ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00320</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;STAR - diversidade, respeito e aceitação</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Lucas Barreira (Universidade Federal do Paraná); Thayná Audrey Birsneck (Universidade Federal do Paraná); Ana Claudia da Silva Prado (Universidade Federal do Paraná); Julyana Cristina Vanile de Souza (Universidade Federal do Paraná); Luiza do Vale Sewo (Universidade Federal do Paraná); Rodolfo Brenner de Morato (Universidade Federal do Paraná); Flávia Lúcia Bazan Bespalhok (Universidade Federal do Paraná)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Videoclipe, Star, Discriminação, Autoaceitação, Audiovisual</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho tem objetivo de apresentar o processo de produção do videoclipe  Star e também explicar as técnicas empregadas ao produto. Será mostrado que o propósito do vídeo é tocar o público, destacar diferentes belezas, formas de amar, cores e características individuais. Com a cidade de Curitiba como plano de fundo, explorou-se os cenários históricos, turísticos e artísticos da capital paranaense. A equipe buscou valorizar a estética fotográfica das locações, aplicar as técnicas abordadas na disciplina Laboratório de Técnicas de Comunicação - Vídeo e enaltecer cada personagem de modo a transmitir a mensagem de amor-próprio e aceitação constante na canção para uma sociedade heterogênea, colocando em pauta aos espectadores paradigmas relacionados à intolerância. Dessa maneira conclui-se que resultado do exercício foi bastante satisfatório aos integrantes do grupo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O videoclipe  Star teve como base a música de mesmo nome da cantora e compositora inglesa Joss Stone e foi produzido para a disciplina de Laboratório de Técnicas de Comunicação - Vídeo, sob orientação da Professora Doutora Flávia Lúcia Bazan Bespalhok, no quarto período do Curso Superior de Tecnologia em Comunicação Institucional da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A proposta desse exercício era aplicar os conhecimentos adquiridos sobre a linguagem videográfica e as técnicas de produção audiovisual vistos em aula, seguindo o critério de produzir um videoclipe. A partir daí foi utilizado o conceito de videoclipe de Soares (p. 1, 2007), que o define como um produto  audiovisual que articula questões ligadas tanto à dinâmica do  áudio (o som, a canção, a voz, o ritmo) quanto do  visual (a imagem, o plano, a edição, os constituintes visuais dos sistemas de divulgação da música popular massiva, entre outros). Seguindo essa definição, a equipe tentou empregar ao videoclipe  Star algumas das técnicas mais importantes vistas em sala acerca da linguagem audiovisual e buscou trabalhar de acordo com a significação de Soares. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Buscou-se com a produção demonstrar de forma leve e delicada a profundidade da letra da música que é carregada de um teor crítico importante para o momento social atual. O videoclipe  Star mostra as particularidades do ser humano, com a expectativa de conquistar uma sociedade menos homofóbica, racista, desigual e mais engajada em questões sociais. O projeto teve como foco levar o espectador a mergulhar na significação da letra, levando-o a se identificar e sentir-se representado por cada diferença apresentada no decorrer do vídeo. Para explorar as características da canção, foram utilizadas simbologias como artes e frases para reforçar a mensagem a ser transmitida. Baseados em vivências próprias, o grupo realizou a construção do roteiro de forma conjunta. Dentre os principais pontos do trabalho, revela-se o desenvolvimento da pré-produção, produção e pós-produção do audiovisual, sendo o principal desafio unir coerência e ritmo da música com as representatividades retratadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em um trabalho com tema livre sempre se pensa em qual assunto escolher e, quando se trata de uma equipe numerosa, a dificuldade é maior por conta da divergência de ideias, mas mesmo com opiniões distintas a decisão