ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00172</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Dossiê Investigativo: Aqui embaixo as leis são diferentes</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Karine Fernandes Pinheiro (Centro Universitário Ritter dos Reis); Matheus Felipe da Silva (Centro Universitário Ritter dos Reis); Daniel da Silveira Fagundes (Centro Universitário Ritter dos Reis)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Revista, Jornalismo, Investigativo, Reportagem, Dossiê </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista Dossiê é um produto prático desenvolvido durante o segundo semestre de 2017 na disciplina de Jornalismo Investigativo. O desenvolvimento deste projeto durante o decorrer do semestre teve como objetivo fortalecer a narrativa da investigação no produto jornalístico, através de uma revista impressa experimental. Desenvolvida no Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), esta revista é pioneira na área de graduação em jornalismo, buscando publicar nesta edição assuntos de interesse público pautados por aspectos de relevância social. Além disso, apresenta também grande relevância na formação acadêmica dos alunos envolvidos na construção do projeto, sendo promotora da ética e boas práticas de jornalismo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Revista Dossiê teve sua segunda edição desenvolvida por alunos do quinto ao sétimo semestre da disciplina de Jornalismo Investigativo do Campus Zona Sul do Centro Universitário Ritter do Reis (UniRitter) e continua sendo a única revista impressa neste contexto a ser produzida somente pelo corpo discente com supervisão docente no âmbito dos cursos de graduação em Jornalismo no país. Tendo como temática "As leis aqui embaixo são diferentes", a meta foi desenvolver narrativas que trouxessem à tona assuntos que mostrassem o quanto influências políticas e/ou financeiras podem influir no âmbito do judiciário. Vale ressaltar que o papel da reportagem no cenário contemporâneo a partir do paradigma de que a sobrevivência da reportagem, no gênero informativo no jornalismo brasileiro, também depende da sobrevivência deste assunto nos currículos dos Cursos de Jornalismo. Foram realizadas nove reportagens distribuídas em 32 páginas, valorizando a ética no fazer jornalístico e promovendo a investigação no jornalismo impresso.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A disciplina de Jornalismo Investigativo no Centro Universitário Ritter dos Reis, (UniRitter), tem como objetivos gerais constantes no plano de ensino: - Promover o conhecimento das características da construção de uma reportagem investigativa; - Despertar o senso crítico em relação às coberturas jornalísticas e refletir sobre questões éticas e legais das técnicas investigativas; - Proporcionar o conhecimento técnico por meio da prática. Tendo os pontos acima esclarecidos, fica compreensível que o principal objetivo do projeto era produzir reportagens que pudessem remeter a realidade de quem fosse ler. Com base nisso foi usada uma narrativa de fácil compreensão, que busca esclarecer todas as informações de forma clara para que todos os tipos de públicos entendam o que está sendo informado. Além deste aspecto, o desenvolvimento do projeto tinha como finalidade orientar os discentes no processo de investigação. Durante o processo, um dos objetivos era conseguir planejar e executar todos os itens propostos durante as reuniões de pauta fora do horário de aula. Assim, se observa que os alunos aprimoraram o estilo de escrita, o mapeamento de fontes, o fotojornalismo e a checagem de informações para reportagens, além do desafio estético da diagramação do conteúdo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No dia a dia da cobertura dos fatos no que diz respeito à sociedade, a conduta ética acaba se misturando com a própria qualidade técnica de produção do trabalho. Em vista disso, segundo Christofoletti (2008), seja repórter, redator ou editor, os jornalistas não podem abrir mão de seus comprometimentos e valores, pois, se esquecerem das suas funções e relações com o público, podem pôr tudo a perder. Para um jornalista, abandonar o compromisso com a verdade não é um deslize, é uma falha ética e grave. Então, há especificidades no campo da ação humana, da conduta ética. O jornalismo  a exemplo de outras profissões  tem suas particularidades, e não só é necessário conhecê-las como também refletir sobre elas, atualizando as diariamente. Como se faz nas páginas dos jornais com as notícias. (CHRISTOFOLETTI, 2008, p. 11) O Código de ética dos jornalistas brasileiros foi instituído no ano de 1987 depois de obter aprovação pelo Congresso Nacional dos Jornalistas. