INSCRIÇÃO: 00641
 
CATEGORIA: RT
 
MODALIDADE: RT02
 
TÍTULO: Andanças
 
AUTORES: Luiz Renato Farah Mourão (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Suyanne tolentino de souza (Pontifícia Universidade Católica do Paraná)
 
PALAVRAS-CHAVE: Andanças, Jornalismo, Televisão, Audiovisual, Viagem
 
RESUMO
O Programa Andanças é um produto audiovisual que visa demonstrar diferentes perspectivas, por meio da narrativa jornalística, inseridas no meio do turismo. Sua idealização pretende tornar o ambiente turístico mais democrático e acessível, explorando e disseminando formas de, com baixo orçamento e muito planejamento, transparecer todo o entusiasmo que envolve a realização de uma viagem, bem como incentivar aqueles que, pelo desconhecimento, sentem-se inseguros de praticar turismo como forma de lazer regular ou esporádica.
 
INTRODUÇÃO
O ambiente que possibilitou à produções independentes, segundo Newton Guimarães Cannito, inserir-se em "um mercado que cresceu nos últimos dez anos" (2009), faz parte da era da convergência midiática, descrita por Henry Jenkins em "Cultura da Convergência" (2006). O Programa Andanças busca encaixar-se neste cenário, baseando-se em um roteiro resiliente e adaptável ao ambiente multimídia que oferece diversas possibilidades de propagação. Escrito, inicialmente, visando a reprodução em canais por assinatura, devido a uma aposta em valores estéticos de fotografia, acabou por provar-se suficientemente dinâmico para a disseminação, também, na internet. Com a pretensão central de atingir o público jovem, mais adequado à linguagem e ao caráter despojado, aventureiro e acessível, pode ser desmembrado de acordo com seus quatro quadros, de forma que se adeque ao ambiente ágil dos canais de transmissão online. O programa de estréia, gravado em Curitiba, é o primeiro passo de uma produção que pretende ser itinerante. Os quatro quadros, "Escapada", "International Larica", "Gastando a Sola" e "Vai na Frente" têm diferentes enfoques, exploram diversas áreas pertinentes ao turismo e possibilitam ao espectador esmiuçar características e qualidades peculiares de cada uma das cidades escolhidas. Individualmente, os quadros tratam de temas como gastronomia, história, geografia, esportes, cultura, comércio e diversidade. Unificados, permitem a construção de uma imagem fidedigna do local.
 
OBJETIVO
A fim de popularizar as benesses culturais provenientes do hábito de viajar, o programa foca em propagar maneiras econômicas e instigantes de desbravar os locais selecionados e, por isso, pode atingir uma camada ampla e diversificada da população Busca-se, de forma dinâmica e interativa, a proposição de práticas econômicas e ao mesmo tempo divertidas, para que o espectador interaja com a região que visita, enquanto absorve informações de cunho cultural sobre diversos assuntos. Atualmente há no país mais de 90 albergues, que de acordo como Neide Silva e Deborah Marinho, seguem as filosofias das organizações Hostelling International e Albergues de Juventude. Além de estabelecerem-se próximos a atrativos turísticos e em locais de fácil acesso, as hospedarias vinculadas às duas entidades devem praticar "espírito de solidariedade, ausência de preconceitos, participação, integração de pessoas e culturas" (SILVA E MARINHO, 2013). Busca-se portanto, incentivar a inserção das pessoas que acompanham uma tendência mundial, descrita por Ramos e Costa, como um movimento iniciado nos anos 90, que passa a caracterizar viagem como "um 'bem' adquirido, presente no cotidiano e na vida das pessoas" (2017). Com a revolução tecnológica, o acesso a este bem abrange cada vez mais camadas sociais. Por isso, é cabível ao profissional de audiovisual, encontrar formas de facilitar e esclarecer, por este meio, a experiência turística.
 