ocorreu facilmente. Inicialmente, a proposta era abordar a homofobia na sociedade moderna, no entanto, após algumas conversas abriu-se o leque para as demais lutas, não visando somente um dos problemas sociais, mas também outras formas de exclusão. Ao final das argumentações foi definido o tema diversidade, respeito e aceitação no intuito de passar a mensagem de que está tudo bem ser diferente e mesmo não entendendo ou não gostando da escolha do outro, o respeito deve vir acima de qualquer coisa. A escolha também foi condizente ao que é visto todos os dias nos meios de comunicação sobre intolerância e desrespeito de todas as formas. Isso se vê em números, levando em conta os dados do levantamento geral de denúncias de violações dos direitos humanos pelo Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos, no ano de 2017 foram recebidas 195 denúncias de desigualdade racial, 725 denúncias de violação dos direitos LGBTQ+ e 169 de discriminação religiosa. Esses dados mostram somente os casos que foram denunciados, o que significa que muitos outros acontecem sem serem descobertos. Muitas vezes a vítima, por medo de sofrer retaliações ou acontecer algo pior, se cala. Conforme o Atlas da violência do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras e 4.621 mulheres foram assassinadas no país em 2015, o que corresponde a uma taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. Já o site Comunica que Muda fez um levantamento que aponta o percentual de discursos de ódio e menções negativas nas redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram a partir de dez tipos diferentes de intolerância: aparência, classe social, deficiência, homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia. Foram identificadas 220 mil menções, sendo 77% delas consideradas negativas de exposição do preconceito e da discriminação. Após a descoberta desses dados, a equipe se viu motivada a formular um conteúdo que exercesse um papel de transformação na sociedade. Engajada em problemas sociais, Joss Stone surgiu como a melhor opção para a temática. Vencedora de diversos prêmios no ramo da música, a cantora segue os estilos musicais de soul e R&B e lançou o seu último álbum  Water For Your Soul ( Água Para Sua Alma em tradução livre) em 2015 com referência nos estilos soul, reggae e hip-hop, através da sua própria gravadora, a Stoned Records. Com um estilo diferente em relação aos seus outros álbuns, Stone levou 4 anos para compor esse disco, mostrando a artista em uma fase com muito mais liberdade de criação. Esse fato influenciou na maneira com a qual o projeto foi criado. A mesma autonomia da artista em compor as músicas foi refletida na narração. A música escolhida,  Star , representa um protesto de amor a si e ao próximo e a escolha dela se deu justamente por se tratar de uma letra impactante e que gera uma reflexão profunda ao espectador. Além disso, a canção foi escolhida também por não possuir uma produção audiovisual oficial, o que chamou a atenção do grupo pela independência criativa que poderia ser explorada durante o processo. O videoclipe  Star apresenta pessoas reais em frente a câmera com a proposta de deixar cada um transmitir o seu melhor, todos ficaram livres para curtir a música. Essa forma foi a maneira mais simples e sincera de captar a essência de cada indivíduo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A etapa de pré-produção do projeto começou com a idealização do tema. Na primeira discussão, optou-se por algo de cunho social, mais especificamente ligado às questões de sexualidade, porém no decorrer da troca de ideias o conteúdo foi expandido para algo mais abrangente. Abordando não somente a homofobia, mas todas as questões envolvendo a intolerância, o objetivo do clipe foi evidenciar a importância e beleza das diferenças. Resolvido isso, a escolha da música foi relativamente fácil, seguindo o que Janotti e Soares (p.94, 2008) indicam  ao abordar o videoclipe como produto midiático, deve-se levar em consideração suas dimensões sonora e musical, tanto em seus aspectos plásticos quanto em relação à sua inserção nas indústrias culturais do audiovisual. Já com o assunto