ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01432</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Profissionalização no Longboard Downhill</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;CÁSSIA GONÇALVES FERREIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;longboard, radiodocumentário, downhill, skate, radiojornalismo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Longboard Downhill é uma modalidade de skate, surgiu no final dos anos 50 nos Estados Unidos, e desde então tem se espalhado pelo mundo todo, chegando ao Brasil por volta dos anos 70. Hoje o Brasil é uma das maiores potências mundiais do esporte, inclusive o atual campeão mundial é brasileiro. O documentário radiofônico  Profissionalização no Longboard Downhill  busca retratar parte do cenário atual esporte no país, abordando problemáticas nacionais sob o ponto de vista de atletas profissionais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Apesar de ser um dos esportes mais populares do mundo e movimentar um mercado bilionário no Brasil, o skate ainda não consegue sustentar a profissionalização dos seus atletas. No Longboard Downhill, a situação é ainda pior, por ser menos popular e movimentar um cenário menor no país, muitos skatistas ainda dependem do mercado internacional para manterem sua prática e carreiras. O acesso a profissionalização não basta para garantirem uma remuneração que permita de fato o exercício da profissão sem terem que se dedicar a outras atividades para conseguirem uma renda. Este documentário procura retratar a realidade deste aspecto no esporte, sob o ponto de vistas de atletas profissionais, sendo eles: o atual campeão mundial: Carlos Augusto Paixão (Guto Negão), e outros profissionais paranaenses: Lucas Bontorin Bette, Allysson Garcia (Solé), Pedro Medula e Georgia Bontorin. A estrutura escolhida para o documentário envolve um hibridismo de formas e aplicações da linguagem radiofônica afim de proporcionar uma melhor compreensão sensorial do ouvinte.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Brasil é a segunda maior potência mundial do skate, sendo que são brasileiros que ocupam os primeiros lugares nos rankings mundiais em diversas modalidades. Os skatistas somam mais de 8 milhões de pessoas no Brasil, segundo uma pesquisa da Data Folha (2015), encomendada pela Confederação Brasileira de Skate, a CBSK, a pesquisa revelou um aumento de mais de 100% do público nos últimos 6 anos. O mercado relacionado a produtos de skate movimenta mais de 1 bilhão de reais na economia nacional, segundo estudo feito pelo SGI Europe (Sports Good Intelligence), em parceria com a Adventure Sports Fair (ASF) e a promotora de eventos esportivos Ispo. Mas, apesar de todo o movimento e crescimento, os rendimentos parecem ainda não atingirem diretamente os atletas do longboard Downhill. Poucos são os skatistas profissionais que conseguem manter suas profissões somente atreladas ao esporte. Na proposta de criação de um produto radiofônico livre, da disciplina de Técnicas Básicas de Rádios, ministrada pelo professor Elson Faxina, optei pelo gênero do radiocumentário para poder abordar o tema da profissionalização no longboard downhill com mais profundidade sob uma perspectiva crítica, proporcionando visibilidade e representação social ao esporte. Citando a definição de BARBOSA, percebemos a adequação do gênero à proposta de abordagem do tema. "Constitui verdadeira análise sobre tema específico. Tem como função aprofundar determinado assunto, construído com a participação de um repórter condutor. O documentário jornalístico mescla pesquisa documental, medição dos fatos in loco, comentários de especialistas e de envolvidos no acontecimento, e desenvolve uma investigação sobre um fato ou conjunto de fatos reais, oportunos e de interesse atual, de conotação não-artística (BARBOSA FILHO, 2003, P.102)."