ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01463</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Breezeblocks: um experimento de diferentes tempos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Gabriela de Matias Paim (Universidade Tecnológica Federal do Paraná); Ícaro Odilon (Universidade Tecnológica Federal do Paraná); Anuschka Reichmann Lemos (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Breezeblocks, audiovisual, videoclipe, transtornos psicológicos, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O videoclipe feito sobre a musica Breezeblocks da banda Alt-J visa contar a partir de um ponto de vista intimista, o que seria o ultimo dia na vida de dois personagens que se sentem presos dentro de seus problemas e transtornos psicológicos que enfrentam, buscando fugir deles. Refletimos essa questão da fuga a partir de experimentações audiovisuais que fizemos para este trabalho, focando em premissas estéticas e simbólicas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A partir da disciplina de Audiovisual ministrada pela Professora Anuschka Lemos, no curso de Comunicação Organizacional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, fomos instruídos a criar como projeto final para a matéria um produto audiovisual de livre escolha.Com este trabalho, nós como dupla, enxergamos uma forma de colocar em prática habilidades com edição de vídeo, composição de imagens e direção de arte. Por já termos uma relação com a música Breezeblocks da banda Alt-J aliado a vontade de explorar uma narrativa através da letra dela, optamos por fazer um videoclipe. "Ver foi agregado ao ouvir e este entrosamento entre elementos sonoros e imagéticos propiciou o desenvolvimento do formato videoclipe" (carvalho, 2006, p. 12). O modo como este modelo possibilita traduzir sentimentos e visões estéticas acerca de sensações que uma música traz, de uma maneira dinâmica em que não se é necessário o uso do inicio, meio e fim em uma narrativa, onde os cortes e colagens das cenas se traduzem por si próprias, nos seduziu desde o começo das aulas, por já termos idéias muito estéticas da forma que a música Breezeblocks nos fazia sentir. Produzimos então um roteiro contando o último dia de vida de dois personagens que passam por transtornos psicológicos. Optamos por não mostrar os motivos que levaram a eles seguirem por esse caminho, para que fosse criada uma ilusão de aproximação deles com o telespectador, fazendo também deste vídeo, uma visão intimista. Quisemos contar uma história nas entrelinhas, nos cortes, nos olhares dos personagens que contavam falavam através de aspectos físicos que designam seu estado mental.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Buscamos aqui explorar as escolhas técnicas que permeiam um videoclipe e como essa relação nos remete a sensações se tratando de música. Queríamos demonstrar o ponto de vista de quem luta contra algum transtorno psicológico, do mundo correndo lá fora e mesmo assim, dentro de si mesmos, existir todo um universo particular a se enfrentar, juntamente com a gana em aprimorar nossas habilidades de produção audiovisual, e testar alguns limites e percalços que sabíamos que teríamos que driblar. Nós como dupla já de outros trabalhos de intuito audiovisuais, sempre gostamos de testar novas possibilidades, e aqui isso se aplica principalmente pela dificuldade em arranjar as locações para nossas idéias. A vontade de se fazer cenas em da cidade vista do alto, sempre mostrando uma paisagem urbana de um horizonte de prédios,passando uma certa sensação de vertigem, fossem feitas, era um dos nossos primeiros requisitos indicados no briefing para nossa orientadora. Outra dificuldade também, seria a de unirmos a disponibilidade de nossos atores com os dias da semana em que estivesse nublado e preferencialmente chuvoso, para que a trajetória do vídeo não fosse comprometida. Produzimos então, um clipe autoral que é o reflexo de seus autores, dando uma nova perspectiva da música ''Breezeblocks'' contando narrativas através de enquadramentos de câmera, cortes e iluminação específicos usados de maneira que o telespectador se sentisse dentro da cena.