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas, a FENAJ, o documento "fixa as normas a que deverá subordinar-se a atuação do profissional, nas suas relações com a comunidade, com as fontes de informação e entre jornalistas". O Código tem como princípios morais o direito universal à informação do cidadão, que consiste em poder informar e ser informado além de ter acesso à informação disponível. De acordo com o Artigo. 7º O jornalista não pode: [& ] b) submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação; c) impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de ideias; d) expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais; [& ] i) valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais. O que nos foi ensinado com a prática e Christofoletti (2008) enfatiza é que não existe apenas um modo de lidar com as fontes. "Fato é que não se faz jornalismo sem fontes de informação, assim como não se tem notícias sem apuração, checagem de dados e confirmação de versões" (2008, p. 41). Assim, Christofoletti (2008) aponta alternativas aos jornalistas para que os mesmos não caiam em artifícios que possam prejudicar a carreira do profissional: checar as informações, investigar, apurar e fazer a comparação de relatos, única e exclusivamente buscando a verdade. "O Jornalismo se distingue da fofoca, do boato e diz-que-diz por esse compromisso de oferecer informação confiável e responsável, entre outras diferenças. Por isso, todos os dias, jornalistas saem às ruas, ligam para suas fontes, entrevistam, pesquisam e investigam" (2008, p.41). Outro autor que beneficiou o entendimento na conexão teoria-prática foi Mark Lee Hunter (2013) a partir do livro: A investigação a partir de histórias: Um manual para jornalistas investigativos, que evidencia a possibilidade de iniciar uma investigação através de uma versão oficial. Seja uma entrevista ou até mesmo um release. Para acentuar esta ideia, ele destaca ainda a necessidade de dar atenção às fontes. O jornalista sugere que 90% dos fatos a serem investigados estão disponíveis em uma fonte aberta.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para Sequeira (2005), qualquer prática jornalística parece fruto de uma investigação, no entanto o jornalismo investigativo é uma categoria que se diferencia das demais justamente pelo processo de trabalho do profissional, como métodos de pesquisa e estratégias operacionais. Por conseguinte, pela capacidade de reconstruir acontecimentos importantes, expor injustiças e, principalmente, mostrar os meandros da corrupção no setor público  que os poderes estatais querem ocultar dos cidadãos, o jornalismo investigativo, com sua face fiscalizadora, tornou-se conhecido pela sociedade (SEQUEIRA, 2005, p.61). Nesse quesito destacamos o Capítulo III do código de Ética retrata a responsabilidade profissional do jornalista. O Artigo 11°, do inciso II, salienta que o jornalista não pode divulgar informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes. Já no inciso III do mesmo capítulo, destaca que o jornalista não pode divulgar informações obtidas de maneira inadequada, como o uso de identidades falsas, câmera escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração. Desse modo, na disciplina fizemos uma relação entre teoria e prática entre os 16 passos propostos por Fortes (2014, p. 35-43): 1) Pesquisa minuciosa de cada nuança dos fatos feita com os olhos críticos que deve ter todo bom repórter. 2) Pesquisa e concentração, porque uma boa investigação é demorada e, normalmente, recheada de documentos, dados, estatísticas, legislações e códigos de onde se tira o extrato necessário para a notícia. 3) Insistência e perseverança, seja a partir de informações fragmentadas, seja a partir da própria intuição. 