ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01266</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Vídeo Manifesto Plurais  A sua história poderia ser outra</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Leonardo Andrada de Mello (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul); Patrícia Beckmann Dutra (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul); Nilse Maria Maldaner (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul); Renan Kreisig Person (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Empatia, Mídias Sociais, Comunicação, Vídeo, Audiovisual</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O paper apresenta um relato de experiência e produção dentro do projeto Plurais, desenvolvido nos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo da Unijuí, voltado às mídias digitais. O projeto buscava a superação de preconceitos, tema proposto pelos alunos, pelo viés da empatia, perspectiva apresentada pela professora orientadora e suportada pela leitura de Krznaric (2013). Foram adotadas diversas estratégias para o planejamento e execução do projeto, e dentre as ações propostas nas mídias sociais a utilização de material audiovisual foi uma das mais presentes. Os estudantes foram protagonistas tanto na proposição dos temas como na execução e finalização das peças.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Buscando compreender os movimentos de convergência midiática em um mundo de trocas culturais impulsionado pelas possibilidades dos meios digitais, entendemos que os meios de comunicação são uma forma de mediação entre as pessoas e, portanto, têm relevância significativa na forma como cada um constrói suas relações sociais. Nessa perspectiva, esse trabalho foi desenvolvido de forma a promover uma cultura da empatia e ajudar tanto público quanto autores a superar preconceitos construídos socialmente. Dentre os diversos materiais produzidos para o projeto Plurais  E se você fosse outro? as produções audiovisuais tiveram muito destaque, principalmente se considerarmos o engajamento dos colegas na coleta de relatos e histórias que pudessem compor nossas narrativas, assim como na produção dos materiais, bem como o engajamento do público que se manifestou muito receptivo a proposta do projeto, em especial as produções audiovisuais. Neste paper se pretende discutir aspectos da concepção do material audiovisual, tomando o vídeo Manifesto Plurais  A sua história poderia ser outra como referência, já que o mesmo serviu de base para todas as subsequentes produções e para a delimitação da identidade audiovisual do projeto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O principal objetivo da produção era buscar por diferentes olhares, por novas perspectivas que estivessem livres de preconceitos, dessa forma desconstruindo estereótipos constituídos socialmente a partir de uma perspectiva empática na construção das narrativas. O material também procurava gerar um sentimento de identificação da audiência para com os relatos coletados e consequentemente para o projeto como um todo, dando maior visibilidade e alcance ao mesmo. Também tínhamos por objetivo engajar os colegas ao projeto, não somente nos aspectos de produção, mas sim criando conexões com o tema e instigando a participação dos mesmos nas atividades desde o planejamento, criação e produção das peças publicitárias da campanha, assim como em suas próprias redes. Por fim, também procuramos criar uma identidade visual específica para as produções audiovisuais do projeto, de forma que esta ficasse integrada e criasse identificação com toda a identidade visual do mesmo. Além disso, buscávamos uma narrativa que desse conta dos relatos coletados, de forma que esta sofresse o mínimo de rejeição e muito mais a compreensão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em uma sociedade caracterizada pela convergência cultural, em que os meios tradicionais de comunicação interagem com os novos, em especial nas plataformas digitais e com a presença e interação dos meios tradicionais e novos, convergindo cada vez mais como forma de expressão e produção nestas plataformas digitais. Segundo Jenkins  no mundo da convergência das mídias, toda história importante é contada, toda marca é vendida e todo consumidor é cortejado por múltiplas plataformas de mídia (2013 p.30). As mídias sociais ocupam um espaço privilegiado nessa cultura da convergência, o que fortalece ações realizadas nas mesmas principalmente pelo seu alto grau de interatividade, porém seu uso pode servir tanto a propostas que ampliam conexões e fortalecem a cooperação quanto para reforçar ideias de discriminação e segregação, conforme Lévy  a possibilidade de reapropriação e de recombinação material da mensagem por seu receptor é um parâmetro fundamental para avaliar o grau de interatividade do produto (1999 p.81) Diante da perspectiva de produzir um conteúdo que buscasse essa identificação do público, com um caráter impessoal e pelo viés da empatia, nos deparamos com um grande desafio, o de traduzir isto em linguagem audiovisual de forma que fizesse jus a força e intensidade dos relatos e que ao mesmo tempo tivesse uma leveza estética que causasse engajamento e consequentemente identificação, tanto dos participantes