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Muito fala-se dos motivos para que uma pessoa tenha os problemas que têm, abrindo-se assim uma brecha para constatações e opiniões acerca de como resolvê-los. Queríamos não dar essa brecha, para que o telespectador absorvesse as aflições e angústias daquele sentimento, podendo ele ter qualquer causa ou motivo representando assim então, um indivíduo comum, que poderia ser algum conhecido seu ou até mesmo você e frisamos isso no roteiro. O último dia de uma pessoa que sabe que vai ser seu último dia, não por ter planejado com afinco, mas por ter tentado viver até chegar ao seu ponto limite de não suportar mais a idéia de sofrer novamente. Falar sobre transtornos psicológicos é delicado, então sabíamos que precisávamos ter sensibilidade ao modo como iamos tratá-lo. Tínhamos já uma música em mente, uma que pessoalmente nos tocava quando pensamos e discutimos acerca dessas questões, sendo assim, decidimos criar toda nossa temática em cima de uma melodia já existente. A banda Alt-J existe desde 2007, com sua formação em Leeds, Inglaterra. Seus três integrantes trazem um rock alternativo com uma sonoridade mais sombria e melancólica. A composição dos artistas segue um padrão rítmico em suas melodias, característicos da banda. A música Breezeblocks de 2012 carrega em sua melodia batidas compassadas que trazem hora calmaria seguido de euforia. O que chama atenção também, é a parte final, onde a sobreposição de vozes dão a real impressão de perseguição e fuga. A letra remete a um homem dizendo o quanto ela é importante pra ele, como uma droga "Ela é a morfina, Rainha da minha vacina" narrando o quão doente e dependente ele está, suplicando que não vá, não fuja de perto dele. O clipe original traz a temática da violência doméstica, contando sobre um assassinato, mas partindo do final ao início. Ele tem uma estética sombria com o tom de roxo e tons pastéis escuros predominantes. Partindo dessas premissas e referências, pensamos na letra como se fosse a doença "falando", como se a ansiedade e a depressão aqui narrassem a música, e contassem que estão dependentes de seus hospedeiros, fazendo um jogo de palavras com as partes em que ele canta please don´t go como se fosse a doença suplicar pra ele não fugir dessa situação. Tomamos então como ponto de partida, a idéia de que deveria haver cenas que envolvessem fuga, de ambos os personagens, fuga de si mesmos e de seus problemas, que só estariam em suas cabeças, sendo representados no vídeo com a letra da música. A opção que tomamos de não produzir um áudio próprio nos auxiliou aqui pelo fato de que antes mesmo de fecharmos o roteiro, as batidas e loops da música nos guiaram nos cortes de câmera que nos interessavam experimentar nesse projeto. Tendo batidas repetitivas, nos ajudava a mostrar o quão impaciente os personagens estavam. Também no momento em que a música acelera, brincamos com a time-lapse, idéia que visualmente já possuímos para a produção desta peça audiovisual.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Após decidirmos por qual vertente audiovisual seguiríamos baseados nos estudos passados pela professora Anuschka Lemos, já possuímos a certeza da estética que queríamos adquirir para este videoclipe. Uma paleta de cores inspirada no próprio clipe original com tons azulados e roxos, remetendo a melancolia, depressão e ansiedade que os personagens deveriam transmitir. A escolha da música foi o ponto crucial para isto. O primeiro personagem apresentado sofre de insônia e nada mais faz sentido a ele, pois ele vai tentar ir dormir na hora em que era para estar acordando, e assim acompanhamos sua rotina tentando descansar. Por isso usamos ângulos fechados e sempre centralizando o objeto da cena, como queríamos passar a sutileza das ações de quem toma depressão, usamos grande angulares para as cenas de remédios jogados no sofá, bebidas e nos detalhes da bagunça gerada pelo transtorno mental. Para iluminarmos o ambiente foi usado uma LED com controle de intensidade para termos a iluminância desejada do ambiente. O segundo personagem sofre de ansiedade, e por mais que ele tente fazer as coisas que estava proposto a fazer, não consegue. O tempo passa, mas o nervosismo toma conta dele, ocupando sua mente, como se o mundo lá fora vivesse e ele estivesse preso