ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00291</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;As múltiplas facetas da união pluri-étnica</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Ana Cristina Chiossi (Universidade do Oeste de Santa Catarina); Guilherme Huther (Universidade do Oeste de Santa Catarina); Arnaldo Telles Ferreira (Universidade do Oeste de Santa Catarina); Priscila Aparecida dos Santos (Universidade do Oeste de Santa Catarina)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ensaio fotográfico, diferença, expressão, sentimento, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O ensaio "Aceite a plurietnia, liberte-se e respeite os direitos" foi desenvolvido na disciplina de Fotografia, no Curso de Publicidade e Propaganda da Universidade do Oeste de Santa Catarina - UNOESC a partir do desejo dos autores de representar por meio da fotografia, o sentimento íntimo de casais que em nossa sociedade costumam causar estranheza, pelo fato de suas diferenças étnicas. O registro fotográfico teve como objetivo abordar as questões de diferenças das etnias, retratando o tema e seguindo o conceito de fotografia-expressão (HORN, 2010). Trata-se de um estudo bibliográfico com aplicação prática e registro em forma de ensaio fotográfico e posterior tratamento das imagens. O resultado é um ensaio fotográfico que representa a expressão do sentimento entre um casal pluriétnico, transparecendo a beleza e o amor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia tem um papel cada vez mais presente na vida humana, tornou-se quase um ato banal, dada a facilidade com que se faz uma fotografia atualmente, todavia, não podemos esquecer o impacto que esta tem no indivíduo em seu cotidiano, sendo ela em mídia online ou impressa. Seu papel social só cresceu e tornou-se mais forte. Deste modo, não se pode negar o papel da fotografia como disseminadora de informação e rompedora de paradigmas. Muitos movimentos sociais utilizam-se de fotografias para auxiliar na divulgação de ideias e objetivos, através de ensaios que revelam seus ideais e os valores que estas representam. Utilizou-se do ensaio fotográfico para o componente curricular de fotografia criativa da quinta fase do curso de publicidade e propaganda, para dar voz à pluralidade de relacionamentos existentes. Percebe-se que está em voga discussões sobre relacionamentos de indivíduos do mesmo sexo, todavia relacionamentos entre diferentes etnias são ainda vistos com maus olhos por inúmeras pessoas. Buscou-se compreender os desafios de casais pluriétnicos na sociedade atual, representada pela cidade de Joaçaba, Santa Catarina, por intermédio de um estudo bibliográfico e do ensaio produzido, ao representar de forma artística a vida e o relacionamento de um casal de etnia distintas. Este paper está dividido em objetivos, justificativa, métodos e técnicas utilizadas, descrição do processo e considerações finais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este ensaio busca expressar por meio da fotografia, o sentimento existente na intimidade de um casal pluriétnico, colocando-os em um ambiente de liberdade, de mentalidade aberta, de segurança e serenidade, buscando aproximar aqueles que visualizam as imagens de um assunto presente na sociedade, e qual, em nossa realidade regional, causa tanta estranheza. Então surge o ensaio para ilustrar de modo artístico o carinho expresso entre duas pessoas que alimentam juntas um sentimento verdadeiro, independente de qual cor ou costume tenham. O ponto de partida se deu pelo conceito de fotografia-expressão, com o intuito de divulgar a beleza existente na diversidade, buscando trazer a reflexão temática da aceitação, da liberdade de expressão, da alimentação de um sentimento ingênuo e sadio. Vale ressaltar a importância da arte dentro da fotografia, com um ensaio que preza retratar a diversidade humana de forma artística. Ao retratar o casal de etnias diferentes, buscou-se entender como e porquê ocorrem os casos de preconceito, além de aprofundar o conhecimento técnico, ao manusear o equipamento e