ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00198</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Radionovela Venha ver o pôr do sol</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Natália Denipoti de Oliveira (Universidade Estadual de Maringá); Bruna Barranco (Universidade Estadual de Maringá); Lívia Pinheiro Marques (Universidade Estadual de Maringá); Cristiane da Silveira Lima (Universidade Estadual de Maringá); Paulo Negri Filho (Universidade Estadual de Maringá)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Radionovela, Ficção, Adaptação, Comunicação, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho descreve o processo de idealização e realização da radionovela "Venha Ver o Pôr do Sol", uma adaptação radiofônica do conto homônimo de Lygia Fagundes Telles. Um projeto experimental que teve como finalidade colocar em prática o conhecimento e as técnicas sonoras adquiridas durante as duas disciplinas da graduação, Áudio e Sonoridades e Televisão e Rádio. Foram trabalhadas as dimensões sonoras da paisagem sonora, voz, ruídos e silêncios para criar sensações nos ouvintes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa de rádio "Venha ver o pôr do sol" é um trabalho de ficção produzido no final do 1º semestre de 2017 para as disciplinas de Áudio e Sonoridades e Televisão e Rádio, do curso de Comunicação e Multimeios da Universidade Estadual de Maringá. A radionovela é uma adaptação radiofônica do conto "Venha ver o pôr do sol" (1988) da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles. A adaptação aborda a história de Raquel e Ágata, duas ex-namoradas, que terminaram o relacionamento de maneira conturbada, pelo menos para um dos lados. Com o pretexto de levá-la para conhecer o pôr do sol mais lindo do mundo, Ágata marca um encontro com Raquel dentro de um cemitério abandonado. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Explorar as diferentes possibilidades dramáticas da narrativa sonora em um formato de gênero literário radionovela para as disciplinas de Áudio e Sonoridades e Televisão e Rádio do curso de Comunicação e Multimeios da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A partir disso, desenvolver a técnica performática através da voz e do caráter melodramático da adaptação e do produto, além de perscrutar a viabilidade do som como único elemento da narrativa ao se utilizar de seus efeitos técnicos para compor integralmente a alegoria.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A radionovela teve seu auge nos  anos dourados do rádio no Brasil, de acordo com Avancini (1990, apud CALABRE 2006, p. 7),  A radionovela foi o grande fenômeno de audiência dos últimos anos do rádio que precederam a TV. e foi também a precursora das telenovelas que são sucesso até hoje na televisão. Assim, muito da dramaturgia brasileira teve como base as dramatizações radiofônicas. A grande possibilidade criativa das radionovelas é que, como não tem imagens, pode se utilizar da imaginação do ouvinte para produzir sensações,  As radionovelas eram programas feitos para emocionar: sonhos para ouvir, sonhos para viver. Cada palavra dita, cada som ou música emitidos tinham um só objetivo: dar aos radiouvintes o prazer da imaginação [...] (POLLETO; FERNANDES, 2009, p. 137). Para gerar esses efeitos, a partir apenas da audição, é necessário explorar vários campos da paisagem sonora: "Nas radionovelas, a palavra é explorada em toda a sua expressividade, como timbre, tom, intensidade, ritmo e harmonia. Os diálogos são curtos, construídos de forma simples, para facilitar o entendimento de todas as camadas sociais. Os efeitos sonoros são inseridos para retratar a ambiência da trama e acrescentar realismo à obra ficcional. As músicas têm várias funções, como abrir e encerrar peças, identificar personagens em cena, passagens de tempo e reflexões. Isso tudo é possível graças às particularidades do rádio, considerado hoje um aparato tecnológico simples, mas, dependendo de seu uso, pode tornar-se um meio de comunicação de enorme complexidade expressiva." (DINIZ, 2009, p. 94) Essa complexidade expressiva pode gerar sensações físicas pois  Os ouvidos, diferentemente dos olhos, não têm pálpebras. E não só os ouvidos tomam parte na audição: todo o nosso corpo é uma caixa de ressonância e a vibração do som torna  tátil o que vai em ondas. O som nos invade pela pele, pelos ossos. (POLLETO; FERNANDES, 2009, p. 143). A escolha do texto a ser adaptado se deve à características citadas acima, por ser um conto de suspense, com várias dicas sonoras que poderiam ser utilizadas para provocar essas sensações no ouvinte, ofereceu uma oportunidade para explorar todas essas características, que mostra que  os ouvintes continuam dispostos a criar imagens mentais e a realizar a troca de papéis porque a voz sem corpo, vinda de longe, continua nos levando a criar  as imagens mentais (POLLETO; FERNANDES, 2009, p. 144). