Estudos da área de Ciências Humanas apontam a necessidade de se articular categorias de gênero com classe, raça/etnia, entre outros (MELLO; NUERNBERG, 2012), a fim de abordar a especificidade de cada um. A intersecção entre gênero e deficiência, apesar dos esforços de pesquisadores em estudá-la, ainda é pouco abordada na mídia e muitas vezes esquecida em movimentos sociais importantes.一漀 䈀爀愀猀椀氀Ⰰ 搀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 漀 䌀攀渀猀漀 ㈀ 搀漀 䤀渀猀琀椀琀甀琀漀 䈀爀愀猀椀氀攀椀爀漀 搀攀 䜀攀漀最爀愀昀椀愀 攀 䔀猀琀愀琀猀琀椀挀愀 ⠀䤀䈀䜀䔀⤀Ⰰ 攀砀椀猀琀攀洀 㐀㔀Ⰰ㘀 洀椀氀栀攀猀 搀攀 瀀攀猀猀漀愀猀 焀甀攀 愀氀攀最愀爀愀洀 愀氀最甀洀愀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀Ⰰ 猀攀渀搀漀 焀甀攀 ㈀㔀 洀椀氀栀攀猀 猀漀 洀甀氀栀攀爀攀猀Ⰰ 瀀漀爀琀愀渀琀漀Ⰰ 洀愀椀猀 搀愀 洀攀琀愀搀攀⸀ 䄀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀Ⰰ 搀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 攀猀琀甀搀漀猀 椀渀琀攀爀猀攀挀挀椀漀渀愀椀猀Ⰰ 猀漀昀爀攀洀 挀漀洀 甀洀愀 搀甀瀀氀愀 瘀甀氀渀攀爀愀戀椀氀椀搀愀搀攀㨀
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Em dezembro de 2016, durante uma audiência pública com a participação das comissões de Defesa dos Direitos da Mulher e de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, foram apresentados dados obtidos sobre o assunto pelas duas entidades: 68% das denúncias de violência às pessoas com deficiência se referem às mulheres, e tratando-se de violência sexual, esse número chega a 82%. 䐀攀猀猀愀 昀漀爀洀愀Ⰰ 琀漀爀渀愀ⴀ猀攀 渀攀挀攀猀猀爀椀漀 搀攀戀愀琀攀爀 愀 攀猀瀀攀挀椀昀椀挀椀搀愀搀攀 搀愀 椀渀琀攀爀猀攀挀漀 攀渀琀爀攀 最渀攀爀漀 攀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀Ⰰ 挀漀洀 甀洀 漀氀栀愀爀 瘀漀氀琀愀搀漀 瀀愀爀愀 愀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 挀漀渀琀爀愀 攀猀猀愀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀搀㘀㈀愀 㠀∀㸀㰀戀㸀伀䈀䨀䔀吀䤀嘀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀䐀甀爀愀渀琀攀 愀 挀爀椀愀漀 搀愀 瀀愀甀琀愀 ᰀ洠甀氀栀攀爀攀猀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀 攀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 搀攀 最渀攀爀漀ᴀⰠ 搀椀瘀攀爀猀漀猀 挀漀氀攀最愀猀 焀甀攀猀琀椀漀渀愀爀愀洀 猀攀 攀猀猀愀 瀀爀漀戀氀攀洀愀琀椀稀愀漀 攀砀椀猀琀椀愀⸀ 䄀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀 搀攀戀愀琀攀猀 挀漀洀 瀀爀漀昀攀猀猀漀爀攀猀 攀 挀漀氀攀最愀猀Ⰰ 昀漀椀 瀀漀猀猀瘀攀氀 瀀攀爀挀攀戀攀爀 甀洀 搀攀猀挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀 愀挀攀爀挀愀 搀漀 琀攀洀愀⸀ 䄀 昀愀氀琀愀 搀攀 攀猀瀀愀漀 搀愀搀愀 瀀攀氀愀 洀搀椀愀 瀀愀爀愀 漀 愀猀猀甀渀琀漀 琀愀洀戀洀 昀漀椀 愀氀最漀 氀攀瘀愀渀琀愀搀漀 渀愀猀 瀀攀猀焀甀椀猀愀猀 椀渀椀挀椀愀椀猀⸀