dentro do seu próprio tempo e ritmo. Para definir o sentimento de velocidade com a rotina, usamos cortes rápidos na edição, junto com um time lapse acelerado no editor de vídeos, e a combinação foi uma passagem de tempo longa em poucos segundos. Para não contrastar com o personagem anterior, nesse usamos uma pequena correção de cores na pós produção. Nas cenas externas nos utilizamos de planos abertos para centralizar o objeto da cena junto com a ideia de movimento. Com o segundo personagem, aproveitamos também para desfocar seu rosto e logo em seguida desfocar ele com o fundo, dando a sensação de instabilidade não apenas dele com si próprio, mostrando que seus pensamentos estão longe daquela rotina. Na cena em que o primeiro personagem retorna, finalmente adormecido, e sonhando, ele encontra seus fantasmas, gritando "please don't go, i love you so". Aqui centralizamos o personagem todo o tempo e usando do foco para mudar o objetivo da cena para os outros personagens que estão ao seu redor. Com o uso de ferramentas do programa After Effects priorizamos os tons de azul da cena, para remeter ao estado de sonho e irreal. O despertador toca, e ele sai, corre a um heliponto, com a intenção de fugir de si mesmo, e após um tempo lá, o segundo personagem, que estava fazendo o mesmo, chega ao mesmo local. Este heliponto foi cedido por alguns colegas para as filmagens e precisamos esperar para filmar nos dias em que estivesse chovendo. Os dois personagens aqui se encaram, sem entender ao certo o que está acontecendo, e ao final, caminham juntos para se jogarem do heliponto, onde a câmera sobe e encerra-se a cena. A maioria das cenas possuem um enquadramento que traz o telespectador para dentro da cena, como se estivesse de frente para o personagem, outrora atrás dele vendo ele olhar pela janela ou correr sob a escada, dando a sensação de que o mundo fora as cenas continua, mas ali está só você e os medos e anseios do personagem. Outro ponto para crucial para transmitirmos as sensações que precisávamos, era pensar em alguns detalhes em cena, os figurinos, os objetos, a luz baixa em muitas cenas. Um conjunto de simbologias que juntos funcionassem. "O símbolo anuncia um outro plano de consciência, que não o da evidência racional; é a chave de um mistério, o único meio de se dizer aquilo que não pode ser apreendido de outra forma; ele jamais é explicado de modo definitivo e deve sempre ser decifrado de novo, do mesmo modo que uma partitura musical jamais é decifrada definitivamente e exige uma execução sempre nova" (CHEVALIER & GHEERBRANT, 2005, p. 16)." As cenas foram gravadas com uma Nikon D5100 para as cenas dentro da casa do primeiro personagem, com o auxílio de um LED e também para a primeira cena do segundo personagem. Para o heliponto, utilizamos uma PXW Z100 da Sony, que nos foi emprestada de um amigo. O vídeo foi editado no Premiere CS6, obedecendo a um roteiro pré estabelecido, fazendo uma brincadeira com os cortes e as batidas da música, e também usando do efeito time-lapse, para mostrar o tempo enquanto um tentava dormir, e o outro tentava se concentrar. Com alguns retoques de cor no After Effects, principalmente na cena em que o primeiro personagem está sonhando, por querermos criar um tom mais azulado, que distingue da realidade. A edição do vídeo foi pensada antes mesmo do início das gravações, com nosso pensamento na pós produção e como isso ditaria o ritmo da narrativa. Nós nos utilizamos da experimentação para pensar o roteiro e os enquadramentos juntos com o que usamos na edição. Para conseguir gravar as cenas do personagem número um, nós conseguimos fazer toda gravação e preparação de elenco em 24 horas, as cenas do segundo duraram 6 horas, pois queríamos usar o sol da tarde para iluminar o escritório. No total de uma semana para prepararmos os equipamentos, escolhermos os atores principais e secundários, e definir quais locações seriam e conseguir acesso a elas. A parte da pós produção que consiste em decupar, editar e finalizar a última edição foi feita em uma semana. Uma falha que tivemos foi de não conseguir produzir uma cena que tínhamos pensado e roteirizado, que consistia em um dos personagens andando de bicicleta em um local com pouca iluminação, ambiente inóspito e em alta velocidade. Mas a falta de equipamento para gravar essa cena nos impediu de fazê-la.