ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01635</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO15</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O sétimo dia, uma narrativa radiofônica sobre as ocupações da Estrada Velha do Barigui</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Ana Carolina Justi Bezerra (Universidade Positivo); Luis Afonso Izalberti Veiga Silva (Universidade Positivo); Hannah Letícia Cliton Fagundes (Universidade Positivo); Luiz Witiuk (Universidade Positivo); Sarah Menezes dos Santos (Universidade Positivo)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;jornalismo, moradia popular, movimentos sociais, rádio documentário, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O rádio documentário "O Sétimo Dia" foi um projeto realizado pelos alunos do então terceiro ano de Jornalismo da Universidade Positivo para a disciplina de Projetos em Rádio, ministrada durante o de 2016. O trabalho valeu-se das questões de moradia, uma das principais temáticas levantadas durante as eleições municipais daquele ano como um dos problemas da cidade de Curitiba. Mais nova das quatro ocupações que compõem o Complexo Hugo Chávez, a Ocupação Dona Cida completava, à época sua primeira semana de existência. Nesse contexto, o trabalho trouxe as vozes de seus moradores. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a Prefeitura de Curitiba, as ocupações irregulares são definidas como assentamentos urbanos em propriedades alheias, públicas ou privadas. Na capital paranaense, estima-se que mais de 54 mil famílias estejam em situação irregular de moradia, distribuídas em aproximadamente 12 mil lotes diferentes. Entre esses 12 mil, encontram-se as quatro ocupações da Cidade Industrial de Curitiba, na Estrada Velha do Barigui. Somados, os quatro lotes (Dona Cida, Tiradentes, 29 de Março e Nova Primavera) ocupam 210 mil metros quadrado, abrigando mais de 1200 famílias. A mais antiga ocupação, nomeada Nova Primavera em homenagem aos protestos da Primavera Árabe, foi iniciada em 2013, pelo Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST). A segunda ocupação encontra-se instalada em um terreno da Prefeitura, e foi nomeada 29 de Março. Já a ocupação Tiradentes, terceira a ser realizada, abriga mais de 800 famílias  sendo a maior das quatro. Por fim, a mais recente de todas e temática central do rádio documentário, temos a Ocupação Dona Cida, de setembro de 2016. O nome é uma homenagem à moradora Cida, que após dois anos à espera de um rim, faleceu na fila do SUS. Diante do desafio de apresentar informações relevantes ao público, para que este tome decisões e se autogoverne  como estabelecem Kovach e Rosenstiel (2004), "O Sétimo Dia" buscou dar voz e trazer as histórias dos moradores da Ocupação Dona Cida em seu sétimo dia de existência. A data ficou marcada por trata-se do dia posterior a uma tentativa de reintegração de posse. Obedecendo aos preceitos de Kovach e Rosenstiel (2004), o trabalho apresenta um tema significativo de maneira interessante e relevante, compreensível e proporcional. Por isso, o material apresenta uma realidade social distinta, mostrando os pontos de vista dos ocupantes. Essa representação social é o que para Nichols (2005) insere a forma documental no conceito de não-ficção, já que propõe uma nova visão de mundo a ser explorada e compreendida.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O principal objetivo do material foi trazer à tona histórias e vozes que, muitas vezes, acabam sendo deixadas de lado pela grande mídia. A própria fundação da nova ocupação só foi noticiada por um único veículo local (Terra sem Males), mais próximo de uma mídia independente. A proposta era desmistificar estereótipos ligados às figuras que se inserem em movimentos sociais por moradia, humanizando suas histórias para além de simples dados estatísticos. Outro objetivo referia-se à apresentação de um universo diferente daquele frequentado pelos ouvintes: ao realizar as entrevistas na própria ocupação é possível transmitir o ambiente em que essas pessoas vivem, aguçando a imaginação de quem escuta o material. Além disso, foi possível colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As novas Diretrizes Nacionais Curriculares (DCN's) aprovadas pelo Ministério da Educação em 2013 estabelecem que o ensino jornalístico deve estar ligado à prática da atividade profissional. A possibilidade de produção de um rádio documentário permitiu aos alunos, não apenas a vivência prática junto às suas fontes, mas também um entendimento mais profundo sobre o processo formal de produção de um material mais complexo e criativo. Assim, a produção do rádio documentário vai de encontro aos preceitos de Rizzini (apud VIEIRA, 2002), que estabelecem que a experiência prática eleva o nível profissional dos estudantes, permitindo que a formação acadêmica, instrua, eduque, oriente e também ilustre a profissão. As DCN's também estabelecem que a academia deve proporcionar uma formação humanística, que gere profissionais produtores e difusores de informações de interesse público. Como a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) estabelece, as questões de moradia estão diretamente ligadas ao exercício pleno de cidadania, basta verificar o artigo 15: "Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários". O direito à moradia é, portanto, direito básico, atrelado à dignidade dos indivíduos sociais. Apresentar essa questão pelo viés das vozes de quem tem esse direito privado é trabalhar um jornalismo de papel social, retratando uma realidade até então desconhecida para os ouvintes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Buscando contextualizar a situação de moradia na cidade e apresentar de forma clara os interlocutores do rádio documentário, o trabalho valeu-se de uma voz narrativa responsável por ligar suas diversas