Trazer à tona tal temática foi, então, avaliada como forma de contribuir para a visibilidade da luta das mulheres com deficiência por direitos iguais e uma vida mais digna. Como dito no livro “Deu no Jornal”, quando uma notícia é veiculada, “isso basta para mudar a feição de um acontecimento” (CALDAS, 2008), sendo a pauta um registro do cotidiano. Portanto, transformar essa luta em um livro é uma maneira de torná-la visível e registrar as sensações e histórias dessas mulheres.䄀 昀椀洀 搀攀 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀攀爀 甀洀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 攀昀椀挀椀攀渀琀攀Ⰰ 漀 氀椀瘀爀漀爀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 琀愀洀戀洀 琀爀漀甀砀攀 搀愀搀漀猀 愀挀攀爀挀愀 搀愀 瘀椀漀氀渀挀椀愀Ⰰ 戀攀洀 挀漀洀漀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀 猀漀戀爀攀 挀漀洀漀 搀攀渀甀渀挀椀愀爀 愀最爀攀猀猀漀爀攀猀Ⰰ 漀渀搀攀 戀甀猀挀愀爀 愀樀甀搀愀 攀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀猀 搀攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀搀漀爀攀猀 搀愀 爀攀愀 焀甀攀 挀漀渀琀攀砀琀甀愀氀椀稀愀洀 漀 栀椀猀琀爀椀挀漀 搀攀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 攀 愀 搀甀瀀氀愀 瘀甀氀渀攀爀愀戀椀氀椀搀愀搀攀 焀甀攀 攀猀猀愀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀 猀漀昀爀攀洀Ⰰ 挀漀洀漀 䴀攀氀氀漀 攀 一甀攀爀渀戀攀爀最 愀戀漀爀搀愀洀㨀
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A dificuldade de se abordar a intersecção entre gênero e deficiência na mídia parte, inicialmente, da perspectiva de tratar de pessoas com deficiência no jornalismo. É comum, ao escutarmos ou lermos algum material sobre o tema, nos depararmos com a narrativa tradicional de superação das pessoas com deficiência, transformando suas imagens em heróis inquestionáveis (FALCO et. al., 2003). 一愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 ᰀ䴠搀椀愀 攀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀ᴀⰠ 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀椀搀愀 攀洀 ㈀ ㌀ 瀀攀氀愀 䘀甀渀搀愀漀 䈀愀渀挀漀 搀漀 䈀爀愀猀椀氀Ⰰ 甀洀 搀漀猀 瀀爀漀戀氀攀洀愀猀 愀瀀漀渀琀愀搀漀猀 昀漀椀 愀 昀愀氀琀愀 搀攀 搀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀 搀攀 昀漀渀琀攀猀 攀洀 渀漀琀挀椀愀猀 焀甀攀 愀戀漀爀搀愀瘀愀洀 漀 琀攀洀愀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀㨀 洀愀椀猀 搀攀 㘀 ─ 搀愀猀 洀愀琀爀椀愀猀 挀漀猀琀甀洀愀洀 猀攀 爀攀猀琀爀椀渀最椀爀 愀 愀瀀攀渀愀猀 甀洀愀 昀漀渀琀攀Ⰰ 漀 焀甀攀 椀渀搀椀挀愀 甀洀愀 爀攀猀琀爀椀漀 搀攀 搀椀猀挀甀爀猀漀猀⸀
