ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01413</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Armário.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luisa Araujo Urbano (Universidade Estadual do Centro-Oeste); André Luiz Justus Czovny (Universidade Estadual do Centro-Oeste); Ariane Carla Pereira (Universidade Estadual do Centro-Oeste)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Roteiro, Jornalismo, Homossexualidade, Armário, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Aceitar-se é um processo que exige maturidade emocional e psicológica. "Sair do armário" é um ato de extrema coragem, daqueles que aceitam-se da forma como se sentem melhor e, com toda a coragem de um grande ser, trazem mais luz ao mundo. Dividido em quatro temáticas, o projeto "Armário" tem como essência dar voz e luz à tantas vozes e rostos que, por algum tempo, permaneceram amargamente silenciadas. Apesar das dificuldades, as personagens acreditam que o choro de hoje é apenas uma nota para escreverem uma bonita canção no futuro. Cristhian, Amanda, Gabriela, Lennon e Lais compartilham suas histórias, contando como buscaram e encontraram a libertação, mesmo com os desafios propostos. A sustentação teórica do trabalho é baseada principalmente no que Syd Field indica para a produção de roteiros e no que Bill Nicholls escreve sobre o processo de produção de um documentário.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Conversar sobre a própria orientação sexual com a família é um dos momentos mais importantes na vida de um homossexual. A reação dos familiares e amigos é algo imprevisível e que afeta diretamente a vida da pessoa que se assume. É nesse momento que se percebe toda a mudança na vida do sujeito, seja continuando a viver na casa dos pais, com apoio total, ou em casos mais extremos, porém não raros, ter que sair de casa e perder o contato com a família, enfrentando assim agressões físicas e verbais. Segundo o relatório anual sobre assassinatos de homossexuais, divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) - mais antiga entidade do gênero do Brasil - 318 gays foram mortos em 2015 em todo o País. Desse total de vítimas, o GGB diz que 52% são gays, 37% travestis, 16% lésbicas e 10% bissexuais. O projeto, além de mostrar histórias que poderão contribuir para o conhecimento da população, poderá também, de alguma maneira, inspirar e ajudar outras pessoas que estejam passando pela mesma situação. É um curta-metragem que retrata histórias e experiências reais, encaixando-se assim no modelo de documentário sociológico, que baseia-se no tributário da crença clássica na possibilidade de atingir um real bruto, com sua superação em documentário concebidos como "discurso" construídos no real (TEIXEIRA, 2004). Então, um roteiro inicial foi criado para que a produção não fugisse do foco e o tempo de gravação fosse otimizado da melhor forma. Durante as gravações, alguns detalhes foram adicionados à primeira versão do roteiro já que como o documentário era poético, as emoções passadas pelos personagens eram imprevistas. Ao final das gravações foi feita uma avaliação das imagens e, então, o roteiro passou por uma revisão tendo algumas partes adicionadas que não estavam previstas, mas que contribuíram para a construção da trama. A versão final do roteiro foi utilizada para nortear a edição do vídeo, uma produção para a disciplina de Projeto Experimental, atualmente disponível no Youtube.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Dentre os objetivos da produção de um roteiro para o produto Armário, o principal era o de criar um cronograma para tornar possível a organização e captação das entrevistas. Tal proposta teve como alicerce a motivação dos acadêmicos em realizar um trabalho significativo, que possa iluminar não só os personagens envolvidos no curta, mas também a sociedade, explorando e humanizando com delicadeza a vida dos homossexuais. O apelo social da causa auxilia a diminuir preconceitos da sociedade depois que passam a compreender melhor a dimensão e particularidades da situação dessas pessoas que sofrem diariamente por simplesmente quererem ser elas mesmas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A importância do documentário se manifesta através da composição de diversos elementos para retratar um mundo e atingir as pessoas deste mesmo mundo. Em cada obra, é possível apontar para diversas questões, situações e histórias e, a partir de recursos únicos do formato documental, examiná-las. Quais seriam estes recursos e qual o impacto que eles causam nos olhares mais variados de quem