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INSCRIÇÃO: | 00322 |
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CATEGORIA: | PT |
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MODALIDADE: | PT13 |
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TÍTULO: | Zine - Cacau Impact |
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AUTORES: | SILVIO FAUSTO DE MATOS FILHO (Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz); William Keiji Okawa (Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz); Priscila Letícia Liber dos Santos (Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz); João Vitor Chiodi Vanzin075 (Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz); Julliane Brita dos Santos (Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz); Wanderson Santana Schumacher (Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz) |
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PALAVRAS-CHAVE: | Chocolate, Crianças, Escravo, Exploração, Infantil |
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RESUMO |
Cacau Impact é a tradução em sabor do trabalho infantil nas produções cacaueiras na Costa do Marfim. Seu amargor fino, que satisfaz paladares requintados, é obtido pelos 70% de cacau, extraídos com suor, pelas mãos frágeis de crianças entre dez e doze anos, que, manipulando facões, veem a pureza da infância se esvair através do trabalho escravo. Esta é a ideia do zine "Cacau Impact", impactar com classe o consumidor, que não vê o lado sujo do chocolate, escondendo na sua produção um sofrimento infinito. |
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INTRODUÇÃO |
Com a base histórica do fanzine, publicação alternativa, independente e feita por e para fãs de um determinado assunto (MAGALHÃES, 1993), na disciplina de Jornalismo Alternativo, foi mostrado que podemos ir além de somente produzir uma revista convencional, podemos transmitir sensações, momentos, experiências.. Como explica Larry-bob, editor do zine Holytitclamps: "Não há apóstrofe em zine. Zine não é abreviação para magazine. Uma revista é um produto, uma mercadoria comercial. Um zine é um trabalho de amor, produzido sem lucro. (…) Informação é a razão pela qual um zine existe; qualquer coisa além disso está de fora". Já Stephen Perkins, em alusão ao fanzine "The Comet", de 1930, destaca as questões sensoriais e de envolvimento presentes nos produtos. Fanzines são publicados por e para grupos de interesses específicos e fornecem uma ligação física entre essas comunidades e, igualmente importante, dentro dessas comunidades. A inclusão dos endereços dos correspondentes e colaboradores estabelece o fanzine como um "sistema aberto", onde a interação e o envolvimento do leitor são essenciais. Para Fred Wright, em História e Características dos Zines, a evolução de fanzine para zine fez com que as publicações perdessem o caráter de fã para uma espécie de produto híbrido. "Uma vez fora do domínio exclusivo da fantasia e da ficção científica, os fanzines foram imbuídos do espírito de outros empreendimentos editoriais independentes, como a imprensa underground dos anos 1960, revistas de mail art e as Associações de Editoras Amadoras (Amateur Press Associations, APAs – que também tiveram um papel significativo na comunidade de fantasia e ficção científica)" (WRIGHT, 2010). A partir disso, o grupo pensou no zine como possibilidade de discussão de uma temática desconhecida por boa parte da população: o trabalho infantil e a escravidão na colheita do cacau. Assim nasceu o zine Cacau Impact. |
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OBJETIVO |
Com base nos dados retirados da pesquisa do jornalista Miki Mistrati que foram trazidos por meio do documentário que se faz presente neste trabalho, o objetivo é mostrar que um produto simples, delicado, consumido em grande escala, cujo processo de produção, desde a fruta até as grandes indústrias, é ignorado pelos consumidores. "Vocês desfrutam de algo que foi feito com o meu sofrimento. Trabalhei duro para eles, sem nenhum benefício. Estão a comer a minha carne", contou uma criança recém liberada da escravidão, entrevistada para o documentário "Escravidão: uma investigação global". |
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JUSTIFICATIVA |
Com a base geral, que é a produção de um zine para causar experiências e sensações em quem o manipula, o trabalho justifica-se nessa "carência de realidade" existente nos consumidores de chocolate. Nisso conseguimos achar a lacuna para fixar nossas energias em uma produção nunca antes vivenciada pelos acadêmicos. Trazendo aos consumidores do chocolate, um novo olhar sobre ele. As gôndolas dos supermercados são bem montadas e bonitas, porém com a inicialização do produto na escravidão conota a relação do prazer com sofrimento. |