no tratamento das imagens em softwares para tal; e teóricos, ao colocar em práticas os métodos de enquadramento, iluminação e composição de cenário para a realização da sessão de fotos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A importância de compreendermos as múltiplas facetas étnicas que constituem a sociedade do século XXI fazem-nos repensar nosso papel neste ambiente. Para compreender o modo como estes casais são observados pela sociedade, é vital que observemos também como deu-se a construção do que é o homem branco e o que é a mulher negra em um país onde existe uma pluralidade étnica extremamente vasta e rica. Tem-se como parâmetro de observação, a sociedade do Meio Oeste de Santa Catarina, mais especificamente, os arredores de Joaçaba. Nesta região, a ampla maioria étnica que constitui a sociedade são de descendentes de europeus, em grande parte alemães e italianos, que não possuem muito contato com pessoas de etnias diferentes, exceto os nativos da região, desse modo, sua interação com a população negra foi muito limitada e, muitas vezes, preconceituosa. Conforme Moscovici (2003. p.41), "Nossas mentes são pequenas caixas pretas, dentro de uma caixa preta maior, que simplesmente recebe informações, palavras e pensamentos que são condicionados de fora, a fim de transformá-los em gestos, juízos, opiniões...", nisso, a condição de nossa sociedade de julgar a partir do pensamento alheio, e das informações que são recebidas. O homem branco é historicamente construído como o dominante, o senhor do engenho, o rei, entre outros modos que demonstravam sua superioridade perante os demais, subjugando os demais a sua vontade. A mulher negra por sua vez estava na ponta oposta a essa relação, sendo o parte  mais fraca , deste modo, subjugada às vontades dos demais membros da sociedade, em especial ao homens brancos. Compreende-se que relações entre estes dois extremos eram mal recebidos a alguns séculos, mesmo que a forma de pensar tenha mudado drasticamente, alguns resquícios daquele comportamento ainda permanecem, mesmo que escondidos, em alguns indivíduos. Diante disso, utilizou-se a fotografia como ferramenta capaz de colocar em pauta um assunto denegrido, comentado em baixa voz, mas qual deve ser aceito e respeitado, que envolve questões sociais. O ensaio foi produzido na disciplina de Fotografia Publicitária, orientado pelo professor Arnaldo Telles Ferreira e consiste em uma produção de ensaio fotográfico com até 10 fotos que caracterizam o amor ou uma forma de amor, com fotografias em cores ou preto e brancas, que tenham expressividade e representatividade. Partindo do princípio que o registro fotográfico seria para representar as diferenças étnicas, buscamos através do contraste da cor presentar o contraste dos gêneros, e através do posicionamento, enquadramento, composição, retratar a serenidade, o sentimento, a calmaria, e a intimidade presente entre esses casais, e buscando refletir a quem as observar a proximidade de casais assim com a sociedade denominada "natural, igual, indiferente". A construção deste ensaio, partiu do conceito de fotografia-expressão criado por Evelyse Horn, que relata que:  no processo de intermediação entre o imaginário e a fotografia, os fotógrafos utilizam a criatividade para colocar em prática novas formas de representação . (HORN, 2010 p.06)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O ensaio é um conjunto de fotografias que juntas constroem uma narrativa, uma história contada em quadros. O ensaio é um gênero da fotografia que teve seu auge no início da década de 40 com a documentação das guerras e divulgadas em revistas e jornais impressos. Atualmente esse gênero é utilizado com mais frequência em conceitos artísticos, tendo seu espaço em exposições e galerias. O ensaio como proposta já mencionada se apodera desta linguagem acreditando no poder imagético da fotografia como meio de expressão e denúncia do problema. Durante as aulas de fotografia, fomos desafiados a criar um ensaio fotográfico que demonstrasse as formas de amor, qualquer uma, de pessoas de mesmo