</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A decodificação da linguagem sonora depende da percepção sonora e imaginário visual dos ouvintes, mas também da forma com que a mensagem é transmitida. Desta forma a mediação de conteúdo torna-se fundamental para que este seja percebido pelo ouvinte conforme a intenção do emissor. Em "Profissionalização no Longboard Downhill" procurei estruturar os elementos da linguagem radiofônica de modo a proporcionar uma multisensorialidade na relação do ouvinte com o assunto. Cada elemento está relacionado abaixo de maneira particular: Palavra: A palavra no rádio é a fonte evocadora de uma experiência sensorial complexa (BALSEBRE, 1992, p. 330). Ela se torna indispensável neste radiodocumentário, vez que deve permite a interpretação do ouvinte baseado não só na voz condutora do narrador, mas também nas falas dos entrevistados. Música: faz parte do sistema semiótico de análise da linguagem radiofônica, a música, na forma usada neste radiodocuementário foi um elemento conativo a identificação do tema. Sustendo o argumento nas palavras de BALSEBRE (1992, p. 331) " a música radiofônica tem duas funções estéticas básicas: expressiva, quando o movimento afetivo da música cria "clima emocional e "atmosfera" sonora , e descritiva , quando o movimento espacial que denota a música descreve uma paisagem, a cena de ação de um relato." Desta forma a escolha de músicas da banda "Charlie Bown Jr." foi proposital, pois permite um elo de ligação emocional com o público simpático ao skate e a criação de uma paisagem sonora. Murray Schaffer, músico pesquisador, foi quem cunhou o termo paisagem sonora, em 1977, em seu livro "O ouvido pensante". Para ele, paisagem sonora refere-se a "qualquer ambiente sonoro ou qualquer porção do ambiente sônico visto como um campo de estudos, podendo ser esse um ambiente real ou uma construção abstrata qualquer, como composições musicais, programas de rádio, etc". Desta forma, pode-se perceber a adaptação deste termo na linguagem radiofônica. O rádio é um instrumento que faz uso da paisagem sonora como forma de experiência acústica, construída a partir de toda forma de percepção sonora do ambiente, que une os elementos que consolidaram o cenário no imaginário do ouvinte. Efeitos Sonoros: Ainda sobre a construção da paisagem sonora, os efeitos usados neste radiodocumentário também podem ser chamados de ruídos. São sons provocados durante alguns depoimentos e no mosaico de vozes da introdução, como por exemplo o som das rodas do skate sendo raspadas no asfalto, um elemento sonoro que remete prontamente a prática do skate para quem já é familiarizado, mas também cria uma percepção sensorial no ouvinte leigo ao tema. Sustendo por Silva, afirmamos que os efeitos sonoros "fornece informações, pistas, atua como índice do objeto representado a fim de que o ouvinte reconheça e estabeleça associações, que, pelo caráter referencial assumido pelo ruído, dá-se por contiguidade" (SILVA, 1999, p. 75-76) Silêncio: Segundo (BALSEBRE, 1992, p. 334), o silêncio delimita núcleos narrativos e constrói um movimento afetivo. Pode tanto conferir alguma expressão ao sentimento como ter função de pausa e respiro no texto verbal. Percebemos a presença do silencio na depois da queda no volume da música entre os blocos como forma de separar os temas abordados. Ele também está presente na fala de alguns depoimentos dos atletas, expressando afetividade e pensamento na fala. Meditsh, afirma que dentre os produtos da linguagem radiofônica "no conteúdo da rádio informativa a música, os ruídos e o silêncio exercem um papel subsidiário em relação à palavra" (1999, p.173). Eles conferem ao rádio uma linguagem estética-comunicativa a fim de completar a percepção sonora e superar a limitação de interpretação apenas pela palavra e provocar a imaginação dos ouvintes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os processos metodológicos adotados nesse radiodomentário são do tipo exploratório documental que incluem procedimentos como: roteiro de entrevista, pesquisa bibliográfica e análise do material coletado. Para elaboração do produto final seguiu-se as etapas da produção radiofônica: pré-produção, produção e pós-produção para então aplicar os elementos da linguagem radiofônica de maneira articulada