partes  sendo necessário assim, a utilização, entre outros elementos, do estúdio de rádio disponibilizado pela instituição de ensino. A mesa de corte e edição da Universidade também foi utilizada para fins de edição do material. Para além, a captação sonora foi feita com materiais de vídeo, uma vez que o presente trabalho surgiu como desdobramento do videodocumentário do homônimo, colocando em xeque a flexibilidade da equipe na busca por soluções para a adaptação transmídia, visando sempre um entendimento independente do produto. Foram, utilizados, portanto, microfones de lapela conectados às câmeras fotográficas utilizadas na filmagem, bem como um microfone direcional. Por tratar-se de uma atmosfera sonora muito específica e marcante, foram captados, em diversos momentos, apenas os sons ambientes do local, utilizados de fundo da narrativa para criar fôlego entre as partes do material documental e fomentar a imaginação do ouvinte. Um roteiro completo também foi elaborado para guiar as inserções sonoras e os momentos de fala de do material. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em seus 12'57''de duração, o rádio documentário conta com seis entrevistados: um coordenador estadual do MTST  responsável pela narrativa mais técnica, e cinco moradores da nova ocupação  que contam não apenas sua própria história, mas também da ocupação em si. Entre os cinco moradores há homens e mulheres com diferentes formações familiares e vivências. Em termos de roteiro, o material foi construído em três grandes partes: primeiro apresenta-se a ideia de ocupação, há também a apresentação de temáticas ligadas indiretamente ao tema central de moradia, como a desigualdade social. Em seguida, entram as vozes dos próprios moradores falando da vida em comunidade, como é vive ali, como são as pessoas e a convivência. Introduz-se a origem do nome da Ocupação, por meio da narrativa das vivências dos personagens  há um entrelaçamento entre suas histórias e a história da ocupação. No segundo momento, o material dá espaço para que os entrevistados contem suas experiências, como chegaram à ocupação, suas histórias pessoais. Por fim, a terceira parte permite ao ouvinte entender e aprofundar-se, com base nas narrativas pessoas apresentadas no trecho anterior, os objetivos da luta por moradia, que perspectivas os entrevistados trazem sob seus próprios futuros. Nesse sentido, as músicas trabalhadas nos fundos musicais foram obtidas por meio do banco de trilhas livres do Youtube, e ajudam a criar o clima e o tom da narrativa  mais voltados para um sentimento de luta e esperança, sem apelar para um exagero emocional negativo ou tristonho. Juntamente com o uso de gravações dos sons ambientes, o rádio documentário permite ao ouvinte ser inserido naquela realidade, fazendo uso de sua imaginação para refletir sobre a questão ali apresentada.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A realização deste trabalho, como desdobramento de seu videodocumentário homônimo não anula o esforço necessário e específico exigido pela produção radiofônica  pelo contrário, torna a reflexão quanto à linguagem e seus usos ainda mais necessária para a criação de adaptações adequadas e que façam sentido aos propósitos do produto aqui apresentado. Foi necessário estar atento às possibilidades sonoras da locação, de forma que fosse possível captar informações sonoras que enriquecessem a narrativa radiofônica. A produção de um trabalho mais elaborado, demandando um trabalho mais minucioso e dedicado propiciou uma experiência prática inigualável e extremamente enriquecedora. Da captação ao tratamento final e a elaboração de um roteiro que contemplasse não apenas o conteúdo, mas também as formas adequadas e as técnicas radiofônicas, houve uma compreensão muito mais ampla do processo de produção desse tipo de material. No entanto, para além da capacidade técnica, o envolvimento e disposição para escutar essas histórias e refletir sobre as formas de ilustrá-las também via linguagem radiofônica propiciou-nos uma vivência jornalística e apresentou-nos uma realidade diferente da nossa própria, evidenciando a importância do papel social do jornalismo como fonte de informação e retratos de diversas realidades. Além disso, percebemos como a invisibilidade midiática de temáticas como essa criam estigmas sociais passíveis de reprodução pelos próprios estigmatizados, quando a luta por moradia envolve múltiplas facetas, interesses e mostra-se um compilado humano de histórias de vida que ilustram as desigualdades sociais em nosso meio urbano.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">IPPUC. Domicílios, Domicílios P. Domicílios P.P. Improv. Colet_Adm. Re_Bairros_Ctba. 2000. Disponível em < http://curitibaemdados.ippuc.org.br> Acesso em 09 de março de 2017. <br><br>IPPUC. 2005 desde 1985_Evolução Histórica_Ocup. Irregulares, por Bairros e Regionais. 2005. Disponível em < http://curitibaemdados.ippuc.org.br> Acesso em 09 de março de 2017. <br><br>KOVACH, Bill; ROSENSTIEL, Tom (coautor). Os elementos do jornalismo: o que os jornalistas devem saber e o público exigir. 2. Ed. São Paulo: Geração Editorial, 2004. <br><br>NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: < http://www.ohchr.org/EN/UDHR/Documents/UDHR_Translations/por.pdf>. Acesso em 08 de março de 2017. <br><br>NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus, 2005. <br><br>VIEIRA, Antônio Júnior. Uma pedagogia para o Jornal-Laboratório. 2002.f. 259. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação)  Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/17272445/ VIEIRA-Jr-Uma-pedagogia-para-o-jornallaboratorio. Acesso em 08 de julho de 2015. <br><br>MEDITSCH, Eduardo. O rádio na era da informação: teoria e técnica do novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular, Ed. da UFSC, 2001.<br><br> </td></tr></table></body></html>