escolhido, algumas opções foram sugeridas pelo grupo, entretanto a que mais se encaixou no escopo do projeto foi a música  Star , que carrega em sua essência uma riqueza instrumental que emociona o ouvinte. A canção foi escolhida pelo impacto musical que causa e principalmente pelo teor da letra que tem relação com o que se quis transmitir ao espectador. Antes de iniciar a produção foi preciso entender os conceitos de preconceito e discriminação para, então, partir para a concepção da proposta. De acordo com Ferreira (2009, p.686), discriminação é a  faculdade de distinguir; separação, apartação, segregação , já o preconceito é o  conceito ou opinião formados antecipadamente sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos (2009, p.1617). Observando a frequência com que tais atos ocorrem no cotidiano dos brasileiros, percebeu-se a gravidade de se formar uma população desrespeitosa, intolerante e desigual. O grupo observou a necessidade de lutar pelo oposto disso. Para Lyra e Santana (2003, p.243)  quanto mais a expressão singular do homem se deixa aprisionar pela generalidade do sentido social, mais decadente se torna uma sociedade. E também (2003 p.243)  através da sociedade tornam-se possíveis diversas relações, entretanto ela requer diários sacrifícios de inúmeros desejos individuais, inomináveis socialmente. . Baseado nessas falas, nas quais o indivíduo deixa de ser quem é em sua natureza para adequar-se aos padrões que lhe são impostos e não ser discriminado, com medo da não aceitação no meio onde vive, o videoclipe  Star tentou quebrar alguns paradigmas que formam o preconceito em nosso corpo social e em nós mesmos e mostra às minorias que não são necessários sacrifícios em prol desses padrões. Com as principais referências encontradas nos clipes  Scars da cantora Alessia Cara e  Brave de Sara Bareilles, concretizou-se a primeira noção visual do que se desejava fazer, esse processo embasou-se no conceito de Soares. "O videoclipe sintetiza o contemporâneo na sua aproximação da indústria cultural com a vanguarda, na diluição da radicalidade inovadora a partir de claras intenções comerciais, na sua fragmentação imagética, na sua despreocupação narrativa ou no apelo das narrativas mais básicas e simples, na sua inclinação parodística, na sua rapidez, no excesso neobarroco de alguns de seus estilos. (SOARES, 2012, p.11) O enredo foi pensado para que o espectador, ao ver um personagem colocando os fones de ouvido, se visse inserido no universo da música, como se o personagem principal estivesse imaginando toda a ação que se passa no decorrer do videoclipe, simbolizando a reflexão gerada pela letra no personagem principal e como se o mesmo fosse transportado para dentro da ação a seguir, por esse motivo não aparece o rosto desse elemento. Para esse conceito seguiu-se a definição de Machado  O uso equilibrado de cenas tomadas a partir de um ponto de vista externo ou ubíquo e cenas representando a visão subjetiva de uma personagem permite ao cinema criar uma tensão muito rica entre distintos graus de envolvimento do espectador dentro da trama. (p.13, 2002). Ainda com relação ao roteiro, a escolha dos personagens se deu a partir de um estudo feito sobre a letra. O critério de seleção foi encontrar pessoas conhecidas dos integrantes do grupo e que tivessem características que as colocassem em situações de não-aceitação própria ou perante à sociedade. Primeiramente, os personagens foram separados por estrofes na música e cada estrofe apresentaria um personagem específico, nos refrões entrariam simbologias relacionadas ao tema e a união desses personagens dançando juntos. No entanto, após experimentações e inviabilidades, ficou definido apresentar mais personagens com características diferentes umas das outras e manter alguns personagens por um tempo maior em cena por representarem de forma mais completa o que a letra diz. Com isso, foi desenvolvida uma linha de pensamento que constitui-se: na abertura, na qual todos os personagens que aparecem no vídeo são apresentados ao espectador levantando suas cabeças e olhando para quem os assiste; na sequência mesclaram-se personagens e