sexo, entre pessoas de com grandes diferenças de idade, entre o dono e seu pet, entre amigos, entre pessoas com sexo oposto. Deste modo, chegou-se a conclusão de que fotografar um casal de duas etnias distintas seria um bom recurso para chegar neste objetivo. Após a ideia base para o ensaio definida, estipulamos onde seria realizado o ensaio e qual o vestuário ideal para este, além da uma pesquisa de referencias de ensaios sobre casais, neste, procuramos sites e páginas de fotógrafos atuantes a mais tempo no ramo. Para capturar as fotografias utilizadas neste trabalho, foi utilizada uma câmera digital (DSLR), Nikon D7100, com uma lente 18-200mm f/3.5-5.6. O alcance focal, o ISO, a abertura do diafragma e a velocidade do obturador variam em cada uma das imagens, de forma a reafirmar a liberdade criativa na hora de compor a fotografia e com a despreocupação em manter a linearidade técnica. As fotografias não contam com nenhuma iluminação controlada, apenas o uso de luz natural, com isso, a resposta às alterações das configurações em cada imagem em particular, pois não era possível controlar a luz ambiente. As imagens foram capturadas no dia onze de março de 2017, entre as 15h e 17h na localidade da cidade de Concórdia. Foi utilizado o grande plano como meio de retratar o ambiente, enquadrando os personagens dentro de uma narrativa exposta, revelando a dimensão e a calmaria representada pelas matas, transmitindo a tranquilidade e os planos médios para enquadrar cada item representativo, dialogando dessa maneira com o espaço. Foram utilizados também planos mais fechados para exibição de detalhes e expressão de sentimentos, enriquecendo assim a estética do trabalho. Exploramos os enquadramentos tanto de paisagens como de retratos, dependendo de cada cena fotografada, optamos o preenchimento dos personagens centralizados no quadro como melhor forma de composição. O ambiente foi escolhido, por ser tranquilo, possuir o cenário qual planejado, e ter a possibilidade de ser explorado durante todo o período. O ensaio gerou imagens com dimensões de 4496px por 3000px, sendo duas em formato 3000px de altura e 4496px de largura, em formato retrato, e oito com 4496px de altura e 3000px de largura, em formato paisagem. Encontram-se em escala RGB e em formato JPEG. Ao todo foram produzidas 98 fotos para posteriormente serem selecionadas e editadas. As edições finais de cada imagem foi feita no programa Adobe Photoshop CS6 e para o tratamento quanto a coloração foi utilizado o programa Adobe Lightroom, seguindo os métodos e práticas aprendidos em sala de aula. O uso da edição e tratamento das fotos segue o conceito de fotografia-expressão de Evelyse Horn (2010), que relata que a fotografia-expressão necessita o uso de métodos específicos e práticas que acabam resultando em um produto diferente, fruto de um processo de trabalho que parte de uma apuração prévia do tema, a criação de um plano de abordagem, a realização de pesquisas e a familiarização com os sujeitos a serem abordados. Para representar o casal atuante na sociedade, os acadêmicos Guilherme Huther e Priscila Santos (autores deste trabalho) foram utilizados como modelos para representar as diferenças pluriétnicas, enquanto a acadêmica Ana Cristina Chiossi (autora deste trabalho) fez a direção fotográfica e captura das imagens. Os acadêmicos-modelos utilizaram de suas próprias roupas, com a recomendação de seguirem os tons de suas próprias cores para também representar o contraste. Com isso utilizam de roupas preto e branco, para representar a etnia alemã e a etnia negra, respectivamente.