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante todo o processo de confecção do projeto, houve a preocupação de transmitir a mensagem somente através do som sem se ter perdas no sentido da narrativa, explorando ao máximo a imaginação do receptor. Com a utilização da voz, além da interpretação, foram empregados recursos como a alternância de graves e agudos, a dicção e a entonação, como elementos que intensificam o sentido. As vozes foram trabalhadas na disciplina de Áudio e Sonoridades, com exercícios vocais de intensidade, entonação e cadência, para que os diálogos criados pudessem passar todo o conteúdo que estava expresso no livro mas que não poderia aparecer no rádio devido a seu formato, e também a voz da narradora, que deveria conduzir o ouvinte porém sem dar a impressão que era uma das personagens da radionovela. Para os efeitos, foram utilizadas as técnicas de foley, em que nem sempre o som ouvido é produzido pelo mesmo objeto a que se refere na história. Para a exibição ao vivo, os sons de folhagens foram produzidos com plástico, o som das grades batendo e do rangido foram do suporte do teclado, juntamente com correntes, os sons de passos ecoando foram produzidos com caixas vazias, o som de pássaro foi um assobio entre outros. A vinheta, composta pelo grupo, foi executada ao vivo. Na versão gravada, foi utilizado o estúdio de rádio da Universidade Estadual de Maringá para a captação das vozes das atrizes e da narração. Exceto os sons de pássaros e do cadeado fechando, todos os efeitos sonoros e ruídos foram produzidos pelo grupo em um estúdio caseiro com microfone cardióide, mesa de som e computador. A única trilha sonora utilizada foi a vinheta, composta pelo grupo, e também captada no estúdio. A edição final foi realizada usando os softwares Audacity e Garage Band, com a utilização de efeitos para produzir ecos, que contribuíram para a ambientação e espacialidade das cenas, assim como os ajustes de intensidade e altura. Todos estes elementos foram ajustados com uma mixagem de som final para que o ouvinte pudesse formar a imagem mental mais complexa possível. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O processo foi iniciado com a escolha de uma obra para adaptar ao formato de radionovela, a escolha de produzir uma adaptação ao invés de um produto original foi uma estipulação exigida pelos professores. A obra escolhida foi o conto "Venha Ver o Pôr do Sol" da escritora brasileira Lygia Fagundes Telles, publicado em 1988 no livro "Venha Ver o Pôr do Sol e Outros Contos". Após a escolha, foi desenvolvido o roteiro adaptado no formato radiofônico, a adaptação foi predominantemente da linguagem, da literária para a radiofônica, o conteúdo do conto foi pouco alterado. A história da radionovela aborda o encontro de Raquel com sua ex-namorada Ágata, a qual ela trocou por um namorado mais rico, elas se encontram dentro de um cemitério abandonado a convite de Ágata, que promete mostrar a Raquel o pôr do sol mais bonito do mundo, as duas caminham até chegarem no jazigo da família de Ágata, e dentro dele Raquel é trancada e abandonada por sua ex-namorada. Em seguida foi realizado uma decupagem do roteiro, escolhendo os efeitos sonoros a serem realizados e os materiais possíveis para a execução do foley, logo após foi dado início aos ensaios. Nessa fase foi composta também a vinheta da radionovela no teclado. Como uma das exigências da professora, a radionovela foi apresentada ao vivo para a turma da disciplina de Áudio e Sonoridades, com os membros do grupo narrando e realizando os efeitos sonoros ao vivo, e por fim, durante a disciplina de Televisão e Rádio, a gravação das vozes foi realizada no estúdio de rádio da Universidade Estadual de Maringá, e os efeitos foram captados em estúdio caseiro, além da utilização de bancos de sons para os pássaros e o cadeado fechando. Na pós produção foram sobrepostos os diálogos, a composição da paisagem sonora e também os efeitos sonoros. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A partir do desenvolvimento e da apresentação do produto final deste projeto, pode-se concluir que a radionovela obteve êxito em seu objetivo, uma vez que pode ser observado o comportamento do público tanto durante a apresentação do produto final ao vivo, e posteriormente durante a apresentação da versão gravada em estúdio e editada, a reação do público foi a que seria esperada a partir da construção na narrativa sonora. Observou-se que ambas apresentações provocaram sensações nos ouvintes, sustos, momentos de tensão e uma antipatia pela personagem  vilã , deu-se, então, a construção de uma  cena imaginária para o público, utilizando-se os recursos da voz e ruídos, que, mesmo não sendo originados pelos objetos a que se referiam, acabaram por projetar sua materialidade no imaginário. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CALABRE, L. Radionovelas: A Fábrica de Lágrimas Cubanas sob o olhar de Reynaldo, p. 7, 2006. <br><br>DINIZ, J. A. A recriação dos gêneros eletrônicos analógico-digitais: radionovela, telenovela e webnovela. 2009. 255 f. Tese (Doutorado em Comunicação Social) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.<br><br>GONZÁLES. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 29., 2006, Brasília. Anais...São Paulo: Intercom, 2006.<br><br>POLETTO, Thays Renata; FERNANDES, Márcio. Sons para sonhar. Sonhos para ouvir: as radionovelas e a mágica da palavra falada no rádio. Ide, São Paulo, v. 49, n. 32, p.136-147, dez. 2009.<br><br> </td></tr></table></body></html>