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O videoclipe busca mostrar pessoas presas dentro de alguma situação da qual não conseguissem sair, sem justificar os meios, apenas demonstrando os fins. A escolha de dois personagens, que não precisassem ter de fato alguma ligação entre si, mas que possuíssem a mesma vontade de fugir de uma situação a qual, estava dentro da cabeça deles mesmos. Iniciamos com uma cena retirada do filme Clube da Luta, onde o personagem principal sofre de insônia, e conta um pequeno trecho do efeito que isso tem em sua vida, dizendo que todos os dias parecem uma cópia da cópia, nada mais faz sentido e ele não tem certeza do que é real para ele. Usamos essa cena para fazer a conexão com o nosso primeiro personagem, então ele está sentado em seu sofá, assistindo a esse trecho do filme. Quando começamos a pensar nos atores, queríamos duas pessoas que fossem diferentes na aparência mas que conseguissem de certa forma ter expressões faciais que se complementam. Optamos então por dois atores de estaturas, cortes de cabelo e cor de pele diferentes mas que tem alguns trejeitos faciais que se assemelham, como quando damos closes em seus rostos, a maneira como franzem a testa e levantam o olhar. Um ponto chave para a criação dos personagens foi encontrar maneiras para que o público se identificasse com eles e seus problemas, fosse por meio de gestos, olhares ou sua caracterização. O objetivo principal aqui não sendo os motivos do porque eles chegaram a esse ponto de stress em suas vidas, os flashbacks ou uma narrativa que contasse como eles chegaram a isso não se tornaram necessários. Na escolha do casting a escolha mais viável para nós, já que não conseguimos atores profissionais, foram atores amadores que já se identificassem com os personagens que criamos, e por sorte conseguimos dois voluntários que já haviam passado por problemas psicológicos parecidos, então recriar e entrar dentro da mente dos personagens se tornou mais fácil para os dois. Tivemos algumas reuniões de equipe antes das gravações para que treinassem as expressões faciais de ambos e estudamos a fundo um pouco mais do que era de fato sofrer destes problemas conversando com colegas que passam por isso diariamente. Para o personagem com insônia, fizemos um maquiagem preta leve abaixo dos olhos para que ele tivesse um aspecto de cansaço e olheiras. O cabelo grande, sem corte e bagunçado e também a barba por fazer foram coisas que precisamos tomar cuidado, pois as cenas finais foram gravadas semanas após as primeiras, e precisamos manter um padrão. Suas cobertas, lençóis e pijamas sempre tem o tom azul na composição. Nas cenas iniciais, ele usa pijama e para sair de casa coloca algumas roupas amassadas por cima ainda do pijama, para dar a impressão de que ele não se importa com a aparência. Nas cenas em seu quarto com o efeito time lapse, usamos como referência um trecho do filme Laranja Mecânica, em que Alex leva duas garotas para seu quarto e todo o ato sexual acontece com a 9º sinfonia de Beethoven ao fundo. Aqui, no momento em que Breezeblocks fica mais intensa, mostramos como é uma agitada tentativa de pegar no sono de nosso personagem. Em todo momento, ele precisava mostrar conformidade em seu olhar, como se já estivesse tão cansado daquilo tudo, cansado de tentar sobreviver, sendo assim, serenidade e um tom de desânimo em seu olhar, foram imprescindíveis. Para o nosso segundo personagem, que sofre de ansiedade, o figurino é comum, como o de um homem normal que sai de casa para seguir sua rotina. Chegando no prédio em que usamos para a locação, o edifício Anita, um dos prédios históricos localizado no centro de Curitiba e conhecido pela sua altura, utilizamos os espaço cedido pelo  Das Nuvens que é um espaço de trabalho coletivo e criativo que possui várias obras de arte e pinturas espalhadas pelos cômodos, assim, aqui também procuramos por fundos azulados e tons terrosos, tão bem como nas outras cenas. Aproveitamos também, por ter exposições de arte em todo canto, misturar as cenas com alguns tons mais vibrantes, como vermelho e amarelo, que aparecem na decoração como detalhes, como plano