ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01730</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Desaparecidos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Karoline Pereira dos Santos (Universidade Federal da Paraná); Keila Boganika (Universidade Federal da Paraná); Flávia Lúcia Bazan Bespalhok (Universidade Federal da Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;ficção, floresta, jovens, suspense, terror</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Radionovela "Desaparecidos" é um trabalho acadêmico que tem como objetivo colocar em prática as técnicas e conhecimentos sobre o rádio, tendo também como seu propósito tratar a respeito de pessoas desaparecidas. Seguindo o gênero dramático de suspense e terror, a história é ambientada no Paraná, fazendo referência a várias trilhas e cachoeiras existentes pelo Estado. A inspiração do roteiro e da linguagem fazem menção ao filme A bruxa de Blair.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa "Desaparecidos" é um trabalho de ficção produzido para a matéria de Laboratório de Técnicas de Comunicação  Áudio, do curso de Tecnologia em Comunicação Institucional da Universidade Federal do Paraná. A elaboração do projeto deu-se no final do 1&#730; semestre de 2016 para a conclusão da disciplina de áudio, trabalhando-se com vários formatos e gêneros, produzindo por exemplo: áudio institucional, programas radiofônicos, conhecimento técnico no estúdio, edição de áudio e notícias radiofônicas, sendo um desses formatos a radionovela, desenvolvendo, usando e experienciando na sua totalidade a linguagem radiofônica (voz, efeitos sonoros/som ambiente, silêncio e música). A obra dramática aborda a aventura de duas jovens floresta adentro na missão de encontrarem um rapaz que se diz machucado e precisa de ajuda. A ambientação foi pensada no Estado do Paraná, lugar onde há várias trilhas e cachoeiras. A história foi inspirada na Lenda da bruxa de Blair, e no filme de gênero de terror que leva o mesmo nome: A Bruxa de Blair (1999).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Objetivo geral Primeiramente o objetivo é colocar em prática os conhecimentos e competências teóricas aprendidos em sala de aula na disciplina cursada, tirando o máximo proveito da linguagem radiofônica. A radionovela aborda o tema desaparecimento, promovendo uma reflexão sobre o assunto com o desenrolar do enredo até o sumiço dos jovens. Objetivos específicos - Experimentar e explorar a linguagem radiofônica, usufruindo do seu máximo potencial. - Apresentar um programa usando a linguagem radiofônica, formato ficcional. - Promover a reflexão sobre os desaparecimentos no Estado do Paraná. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A estimativa é que mais de 200 mil pessoas desaparecem por ano no Brasil, e infelizmente só se encontra dados desatualizados. A indignação é grande, é difícil acessar informações confiáveis sobre o assunto, em consequência, as mídias simplesmente repassam notícias sem critério e referências. Segundo uma entrevista feita para a Rádio Nacional de Brasília com o coordenador da Comissão da Criança e do Adolescentes do Condepe SP, Conselho Estadual de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, até hoje não há uma atualização porque os estados não encaminham informações. "As estimativas que nós no âmbito nacional, tivemos uma CPI na Câmera dos Deputados entre 2008 e 2010, também uma pesquisa do movimento Nacional de Direitos humanos com base em boletins de ocorrência que são registrados e esse pesquisa foi feita nos anos 2000, as estimativas são 200 mil pessoas que desaparecem todos os anos. (...) " (ALVES, Ariel de Castro, Rádio Nacional de Brasília, 26/12/2016) Visando esse cenário, o projeto da radionovela aborda o tema sem, no entanto, fazer um afrontamento do assunto, nem uma citação que ligue a conscientização, mas há a inspiração na vida real que é trazida para a história. O propósito é dar visibilidade a situação por meio de uma radionovela. A peça de áudio usa a linguagem do rádio aprendida nas aulas, desenvolvendo a história e usando-a em todos os momentos. O primeiro elemento da linguagem radiofônica usado foi a voz. Seguimos as técnicas de locução para garantir que tudo fosse compreendido