do projeto quanto de suas redes pessoais e do público alvo. O tema do combate a rótulos e preconceitos, que foi eleito de forma coletiva pelos colegas, tanto de publicidade, na disciplina de Criação de Campanhas II, quanto de jornalismo, na ênfase curricular em Produção Multimídia, que engloba cinco disciplinas, demandava muito cuidado na abordagem, e se buscou sempre uma linguagem que não fosse agressiva e gerasse reações negativas na audiência, mas sim o contrário, que a cativasse, criasse identificação e engajamento. Uma das principais características dos meios digitais é a relevância que a linguagem audiovisual possui, afinal, com a facilidade na produção deste tipo de material, esse tipo de linguagem passou a ser incorporada em quase todo tipo de material e a fazer cada vez mais parte do consumo diário de mídia. Diante disso, e de uma característica muito particular do grupo, a de que diversos colegas possuíam habilidades tanto na área de produção quanto na edição, pós-produção e finalização dos materiais audiovisuais, a produção audiovisual pareceu um bom caminho a ser seguido em busca dos objetivos do projeto. A partir destas habilidades individuais foi possível uma criação coletiva tanto de narrativa quanto de linguagem de forma que não se esbarrasse em empecilhos técnicos e que a produção desse conta da expectativa criada pelo grupo. Essa linguagem, além de fazer parte do dia a dia dos produtores, assim como do público alvo, abria grandes possibilidades de engajamento, pois todos colegas manifestavam interesse em participar das produções e consequentemente se engajar socialmente com as mesmas assim como buscar engajar suas redes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao se tratar dos métodos, é importante trazer à tona várias etapas desenvolvidas no projeto que precedem a produção do material audiovisual em si. Para que fosse possível trabalhar a comunicação na perspectiva da empatia, a professora orientadora, que num primeiro momento disponibilizou a bibliografia para o estudo e conduziu o planejamento das ações, também envolveu todos os alunos participantes do projeto em todas as etapas. Fomos alocados em diversos grupos como planejamento, social mídia, produção gráfica, redação e produção audiovisual, porém, cada aluno fazia parte de mais de uma equipe, o que criou um elemento de unidade. Além disso, durante a fase inicial do projeto, foram realizadas diversas rodadas de debate e de sensibilização diante do tema proposto, com a participação de professores de outras disciplinas e também de outros cursos, assim como uma oficina e uma palestra ministrados pelo grupo Gemis: Gênero, Mídia e Sexualidade  que nos sensibilizaram com a oficina  Gênero e interseccionalidades: sensibilizando jornalistas no trato com a diferença , e depois com uma palestra aberta ao público e que fez parte das atividades do projeto  Mídia, gênero e construção da realidade: a naturalização da violência contra a mulher , que foram fundamentais para a integração e engajamento de todos. A coleta dos relatos a serem utilizados para a produção do material foi realizada tanto pelos alunos de publicidade quanto pelos de jornalismo. Estes relatos partiram de fontes ligadas a movimentos sociais, da comunidade e passaram por um processo de seleção, organizado pelo grupo responsável pela redação. Houve a procura por histórias de pessoas que tivessem vivenciado algum tipo de preconceito e estivessem dispostas a compartilhar essa vivência, para ser posteriormente veiculada de maneira anônima. Os depoimentos foram gravados em áudio. A etapa seguinte à coleta dos relatos, foi a pré-produção dos vídeos. Entre várias histórias relatadas para as equipes de alunos, algumas serviram de subsídio para reportagens em texto, outras para áudio, e três delas foram selecionadas para a séria de vídeos aqui apresentada. A produção aconteceu ao longo do semestre, os vídeos não foram produzidos todos no mesmo momento. A partir da escolha da primeira história, a pré-produção iniciou pela organização dos estudantes que atuariam no vídeo, representando a história relatada pela fonte ouvida. Como o objetivo da produção era contar uma história de uma pessoa, mas que poderia ser de qualquer uma ou de várias, quatro alunos da turma de publicidade se voluntariaram para contar a história em vídeo. O primeiro passo para isso foi a gravação de uma faixa de referência, um vídeo com o texto a ser decorado, com a expressão facial e entonação pretendidas para o vídeo final. Assim, cada um dos alunos que atuariam na peça, além de decorar o texto, poderiam sentir o ritmo da fala, para que durante a gravação e posterior edição as falas ficassem com duração aproximada uma da outra. Essa estratégia foi fundamental tanto para a atuação dos colegas quanto para a sincronização do áudio, o que nos daria o especto desejado. A faixa foi disponibilizada a todos os colegas da equipe no grupo secreto do projeto no Facebook. A gravação foi realizada no estúdio de fotografia da Unijuí. Embora a universidade tenha um estúdio de vídeo, este é bastante amplo e com um chroma verde, por isso, foi feita a escolha do estúdio de foto, cujo fundo é branco e o espaço menor. A iluminação foi feita com duas lâmpadas frias de led, um softbox e um