Por entender que o jornalismo possui uma função social e que as notícias são responsáveis por construir novas realidades e novas ressignificações (PENA, 2015), torna-se importante escutar as pessoas com deficiência a fim de que estas consigam buscar os seus direitos e exercer a sua cidadania. Para Gentilli (1995), “o acesso à informação jornalística, por parte do cidadão, pode potencialmente vir a consistir num direito que assegura outros direitos e confere condições de igualização de sujeitos”. 䄀 挀爀椀愀漀 搀漀 挀漀爀瀀漀 搀攀昀椀挀椀攀渀琀攀 挀漀洀漀 甀洀愀 愀渀漀洀愀氀椀愀 猀甀爀最椀甀 渀漀 匀挀甀氀漀 堀嘀䤀䤀䤀Ⰰ 攀 搀攀猀搀攀 攀渀琀漀 攀猀猀愀 椀搀攀椀愀 搀椀昀甀渀搀椀搀愀 攀 攀渀挀漀渀琀爀愀 昀漀爀琀攀猀 戀愀爀爀攀椀爀愀猀 瀀愀爀愀 猀攀爀 搀攀猀琀爀甀搀愀⸀ 䠀漀樀攀Ⰰ 猀攀爀 搀攀昀椀挀椀攀渀琀攀 攀砀瀀攀爀椀洀攀渀琀愀爀 甀洀 挀漀爀瀀漀 昀漀爀愀 搀愀 渀漀爀洀愀 ⠀䐀䤀一䤀娀Ⰰ ㈀ 㜀⤀⸀ 伀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 挀漀爀爀漀戀漀爀愀 挀漀洀 攀猀猀愀 挀漀渀猀琀爀甀漀 焀甀愀渀搀漀 爀攀瀀爀漀搀甀稀 愀 ᰀ琠攀漀爀椀愀 搀愀 琀爀愀最搀椀愀 瀀攀猀猀漀愀氀ᴀⰠ 愀漀 攀渀昀愀琀椀稀愀爀 漀 昀愀琀漀爀 瘀琀椀洀愀 搀攀 瀀攀猀猀漀愀猀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀 漀甀Ⰰ 愀漀 攀砀愀氀琀愀爀 猀攀甀猀 昀攀椀琀漀猀 ᐀†ᰀ愠瀀攀猀愀爀 搀攀 猀攀爀 甀洀愀 瀀攀猀猀漀愀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀ᴀ†᐀†攀 挀氀愀猀猀椀昀椀挀ⴀ氀愀 挀漀洀漀 ᰀ栠攀爀椀ᴀ†漀甀 ᰀ栠攀爀漀渀愀ᴀ⸠ 䌀漀洀漀 挀漀洀瀀氀攀洀攀渀琀愀洀 䴀攀氀氀漀 攀 一甀攀爀渀戀攀爀最 ⠀㈀ ㈀⤀㨀
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A violência se torna mais complexa ao associar gênero e deficiência. A rede International Network of Women with Disabilities (INWWD), formada em 2008 e composta por organizações de mulheres com deficiência em âmbito internacional, elaborou uma lista com os diversos tipos de violência que essas mulheres enfretam: ऀ
Isolamento forçado, confinamento e ocultação dentro da casa da própria família; retenção de aparelhos de mobilidade, equipamentos de comunicação ou medicação que a mulher toma voluntariamente; colocação de mulheres em desconforto físico ou em situações constrangedoras por longo período de tempo; ameaças de abandono cometidas por cuidadores; estupro e abuso sexual cometidos por membro da equipe ou por outro paciente internado em instituições; aborto forçado e esterilização forçada (INWWD, 2011, p. 5).