pelo ouvinte. Como afirma Prado (2006, p.91): O importante é ter uma boa dicção, articular bem as palavras, saber pronunciá-las corretamente, inclusive as estrangeiras. É preciso também ter compasso, uma espécie de balanço adequado ao falar, ou seja, não pode ser muito rápido, que ninguém aguenta, e nem devagar demais, que todos dormem. Uma voz equilibrada consegue dosar o tempo certo para a locução. Segundo Prado (2206), a entonação e o ritmo são os aspectos mais destacados e complexos de se trabalhar. A respiração devia ser controlada, para não esgotar o ar e causar ruídos; o tom, dependendo da cena, tinha que passar o medo do personagem. Para ambientar o cenário, foram usados muitos efeitos sonoros e som ambiente, levando em conta a afirmação de Ferrareto (2014, p.33) de que "(...) a aplicação de efeitos volta-se, prioritariamente, à construção de imagens sensoriais pela associação do som à sua fonte geradora (...)". Assim, buscou-se criar na mente do ouvinte uma imagem do ambiente em que se passa a história. Outro elemento da linguagem radiofônica usado é a música, sendo explorado com maior intensidade em "radiodramas", tendo como função, segundo Silva (1999, p. 79) situar o ouvinte na ambiente tanto espacial (...) quanto temporal (...) no qual transcorre a ação, descrevendo-o. (...) contribui para suscitar um clima emocional, para criar um atmosfera sonora, assim como para caracterizar um personagem, procurando adequar determinadas características da música a diferentes personalidades. O quarto elemento da linguagem usado para causar impacto é a ausência do som, ou seja, o silêncio. O uso do silêncio, quando contextualizado dentro de uma estrutura sintática, tem a possibilidade de adquirir significados que, por sua vez, podem realçar a importância da continuidade sonora, ou podem atuar como um signo, ou seja, representar um mistério, uma dúvida, a morte, a expectativa. (...) (SILVA, 1999, p. 73) Aplicando a linguagem radiofônica na radionovela com coerência e estrategicamente no momento certo, há o equilíbrio e harmonia sonora segundo o planejamento desempenhado na disciplina. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Sabemos que o processo criativo e produtivo para o meio radiofônico é o resultado de várias técnicas e operações, que envolvem conhecimento da linguagem do rádio, de seus códigos de expressão, recursos e possibilidades técnicas para comunicar. A radionovela foi produzida durante a disciplina de Técnicas de Comunicação em Áudio, em que a proposta é justamente explorar as possibilidades da linguagem e das técnicas do rádio no projeto. Por essa razão, o gênero escolhido para trabalhar seguiu a linha de suspense, terror e drama. A escolha desses estilos permite com facilidade descobrir e aproveitar o uso das diversas oportunidades de criação que o rádio oferece. Nosso desejo foi trabalhar com palavras orais, sons reais e artificiais, música e algumas combinações desses elementos para contar a história para o público. O rádio é unissensorial. Para algumas pessoas, isso poderia ser encarado como uma limitação, mas foi visto por nós como uma oportunidade para usar a audição para instigar outros sentidos, fazendo o ouvinte ver e sentir a história através dos sons. É normal que as pessoas digam que "uma imagem vale mais que mil palavras", mas essa afirmação é questionável e pode ser combatida. O especialista Robert Gagné diz em seu livro The Conditions of Learning que "não está provado que qualquer meio em particular tenha todas as propriedades que o façam o meio ideal. Quando se compara a eficácia dos distintos meios para o ensino, rara vez se encontra alguma diferença. " (apud KAPLÚN, 2008, p. 84). A linguagem radiofônica é capaz de proporcionar uma infinidade de sentimentos e sensações, além do ouvinte poder imaginar e visualizar dezenas de cenários, objetos, pessoas, movimentos, expressões faciais, etc. Uma das necessidades na produção de qualquer peça comunicacional para o rádio é combater o risco de distração. Precisávamos provocar a curiosidade, trazer redundância em informações preciosas, expressar uma ideia de cada vez e escrever a história de forma simples com acontecimentos em ordem cronológica para fácil entendimento da nossa radionovela. A proposta do enredo