no documento sonoro, estruturado de forma a permitir uma narrativa conduzida pelo narrador. Foram entrevistados 5 atletas para maior multiciplinaridade de resposta e abordagens. Os recursos técnicos permitem reproduzir os elementos da linguagem radiofônico de forma a estender a compreensão humana para um imaginário sonoro e não limitá-la a uma realidade estática. O equipamento utilizado para a produção tem a função de habilitar essa compreensão, na forma de gravação, edição e reprodução de conteúdo. A seguir são apresentados os aparatos técnicos utilizados e as fases de composição do projeto. Studio de rádio (UFPR): Usado para gravar os offs com boa qualidade Gravação por telefone (estúdio UFPR): Alguns atletas não estavam presentes pessoalmente na ocasião das entrevistas, por isso foi feito uso do telefone no estúdio de rádio para gravar as ligações com boas condições de áudio. Gravador de áudio portátil: Usada nas entrevistas presenciais Audacity: Software com licença gratuita usado para edição As fases de produção permitem uma organização dos processos de forma a otimizar tempo e direcionar a execução para o mais próximo do projeto idealizado. A pré-produção refere-se à organização de ideias e definição de procedimentos e técnicas. A produção é onde as tarefas são executas conforme o planejado e é também, onde podem surgir novas perspectivas e abordagem. A última fase diz respeito a montagem e adequação de estrutura para finalização. Pré-Produção 1ª Fase: Brainstorm e Breafing Elencar todos os aspectos interessantes a abordar sobre o tema e todos os profissionais acessíveis e selecionar as fontes de informação para o projeto. 2ª Fase: Pesquisa sobre skate longboard downhill e roteiro das entrevistas Conteúdo principalmente disponível em sites independente. Á pouca mídia informativa sobre a história do downhill. Elaboração do roteiro de entrevistas para investigação sobre o cenário do longboard e condições de atuação profissional. 3ª Fase: Pré-roteiro A pré-roteirização serviu como um material de apoio e orientação para direcionar as entrevistas de acordo com a narrativa conduzida para facilitar a estruturação do documentário e da linguagem radiofônica. Produção 4ª Fase: Entrevistas. Selecionados 6 atletas, sendo 4 homens e 2 mulheres, todos paranaenses, selecionados pela proximidade da instituição de ensino 5ª Fase: Decupagem e recortes de áudio. Os áudios foram ouvidos, selecionando as repostas conforme pré-roteiro para facilitar a edição e a montagem e novas hipóteses de abordagem do tema. 6ª Fase: Roteiro final Adequar novas temáticas que surgiram na entrevista e separar os blocos de informação. 7ª Fase: OFFs e Backgrouds. Gravar OFFs e selecionar background musical. Pós Produção 8ª Fase: Edição e Finalização Após selecionados os áudios e escrito o roteiro, o trabalho foi montar e tratar o áudio na edição final, colocando outros elementos da linguagem radiofônica como as cortinas em mosaico de vozes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodocumentário foi produzido como fim de avaliação para a disciplina de Técnicas Básicas de Rádio da Universidade Federal do Paraná, com a temática livre, sob orientação do professor Dr. Elson Faxina. Foi dividido em quatro blocos pensado em categorias de informação, divido por cortinas musicais e por mosaico de vozes. Abertura: Ruído da roda do skate como forma de paisagem sonora para situar um ambiente. Música acompanhada por um mosaico de vozes. Usando sonoras que identificassem a relação dos entrevistados com o skate, mas sem identifica-los, apenas como recurso de causar a sinestesia e aproximação do ouvinte com o assunto a ser tratado. 1º Bloco de Informações: Dados sobre história e estatísticas do skate em geral. Somente narrador fala apontando as fontes de informação para conferir credibilidade aos dados. 1° Cortina: Sobe som acompanhado de outro mosaico de vozes. 