4) Atenção especial a todos os tipos de documentações disponíveis, inclusive as públicas. 5) Entrevistas, muitas entrevistas, com objetivo de obter o maior número possível de informações, contrapontos, críticas, pistas e, sobretudo, contradições dentro da apuração. 6) Conhecimento policial básico. Veja bem: não significa manter em casa um laboratório de análise papiloscópica, nem um kit com lupa, algemas e pistola. 7) Curiosidade e desconfiança. Essas duas características da alma humana devem sempre andar juntas durante uma cobertura jornalística que envolve investigação. 8) Discrição. O movimento silencioso de um bom repórter pode ser, muitas vezes, a chave de uma reportagem de sucesso. 9) Checar, checar, checar. E checar outra vez, toda vez que a informação lhe parecer estranha, imprecisa, inconsistente ou óbvia demais. 10) Liberte-se de preconceitos. Nunca parta de princípios pessoais, religiosos, ideológicos ou coisa que o valha para definir o rumo de sua apuração. 11) Arquivos bem organizados com informações pertinentes ao tema da reportagem também fazem diferença crucial na hora da formulação do texto. 12) Frieza, objetividade e precisão. Aquele político ladrão, aquele pastor safado, aquele padre pedófilo, aquele juiz corrupto, toda essa gente horrível, você sabe, é fonte inesgotável de notícia, principalmente quando se fala de jornalismo investigativo. 13) Lealdade ao leitor é a razão de toda a atividade jornalística. 14) Coragem e responsabilidade, duas coisas que podem viver separadas, mas que juntas se tornam uma blindagem característica de todo grande repórter. 15) Respeito às fontes é uma das chaves da profissão e uma das razões da longevidade dos bons repórteres, principalmente os que cobrem as áreas policiais e militares. 16) Clareza e simplicidade devem pautar a construção do texto e sua edição final, para que o resultado de uma apuração tão trabalhosa como a de uma investigação jornalística não termine em um emaranhado de nomes, números, vocábulos e expressões ininteligíveis. Cada grupo precisou alinhar as etapas de acordo com as necessidades. Algumas reportagens foram resolvidas com mais facilidade, outras necessitaram mais atenção as técnicas investigativas. Um exemplo é a reportagem que faz uma denúncia contra a distribuição de vagas em creches de um município do interior do estado do Rio Grande do Sul. O denunciante fez parte do governo passado e agora fazia oposição ao atual. Os primeiros contatos e conversas precisaram ser cuidadosamente pensadas e projetadas. Para Sequeira (2005) o repórter deve manter suas fontes e jamais pode desprezar ou descartar qualquer tipo de fonte, principalmente no jornalismo investigativo. Os depoimentos dos profissionais com respeito a fontes de informação mostram que é complexa a relação entre fonte e jornalista, o que obriga o repórter a adotar em seu trabalho um escrupuloso rigor científico, confrontando todas as informações com fontes independentes, que tenham interesses distintos e menos parciais do que os próprios envolvidos na investigação. Por sua vez, o jornalista não pode esquecer que é o responsável legal, e não a fonte de informação, pelo material publicado, não podendo alegar, no caso de uma fonte mentir ou se equivocar ao fazer uma declaração, que a responsabilidade é do informante e não sua. (SEQUEIRA, 2005, pág.86). Foi de forma minuciosa que os documentos entregues pelo denunciante foram analisados e confrontados com os bancos de dados disponíveis para consulta. Nenhum material foi descartado e todos foram colocados em dúvida durante a investigação. Além dos documentos e dados que comprovaram as denúncias, os estudantes optaram por fazer uma busca detalhada por pessoas que foram impactadas com a má distribuição das vagas. Ao humanizar o trabalho, a reportagem ficou muito mais próxima da realidade do leitor. Segundo Mark Lee Hunter (2013), no jornalismo, se perde muito tempo dizendo algo que uma fonte já pôde dizer perfeitamente bem. Para o autor, ninguém melhor que quem vivenciou a história para contar, ou seja, com mais expressão e paixão.  