A vulnerabilidade parte da visão da sociedade acerca das pessoas com deficiência que são, com frequência, consideradas como “não completamente humanas e de menos valor. [...] A ausência de representações de sua identidade favorece a percepção de que se pode abusar delas sem remorso ou peso na consciência” (INWWD, 2011). 준 挀漀洀 漀 攀渀瘀漀氀瘀椀洀攀渀琀漀 搀攀 猀攀琀漀爀攀猀 搀愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀Ⰰ 挀漀洀漀 漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 焀甀攀 愀猀 戀愀爀爀攀椀爀愀猀 搀椀猀挀爀椀洀椀渀愀琀爀椀愀猀 挀漀渀琀爀愀 攀猀猀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 瀀漀搀攀洀 挀愀椀爀⸀ 匀攀最甀渀搀漀 䴀攀氀氀漀 攀 一甀攀爀渀戀攀爀最 ⠀㈀ ㈀⤀Ⰰ ᰀ愠猀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀猀 搀攀 漀瀀爀攀猀猀漀 瘀椀瘀攀渀挀椀愀搀愀猀 瀀攀氀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀 渀漀 攀猀琀漀 渀愀 氀攀猀漀 挀漀爀瀀漀爀愀氀Ⰰ 洀愀猀 渀愀 攀猀琀爀甀琀甀爀愀 猀漀挀椀愀氀 椀渀挀愀瀀愀稀 搀攀 爀攀猀瀀漀渀搀攀爀 搀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀Ⰰ 瘀愀爀椀愀漀 挀漀爀瀀漀爀愀氀 栀甀洀愀渀愀ᴀ⸠
O jornalismo é, portanto, ponto crucial para que a população entenda e desmistifique a anormalidade de uma pessoa com deficiência. A questão social envolvida no tema remete à função do jornalista de atender as demandas de cidadania e democratização da informação para um maior esclarecimento da sociedade (PENA, 2015). 㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀搀㘀㈀愀 㠀∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀唀洀愀 搀愀猀 瀀爀攀洀椀猀猀愀猀 搀攀猀琀攀 琀爀愀戀愀氀栀漀 昀漀椀 攀猀琀愀戀攀氀攀挀攀爀 甀洀 攀渀瘀漀氀瘀椀洀攀渀琀漀 攀渀琀爀攀 昀漀渀琀攀猀 攀 爀攀瀀爀琀攀爀Ⰰ 挀漀洀 愀洀瀀氀愀 氀椀戀攀爀搀愀搀攀 瀀愀爀愀 攀洀瀀爀攀最愀爀 甀洀 攀猀琀椀氀漀 氀椀琀攀爀爀椀漀 攀 瀀攀猀猀漀愀氀 渀漀 瀀爀漀搀甀琀漀 昀椀渀愀氀⸀ 一愀 戀椀戀氀椀漀最爀愀昀椀愀 搀攀 䰀椀洀愀 ⠀㤀㤀㌀⤀Ⰰ 漀 愀甀琀漀爀 氀椀猀琀愀 漀猀 瀀漀渀琀漀猀 挀爀甀挀椀愀椀猀 瀀愀爀愀 甀洀愀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 搀攀 瀀爀漀昀甀渀搀椀搀愀搀攀㨀 愀 椀洀攀爀猀漀 搀漀 爀攀瀀爀琀攀爀 渀愀 爀攀愀氀椀搀愀搀攀Ⰰ 漀 攀猀琀椀氀漀Ⰰ 愀 愀甀琀漀爀愀氀椀搀愀搀攀Ⰰ 愀 瀀爀攀挀椀猀漀 搀攀 搀愀搀漀猀 攀 椀渀昀漀爀洀愀攀猀Ⰰ 愀 栀甀洀愀渀椀稀愀漀Ⰰ 攀渀琀爀攀 漀甀琀爀漀猀⸀ 吀漀搀漀猀 攀猀琀攀猀 愀猀瀀攀挀琀漀猀 挀椀琀愀搀漀猀 昀漀爀愀洀 瀀攀渀猀愀搀漀猀 愀漀 氀漀渀最漀 搀愀 瀀爀漀搀甀漀 搀愀 瀀愀甀琀愀Ⰰ 攀Ⰰ 瀀漀爀 愀昀椀渀椀搀愀搀攀 攀 挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀 搀愀猀 瀀爀琀椀挀愀猀 氀椀琀攀爀爀椀愀猀Ⰰ 昀漀椀 昀攀椀琀愀 愀 漀瀀漀 瀀攀氀漀 昀漀爀洀愀琀漀 椀洀瀀爀攀猀猀漀 搀攀 氀椀瘀爀漀爀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀⸀
A escolha foi pautada pela “sobrevivência do espírito de aventura, do romantismo, de entrega, de amor pelo ofício”, trazida por Kotscho (1995), ao falar sobre grandes processos de apuração. Com ela, foi possível adquirir mais liberdade para o desenvolvimento da escrita, abordar uma gama maior de tipos de violência e trazer a história de vida das entrevistadas.䌀漀洀漀 昀漀爀洀愀 搀攀 爀攀猀瀀攀椀琀漀 瀀攀爀愀渀琀攀 猀 洀甀氀栀攀爀攀猀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀Ⰰ 昀漀椀 愀搀漀琀愀搀漀 漀 氀攀洀愀 搀攀 猀甀愀猀 氀甀琀愀猀㨀 ᰀ丠愀搀愀 猀漀戀爀攀 渀猀 猀攀洀 渀猀ᴀⰠ 焀甀攀 攀渀昀愀琀椀稀愀 愀 渀攀挀攀猀猀椀搀愀搀攀 搀攀 瀀爀漀琀愀最漀渀椀猀洀漀 搀攀氀愀猀 攀洀 搀攀戀愀琀攀猀Ⰰ 瀀攀猀焀甀椀猀愀猀 攀 琀爀愀戀愀氀栀漀猀 搀攀 洀愀渀攀椀爀愀 最攀爀愀氀⸀ 䄀猀猀椀洀Ⰰ 挀漀渀猀琀爀甀椀甀ⴀ猀攀 甀洀 氀椀瘀爀漀 挀攀渀琀爀愀搀漀 攀洀 猀攀甀猀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀猀Ⰰ 爀攀猀瀀攀椀琀愀渀搀漀 漀 瀀爀漀琀愀最漀渀椀猀洀漀 瀀爀漀瀀漀猀琀漀 挀漀洀漀 昀漀爀洀愀 搀攀 搀攀昀攀渀搀攀爀 猀甀愀猀 愀甀琀漀渀漀洀椀愀猀⸀
Após definir o formato de livro, foi desenvolvido um cronograma para melhor aproveitamento do tempo. Assim, ficou definido que o primeiro mês de produção seria voltado para a busca por fontes e o início das entrevistas. Por se tratar de um tema delicado, havia um certo receio de não conseguir entrevistadas disponíveis para conceder entrevista. 䄀 瀀爀椀洀攀椀爀愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 昀漀椀 瀀漀猀猀瘀攀氀 最爀愀愀猀 愀 甀洀愀 挀漀氀攀最愀 搀漀 挀甀爀猀漀 搀攀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 焀甀攀 挀漀渀栀攀挀椀愀 甀洀愀 洀甀氀栀攀爀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀 瘀琀椀洀愀 搀攀 瘀椀漀氀渀挀椀愀⸀ 䄀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀猀猀攀 挀漀渀琀愀琀漀Ⰰ 琀漀搀愀猀 愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀猀 洀攀 椀渀搀椀挀愀瘀愀洀 渀漀瘀愀猀 昀漀渀琀攀猀Ⰰ 瀀漀椀猀 挀漀渀栀攀挀椀愀洀 搀攀稀攀渀愀猀 搀攀 洀甀氀栀攀爀攀猀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀 焀甀攀 琀椀渀栀愀洀 瀀愀猀猀愀搀漀 瀀漀爀 猀椀琀甀愀攀猀 猀椀洀椀氀愀爀攀猀Ⰰ 漀 焀甀攀 爀攀昀漀爀愀 愀 渀攀挀攀猀猀椀搀愀搀攀 搀攀 猀攀 昀愀氀愀爀 猀漀戀爀攀 攀猀猀愀 琀攀洀琀椀挀愀⸀
Todas as entrevistas foram marcadas em lugares em que as fontes se sentissem confortáveis para falar sobre suas vidas. Dessa forma, muitas das conversas aconteceram dentro de suas próprias residências. Como estratégia e respeito, o assunto principal do livro não era tratado no início da entrevista. Eram abordados temas como vida cotidiana, a própria deficiência e como era a relação com parceiros (as) e família. Em todas entrevistas, a violência veio à tona quando se falou de família ou relacionamentos.