de fundo ao tom azul, mas mesmo assim servindo de contraste para a intensidade e fúria que o personagem senti dentro de si mesmo. O segundo personagem, precisou passar inquietação em seus movimentos, sempre mexendo as mãos, andando pela sala, e a time lapse aqui também entrou para ajudar nessa parte, mostrando como se passasse uma tarde toda dele no local, mas ele está tão ansioso que não consegue terminar o que precisa, ainda assim precisa manter um olhar de cansaço. Mesmo com algumas pessoas passando ao fundo de onde estava, ele ficava em plano principal e olhando para a câmera, evidenciando como ele estava alheio a todo o resto. Para a escolha dos atores que interpretaram os fantasmas no sonho do primeiro personagem, que ao todo foram 4 para prender ele na cama com as mãos e para segura-lo enquanto ele tenta se levantar e fugir e 2 que dublam as vozes principais. Buscamos pessoas que sabíamos ter um temperamento forte, principalmente os que fazem a dublagem, para que conseguissem transmitir isso nas filmagens, treinamos inúmeras vezes suas falas, pedindo para que sentisse raiva da situação, porém em um tom sério e controlado, o que funcionou surpreendentemente bem para o que quisemos. Para o primeiro personagem, focamos nos detalhes para sua saída, closes nele se vestido e desligando o alarme do celular, e o segundo focamos em sua saída, que precisava ser mostrada como solitária em meio a mais pessoas e deixamos os closes, para este personagem, para sua subida ao heliponto, onde ele sobe as escadas euforicamente, fazendo o contraste de como ele se comporta em público e sozinho. Quando ambos estão no heliponto, cena final, mostramos ambos se encarando, mesmo que cada um em uma ponta do espaço. Focamos também, com o auxílio de um tripé, em como o local era alto e instável, sem nenhuma proteção nas bordas e que mesmo assim, os personagens não possuíam semblante de medo em suas feições. Quando os dois se juntam, para se jogar do local, brincamos com o fato de os dois caminharem juntos e mesmo assim tal hora o personagem 1 aparece e tal hora só o 2, mexendo com a mente do espectador a instigar se o tempo todo eram duas pessoas ou uma só, assim como no clube da luta, que mostramos no início, onde o personagem cria um alter ego de si mesmo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Desde o início, tínhamos a visão estética do que queríamos, as cenas, enquadramentos e locais onde filmar. A música com toda a certeza foi o ponto chave desta empreitada, focando-se na letra e o modo como sua melodia cresce, nos dando abertura para criar um jogo de cenas que brincasse com suas batidas. Construímos então em cima disso, toda a narrativa após testes e mais testes acerca da estética, simbologia e a edição que iria favorecer mais o aspecto de ansiedade que queríamos passa. "O símbolo é, portanto, muito mais do que um simples signo ou sinal: transcende o significado e depende da interpretação que, por sua vez, depende de certa predisposição. Está carregado de afetividade e de dinamismo (CHEVALIE r& GHEERBRANT, 2005, p. 18)." A idéia sempre foi retratar do jeito mais intimista possível, tendo duas narrativas que se cruzassem e fossem opostas mas em um mesmo contexto, seguindo ainda o mesmo fluxo do clipe original que possui a paleta de cores que decidimos seguir, assim como a música com batidas bem marcadas e segmentos onde a música cresce conforme os personagens entram em estados de euforia. Atingimos também a mistura da quebra da quarta parede entre o ator e o telespectador de uma forma sútil. Satisfeitos com o processo, em que as cenas que imaginamos se encaixaram com o roteiro e a escolha dos atores foi assertiva, obtivemos também um ótimo feedback de pessoas que passam pelos mesmos transtornos, se identificando com os personagens.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CARVALHO, C. O. Narratividade e videoclipe: interação entre música e imagem nas três versões audiovisuais da canção  One , do U2. 2006. Dissertação (Mestrado em Comunica- ção e Cultura Contemporâneas)  Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, Salvador.<br><br>Chevalier, J. e Gheerbrant, A. Dicionário de Símbolos, Rio de Janeiro, José Olympio, 2005.<br><br> </td></tr></table></body></html>