2° Bloco de Informações: Introdução ao skate longboard downhill no Brasil e ao tema da profissionalização no esporte trazendo elucidações para 4 abordagens: Carreira, manutenção, infraestrutura e comportamento. Acompanhado de 4 sonoras com opiniões, realidades e problemáticas diferentes. A primeira sonora do campeão mundial com uma carreira sustentável. A segunda com a fala de um atleta que retrata a dificuldade de viver como profissional. A terceira de outro atleta relacionando problemas a infraestrutura. E a quarta fala é outo profissional sobre comportamento do skatista e relações de mercado. 2° Cortina: Sobe som, fazendo uso de parte da letra da música para a transição entre os blocos. 3° Bloco de Informações: Paralelo entre as diferenças culturais e estrutura de apoio do skatista brasileiro em relação ao norte-americano. Conta com sonoras de dois atletas cm experiência internacional. 3° Cortina: Sobe som, fazendo uso de parte da letra da música para a transição entre os blocos. 4º Bloco de Informações: Trazendo um aspecto mais lúdico e reflexivo para o documento. O narrador introduz as perspectivas futuras dos atletas que participaram do documentário e as elenca em um mosaico de vozes. 4° Cortina: Sobe som, fazendo uso de parte da letra da música para a transição entre os blocos. Fechamento: Sonora de um atleta fazendo referência ao que o skate significa na vida dele. A sonora não é identificada por que tem uma relação direta com o tema do documentário, então retrata-se aqui uma fala genérica e de sensibilização. Créditos Finais: Nome do produtor, orientador, finalidade, instituição e agradecimento.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Retratar problemáticas cotidianas é um dos papéis desempenhados por jornalistas. Muitas vezes as problemáticas são retratas de maneira semelhante por diferentes veículos, pois o jornalismo segue um padrão de construção da informação que os torna objetivos e compreendidos pelo maior número de pessoas possível. As linguagens mais próximas de um conteúdo direcionado são mais presentes nas mídias especializadas e segmentadas por nicho de mercado. No rádio a linguagem mais próxima do conteúdo abordado proporciona algo além da compressão segmentada, constrói uma realidade imaginada partir de elementos da linguagem radiofônica. Os pontos de interesse de um produto para a rádio não são os mesmo do jornalismo comum. Exige uma criatividade a mais para conseguir a atenção dos ouvintes, pois o ato de ouvir é compartilhado o tempo topo com outras sensações. Sendo assim é função do jornalista de rádio corresponder a expectativa e saciar a sensorialidade do público. Tive essa experiência ao montar esse documentário. O skate não é um assunto comum na grande mídia, muito menos o longboard downhill. O documentário também não é o produto radiofônico mais consumido, então o desafio foi tornar o conteúdo interessante para mais pessoas. Quando se traz uma problemática de uma profissão relacionada ao esporte o interesse público vai além do skate. Além do tema, a forma de abordagem e o uso consciente da linguagem radiofônica permitiram montar uma estrutura que trouxe o assunto para uma discussão com pontos de vista diversos e ainda interagir com aspectos culturais do assunto, ao relacionar elementos da música características do skatistas e o sentimento de pertencimento dos atletas, por meio do mosaico de vozes, na abertura e em algumas cortinas. A orientação do professor Faxina proporcionou o pensamento de produção além de um mais um produto jornalístico, mas também trouxe à tona toda liberdade poética do uso da linguagem radiofônica como forma de construção de sentido para o ouvinte. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Atlas do Esporte, Educação Física e Atividades Físicas de Saúde e Lazer no Brasil, 2006.<br><br>BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos: Os formatos e os programas em aúdio. São Paulo: Edições Paulinas, 2003.<br><br>FERRARETTO, L. A. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Ed.Sagra Luzzatto, 2001. <br><br>MEDITSCH, Eduardo. A Rádio na era da Informação. Coimbra: Minerva, 1999.<br><br>SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Fundação editora da FUNESP, 1991.<br><br> </td></tr></table></body></html>