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O assunto trabalhado é "uma forma de amor", onde os acadêmicos, autores deste trabalho, definiram usar de um "problema" de aceitação da sociedade, para explorar através da fotografia, uma forma de amor tão genuína, presente em relacionamentos de casais pluriétnicos. Assim, foi possível trabalhar tanto o tema proposto em sala de aula quanto o tema da relação pluriétnica. Trabalhando a beleza e a consciência humana em um mesmo espaço. O ensaio foi produzido no ano de 2017, para a disciplina de fotografia publicitária do Curso de Publicidade e Propaganda da Universidade do Oeste de Santa Catarina, orientado pelo Professor Arnaldo Telles Ferreira. O ensaio consistiu na produção de um ensaio fotográfico com 10 fotos relacionadas ao tema "o amor, uma forma de amor", sendo que o mesmo poderia compor fotografias em cores ou tons de cinza. As fotos foram produzidas na cidade vizinha da Instituição de Ensino, Concórdia-SC, em um parque municipal, de acesso aberto ao público. A escolha da composição e expressão da plurietnia, deu-se pelo fato do grupo do trabalho de trabalho ser de colegas e amigos muito interligados, quais (os dois modelos) mesmo não sendo um casal, carregam consigo o sentimento de amor e carinho por onde andam. O trio de acadêmicos e autores deste trabalho, é muito unido dentro da universidade, e o sentimento expresso dentro do ensaio, reflete muito a vida real. O registro contém 10 fotografias tratadas de forma a ampliar ainda mais o contraste das cores dos personagens, buscando refletir expressivamente a diferença de suas etnias. Os modelos usam de roupas pretas e brancas para forçar ainda mais o contraste na paisagem como um todo. Já a utilização da fotografia como forma de expressão pode ser justificada pelos posicionamentos de Susan Sontag e Barthes. Para Susan Sontag,  embora em certo sentido a câmera de fato capture a realidade, e não apenas a interprete, as fotos são uma interpretação do mundo (SONTAG, 1977 p.22) que assim como para Barthes,  eu só me interessava pela Fotografia por  sentimento ; eu queria aprofundá-la, não como uma questão (um tema), mas como uma ferida: vejo, sinto, portanto noto, olho e penso. (BARTHES, p.39). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O ensaio fotográfico vai além de um trabalho acadêmico, busca fazer a sociedade refletir sobre sua liberdade de julgar e respeitar as diferenças das pessoas presentes em relacionamentos. Além disso, expressa o carinho, o sentimento, o amor, e retratar a beleza, a força e o brilho presente na diversidade. Trata-se de uma oportunidade de ampliar e atualizar a visão quanto às questões contemporâneas que abordam os assuntos de diversidade, aceitação, diferenças, e entender que é preciso aceitar e respeitar a todos, indiferente de suas escolhas, companhias, relacionamentos. Realizar tal registro permitiu reconhecer a fotografia e um ensaio fotográfico como importantes veículos de comunicação, visto que ambos abrem a possibilidade de contar histórias e se conectar com aquele que visualiza e interpreta as fotos, capaz de, inclusive, informar e propor reflexões para as pessoas. O registro também fez perceber a importância da arte dentro da fotografia e a utilização da mesma como forma de expressão para expor ao mundo a realidade de uma maneira mais particular e criativa. Ao colocar os conhecimentos adquiridos em sala de aula em prática faz com que estes se consolidam. Manusear o equipamento, pensar em iluminação, posicionamento, tanto do equipamento quanto dos modelos, edição e tratamento, além de auxiliar na discussão de um tema que ainda é delicada faz com que este trabalho tenha sido extremamente recompensador. Fazer a sociedade mudar seu modo de pensar é algo lento, mas isto pode ser feito, e a fotografia, pode e deve fazer parte disso.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARTHES, Roland. A Câmara Clara: Nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira, 1984.<br><br>HORN, Evelyse Lins. Documentário imaginário: reflexões sobre a imagem fotográfica e sua produção entre a arte contemporânea e o documental. In: INTERPROGRAMAS DE MESTRADO DA FACULDADE CASPER LÍBERO, 2010, São Paulo. Disponível em: . Acesso em: 14 de abr. 2017.<br><br>MOSCOVICI, Serge. Representações Sociais: Investigações em Psicologia Social. Traduzido do inglês por Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.<br><br>SONTAG, Susan. Sobre fotografia. Trad.: Rubens Figueiredo. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2004. <br><br> </td></tr></table></body></html>