Por que tentar escrever uma frase perfeita quando essas pessoas já fizeram isso por você? (HUNTER, 2013, p.72). Ainda segundo Hunter (2013), o melhor método é costurar as declarações das fontes em seus próprios textos, como se você as tivesse escrito, permitindo que elas avancem a sua história.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Avançando ao tema proposto, o jornalismo investigativo é uma área especializada do jornalismo que tenta desvendar fatos ocultos do conhecimento público, como crimes e casos de corrupção. Segundo Burgh (2008), se o jornalismo é o primeiro rascunho da história, o jornalismo investigativo é o primeiro rascunho da legislação. Um jornalista investigativo é um indivíduo cuja profissão é descobrir a verdade e identificar lapsos em qualquer mídia disponível. Isso costuma ser chamado de jornalismo investigativo e difere do trabalho aparentemente similar realizado pela polícia, advogados, auditores e instituições regulatórias, uma vez que não se limita ao público-alvo, não possui fundamentos legais e é estreitamente vinculado à publicidade. (BURGH, 2008, p.10). Sendo assim, logo que os grupos de reportagem foram formados e os editores da revista foram definidos, os alunos imediatamente saíram em busca de fontes e dados que pudessem sustentar as informações que estavam se tornando presentes em suas narrativas. O acompanhamento presencial era feito toda semana durante o horário de aula. Nesta oportunidade os alunos apresentavam tudo que tinham conseguido capturar durante a semana para os editores e o docente, fossem entrevistas com as fontes ou coleta de dados.  Qualquer fato que está registrado em algum lugar, e que é aberto ao público, está ali à sua disposição. Não suponha que por serem abertas ao público, essas informações sejam velhas, inúteis, ou já conhecidas. Não procure somente por por partes específicas de informações; isso é o que os amadores fazem. Ao invés disso, procure pelos tipos de fontes e abordagens que você poderá sempre usar novamente. (HUNTER, 2013, p. 28) Durante estas conversas as reportagens iam criando forma e ficava perceptível a facilidade de fazer um mapeamento dos próximos passos, além de decidir o tipo de narrativa seria abordado, o uso de fotos e infográficos, cores, entre outros aspectos que poderiam passar a mensagem de uma forma coesa. Era essencial que os alunos soubessem que a construção da reportagem deveria conter aspectos como a veracidade, o interesse público, a curiosidade e a emoção. Quando uma equipe de reportagem é designada para sair às ruas apenas em busca da comprovação de uma tese, o trabalho jornalístico de investigação está em risco. O ideal (e o que devemos buscar é sempre o ideal) é que uma reportagem seja aberta a investigação, à descoberta, à constatação  e que contemple uma pluralidade de opiniões, de pontos de vista. (BONNER 2009, p. 119). Conforme a produção das reportagens ia chegando ao final, o processo de planejamento gráfico estava sendo iniciado. Foi usado como base o projeto gráfico da primeira edição da Revista Dossiê, sendo mantidos apenas aspectos básicos, como o número de colunas, as cores de capa e o número de páginas. Nesta etapa foi essencial a participação dos repórteres, editores e da supervisão docente para que o número de caracteres, espaço de fotos e cores pudessem ser decididas junto com diagramador. Mesmo existindo uma hierarquia semelhante a uma redação, foi mantida uma horizontalização dos cargos, o que dava aos discentes uma liberdade para que todos ajudassem como pudessem, mesmo que alguma função não remetesse aos seus cargos. Depois que o prazo para o encerramento das reportagens terminou, se deu prosseguimento ao processo de diagramação. Nesta etapa os textos já estavam prontos e as fotos e os infográficos que seriam utilizados já estavam selecionados. Restava organizar e distribuir os conteúdos pelas páginas. A hierarquização das reportagens foi definida pela finalização dos textos, sendo reorganizada por relevância social. Depois que essa distribuição foi finalizada, foi criado o sumário juntamente à carta do leitor, que foi escrita pelo docente da disciplina. A carta fala sobre leis, justiça e a comparação sobre o que é certo e o que é justo. O desenvolvimento da capa ocorreu durante o processo de finalização da diagramação. O