JUSTIFICATIVA
Levando em conta o contexto sociocultural da população brasileira, em que a média do rendimento domiciliar é de R$1121,63, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua, 2018). A quantia expressa-se demasiadamente baixa para que o cidadão de classe média invista o razoável em imersões culturais que fogem aos padrões básicos de consumo, o objetivo do Programa Andanças é democratizar, em diferentes níveis e esferas, a atividade turística de seu público, oferecendo informação jornalística de qualidade em um meio escasso de conteúdos do tipo, já que a grande maioria das produções focadas em viagem, visam o entretenimento. Considerando que os meios de difusão tecnológicos estão em constante evolução e "o avanço tecnológico do digital vai no sentido de democratizar o acesso" (CANNITO, 2009), é de responsabilidade das produtoras gerar conteúdo atrativo e estimulante para este público, visto que viajar é uma forma rica de se obter conhecimento e humanidade, pois: por se situarem entre as poucas formas de lazer que são feitas fora do bairro, do "pedaço" ou da cidade de moradia, são aspectos privilegiados para compreender como suas atividades de lazer se relacionam com seu comportamento e sua visão de mundo. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2015) Sendo assim, a produção de um programa nesses moldes, justifica-se pela necessidade de uma maior inclusão social em um tema tratado, na maioria das vezes, de uma forma elitizada. Procura-se preencher uma lacuna que expressa toda a carga segrregadora da indústria cultural, que acaba por encorajar, repetitivamente, classes sociais dominantes, sem efetividade no empoderamento daqueles que galgam um ascensão intelectual e não recebem devida atenção. As mudanças na forma de se consumir conteúdo, inseridas em um contexto definido por João Carlos Correia como "cultura ubíqua" possibilitam a entrada das diferentes maneiras de recepção de conteúdo audiovisual e mudanças na rotina de vida do brasileiro já que " se colocam as máquinas e objetos computacionais imersos no cotidiano de forma onipresente" (CORREIA, 2015). Mesmo neste contexto, a televisão é ainda amplamente difundida em meio a grande massa. Segundo dados divulgados em 2016, pela Pesquisa Brasileira de Mídia - Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira, 95% dos brasileiros assistiam televisão regularmente, sendo que cerca de ¾ viam todos os dias.
 