rebatedor. Já para a gravação, utilizamos câmeras DSLR e um gravador para garantir a qualidade tanto de imagem quanto de áudio. A iluminação deveria ser homogênea, retirando toas as sombras do rosto, garantindo assim que a dramaticidade ficasse centrada no relato e na expressão das personagens, fugindo de tons sombrios e tirando tanto personagens quanto o próprio relato das sombras. As captações foram realizadas todas em sequência, garantindo que uma personagem ouvisse a outra, isso colaborou para o sincronismo, mas para além disso, trouxe uma sensação de unidade e de pertencimento ao grupo, aumentando a conexão com o que estava sendo dito. As gravações foram feitas no horário de aula da disciplina, com o envolvimento de alunos nas funções de direção geral (um aluno), operador de câmera (três alunos), operador de áudio (um aluno), maquiadora (uma aluna). Os mesmos alunos responsáveis pelas câmeras, foram responsáveis também pela iluminação. Os vídeos foram gravados durante o horário de aula, na segunda-feira, para que pudessem estar prontos até a quinta-feira, data selecionada no planejamento do projeto para a publicação. Após o processo de decupagem, foram montados doze vídeos, quatro só com o plano detalhe dos olhos, outros quatro com o plano detalhe da boca e um com o rosto inteiro de cada personagem. Esses vídeos foram sobrepostos e montados de forma que cada personagem ocupasse um quarto da tela, garantindo o mesmo grau de protagonismo a todos. Foram selecionados alguns planos detalhe para compor o vídeo, mas a maior parte do tempo se optou por manter os rostos. Para a edição foram utilizados os seguintes softwares: Illustrator, Adobe Premiere, After Effects. No Illustrator foi trabalhada a identidade visual que está presente tanto no vídeo, quanto em outros materiais do projeto; no Premiere foi feita a edição e sincronização do vídeo em camadas, e no After Effects foi elaborada a vinheta de abertura e encerramento. Neste software também foi feita a finalização do material. Amparados pela identidade visual do projeto, o grupo buscou por uma identidade audiovisual, utilizando elementos em comum que pudessem servir de referência. Nesso ponto optamos por utilizar as barras coloridas verticais o tempo todo, criando um dinamismo de cores que viriam a compor com as personagens. As barras também acabaram por definir o formato de corte que usaríamos na divisão da tela. O vídeo foi finalizado com a inserção da vinheta do projeto, utilizado em todos os materiais subsequentes, com a chamada final em caracteres e o site. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O material audiovisual , que foi pensado e produzido para ser publicado no Youtube, adotando este inicialmente como plataforma principal para as publicações audiovisuais, segundo Shirky  o custo drasticamente reduzido de se dirigir ao público e o tamanho drasticamente aumentado da população conectada significam que agora podemos fazer coisas de valor duradouro a partir de agregações maciças de pequenas contribuições (2011, p.144), diante disso estas publicações também acabaram sendo pensadas para o Facebook. Apesar do Youtube ser a principal plataforma para publicações em vídeo, o Facebook era a principal plataforma de disseminação do restante material produzido, gráfico (em forma de postagens com imagem e texto), chamadas para as matérias que foram publicadas no site e demais produções dos grupos de publicidade e jornalismo. Durante o desenvolvimento do projeto o grupo percebeu que o engajamento do público em nossa principal plataforma era muito maior quando postávamos conteúdo audiovisual, assim como o próprio material audiovisual acabava tendo muito mais alcance nessa plataforma que em sua plataforma nativa, o que levou as publicações audiovisuais a migrarem do Youtube para o Facebook, não só em forma de compartilhamento de hiperlinks, mas sim como publicações nativas da plataforma. Conforme Shirky  pode-se obter mais valor da participação voluntária do que jamais foi imaginado, graças ao aperfeiçoamento de nossa habilidade de nos conectarmos uns aos outros (2011, p.144), pensando nisso, a utilização das redes pessoais de cada participante foi fundamental para o alcance do projeto, e esse foi mais um elemento que acabou tornando o Facebook a principal plataforma para publicação de todo tipo de material. A produção foi pensada a partir de relatos reais colhidos por integrantes do projeto. No relato em questão, utilizado no primeiro material, assim como todos utilizados durante o restante do projeto, se decidiu ocultar a fonte afim de não causar uma exposição da mesma, além de nos permitir trabalhar na perspectiva proposta pelo projeto, a de que as histórias contadas poderiam acontecer com qualquer pessoa. Assim procuramos criar vários elementos conectores e de identificação, que buscavam trabalhar pela perspectiva da empatia. Nisso é importante ressaltar a definição de empatia estudada a partir de Krznaric, de que  a empatia é a arte de se pôr no lugar do outro e ver o mundo de sua perspectiva. Ela requer um salto da imaginação, de modo que sejamos capazes de olhar pelos olhos dos outros e compreender as crenças, experiências, esperanças e os medos que moldam suas visões do mundo (2013, p.45). Nessa perspectiva de