é ser interessante e trabalhar a curiosidade para ajudar a captar a atenção do ouvinte. Logo no início é lançado uma dúvida: onde está e o que aconteceu com o personagem que sumiu? A resposta é dada no final da trama, mas no desenrolar da história outros acontecimentos e perguntas surgem, prendendo o ouvinte e persuadindo-o a acompanhar a radionovela até o fim. O nome da radionovela é repetido mais de uma vez para recordar e situar o ouvinte. Nomes de personagens e razões que levaram a alguns acontecimentos são repetidos de forma sutil. A redundância é necessária, mas com equilíbrio. É preciso não exagerar na repetição e ao mesmo tempo garantir que o ouvinte fique ciente das informações importantes do que está acontecendo. Um pequeno cuidado que tivemos para ninguém confundir os personagens foi escolher nomes bem diferentes - Emily, Hanna e Rodrigo - com vogais e pronúncias distintas. Para marcar as mudanças de cena há utilização de músicas, sons, cortinas e repetição do nome da radionovela. Os efeitos sonoros são os mais importantes para situar os acontecimentos, transmitir emoções e provocar sensações. Por isso fizemos muito o uso desse recurso. Por exemplo, utilizamos passos em lugares diferentes  salto alto em chão de lugar interno para se referir a personagem andando durante a festa, passos acelerados com barulho de grama e folhagens para se referir a personagem correndo na floresta; batimentos de coração para transmitir medo e apreensão numa situação crítica da personagem; sem contar os outros sons que remetem a uma festa e uma floresta, gritos, barulhos desconhecidos, etc. Muitas pessoas, seja leigo ou especialista no assunto, sabe que até em filmes de terror os sons são a ferramenta principal para causar as sensações desejadas em quem está apreciando a produção. Eduardo García Matilla (1990) revela alguns truques sonoros utilizados em O Exorcista (WILLIAM FRIEDKIN, 1973), para provocar sensações de medo. Sons de porcos agonizantes, gemidos ou zumbidos de marimbondos, camuflados na trilha sonora, ajudaram para que alguns espectadores até sentissem ânsia vômito durante a projeção. O espectador não é capaz de perceber conscientemente esse som, camuflado sempre em outros ruídos e acima de tudo, fora de contexto. Não obstante, nosso cérebro tem esse zumbido arquivado como um som hostil e perigoso e, ao percebê-lo, ativa-se a descarga de nossos mecanismos de defesa; angústia, nervosismo; em suma, um estado de tensão de nos permite defender-nos do suposto perigo (GARCÍA MATILLA, 1990, p. 90). As músicas também foram utilizadas para situar os ouvintes e provocar sensações, principalmente a tocada após ocorrer sumiços e possíveis mortes de personagens, a música marca a chegada ao fim da história. Beltrán Moner (1991) explica como alguns pontos da linguagem musical podem criar de sensações: "Os fragmentos nos quais predomina uma estrutura aguda e tonalidade maior produzem em nós a sensação de clareza. Por esse motivo, nós nos relacionamos com o estado anímico de regozijo, sinceridade, diversão, admiração, etc., ou seja, expressões agradáveis. Os sons de tessitura grave produzem, de modo maior, sensações de tranquilidade, paciência, desejo, honra, orgulho [...] e, de modo menos, turbação, temor, desalento, suspeita, cansaço... (BELTRÁN MONER, 1991, p. 20 e 21). " Com um dos fundamentos mais importantes do rádio, o silêncio não poderia ser descartado de nossas ideias. Ele marca presença em um momento de tensão para causar suspense e medo, aliás o silêncio é um recurso imprescindível em um momento em que se deseja causar impacto. Por mais que na internet tenhamos acesso a muitos efeitos sonoros disponíveis, sempre será difícil encontrar aqueles que se encaixem perfeitamente no que idealizamos. Porém, isso não foi problema para nós! Se ninguém criou o que precisávamos, simples: nós criamos. Para simular os passos dos personagens em uma floresta, andamos em uma com o gravador próximo aos pés. Para fazer a parte em que as personagens falam e correm ao mesmo tempo, gravamos algumas falas enquanto realmente corríamos. Decidimos fazer uso da mensagem jornalística para apresentar a solução da trama e responder perguntas importantes como "o que, onde, quem, como e por quê? ". Em forma de notícia, a história se encerra contando o que aconteceu e respondendo a dúvida lançada no início. Grande parte da gravação foi realizada no LAVI  Laboratório de Áudio, Vídeo e Imagem da UFPR, e a edição foi feita no Audacity - programa livre e gratuito - pela aluna Karoline Pereira, integrante da equipe produtora da radionovela. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A radionovela "Desaparecidos" foi produzida sob a proposta de explorar as possibilidades da linguagem radiofônica e aproveitar da liberdade de criação que temos no meio acadêmico, com a orientação e supervisão da professora Flávia Bespalhok. Constituída em uma peça única, com uma cortina no meio para representar mudança de cena, possui a duração em média de 8 minutos e foi produzida por alunas do curso de Comunicação Institucional que criaram a história, roteirizaram, gravaram, produziram alguns dos efeitos sonoros e fizeram a edição do trabalho. Levou-se em torno de 20 dias desde a idealização até a conclusão do trabalho, o projeto foi exibido em sala de aula para a professora e alunos da disciplina de Técnicas de Comunicação em Áudio. Na etapa de brainstorming surgiram ideias relacionadas a jovens, festa, desaparecimento (e a aparente falta de dados sobre isso), florestas e uma solução diferente que justificasse os acontecimentos da história. Para a peça radiofônica não foi pensado um local especifico, porém fazemos referência ao Estado do Paraná, rico em natureza e principalmente com muitas cachoeiras, sendo uma das inspirações a Cachoeira Salto da Fortuna, em Morretes, localizada dentro do Parque Estadual do Pau-Oco, sendo que para conseguir chegar até ela é necessária percorrer uma trilha de uma hora e meia. Sobre a ambientação e o clima, até mesmo no próprio roteiro, houve uma inspiração no filme A bruxa de Blair. Os efeitos sonoros são usados de uma forma para prender a atenção do telespectador, e o som ambiente faz jus ao cenário, a floresta. Além de que é utilizado no filme a ideia da participação de um locutor de rádio ou televisão, para esclarecimento de alguns pontos. As sugestões foram filtradas e unidas, o que deu origem a história da radionovela: Jovens vão para o interior do Paraná participar de uma festa, quando um deles resolve dar uma volta na floresta próximo ao local. Ao demorar a voltar, duas garotas resolvem entrar na floresta em busca dessa pessoa e acabam tendo o mesmo destino. A idealização e escrita do roteiro foi feita pelas duas alunas integrantes da equipe: Karoline Pereira e Keila Boganika. Um dos desafios foi contar com poucas pessoas disponíveis para gravar. Precisávamos considerar que possuíamos duas pessoas para atuar e uma possível participação de uma terceira pessoa. Então criamos um personagem importante para a história e mesmo assim conseguimos escrever as falas de modo que ele não precisasse ter falas. Não foram todos os efeitos sonoros disponíveis na internet que satisfizeram as necessidades do roteiro, por isso optamos por criar nós mesmas alguns sons para que tudo fizesse sentido, se encaixando no que imaginamos ao escrever o roteiro. Na gravação, para simular as personagens correndo, gravamos alguns trechos com as atrizes falando e realmente correndo para idealizar como poderia ficar mais próximo do real. A gravação também foi feita pelas duas alunas pertencentes a equipe, com auxílio da professora Flávia para fazer uma pequena participação no final narrando a notícia  afinal, não podíamos repetir a voz das personagens. O tempo disponível no estúdio era limitado, então mesmo que não fosse um programa ao vivo, alguns erros eram permitidos desde que fossem o mínimo possível, também não era possível regravar a peça caso a primeira gravação não ficasse de acordo com o que queríamos. Por essas razões, seguindo as indicações básicas de locução, lemos e relemos o texto em voz alta antes ir para o estúdio, fizemos gravação amadores para checar se as palavras escolhidas realmente estavam boas para contar a história de forma clara e se os diálogos faziam sentido. Procuramos ter a certeza de que o tudo estava encaminhado, testado e aprovado para gravarmos no estúdio e obtermos o resultado mais próximo do desejado. Outro cuidado que precisamos ter com as gravações foi checar se as vozes não eram