assiste? Como define Fernão Pessoa Ramos (2008, p.22), em sua obra "Mas afinal... o que é mesmo documentário?", o documentário "é uma narrativa composta por imagens-câmera, acompanhadas muitas vezes de imagens de animação, carregadas de ruídos, música e fala, para as quais olhamos (nós, espectadores) em busca de asserções sobre o mundo que nos é exterior, seja esse mundo coisa ou pessoa". Para Sheila Curran Bernard (2008), os documentários conduzem o público a novos mundos e experiências por meio da apresentação factual sobre pessoa, lugar e acontecimentos reais. Porém, não é só isso que define os filmes documentários, mas sim "o que o cineasta faz com esses elementos factuais" (p.2), buscando se expressar através de uma seleção e organização dos achados. Então o suporte escolhido foi um vídeodocumentário pelo fato de que se caracteriza como um trabalho de representação social, não fictício. Bill Nichols (2005) em sua obra "Introdução ao documentário", afirma que os filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Tornam visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a organização realizadas pelo cineasta. Expressam nossa compreensão sobre o que a realidade foi, é e o que poderá vir a ser. Transmitem verdades, se assim quisermos. Precisamos avaliar suas reivindicações e afirmações, seus pontos de vista e argumentos relativos ao mundo como o conhecemos, e decidir se merecem que acreditemos neles. Os documentários de representação social proporcionam novas visões de um mundo comum, para que as exploremos e compreendamos. (NICHOLS, 2005, p. 26-27) O autor sugere seis modelos de documentário, sendo eles o expositivo, poético, observativo, participativo, reflexivo e performático. O modo expositivo é voltado mais para a defesa de argumentos de maneira objetiva. No modo poético, escolhido pelo roteiro em questão, a subjetividade é totalmente bem-vinda e há uma preocupação maior com a estética da produção. Há uma valorização dos planos e das impressões do documentarista a respeito do recorte de realidade trabalhado. A linguagem também tende a ser não tão formal e pode-se utilizar de recursos literários. No modo observativo, o documentarista tem que captar a realidade tal como aconteceu, evitando interferências, deixando a produção falar por si mesma. Já o modelo participativo permite que a equipe esteja diretamente relacionada com o tema. Podem aparecer conversas entre a equipe e o entrevistado. O modo reflexivo deixa transparecer os procedimentos da filmagem e a relação estabelecida entre os personagens e o documentarista. O objetivo desse modo é analisar a reação das pessoas gravadas diante da câmera e também de quem está por trás das câmeras. O último modelo é o performático, que é repleto de subjetividade e por um padrão estético de técnicas próprio de quem está produzindo (NICHOLLS, Bill, 2005, p. 135-176). A escolha do modo poético para essa produção se deu, portanto, pelo potencial de exploração do subjetivo e emocional. Ao trabalhar com pessoas e suas histórias de vida, esse modelo contribuiria para que os enredos permitissem impressões dos próprios entrevistados sobre sua realidade e que pudessem passar esses sentimentos para o público.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção do roteiro baseou-se nas obras "O Cinema e a Produção", de Chris Rodrigues, e "Manual do Roteiro", de Syd Field. A bibliografia guiou os passos para desenvolvimento do roteiro: de início a sinopse, seguido do argumento, do roteiro técnico inicial (sem os diálogos dos personagens, apenas um ideal de estruturação) e do final (já com todas as transcrições). De Syd Field utilizaram-se teorias sobre a escolha do assunto, definição do paradigma, a relevância dos personagens, a sequência, o ponto de virada, até a escrita propriamente dita do roteiro com sua estrutura dramática. Foram feitas pesquisas sobre o que já havia sido produzido acerca do assunto previamente elencado como possível tema. Constatou-se que não havia material que mostrasse a situação de homossexuais na região de Guarapuava, Paraná. Posteriormente, algumas pessoas foram contatadas pelos autores do documentário. Após conversar com diversas possíveis entrevistados, conhecer suas histórias, foram escolhidas as que estavam mais dispostas a participarem como atores sociais da trama. Só então foi elaborada uma prévia do roteiro com as informações que já haviam sido recolhidas com a pré-produção. Sérgio Puccini Soares (2009) escreve sobre as etapas de produções indispensáveis em um vídeodocumentário, sendo as principais o planejamento na produção, no roteiro, na encenação