䄀 椀搀攀椀愀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀 挀漀渀猀椀猀琀椀愀 攀洀 洀漀猀琀爀愀爀 挀漀洀漀 攀猀猀愀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀 琀愀洀戀洀 猀漀 猀攀爀攀猀 栀甀洀愀渀漀猀 挀漀洀甀渀猀Ⰰ 攀Ⰰ 愀猀猀椀洀 挀漀洀漀 焀甀愀氀焀甀攀爀 漀甀琀爀愀Ⰰ 琀愀洀戀洀 猀漀昀爀攀洀 瘀椀漀氀渀挀椀愀⸀ 䔀洀 渀攀渀栀甀洀 洀漀洀攀渀琀漀 昀漀椀 瀀攀渀猀愀搀漀 攀洀 愀氀最甀洀愀 瀀愀甀琀愀 焀甀攀 瀀甀搀攀猀猀攀 琀爀愀稀攀爀 愀 琀攀洀琀椀挀愀 搀攀 猀甀瀀攀爀愀漀 瀀攀猀猀漀愀氀 攀 栀攀爀漀渀愀⸀ 吀愀洀戀洀 昀漀椀 氀攀瘀愀搀漀 攀洀 挀漀渀猀椀搀攀爀愀漀 愀 攀砀瀀漀猀椀漀 搀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀猀 攀 愀 挀漀渀昀椀愀渀愀 攀洀 焀甀攀 攀氀愀猀 搀攀瀀漀猀椀琀愀爀愀洀 渀漀 琀爀愀戀愀氀栀漀 昀椀渀愀氀⸀ 䄀猀猀椀洀Ⰰ 渀攀渀栀甀洀愀 昀漀琀漀最爀愀昀椀愀 漀甀 瘀搀攀漀 昀漀椀 瀀爀漀搀甀稀椀搀漀Ⰰ 挀漀洀 漀 椀渀琀甀椀琀漀 搀攀 瀀爀漀琀攀最ⴀ氀愀猀⸀
Paralelo às entrevistas com as fontes principais, uma pesquisa bibliográfica foi realizada a fim de entender a complexidade da intersecção entre gênero e deficiência. Foram agendadas entrevistas com profissionais da Psicologia, Serviço Social, Direito, além de funcionários de instituições que oferecem auxílio às pessoas com deficiência. 䌀愀搀愀 甀洀愀 搀攀猀猀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀Ⰰ 攀洀戀漀爀愀 渀攀洀 琀漀搀愀猀 琀攀渀栀愀洀 愀瀀愀爀攀挀椀搀漀 渀漀 瀀爀漀搀甀琀漀 昀椀渀愀氀Ⰰ 昀漀爀愀洀 昀甀渀搀愀洀攀渀琀愀椀猀 瀀愀爀愀 愀 挀漀渀猀琀爀甀漀 搀攀 甀洀愀 氀椀渀最甀愀最攀洀 愀挀攀猀猀瘀攀氀 攀 瀀愀爀愀 搀攀猀挀漀渀猀琀爀甀椀爀 瀀爀ⴀ挀漀渀挀攀椀琀漀猀 搀愀 瀀爀瀀爀椀愀 愀甀琀漀爀愀Ⰰ 焀甀攀 椀渀昀攀氀椀稀洀攀渀琀攀 琀愀洀戀洀 攀猀琀 椀渀猀攀爀椀搀愀 攀洀 甀洀愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀 搀椀猀挀爀椀洀椀渀愀琀爀椀愀⸀ 䐀攀猀猀愀 昀漀爀洀愀Ⰰ 猀攀爀椀愀 瀀漀猀猀瘀攀氀 愀戀漀爀搀愀爀 漀 愀猀猀甀渀琀漀 挀漀洀漀 一椀氀猀漀渀 䰀愀最攀 爀攀挀漀洀攀渀搀愀㨀
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Após a transcrição de todas as entrevistas, a autora notou que o conteúdo estava muito mais extenso do que inicialmente planejado. Como havia um medo de não conseguir encontrar fontes disponíveis, não existiu um planejamento para um longo conteúdo. Assim, uma das maiores dificuldades encontradas foi a diagramação das frases (PROSE, 2008) e pensar palavra por palavra. Outro receio enfrentado foi de reproduzir palavras que pudessem soar preconceituosas ou que trouxessem imagens estereotipadas, uma vez que a autora do livro não é uma pessoa com deficiência.