frases, símbolos e expressões artísticas de acordo com a letra e nos refrões os personagens aparecem dançando. Para finalizar o videoclipe, todos os personagens mostrados no início  encararam a câmera, como se estivessem encarando a sociedade em si, fechando do ciclo do audiovisual e logo em seguida o foco voltou para o personagem principal, ouvinte da música, que tira os fones de ouvido e reforça a mensagem ao espectador com uma camiseta que aparece a frase  be you (seja você). Finalizado o roteiro, tiveram início as etapas de separação das funções, escolha das locações, seleção dos personagens e organização do itinerário de gravação. Para a escolha de funções dentro do grupo foi aproveitada a expertise de cada integrante, pois dessa forma todos colaboraram, principalmente durante a filmagem. As atividades de direção de arte, direção de fotografia e contato com os personagens foram realizadas coletivamente por todos os envolvidos nas gravações. Todos os processos foram produzidos e idealizados pela equipe, sem a necessidade de contratação ou ajuda de terceiros. Para a seleção do elenco, depois de definir as características de cada personagem foi pensado em pessoas que se enquadrassem nesses perfis. Todos do grupo colaboraram com indicações de conhecidos, inclusive todos da equipe atuaram na produção, estando presentes no processo como um todo. Porém, quanto a seleção de pessoas, aconteceram algumas desistências, faltas e substituições, algumas tiveram contratempos e não foram no momento da gravação, então emergencialmente houve a abordagem de substitutos na rua, como por exemplo o casal homossexual que aparece nos 3 minutos e 13 segundos do vídeo. Todas as pessoas participaram de forma voluntária e assinaram termos de uso de imagem, procedimento padrão neste tipo de produção. Para a edição, a metodologia escolhida foi a de Dancyger (p. 399, 2007) que separa o processo de montagem em três estágios  1) o estágio de juntar os planos em um primeiro corte e 2) o estágio no qual o montador e o diretor afinam o tom e o ritmo do primeiro corte, transformando-o no corte final. No último estágio é dada grande ênfase no ritmo e à pontuação. A diferença é que a edição foi feita de forma conjunta com a opinião e auxílio de todos os integrantes do grupo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O videoclipe foi desenvolvido seguindo os conceitos de Soares de que  do ponto de vista do ritmo, das alturas sonoras e nas relações entre voz e instrumentos, palavras e música; no âmbito do videoclipe é possível pensar em como tais aspectos plásticos são orientados imageticamente a partir da noção de performance da canção. , na temática do vídeo e nos conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina de Laboratório de Técnicas de Comunicação  Vídeo. Totalizando 5 minutos e 20 segundos,  Star foi produzido inteiramente, desde a pré-produção, produção e pós-produção pelo grupo. Todas as cenas foram gravadas com duas câmeras, sendo elas: Nikon D3200 do integrante Lucas Barreira e Canon T5I da integrante Thayná Audrey Birsneck. A edição do vídeo foi feita pelo programa Adobe Premiere, no notebook Dell Inspiron, série 5000, Core I7, do aluno Rodolfo Brenner. Logo no início do videoclipe, em takes curtos de aproximadamente 3 segundos, cada pessoa foi filmada em close-up erguendo a cabeça e olhando diretamente para a câmera, sendo o foco os detalhes do rosto e o olhar de cada um. Esse plano foi escolhido para o início do vídeo seguindo o raciocínio de Watts (p. 32, 1999) de que  A dimensão diminuta da tela média é uma boa razão para filmar close-ups: se a tomada for muito aberta, as pessoas perdem o detalhe . Quando as pessoas levantam a cabeça lentamente, a maioria das cenas foram gravadas em primeiro plano, pois isola o sujeito do ambiente, chamando para ele a atenção do espectador. Para Boni (p.174, 2003)  Seu enquadramento é tão fechado que destaca a fisionomia do sujeito, registrando em pormenores seus traços e emoções . Além do primeiro plano que é mais fechado, aplicou-se o plano americano que possibilita ter a pessoa interagindo com o ambiente, o que proporcionou a melhor exploração das locações. Para