e na pós-produção. O processo de seleção se inicia já na escolha do tema, desse pedaço de mundo a ser investigado e trabalhado na forma de um filme documentário. Continua com a definição dos personagens e das vozes que darão corpo a essa investigação. Inclui ainda a escolha de locações e cenários, a definição de cenas, seqüências, até chegar a uma prévia de elaboração dos planos de filmagens, enquadramentos, do trabalho de câmera e som, entre outros detalhes técnicos que podem contribuir para a qualidade do filme. Ao término desse percurso, o cineasta terá adquirido noção mais precisa das potencialidades de seu projeto. (SOARES, 2009, p.16) Após filmadas todas as imagens e sons necessários, novamente foi alterado o roteiro, desta vez, com as cenas que iriam para a edição já separadas e com as trilhas sonoras sugeridas pelos autores até resultar no produto final. No processo de edição surgiram novas cenas e particularidades adicionados ao enredo que também tiveram que ser repassadas ao roteiro conforme o produto ia ganhando corpo. A última versão do roteiro é a apresentada por este paper e a condizente com a edição final do videodocumentário.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O roteiro resultou em uma produção que contou com câmeras semi profissionais Canon, uma T3i e uma T5i (sendo uma lente 18-55mm e outra 18-200mm), todas com filmagem em Full HD. A iluminação utilizada é apenas com uma luz direcionada para a face dos personagens. O cenário utilizado foi um estúdio onde o personagem permaneceu sentado em uma poltrona enquanto responde as perguntas realizadas pelo grupo. A entrevista foi dividida em temas sendo que o primeiro é relacionado as Angústias, período que antecede a "revelação" de sua orientação sexual. Um fundo preto foi utilizando remetendo ao fundo do Armário, a escuridão que o personagem passou e, em alguns casos, por exemplo, ainda passa através do preconceito. Além disso, a respectiva escolha do fundo preto funciona para que o foco durante o vídeo seja apenas o personagem, para que nada tire a atenção do público. Os enquadramentos utilizados foram: uma câmera em PRIMEIRO PLANO (PP) fixa  a câmera está levemente próxima do objeto, recortando-o do busto para cima, de modo que ele ocupa quase todo o cenário, deixando apenas um pouco de espaços à sua volta. É um plano de INTIMIDADE e EXPRESSÃO; uma câmera PLANO DETALHE (PD)  a câmera enquadra uma parte do rosto ou do corpo (um olho, uma mão, um pé, etc) alternando com PRIMEIRÍSSIMO PLANO (PPP), para enquadrar o rosto do personagem. Enquanto isso, o recorte e montagem ficou por conta do grupo, sendo utilizado o software Premiere do pacote Adobe para edição. O projeto tem direção de Amanda Bastos Maciel, captação e montagem por Luisa Araujo Urbano, reportagem de André Luiz Justus Czovny, produção de Gabriel Aquino e supervisão de Ariane Carla Pereira. Como atores sociais atuaram Lais Vasconcelos, Gabriela Freitas, Lenon Ortiz, Camila Mosele e Cristhian Lucas. Armário está disponível online no site Youtube, com acesso pelo link https://goo.gl/1jq6aG. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O desenvolvimento de Armário foi, desde a ideia até a exportação do vídeo, um trabalho de autoconscientização social dos próprios acadêmicos desenvolvedores do projeto, e de expressiva aprendizagem sobre a criação de um documentário. No caso do roteiro, foi um ponto que se constitui como um rico conhecimento, visto que foi baseado em referenciais teóricos sobre sua construção e não apenas em exemplos de outros produtos. Após a construção do roteiro de Armário, os produtores do videodocumentário compreenderam a importância de um material de apoio, criado antes da equipe colocar o projeto em prática, para nortear todas as gravações, cenas e enredo que forma um produto jornalístico informativo e que transmite aspectos da realidade de cidadãos que sofrem diariamente preconceito da sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BERNARD, S. C. Documentário: técnicas para uma produção de alto impacto. Rio de Janeiro: Campus, 2008.<br><br>FIELD, S. Manual do Roteiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. <br><br>NICHOLS, B. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2005. <br><br>RAMOS, F. P. Mas afinal... o que é mesmo documentário?. São Paulo : Editora Senac, 2008<br><br>RODRIGUES, C. O Cinema e a Produção: para quem gosta, faz ou quer fazer cinema. Rio de Janeiro: DP&A, 2007 <br><br>SOARES, S. J. P. Documentário e Roteiro de Cinema: da pré-produção à pós-produção. Campinas, SP: 2007. <br><br> </td></tr></table></body></html>