ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01621</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O silêncio que ecoa</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Priscilla de Paula Fontes (Universidade Positivo); Rafaella de Souza e Silva (Universidade Positivo); Sandra Nodari (Universidade Positivo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;assédio, cultura do estupro, estupro coletivo, feminismo, violência contra a mulher</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"O Silêncio Que Ecoa" é um projeto universitário produzido por duas alunas do curso de Jornalismo da Universidade Positivo em 2016. O trabalho, cujo tema principal é o termo "cultura do estupro", aborda o assunto através de fotos, áudios e vídeos com entrevistas, além da apuração de dados oficiais. A Web Reportagem traz para os entrevistados a questão da violência contra a mulher estar enraizada culturalmente em nossa sociedade, desdobrando-a e explorando múltiplas formas de apresentar a informação para identificar se há o conhecimento da população sobre tal. Na época da realização do trabalho aconteceu um estupro coletivo no Rio de Janeiro. Como o caso foi muito pautado pelos veículos de comunicação, a reportagem também aborda a relação da cultura do estupro com a mídia, além de apresentar coletivos feministas de Curitiba para dar espaço de argumentação às representantes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A cultura do estupro é o nome dado à normatização do estupro e da violência contra mulher. A objetificação da mulher e sua submissão ao homem - cujo papel é visto como superior - são pensamentos reproduzidos normalmente e cotidianamente por homens e mulheres, conscientemente ou não, tendo em vista que essa cultura já está enraizada na sociedade patriarcal em que vivemos e é reproduzida diariamente na vida das mulheres. A ideia inicial de trabalhar com o tema surgiu a partir do estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro em 2016, no qual trinta e três homens estupraram uma adolescente e veicularam o vídeo da violência nas redes sociais, com comentários de ódio e repúdio à garota. A imprensa Brasileira foi criticada pelo jornal The Times of India por se silenciar diante deste caso tão chocante e não dar a devida atenção ao fato. A partir disso, a equipe resolveu ir para as ruas para ver se as pessoas em Curitiba estavam a par do que é a cultura do estupro e ouvir opiniões de curitibanos de várias faixas etárias e classes sociais. Como citamos na reportagem, vivemos em um contexto no qual a problematização do estupro é negligenciada pela mídia e pela sociedade. A culpabilização da vítima e o machismo são fatores que colaboram para que a cultura do estupro continue matando milhares de mulheres no Brasil e no mundo. Tratar deste tema é fundamentalmente importante porque "O Paraná é o terceiro estado com mais casos de estupro do Brasil", segundo o Fórum de Segurança Pública.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A desinformação é um dos fatores que corroboram com a cultura do estupro e sua permanência na sociedade. Após o término do trabalho percebe-se que algumas pessoas desconhecem o termo ou acreditam que ele não exista. Essa falta de conhecimento e de pensamento crítico é reflexo de uma mídia que peca na forma como o tema é tratado e, também, na negligência do mesmo. O objetivo do trabalho é colocar em pauta um assunto tão importante, que afeta a sociedade em muitos sentidos e mostrar como as abordagens são superficiais. Após realizar as entrevistas, ouvir os depoimentos dos alunos que participaram das ações fotográficas e analisar os veículos que veicularam o caso do estupro coletivo no Rio de Janeiro, a equipe obteve a confirmação do que a moveu a começar este trabalho: a cultura do estupro está instalada na sociedade e deslegitima a dor, o trauma e os direitos da vítima. A violência, muitas vezes, é sofrida em silêncio, mas esse silêncio ecoa - e muito alto. O objetivo principal é fazer com que essas vozes saiam em alto em bom som para garantir a segurança e os direitos que as mulheres merecem e precisam ter.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O conteúdo de O Silêncio que Ecoa esteve focado em mostrar que, infelizmente, a Cultura do Estupro existe, que o tratamento da mídia em relação ao tema é muito raso perto da realidade e, consequentemente, o conhecimento do público acerca do tema e de seu significado é menor ainda. Problematizou-se a postura da mídia, que tem papel de extrema importância na sociedade, pois possui em sua raiz a função de fazer seu leitor e ouvinte pensar, questionar, preocupar-se com questões de suma importância como este tema tratado no trabalho. A tendência da Web Reportagem também está muito ligada ao papel social, buscando dar voz às mulheres, aos coletivos, aos jovens universitários que aderiram às ações e afirmar que a culpabilização da vítima e o machismo são fatores que corroboram para que a cultura do estupro continue não apenas existindo, mas também se propagando ainda mais em nossa sociedade. Segundo um estudo de Lia Zanotta Machado, que levou em consideração depoimentos de homens condenados por violência contra mulher, especificamente relacionado ao estupro, mostra que eles acreditavam que tinham poder sobre as mulheres e que a mulher deveria ser cúmplice do ato. O objetivo do trabalho, dentro e fora do curso de Jornalismo, é permitir aos estudantes e à sociedade que mergulhem na realidade da violência contra a mulher para que consigam questioná-la. O tema, por si só, já é transformador. A forma inovadora também permitiu à equipe descobrir novas formas de comunicar e de trazer a informação de forma mais atual e multiplataforma.