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
O programa conta com dois repórteres responsáveis por apresentar três dos quatro quadros que dividem-se entre dois blocos mais extenso e um enxuto, no final. Para tornar a apresentação mais dinâmica, decidiu-se pela divisão das atrações em três blocos, de modo que o quadro de maior duração, o "Escapada" (com cerca de 13 minutos) fosse dividido entre os dois primeiros. O conceito do programa depende de uma narrativa que agregue conteúdo informativo e visual de qualidade. O acesso a equipamentos de qualidade é imprescindível para atingir tais resultados e estão ao alcance da produção devido a democratização desses meios, pois: As facilidades do sistema digital possibilitaram o acesso à produção e a disponibilização das produções nas redes digitais. Produções que revelam novos olhares, estéticas e narrativas que foram facilitadas pela redução de custos na produção e finalização (TONETTO, 2015) Uma câmera GoPro e duas câmeras de maior complexidade, uma Sony Nx100 Full Hd e um Canon 60D deram versatilidade às captações, já que englobam dinamismo, alta definição e, com a última, múltiplas opções de narrativas em diferentes planos e focos, aspecto importante ao resultado final do programa já que "cada plano agrega um caráter diferenciado à narrativa, devendo ser, portanto, escolhido de acordo com o tipo de conteúdo audiovisual que se pretende elaborar" (TEIXEIRA, 2015) Escapada Este quadro, que pode ser considerado o "carro-chefe" do programa, traz o apelo necessário para prender a atenção de dois tipos diferentes de público. O Andanças, por ser itinerante, foca principalmente em desvendar diferentes cidades a seus potenciais visitantes, o que poderia desestimular o interesse dos moradores das cidades escolhidas, já que, de forma geral, não levanta grandes novidades àqueles já acostumados ao cotidiano local. Todavia, o "Escapada", que convida moradores locais para visitar pontos de interesse próximos ao município selecionado, se responsabiliza por elevar a oferta também aos residentes e, desta forma, contribuir com o caráter agregador da televisão que "facilita informação aos espectadores, possibilita partilhar programas, sendo inesgotável o tema de conversação para os cidadãos" (VILLAFAÑE & MINGUEZ, 2002, apud SÁ, 2015, p. 158). O "Escapada" é um quadro interativo, que leva espectadores das cidades escolhidas para visitar alguma região próxima, desconhecida por ele. Essa é uma estratégia que acompanha a dinâmica das novas produções audiovisuais em que "O espectador/utilizador passou a ser um produtor e uma fonte de conteúdos" (SÁ, 2015) No programa piloto o convidado, Rafael de Castro, encarrega-se por pesquisar informações sobre o local escolhido (Canyon do Guartelá), e assim, demonstrar o valor do planejamento. Além disso, sob orientação da produção, ele também se encarrega da realização de algumas filmagens, com uma câmera GoPro e acaba por representar o novo tipo de espectador que: além de receber as mensagens audiovisuais que o aproximam de acontecimentos distantes, intui e aproveita a possibilidade de ele próprio poder mostrar a pessoas distantes aquilo que lhe é próximo através dos meios de recolha e tratamento de imagem e som que, cada vez mais, tem ao seu dispor (SÁ, 2015). Para compor uma narrativa completa e aproveitar os elementos disponíveis nas paisagens percorridas, a direção optou por planos gerais que sugerem "uma visão global de conjunto" (TEIXEIRA, 2015). Gastando a Sola Também no primeiro bloco, o "Gastando a Sola" propõe uma caminhada em uma rua de grande movimento da cidade. A ideia do quadro é incentivar uma prática extremamente saudável, efetiva e econômica na busca de conhecer-se melhor as cidades. Além disso, é um quadro que identifica-se diretamente com o nome do programa, por basear-se em andanças, para explorar, de diversas formas, o que a região tem de melhor. Com uma câmera GoPro, o repórter caminha e faz filmagens no estilo selfie, junto a um cinegrafista que capta outros ângulos. Eles visitam lojas inusitadas, praças conhecidas e cafés, para demonstrar ao espectador o que repetidas experiências em viagens turísticas revelam. O centro de cidades de médio ou grande porte guarda segredos que possivelmente não contam nos pacotes turísticos e nos sites especializados. Como afirma Gradim (2015), a hegemonia da televisão no espaço público é responsável por estimular a "cultura da imagem", onde "o entretenimento toma a dianteira em todos os espaços, incluindo os informativos e noticiosos" (GRADIM, 2015). Por isso, para uma imersão real na cultura local, é imprescindível que caminhe-se em meio à população local de forma a "potenciar o contato direto entre os cidadãos e os jornalistas e oferecer conteúdos que sejam relevantes para a audiência" (MASIP E SUAU, 2015). International Larica O segundo bloco começa com a apresentação do quadro "International Larica", que envolve a participação de um convidado estrangeiro, um restaurante tradicional da cidade e um aprofundamento da cultura gastronômica local. A estratégia utilizada para gerar engajamento do público é a miscigenação de culturas proporcionada por esta aproximação inusitada entre algo tão particular de cada cidade, como um restaurante tradicional e popular em um local de grande fluxo e um estrangeiro, que a partir desta experiência, terá contato com uma manifestação cultural indiferente a tentativa de agradar turistas. Que tem como foco cativar, com preços econômicos e sabor local, o trabalhador e morador da região. Para transmitir a dinâmica do dia a dia do restaurante, as captações foram realizadas em horário de pico. Devido a agitação e o grande fluxo de pessoas que poderiam distrair o espectador, foram escolhidos planos fechados e médios. O primeiro, como sintetizado em A Televisão Ubíqua, "dão a conhecer detalhes e colocam o espectador em contato com o interlocutor/ator" (2012, apud Teixeira, 2015, p. 259). enquanto o segundo, de acordo com Juliana Fernandes Teixeira, "mostram o testemunho do que ocorreu, enquanto a expressão oral se refere aos elementos substanciais dos fatos" (2015). Vai na Frente O último quadro do programa, tem pouco menos de dois minutos e foca na interatividade. No "Vai na Frente" os espectadores contactam o Instagram do "Andanças" (atualmente fora do ar), buscando dicas sobre a próxima viagem que planejam realizar. No programa piloto, Ricardo, que viajaria ao Parque Estadual do Jalapão recebe dicas de Pedro, que realizou a viagem há alguns meses, sem a interferência de um repórter. O formato busca, por meio da interatividade, elevar a credibilidade, pois: Existem fortes sinais da criação de vasos comunicantes entre a fiabilidade e a confiança que as pessoas ainda depositam nos meios tradicionais, e a forma como os novos estão a conquistar a sociedade, abrindo novos espaços de interatividade e diálogo, tornando mais eficaz o processo de participação de cada um de nós na esfera pública através do jornalismo. (COELHO, 2015) O quadro é composto, inteiramente, por filmagens feitas por celular no estilo "selfie", acompanhando o hibridismo visual proposto por Sónia Sá, em que "o espectador, outrora presumivelmente alienado e dominado pela mensagem televisiva, é hoje provavelmente aliado e parceiro construtor da mesma" (2015).
 