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MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS |
A principal técnica utilizada foi a pesquisa aprofundada no assunto em matérias disponibilizados na internet, bem como artigos da história dos fanzines e dos zine. Usamos também o artesanato como base para o desenvolvimento manual do produto, e técnicas de publicidade e propaganda para desenvolvimento do logotipo, rótulo e finalização do conjunto temático para apresentação do assunto. Os softwares utilizados para elaboração do zine foram o Microsoft Word, Microsoft Paint, Adobe Protoshop e Adobe InDesign. |
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DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO |
A ficticia marca "Cacau Impact", que já em sua nomenclatura remete a reações inesperadas envolvendo o chocolate, não só do Brasil, mas no mundo. A produção para a disciplina constituiu na execução de uma embalagem totalmente temática, com tons negros, flores que remetem à delicadeza do chocolate e um rótulo diferente, trazendo imagens fotográficas do documentário citado no próximo parágrafo, que retrata o trabalho escravo infantil, além de frases ditas durante o longa-metragem, para deixar a par o consumidor do zine. Com base no jornalista dinamarquês Miki Mistrati, que investigou a fundo questões envolvendo o cacau e produziu o documentário "O lado negro do chocolate", abordando o trabalho infantil em larga escala na produção cacaueira africana, construímos a estrutura de "Cacau Impact". Mistrati foi ao continente africano, mais precisamente em Mali, cidade da Costa do Marfin, localizada na parte ocidental, lá viu os esquemas que eram montados para o tráfico de menores para a atividade agrícola e levou ao mundo as informações que descobriu. O produto consiste em uma caixa de chocolates finos, branca, além das flores negras estampadas já citadas, a caixa está envolvida em uma faixa preta, como um presente. Com laço e logo abaixo do laço na fita, está afixado o logotipo de "Cacau Impact", com informações de peso e tipo do chocolate, que no caso é "ao leite". Aí está a surpresa: o chocolate que se encontra no interior da embalagem, envolvido em papel alumínio, é amargo, 70% cacau, para causar a sensação esperada, de amargor na boca do consumidor para representar a dor das crianças escravizadas, trazendo emoção e comoção. Na parte de trás da embalagem, está fixado um rótulo semelhante ao encontrados nos supermercados, porém, lá são mostrados os relatos das crianças escravizadas, tabela nutricional temática com dados numéricos da exploração cacaueira, informações de localização do principal país fornecedor da fruta e imagens dos menores trabalhando. "Sempre que carregávamos sacos [de grãos de cacau] e caíamos durante o transporte ninguém nos ajudava. Em vez disso nos batiam, e batiam até que nos levantássemos de novo", relatou um menor. |
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CONSIDERAÇÕES |
Esse trabalho contribuiu de uma forma inesperada com os componetes do grupo, de grande relevância a nossas vidas. Foram lições tomadas a cada dia de desenvolvimento, foram lágrimas escorrendo pelos rostos, sentimento de culpa, que tentamos transmitir através do produto, pois consumimos tanto o chocolate e de forma indireta acabamos contribuindo para a ploriferação do trabalho escravo infantil na produção agrícola diariamente.
Além disso, a produção de um produto jornalístico totalmente novo aos acadêmicos foi ao encontro em todos os fatores, trazer sensações e emoções é complicado, porém, não impossível, isso que tentamos expor na produção do zine. Por mais que sua história seja da primeira metade do século XX, continua a trazer esse ar de moderno e introdutório a temas escondidos ou não conhecidos. Segundo o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística) 75% dos brasileiros consomem o chocolate e boa parte não nem sabe da escravidão e do trabalho infantil na raiz da produção.㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀搀㘀㈀愀 㠀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀䔀猀挀爀愀瘀椀搀漀㨀 甀洀愀 椀渀瘀攀猀琀椀最愀漀 最氀漀戀愀氀Ⰰ ⠀匀氀愀瘀攀爀礀㨀 䄀 䜀氀漀戀愀氀 䤀渀瘀攀猀琀椀最愀琀椀漀渀⤀⸀ 䐀椀爀攀漀㨀 䈀爀椀愀渀 圀漀漀搀猀Ⰰ 䬀愀琀攀 䈀氀攀眀攀琀琀⸀ 吀爀甀攀 嘀椀猀椀漀渀Ⰰ 䤀渀最氀愀琀攀爀爀愀㨀 ㈀ Ⰰ 䐀嘀䐀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀伀 䰀愀搀漀 一攀最爀漀 搀漀 䌀栀漀挀漀氀愀琀攀Ⰰ ⠀吀栀攀 䐀愀爀欀 匀椀搀攀 漀昀 䌀栀漀挀漀氀愀琀攀⤀⸀ 䐀椀爀攀漀㨀 䠀愀氀氀攀 䘀愀戀攀爀Ⰰ 唀⸀ 刀漀戀攀爀琀漀 刀漀洀愀渀漀⸀ 䐀椀渀愀洀愀爀挀愀㨀 ㈀ Ⰰ 䐀嘀䐀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀伀刀吀䄀䰀 嘀䔀刀䴀䔀䰀䠀伀⸀ 䄀猀 猀攀琀攀 洀愀爀挀愀猀 搀攀 挀栀漀挀漀氀愀琀攀 焀甀攀 甀猀愀洀 琀爀愀戀愀氀栀漀 攀猀挀爀愀瘀漀 椀渀昀愀渀琀椀氀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀瘀攀爀洀攀氀栀漀⸀漀爀最⸀戀爀⼀渀漀琀椀挀椀愀⼀㈀㜀㘀 㤀ⴀ 㸀 愀挀攀猀猀漀 攀洀 ㈀⼀ 㔀⼀㈀ 㜀⸀
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