impessoalizar e fazer com que a narrativa adotasse um aspecto diverso, foram utilizadas as vozes das quatro personagens que protagonizaram o material. A vinheta de abertura adota a identidade visual do projeto, com uma tela dividida verticalmente em diversas faixas de cor, com a logo do projeto centralizada. Essa logo apresenta várias sobreposições entre os caracteres que compõem a palavra plurais, intersecções estas que utilizam algumas cores que em todo o material audiovisual vão sendo trocadas em analogia à diversidade. A locução, que começa com todas as vozes sobrepostas, passa a fazer uma troca de uma personagem para outra, montando uma única narrativa, sob diversas vozes. Para compor a última camada de áudio, a trilha sonora é colocada de forma discreta, quase imperceptível, mas que cria um clima de seriedade e tensão, para isso foi utilizada uma composição em violoncelos. Ainda nesse sentido, o da impessoalização, também estão entrecortados os rostos das personagens, que em determinados momentos aparecem inteiros em seu quarto de tela, as vezes em plano detalhe e em outros momentos misturados, como se formassem uma única face. Nos planos detalhe, foram priorizados a boca e os olhos, considerando que estes são os elementos de maior expressão. A produção que foi realizada com a utilização de três câmeras, uma para o rosto inteiro, uma em plano detalhe enquadrando boca e outra os olhos serviu como argumento visual da unidade que se buscava dar as personagens que compunham a peça, dessa forma era possível trazer elementos individuais e expressões individuais para a composição do coletivo, sendo assim possível criar uma unidade e singularidade na produção partindo de uma perspectiva plural. Após as gravações individuais e a subsequente sincronização das imagens obtidas, conforme descrito nas técnicas utilizadas, se buscou criar uma camada sonora em consonância com a visual, iniciando com a voz de todos e entrecortando as vozes, sem deixar claro em nenhum momento quem estava falando. Esse recurso foi muito valioso no sentido de impessoalizar a fala, criando assim mais um elemento de reforço a ideia do vídeo. Com essa unidade entre a camada sonora e a visual se obteve um material de características distintas do convencional que, ao mesmo tempo em que desorientava a audiência no sentido de saber quem era a personagem que estava narrando em determinado momento, também a libertava dessa obrigação e reforçava a ideia de que aquela história, que aquele relato poderia ser de qualquer um deles e de que também não era de nenhum. A opção de manter durante a pós-produção o elemento gráfico das faixas verticais em transparência e sobrepostas as personagens, que ao mesmo tempo em que auxiliavam na delimitação do espaço de cada uma das personagens na tela, nos permitiu constantemente transgredir esse limite, para que uma ocupasse o espaço de outra e para que estes espaços não fossem determinantes da posição de cada um, criando assim um elemento de subversão em analogia aos espaços impostos socialmente. Os caracteres ao final relacionavam a história com o argumento do projeto:  Essa história real não é de nenhuma dessas pessoas. Mas poderia ser! E se você fosse outro? . Esses caracteres apresentavam a mesma característica da logo em relação a sobreposição dos mesmos, em que alguns caracteres se sobrepõe sem prejuízo da legibilidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O projeto Plurais - E se você fosse outro? tinha por objetivo criar um sentimento de empatia em nosso público alvo, que eram estudantes universitários, mas para além disso, fazer com que os próprios estudantes de comunicação se sensibilizassem e repensassem seu processo criativo e produtivo. Apesar das contribuições dos docentes envolvidos no projeto, as proposições, discussões e organização do processo acabou partindo de nós, acadêmicos, o que tornou o projeto uma experiência única. O planejamento desenvolvido foi constantemente avaliado e adaptado, o que fez com que as produções, em especial as audiovisuais, incluindo a discutida neste trabalho, tivessem um papel muito importante em todo o desenvolvimento do projeto. O envolvimento de todos com as produções também permitiu um ambiente de troca de informação, de debates e de desenvolvimento tanto técnico quanto intelectual que até então não havíamos experimentado na vida acadêmica, o que nos permitiu pensar a comunicação em outras esferas, nos fez sentir realmente comunicadores sociais. O engajamento do público também foi um aspecto interessante, citando como exemplo o dia do lançamento do vídeo e do manifesto escrito, o grupo como um todo acompanhava os números com uma empolgação que era tanto particular quanto coletiva, e sentimos que a comunidade como um todo teve uma boa aceitação da proposta, o que nos motivou a dar continuidade ao projeto e acabou por nos engajar e incentivar ainda mais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2013<br><br>KRZNARIC, Roman. Sobre a arte de viver: lições da história para uma vida melhor. Zahar, Rio de Janeiro, 2013<br><br>LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999<br><br>SHIRKY, Clay. A cultura da participação. Criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011<br><br> </td></tr></table></body></html>