intuito era apresentar uma imagem que mostrasse o quanto a justiça pode ser falha com os mais desfavorecidos. Para isso foi pensando em um tipo martelo utilizado pelos juízes em tribunais. Este martelo foi adquirido e para a captação da imagem foi colocado fogo, o que possibilitou uma gama de fotos com chamas em contrastes diferentes. Conforme Sousa:  entra-se no domínio da composição quando se fala da disposição dos elementos da fotografia tendo em vista a obtenção de um efeito unificado, que, em princípio, é a transmissão de uma ideia ou de uma sensação . (2002. p. 80). Na foto em questão o martelo está literalmente pegando fogo. É importante destacar que a imagem de capa foi feita com o uso de smartphone. A escolha da foto que seria utilizada foi unânime pelos editores, pelo diagramador e pelo docente. A capa com fundo preto, caracteres vermelhos, um martelo pegando fogo e a frase  Aqui embaixo as leis são diferentes ligeiramente denuncia que a revista apresenta críticas de cunho político e social. Nesta edição a editoria abordou assuntos relacionados à justiça, educação, saúde e segurança, trazendo narrativas sobre abortos clandestinos, o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e suas deficiências, a distribuição de bolsas de estudos e o uso de cotas nas universidades, entre outros assuntos que além de serem de interesse público, chama a atenção da sociedade. Entende por justiça:  [...] a particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igualdade de todos os cidadãos. Pode ser definida como o princípio básico que mantém a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal. A justiça pode ser adotada por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais. Quando houver conflito no âmbito dessas relações sociais, deve ser reconhecido por mediação através dos órgãos judiciários, por exemplo, os tribunais. (ALVES. 2016, p. 7) A experiência possibilitou que os alunos aprimorassem a habilidade de investigar, de manter a relação com as fontes, que conforme Christofoletti  relação entre fonte e repórter é regida por alguma confiança mútua. A fonte acredita que sua versão não será distorcida ou pervertida. O profissional crê que as falas de seu entrevistado estão próximas do que efetivamente ocorreu (2008, p. 48), além de aumentar um senso crítico de justiça.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A Revista Dossiê contribuiu pela incessante e permanente busca pela qualidade e impacto que o jornalismo investigativo impõe, contemplando também suas próprias experiências no mesmo âmbito e nos contextos sociais onde atua. Além disso, visamos testemunhar e legitimar a importância do papel do jornalista e de membros atuantes do campo da comunicação. O projeto visa reforçar o lugar permanente do espaço acadêmico, propondo novos modelos a partir de análises de demandas sociais e implementá-las através de práticas contínuas experimentais. A iniciativa é a segunda edição da primeira revista impressa especializada em jornalismo investigativo e produzida por alunos de graduação em Jornalismo no Brasil. Comparar o planejamento com os fatos da execução prática nos mostraram que há sempre espaços a serem percorridos e obstáculos superados. À conclusão, acreditamos que esse tipo de projeto auxilia em nossa formação como jornalistas e profissionais de modo geral com olhar abrangente, capazes de viver contextos complexos e que fazem parte da vida cotidiana.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">LAGE, Nilson. A Reportagem: Teoria e Técnica de Entrevista e Pesquisa Jornalística, 9°. ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2011.<br><br>SEQUEIRA, Cleofe Monteiro de. Jornalismo Investigativo: o Fato por trás da Notícia. São Paulo: Summus, 2005<br><br>BONNER, William. Jornal Nacional: modo de fazer. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2009.<br><br>SOUSA, J. P. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Editora Porto, 2002<br><br>HUNTER, Max Lee. Um Manual (Unesco) para Jornalistas Investigativos. A Investigação a partir de Histórias. 2013.<br><br>Ética e Legislação em Comunicação. São Paulo: Rede Internacional de Universidades Laureate, 2016<br><br> </td></tr></table></body></html>