enfatizar o sujeito inserido ao ambiente utilizou-se o plano médio, que segundo Boni (p.132, 2000)  interage o sujeito ao ambiente, mas, pela hierarquia dos componentes, chama mais a atenção para o sujeito . A escolha das locações para o vídeo foi espelhada na afirmação de Soares (p.3, 2007) na qual  As regras semióticas genéricas podem ser compreendidas nos videoclipes diante do espectro de criação audiovisual que relaciona clipes entre si, operacionalizando um modo de enunciação ligado a temas, ambientes e cenários que circunscrevam um videoclipe num modo de se evidenciar a partir da premissa da autenticidade. Apesar da busca pela autenticidade e estética, as locações foram definidas também pelas questões de distância umas das outras e pela facilidade de locomoção. Os locais deveriam ser, além de harmoniosos visualmente, próximos uns dos outros para que o deslocamento fosse caminhando ou utilizando o mínimo de transporte possível, devido à ausência de verba para a produção. Por esse motivo, os lugares escolhidos se concentraram na região central de Curitiba e deveriam ser facilmente reconhecíveis pelo público, buscou-se relação com os personagens no que diz respeito à cores e significação de cada um, contraste artístico e ao mesmo tempo viabilidade para a equipe. Dessa forma, ficaram definidos como locações: a Rua XV de Novembro o bondinho e mais três pontos diferentes; a Rua 24 Horas; o Largo da Ordem o Teatro TUC e o restaurante A Caiçara que cedeu espaço em sua sacada; o Museu Oscar Niemeyer; a rua São Francisco; o Memorial Árabe; o Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná; a Praça Santos Andrade; o Passo da Liberdade; o pátio do Setor de Educação Tecnológica da UFPR; uma parede grafitada próxima ao Paço da Liberdade e a entrada do Setor de Administração da UFPR. Nesses locais e no caminho de um para outro foram coletadas imagens de grafismos e frases que aparecem durante o vídeo. Surgiram no decorrer da produção algumas dificuldades. A ideia de usar locações diferentes para cada personagem já estava em mente desde o início do projeto, porém por ser basicamente um  cenário para cada personagem, foi necessário trocar alguns locais definidos na pré-produção por outros que fossem mais viáveis na execução. O mesmo ocorreu com alguns personagens. Pessoas essenciais no enredo tiveram que ser substituídas por outras que transmitissem a mesma mensagem, uma vez que a participação era voluntária e aconteceram desistências por falta de disponibilidade de horário. Por esse motivo adaptou-se o roteiro algumas vezes conforme foram surgindo essas necessidades. Após a finalização das gravações, ocorreu a etapa de pré - edição, na qual o grupo se reuniu para selecionar as melhores imagens de acordo com a finalidade do vídeo e qualidade das gravações antes de começar a editar no programa Adobe Premiere, pois de acordo com Watts (p. 58, 1999)  assistir a todo o material antes de começar editá-lo fornece uma visão geral e permite avaliar os pontos fortes e fracos. Assim foram pré-selecionados os takes de cada personagem e então foram separadas as melhores cenas de cada um, para enfim iniciar o trabalho no software. A edição do vídeo foi fundamentada em Dancyger (p.413, 2007) quando o autor afirma que  uma vez que o primeiro corte esteja satisfatório, a questão da clareza na narrativa está, até certo ponto satisfeita . Pensando nisso, foi feita a primeira montagem que serviu de esboço para a análise de possíveis alterações, falta de imagens e construção de tempo dentro da música. Nesse ponto, a edição do ritmo do videoclipe construiu-se de acordo com a base instrumental da canção. Toda a montagem das cenas foi criada guiando-se nas batidas e reviravoltas da música, método esse que teve como base Dancyger que afirma que o ritmo  é mais óbvio nas sequências de ação, mas todas as sequências são formatadas para um efeito dramático. A variação no ritmo guia os espectadores em suas respostas emocionais ao filme. O ritmo mais rápido sugere intensidade; o ritmo mais lento, o contrário. (pg. 414, 2007) Como a intolerância acontece muitas vezes no ambiente on-line e o objetivo da produção era