Além de ser um espaço para evidenciar histórias das professoras formadas no Instituto de Educação do Paraná no ano de 1964, a intenção do website é também ser ferramenta de pesquisa para estudantes e profissionais da educação nos dias de hoje. É atual e histórico. Buscamos constantemente ampliar a quantidade de relatos e tornar o site uma plataforma ou um banco de dados com discursos reais e humanizados do que foi a edução na ditadura e do papel do professor e do magistério. Para dar conta desse cenário, o website "Educaram na ditadura" possui os seguintes produtos, links, abas, etc. Apresentação: explicação do projeto, apresentação da proposta. Nesta aba. Equipe de editores diz a que veio, qual a proposta do site e em que ele pode ajudar na compreensão de pesquisas sobre a ditadura. Papel de parede: foto do quadro de formatura das formandas de 1963. Quem somos: descrição e resumo do produto. Item que reforça o anterior, de modo a orientar o leitor na navegação e nos objetivos do projeto. Perfis: perfis, depoimentos, histórias de sete (7) professoras entrevistadas; a fim de entender a educação a partir da vida de quem educa. Ideia é mostrar o percurso dessas educadoras, seus desafios, impressões da educação nos anos 1960 e 1970, perspectivas e sobretudo pequenas narrativas. Essas professoras foram escolhidas no processo inicial de pesquisa. A partir das percepções que julgamos mais curiosas e que formam, baseando-se nos dados de nossa investigação, a representação das diferentes vozes das professoras formadas na turma selecionada e possivelmente, das professoras que terminaram o magistrado no primeiro ano da ditadura militar e foram as responsáveis por educar uma geração de brasileiros. Tabelas: gráficos correspondentes à pesquisa (perguntas que selecionamos durante a disciplina de Jornalismo e Educação) ; com dados consolidados das entrevistas feitas com formadas de 1963 no Instituto de Educação do Paraná. Entrevistas: linha do tempo dos marcos da educação no Paraná durante o período da ditadura e entrevista com Álvaro Larangeira. O gênero entrevista (pingue-pongue) se propõe a trazer mais profundidade ao debate, mostrar a extensão de pesquisas sobre o tema, grandes questões que o permeiam. Vídeos: videocasts da entrevista com o professor Brasilio Starepravo e com a família de Fani Lerner, ambos formandos na turma de 1963 no Instituto de Educação do Paraná. A produção do perfil audiovisual desses dois personagens diz questão a particularidade do perfil de ambos, o único homem da turma e a esposa de um dos principais personagens da política paranaense. Fotografias, convites: proposta visa fazer do site um depositários de fotos da época, atuais e também ser um espaço para documentação das próprias formandas. Um dos documentos já anexados é o convite de formatura das alunas, em 1963. Linha do tempo: material jornalístico de caráter didático, com cruzamento de dados sobre a educação no período, legislação, fatos históricos, etc, de modo a situar o leitor no tempo. Banco de teses: informações básicas sobre pesquisas em torno da educação e da ditadura militar. Interatividade: área para participação do leitor, com possibilidade de postar novas histórias, comentários, contribuições e dicas de paradeiro das educadoras não localizadas.
 
CONSIDERAÇÕES
O projeto se desenvolveu na forma de um processo interdisciplinar e colaborativo. Principalmente na etapa final, os estudantes se envolveram em diferentes tarefas, isso foi determinante para que todos se sentissem responsáveis pelo projeto. Para os alunos, desenvolver a plataforma significou enxergar e entender o ato de educar durante a ditadura. Colocar em prática a busca e investigação do paradeiro destas professoras, da mesma forma que a coleta de informações, fazem parte da profissão a qual os estudantes participantes do projeto estão sendo formados. O mais importante, até o fim da disciplina muitos perceberam que todos têm algo a dizer. Levando em consideração a frase de Eliane Brum, ao jornalista "mais importante do que saber perguntar é saber escutar", seja um especialista e também essas mulheres, muitas delas ansiosas em contar suas histórias. O lançamento do website "Educaram na Ditadura" ocorreu em um evento que contou com a participação de aproximadamente 50 pessoas. Aqueles que compareceram puderam conhecer o portal e também ouvir duas das professoras formadas na turma do Instituto de Educação do Paraná. Com perfis, pesquisas, vídeos e dados sobre as professoras, o site pode ser uma fonte de informação para toda e qualquer pessoa, seja por interesse acadêmico, para estudantes de Comunicação, História, Pedagogia e outros cursos, ou por interesse no conhecimento histórico. Vale ressaltar que o website ainda pode ser atualizado, já que há ainda mulheres para serem contatadas.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
ASSIS, Renata. A educação brasileira durante o período militar: a escolarização dos 7 aos 14 anos. Educação em Perspectiva, Viçosa, v.3, n.2, p. 320-339, jul./dez. 2012. ਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䄀匀匀䤀匀Ⰰ 刀攀渀愀琀愀⸀ 䄀 攀搀甀挀愀漀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀愀 搀甀爀愀渀琀攀 漀 瀀攀爀漀搀漀 洀椀氀椀琀愀爀㨀 愀 攀猀挀漀氀愀爀椀稀愀漀 搀漀猀 㜀 愀漀猀 ㄀㐀 愀渀漀猀⸀ 䔀搀甀挀愀漀 攀洀 倀攀爀猀瀀攀挀琀椀瘀愀Ⰰ 嘀椀漀猀愀Ⰰ 瘀⸀㌀Ⰰ 渀⸀㈀Ⰰ 瀀⸀ ㌀㈀ ⴀ㌀㌀㤀Ⰰ 樀甀氀⸀⼀搀攀稀⸀ ㈀ ㄀㈀⸀ 

GONÇALVES. Nadia G. (orgs.) Educação na ditadura civil-militar: políticas, ideários e práticas (Paraná 1964-1985). Curitiba (PR): Ed. UFPR, 2012.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀 LARANGEIRA, Álvaro. Mídia na ditadura: como aconteceu a cobertura da educação. 24 de outubro de 2014. Entrevistador: LÜDER, Amanda; SAILER, Karen. Educaram na Ditadura. Disponível em: http://educaramnaditadura.com.br/2016/10/24/midia-na-ditadura-como-aconteceu-a-cobertura-da-educacao/. Acesso em 28 de fevereiro de 2017.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䌀䠀䴀䤀䐀吀Ⰰ 䴀愀爀椀愀 䄀甀砀椀氀椀愀搀漀爀愀㬀 䄀䈀唀䐀Ⰰ 䬀琀椀愀 ⠀漀爀最猀⸀⤀⸀ 㔀  愀渀漀猀 搀愀 搀椀琀愀搀甀爀愀 洀椀氀椀琀愀爀㨀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 猀漀戀爀攀 漀 攀渀猀椀渀漀 搀攀 䠀椀猀琀爀椀愀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀⸀ 䌀甀爀椀琀椀戀愀 ⠀倀刀⤀㨀 圀☀䄀 䔀搀椀琀漀爀攀猀Ⰰ ㈀ ㄀㐀⸀

TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Orgs.). O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