semelhantes a ponto de confundir o ouvinte em algum momento. Assim fizemos questão de dar jeitos diferentes de falar para cada personagem, como ritmos, atitudes e entonações distintas, e também repetir várias vezes os nomes durante os diálogos, evitando ao máximo os pronomes possessivos. A busca por efeitos sonoros e sons ambientes foi uma das etapas mais importantes e prazerosas de se fazer. Seja na captação própria de sons ou na pesquisa pelas peças disponíveis em domínio público para utilizar. Por mais que seja um processo cansativo ouvir todos os sons e encontrar as opções que contextualizam perfeitamente a mensagem que queríamos passar a quem ouvisse. Felizmente, conseguimos encontrar sons e efeitos que puderam perfeitamente situar os ouvintes aos ambientes da história, transmitir as emoções das personagens e provocar sensações distintas, como medo e suspense, conforme a proposta do projeto. A edição, feita pela aluna Karoline, fez os cortes necessários nas gravações e adicionou os sons e efeitos para compor a radionovela. As opções que selecionamos de sons ambientes, efeitos e músicas foram sendo adicionadas e ouvidas junto com os diálogos para decidirmos se tudo harmonizava. O que não ficava muito de acordo com a proposta da situação era excluído e então testávamos outro. Por exemplo, barulhos de passos duplicados para mostrar que as duas personagens estavam correndo causou estranhamento, parecia um som de patas de cavalo em vez de passos de duas pessoas, então deixamos apenas os passos de uma única pessoa em um volume mais alto, não ficou estranho e demonstrou que havia pessoas andando. Dessa forma, testando as opções, a radionovela foi sendo construída e se encaixando cada vez mais em sua proposta de envolver o público e fazê-lo sentir o que está acontecendo na história. A radionovela foi apresentada pela primeira vez em sala de aula, para os alunos da mesma disciplina de Técnicas de Comunicação em Áudio. Nossos colegas são jovens, portanto fazem parte do público-alvo da radionovela. Enquanto ouviam, todos ficaram em silêncio, apreensivos e atentos, o que mostrou que nosso objetivo de escrever uma história envolvente foi atingido. Nos pontos de medo e suspense, alguns colegas se manifestaram demonstrando que estavam sentindo medo e também estavam curiosos para saber o que aconteceria. Com isso, o objetivo de provocar medo através dos sons e também do silêncio funcionou. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Após a conclusão e exibição do projeto, estávamos com a sensação de dever cumprido ao observar o que conseguimos provocar através da radionovela. Podemos contar uma história que envolveu o público do começo ao fim. Sem causar qualquer confusão no desenrolar da trama, todos compreenderam muito bem tudo que aconteceu. Os sons, efeitos e músicas atingiram seu objetivo de fazer os ouvintes perceberem o que os personagens deveriam estar sentindo em diversas situações, também provocaram medo, suspense e curiosidade sobre o que viria a acontecer. Conseguimos de fato vivenciar a proposta do trabalho: pôr em prática as técnicas e conhecimentos sobre rádio e experimentar as suas possibilidades. Nós também provamos que no rádio todos somos capazes de produzir grandes obras fora do clichê, podemos criar sem se limitar ao romantismo  gênero comumente trabalhado em radionovelas. Ao promover a reflexão do assunto de desaparecimento, conseguimos abordar na história como os jovens facilmente se metem em situações de risco colocando à prova suas próprias vidas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">Portal Rádios EBC (Rádio Nacional de Brasília), acessado em: <http: http://radios.ebc.com.br/revista-brasil/edicao/2016-12/cadastro-recebe-370-casos-de-desaparecidos-em-seu-portal > Acessado em: 03/04/2017 às 21h. <br><br>PRADO, Magaly. Produção de rádio: um manual prático. Rio de janeiro, 2006.<br><br>FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: Teoria e Prática. São Paulo, 2014.<br><br>SILVA, Júlia Lúcia de Oliveira Albano da. São Paulo, 1999.<br><br>GAGNÉ, Robert. The Conditions of Learning.<br><br>MATILLA, García. Subliminal: escrito en nuestro cérebro, 1990.<br><br>MONER, Rafael Beltrán. Anbientación musical. 1991.<br><br> </td></tr></table></body></html>