tornar a sociedade mais tolerante por meio da mensagem do videoclipe, optou-se por incluir legenda ao vídeo, saída encontrada para tornar a linguagem acessível e inclusiva nos canais digitais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"> Star é um grito de libertação dos padrões impostos. Não é somente um videoclipe que pode emocionar, mas que também pode gerar reflexão ao espectador. Fazer uma produção sobre uma canção com a profundidade e significância de  Star e também conhecer o histórico de videoclipes da artista para seguir o estilo dela foi um grande desafio, assim como abordar a linguagem audiovisual do videoclipe de forma clara, objetiva e que, principalmente, transmitisse a mensagem que desejávamos. Contamos com um grande elenco e muito envolvimento da equipe. Ocorreram divergências de opiniões, dificuldades nas locações por serem públicas e imprevisíveis, mas também foi uma experiência de autoconhecimento, pois só teríamos um resultado realista para as filmagens conhecendo os nossos limites diante do assunto abordado e estudando como iríamos explorar e evidenciar nas nossas personagens o que elas conhecem e amam em si. Estando num ambiente universitário, cada vez mais percebemos o quanto uma discussão como essa sobre o amor a si e ao próximo é primordial, pois o preconceito está muito presente em todas as esferas da sociedade. Com este videoclipe acreditamos ter dado mais um passo rumo à desconstrução dos padrões impostos pela sociedade com a nossa narrativa, que tem como objetivo contribuir para o rompimento de paradigmas, transformando crenças, comportamentos e valores. O resultado final deste trabalho foi, sem dúvida alguma, muito satisfatório para todo o grupo. O videoclipe  Star nos fez explorar mais nossa criatividade, além de nos possibilitar a prática da criação de um material audiovisual aplicando de forma totalmente prática os conceitos abordados durante a disciplina.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BONI, Paulo Cesar. O discurso fotográfico: A intencionalidade de comunicação no fotojornalismo. São Paulo: USP, 2000. Tese (Doutorado)  Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.<br><br>BONI, Paulo César. Linguagem Fotográfica: objetividade e subjetividade na composição da mensagem fotográfica. Formas e Linguagens. Ed. Ijuí (RS). Ano 2, n.5, p.165-187, jan./jun. 2003. <br><br>WATTS, Harris. Direção de Câmera: Um manual de técnicas de vídeo e cinema. São Paulo: Summus, 1999.<br><br>LYRA, Bernadette; SANTANA, Gelson. Corpo & Mídia. São Paulo: Arte & Ciência, 2003.<br><br>Ministério dos Direitos Humanos  Disponível em: <http://www.mdh.gov.br/disque100/balanco-2017-1> Acesso em: 22/03/2018, 21:07h <br><br>Atlas da Violência 2017 Ipea e FBSP1, Daniel Cerqueira Renato Sergio de Lima Samira Bueno Luis Iván Valencia Olaya Hanashiro Pedro Henrique G. Machado Adriana dos Santos Lima, Rio de Janeiro, junho de 2017 Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/170609_atlas_da_violencia_2017.pdf <br><br>MACHADO, Arlindo. Regimes de Imersão e Modos de Agenciamento. 2002. Disponível em: <http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/9131a28436128d20687f11f8e2bf62e8.pdf>. Acesso em 22 mar. 2018. <br><br>Dossiê Intolerância 2017, Comunica que muda. Disponível em: <http://dossie.comunicaquemuda.com.br/intolerancia2017/2016-vs-2017/>. Acesso em 22 mar. 2018.<br><br>SOARES, Thiago. O videoclipe como articulador dos gêneros televisivo e musical. 2007. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2007/resumos/R0264-1.pdf>. Acesso em 22 mar. 2018<br><br>SOARES, Thiago. Videoclipe: o elogio da desarmonia. 2012. Disponível em: <http://www.insite.pro.br/elivre/clip_thiago_pc.pdf> Acesso em 23 mar. 2018.<br><br>JANOTTI JÚNIOR, Jeder; SOARES, Thiago. O videoclipe como extensão da canção: apontamentos para análise. Revista Galáxia, n. 15, p. 91-108, jun. 2008.<br><br>DANCYGER, Ken. Técnicas de edição para cinema e vídeo: História, teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier Editora LTDA, 2007.<br><br>Site Joss Stone  Disponível em: <http://www.jossstone.com> Acesso em 27 mar 2018.<br><br> </td></tr></table></body></html>