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em 2016, durante a solicitação de um produto jornalístico para a disciplina de Multiplataforma, as alunas buscaram trabalhar com o tema da cultura do estupro e desdobrá-lo a partir de um caso de estupro coletivo que estava em foco na mídia nacional. Depois do tema definido com a professora orientadora, foram realizadas duas ações no bloco do curso na Universidade Positivo, nas quais convidaram outros alunos para participar. Nas ações, foram colhidos depoimentos sobre a violência contra a mulher e sobre o medo que permeia a vida feminina, exclusivamente por pertencer a este gênero. Além disso, folhas e canetas foram disponibilizadas para aqueles que quisessem registrar sua opinião, com uma pequena frase que fosse significativa neste contexto. Nessas duas ações, fotos e vídeos foram produzidos e mais de vinte alunos da Universidade aderiram ao tema. Pensando que, apesar da existência da cultura do estupro ser indiscutível, muitos não conhecem o significado do termo, as alunas decidiram entrevistar pessoas e questioná-las  Você sabe o que é a Cultura do Estupro? . Foram produzidos vídeos e áudios na Rua XV de Novembro, centro de Curitiba, que houve a participação de jovens, adultos, idosos, mulheres e homens. Um dos motivos da falta de informação do tema e, consequentemente, dos estereótipos formados, é a maneira rasa como o assunto é tratado na mídia - isso quando é tratado. Foi pensando, justamente, nessa forma de abordagem feita pela mídia que um artigo foi criado e publicado na web reportagem. Nele, analisa-se a questão do estupro coletivo que aconteceu no Rio de Janeiro em 2016 e como ele foi tratado nas mídias sociais, associando à cultura do estupro e a influência exercida pela mídia. "Analiso a postura da imprensa brasileira em relação ao estupro péssima", disse Agatha Santos, estudante de jornalismo que produziu seu TCC sobre assédio sexual, durante a entrevista produzida pela equipe. O silêncio realmente ecoa. Muitas vozes tentam ser ouvidas. A equipe foi ouvir coletivos feministas de Curitiba para, além de divulgar seu trabalho e seus objetivos, dar espaço para suas vozes. Depois de todo o material apurado, coleta de dados com relação ao tema, vídeos decupados e fotos escolhidas, o site foi criado para a postagem deste material. O design da página foi muito discutido pela equipe, que queria promover reflexão através da forma como as informações, fotos e vídeos fossem exibidos. Segundo o Portal do Marketing,  a cor preta é associada ao o poder, elegância, formalidade, morte, mal, e mistério. O preto é uma cor misteriosa associada ao medo e ao desconhecido (o escuro) . Baseando-se nesse conceito, a equipe definiu que o layout seria preto e a fonte no estilo  máquina de escrever , representando um tom documental. O vídeo que está em preto e branco foi pensado desta maneira para que nada mais chamasse atenção: ali, o foco era a voz de quem estava falando e as palavras que estavam estampadas nos cartazes. Sem música, as frases aparecem no fim do vídeo como um som ensurdecedor ao qual precisamos nos render e ouvir. A verdade dita naquelas folhas é o que representa o silêncio que ecoa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto originado foi um web site que reúne um material multiplataforma com textos, áudios, vídeos e fotos, além de uma diagramação cuidadosamente pensada para destacar alguns pontos e dados. O site foi elaborado para cumprir uma função informativa de reunir todo o conteúdo em um local, com a possibilidade de explorar diferentes formas de entrega da informação para o receptor. No layout, as cores preto e branco foram escolhidas para que a informação seja o destaque, sem outras cores chamativas que pudessem tirar o foco da seriedade do tema - que é o ponto central da narrativa. Durante a construção da aparência e distribuição das informações, buscamos mesclar texto, vídeo e tipografia com o intuito de tornar a leitura interessante e fluída, com as imagens complementando a seriedade e a importância dos textos. Quando o tema foi levado para as ruas, as entrevistas filmadas no ambiente urbano trazem o "saber comum" das pessoas, as opiniões e até o desconhecimento sobre o tema. Já no ambiente acadêmico, com a sessão de fotos, buscamos a conscientização sobre o assunto, pois ali as pessoas já estavam engajadas na causa. Ambas as ações fazem com que essa parte do conteúdo se torne mais leve por fazer parte, primeiro, nas ruas, de uma conversa; e, depois, na faculdade, de uma ação fotográfica. Desta maneira, essa composição mais descontraída e leve foi mesclada com a parte mais densa das informações, como a análise dos veículos de comunicação em relação ao caso de estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro, os dados sobre assédio, bem como os outros textos que têm um teor mais combativo, mais pesado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Após a realização do trabalho, foi nítida a percepção de que é preciso levar mais conscientização sobre a cultura do estupro para as pessoas, para que parem de reproduzir ações que só propagam o medo, a desvalorização dos direitos da mulher e a violação contra seu corpo e seu bem estar psicológico. Percebe-se que isto não está apenas nos casos de violência que são registrados nas delegacias - está nas casas, em silêncios que ecoam por medo. Está na televisão, nas propagandas machistas que objetificam a mulher. Está nas escolas, quando meninas não são tratadas de modo igualitário em relação aos meninos. Está nas famílias, nas faculdades, nas ruas, nas festas, em todos os lugares, porque faz parte da nossa sociedade patriarcal. Portanto, para mudar esse cenário o conhecimento precisa ser disseminado para que mais pessoas entendam sobre a importância de não silenciar e nem menosprezar a luta das mulheres.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">http://timesofindia.indiatimes.com/world/rest-of-world/Brazil-faces-its-own-Nirbhaya-crisis-16-year-old-raped-by-33-men-in-Rio/articleshow/52460624.cms> <br><br>http://www.portaldomarketing.net.br/o-significado-das-cores-o-preto-em-propaganda-publicidade-e-marketing/<br><br>Dados do Fórum de Segurança Pública<br><br>Machado Z. L. Masculinidade, sexualidade e estupro. Brasília, 1998. <br><br>Ipea<br><br>9o Anuário Brasileiro de Segurança Pública<br><br>Datafolha<br><br> </td></tr></table></body></html>