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
Andanças foi desenvolvido por estudantes do quinto período de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), para a disciplina de Mídias Audiovisuais, com orientação da professora Suyanne Tolentino de Souza. O programa contém de 31 minutos a serem divididos em três blocos para a reprodução de intervalos comerciais. Após vinheta de abertura, as chamadas são narradas por Luca Matheus Goes, com imagens convidativas dos quadros, embaladas ao som de Novos Baianos. O programa piloto contém, entre outros, o quadro "Escapada", apresentado por Luiz Renato Mourão. Que visita o Canyon do Guartelá, situado no planalto dos Campos Gerais, entre os municípios de Castro e Tibagi, no Paraná. Considerado um dos maiores cânions do mundo em extensão, o 6° mais longo do mundo e o mais longo do Brasil. A equipe de reportagem, formada por um produtor, um operador de câmera e um repórter, conta com a participação de um convidado, que junto ao apresentador interage com alguns moradores locais, profissionais que atuam no turismo local e visitante. O roteiro de estadia, trilhas e passeios apresenta valores acessíveis, para que o telespectador possa mensurar os gastos da viagem e planejar suas próprias viagens como é "provocado" pelo programa. O quadro se desdobra nos dois primeiros blocos, intercalado com outros quadros. O programa segue com o quadro "Gastando a sola", apresentado por Luca Matheus Goes. Que desbrava a região central de Curitiba, conhecendo a cultura e o comércio local da Rua Barão do Serro Azul. A equipe visita a Praça XIX de Dezembro, conhecida como "Praça do Homem Nu", que abriga monumentos históricos e estátuas criadas por Herbo Stenzel e Humberto Cozzo. Em seguida o repórter busca uma opção gastronômica da rua, e para no Café Catedral, onde degusta uma variedade de cafés e lanches, junto com o câmera (Luiz Mourão). Na transição, o apresentador Luiz Renato Mourão convida o espectador para o próximo bloco. No segundo bloco com o quadro Internacional Larica, a equipe conhece o tradicional restaurante italiano, da Rua São Francisco (Curitiba), Nonna Giovanna. O quadro recebe uma convidada boliviana (Natália), que avalia a experiência da baixa gastronomia curitibana. Em uma entrevista descontraída e de dar água na boca o quadro deixa sua marca. Ao final do segundo bloco é exibida a segunda parte do quadro Escapada. Com a ajuda de um guia local, o Andanças visita paisagens exuberantes do Canyon do Guartelá. A equipe conhece o local e dá várias dicas sobre os passeios oferecidos. No terceiro bloco, o último quadro que do programa oferece uma perspectiva interativa, na qual alguém que planeja viajar para algum lugar pede dicas para quem já visitou o local. O bloco em questão chama-se Vai na Frente. Neste quadro, Ricardo Petrini que se prepara para uma viagem ao Jalapão, no Tocantins, pede sugestões à quem já foi na frente. E outra pessoa, neste caso, Pedro Pannuti, sugere a Ricardo que visite pontos como os fervedouros naturais e as dunas do Jalapão. Assim o programa se encerra, com imagens dos pontos visitados e a entrada dos créditos.
 
CONSIDERAÇÕES
O Andanças é um projeto que materializa toda a ideia de liberdade inerente ao universo das viagens. É um programa informativo e tem como objetivo frente a sociedade, disseminar cultura e empoderamento em uma área particularmente elitista. Atualmente o universo midiático é responsável por gerar desejos e ambições. O ambiente online é bombardeado pelo consumo de bens e, cada vez mais, o consumo de viagens. Na televisão, os programas focados no turismo têm, costumeiramente, uma abordagem focada nas viagens de alto padrão, que dá continuidade a uma dinâmica não libertadora, que não tem a menor intenção de estimular o acesso e a popularização desta forma de lazer que já se tornou uma cultura entre as classes mais abastada. Quer-se portanto munir o espectador de conhecimentos e informações que o permitam sonhar, com a possibilidade real, de desbravar o mundo, reduzindo seus medos e inseguranças, transmitindo informações precisas e conteúdo, jornalístico e audiovisual, de qualidade.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS
IBGE. Ibge divulga o rendimento domiciliar per capita 2017. Disponível em: . Acesso em: 11 abr. 2018.

STARKS, Michael (2013) The Digital Television Revolution Origins to Outcomes, Palgrave Macmillan.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䌀䠀圀䄀䄀䈀Ⰰ 䠀⸀ ⠀㈀ ㄀㌀⤀⸀ ᠀唠渀爀攀愀搀椀渀最ᤀ†挀漀渀琀攀洀瀀漀爀愀爀礀 琀攀氀攀瘀椀猀椀漀渀⸀ 䤀渀 䴀⸀ 搀攀 嘀愀氀挀欀 攀 䨀⸀ 吀攀甀爀氀椀渀最猀 ⠀䔀搀猀⸀⤀Ⰰ 䄀昀琀攀爀 琀栀攀 戀爀攀愀欀㨀 吀攀氀攀瘀椀猀椀漀渀 琀栀攀漀爀礀 琀漀搀愀礀 ⠀瀀瀀⸀ ㈀㄀ⴀ㌀㌀⤀⸀ 䄀洀猀琀攀爀搀愀洀㨀 䄀洀猀琀攀爀搀愀洀 唀渀椀瘀攀爀猀椀琀礀 倀爀攀猀猀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䤀一䤀匀吀준刀䤀伀 䐀伀 吀唀刀䤀匀䴀伀⸀ 䌀氀愀猀猀攀猀 挀 攀 搀Ⰰ 甀洀 渀漀瘀漀 洀攀爀挀愀搀漀 瀀愀爀愀 漀 琀甀爀椀猀洀漀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀漀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀琀甀爀椀猀洀漀⸀最漀瘀⸀戀爀⼀猀椀琀攀猀⼀搀攀昀愀甀氀琀⼀琀甀爀椀猀洀漀⼀漀开洀椀渀椀猀琀攀爀椀漀⼀瀀甀戀氀椀挀愀挀漀攀猀⼀搀漀眀渀氀漀愀搀猀开瀀甀戀氀椀挀愀挀漀攀猀⼀挀氀愀猀猀攀猀开挀开搀开渀漀瘀漀开洀攀爀挀愀搀漀⸀瀀搀昀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀  愀戀爀⸀ ㈀ ㄀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀䄀䰀匀⸀ 䄀氀戀攀爀最甀攀 搀愀 樀甀瘀攀渀琀甀搀攀㨀 甀洀 洀攀椀漀 搀攀 栀漀猀瀀攀搀愀最攀洀 瘀椀瘀攀氀㼀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀昀愀氀猀⸀挀漀洀⸀戀爀⼀爀攀瘀攀氀愀⼀爀攀瘀攀氀愀─㈀ 砀瘀椀椀⼀愀爀琀椀最漀─㈀ ㈀开砀瘀椀⸀瀀搀昀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀㄀ 愀戀爀⸀ ㈀ ㄀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀唀一䤀䘀䄀倀⸀ 吀甀爀椀猀洀漀㨀 琀攀渀搀渀挀椀愀猀 搀攀 攀瘀漀氀甀漀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀猀㨀⼀⼀瀀攀爀椀漀搀椀挀漀猀⸀甀渀椀昀愀瀀⸀戀爀⼀椀渀搀攀砀⸀瀀栀瀀⼀瀀爀愀挀猀⼀愀爀琀椀挀氀攀⼀瘀椀攀眀⼀㈀㠀㐀㌀⼀搀椀渀愀瘀㄀ 渀㄀⸀瀀搀昀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀㈀ 愀戀爀⸀ ㈀ ㄀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀䔀匀儀唀䤀匀䄀 䐀䔀 䴀촀䐀䤀䄀⸀ 倀攀猀焀甀椀猀愀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀愀 搀攀 洀搀椀愀 ㈀ ㄀㘀⸀ 栀戀椀琀漀猀 搀攀 挀漀渀猀甀洀漀 搀攀 洀搀椀愀 瀀攀氀愀 瀀漀瀀甀氀愀漀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀愀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀瀀攀猀焀甀椀猀愀搀攀洀椀搀椀愀⸀最漀瘀⸀戀爀⼀⌀⼀琀攀氀攀瘀椀猀─挀㌀─愀㌀漀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㄀㈀ 愀戀爀⸀ ㈀ ㄀㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䨀䔀一䬀䤀一匀Ⰰ 䠀攀渀爀礀⸀ 䌀甀氀琀甀爀愀 搀愀 挀漀渀瘀攀爀最渀挀椀愀⸀ ㈀ 攀搀⸀ 䈀爀愀猀椀氀㨀 䄀氀攀瀀栀Ⰰ ㈀  㤀⸀ ㌀㠀㐀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䔀刀刀䄀Ⰰ 倀愀甀氀漀㬀 匀섀Ⰰ 匀渀椀愀㬀 䘀䤀䰀䠀伀Ⰰ 圀愀猀栀椀渀最琀漀渀 匀漀甀稀愀⸀ 䄀 琀攀氀攀瘀椀猀漀 甀戀焀甀愀⸀ ㄀ 攀搀⸀ 䈀爀愀猀椀氀㨀 䰀椀瘀爀漀猀 䰀愀戀䌀漀洀Ⰰ ㈀ ㄀㔀⸀ ㌀ 㔀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䌀䄀一一䤀吀伀Ⰰ 一攀眀琀漀渀 䜀甀椀洀愀爀攀猀⸀ 䄀 吀嘀 ㄀⸀㔀 ⴀ 䄀 琀攀氀攀瘀椀猀漀 渀愀 攀爀愀 搀椀最椀琀愀氀⸀ ㈀  㤀⸀ 吀攀猀攀 ⠀䐀漀甀琀漀爀愀搀漀 攀洀 䔀猀琀甀搀漀 搀漀猀 䴀攀椀漀猀 攀 搀愀 倀爀漀搀甀漀 䴀攀搀椀琀椀挀愀⤀ ⴀ 䔀猀挀漀氀愀 搀攀 䌀漀洀甀渀椀挀愀攀猀 攀 䄀爀琀攀猀Ⰰ 唀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀 搀攀 匀漀 倀愀甀氀漀Ⰰ 匀漀 倀愀甀氀漀Ⰰ ㈀  㤀⸀ 搀漀椀㨀㄀ ⸀㄀㄀㘀 㘀⼀吀⸀㈀㜀⸀㈀  㤀⸀琀搀攀ⴀ㈀㄀㄀ ㈀ ㄀ ⴀ㄀ ㌀㈀㌀㜀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㈀ ㄀㠀ⴀ 㐀ⴀ㄀ ⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