䌀漀渀昀漀爀洀攀 漀猀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 攀爀愀洀 瀀爀漀搀甀稀椀搀漀猀Ⰰ 攀猀猀攀猀 瀀愀猀猀愀瘀愀洀 瀀漀爀 甀洀愀 爀攀瘀椀猀漀 爀攀愀氀椀稀愀搀愀 瀀攀氀愀 漀爀椀攀渀琀愀搀漀爀愀 搀漀 琀爀愀戀愀氀栀漀 攀 瀀漀爀 挀漀氀攀最愀猀 搀漀 挀甀爀猀漀⸀ 倀漀爀 挀漀渀琀愀 搀愀 挀漀洀瀀氀攀砀椀搀愀搀攀 搀漀 愀猀猀甀渀琀漀Ⰰ 昀漀椀 瀀漀猀猀瘀攀氀 瀀攀爀挀攀戀攀爀 焀甀攀 漀甀琀爀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀 猀攀爀椀愀洀 渀攀挀攀猀猀爀椀愀猀Ⰰ 挀漀洀漀 瀀攀猀焀甀椀猀愀搀漀爀攀猀 搀愀 爀攀愀⸀ 䰀漀最漀Ⰰ 洀漀搀椀昀椀挀漀甀ⴀ猀攀 漀 挀爀漀渀漀最爀愀洀愀 瀀愀爀愀 攀渀挀愀椀砀愀爀 愀猀 渀漀瘀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀 愀最攀渀搀愀搀愀猀⸀
Ao longo de todo o processo de produção foi respeitado o desejo das entrevistadas principais, que optaram por nomes fictícios e por dividir histórias que não entraram no produto final. O processo de apuração foi além de apenas buscar as fontes e gravar as entrevistas, tendo como base uma relação recíproca com as entrevistadas. A repórter observava a casa, o ambiente familiar, tomava café com as suas “personagens”, tentando estabelecer uma relação de confiança, como fala Caldas em seu livro:
Apurar não é apenas escolher uma fonte, anotar uma declaração, gravar uma entrevista. Na aventura de um repórter na rua, todos os sentidos devem estar atentos. A observação, o olhar, a audição, o olfato, são capazes de captar detalhes que podem ampliar e modificar o rumo de uma reportagem. (CALDAS, 2008, p.27).
O livro foi construído com base em todos os depoimentos coletados e proporcionando a elas o protagonismo. A escolha por um estilo literário mais simples, com palavras objetivas e pequenas intervenções da autora, deu-se pela necessidade de ouvir o que essas mulheres tinham a dizer e para transformar a leitura em algo acessível para todo o tipo de público.㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀ऀ㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀搀㘀㈀愀 㠀∀㸀㰀戀㸀䐀䔀匀䌀刀䤀윀쌀伀 䐀伀 倀刀伀䐀唀吀伀 伀唀 倀刀伀䌀䔀匀匀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀伀 氀椀瘀爀漀爀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 ᰀ唠洀愀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀 猀漀挀椀愀氀ᴀ†昀漀椀 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀椀搀漀 挀漀洀漀 吀爀愀戀愀氀栀漀 搀攀 䌀漀渀挀氀甀猀漀 搀攀 䌀甀爀猀漀 ⠀吀䌀䌀⤀ 瀀愀爀愀 愀 搀椀猀挀椀瀀氀椀渀愀 搀攀 ∀倀爀漀樀攀琀漀猀 䔀砀瀀攀爀椀洀攀渀琀愀椀猀∀Ⰰ 挀漀洀 漀 瀀攀爀漀搀漀 搀攀 爀攀愀氀椀稀愀漀 搀攀 焀甀愀琀爀漀 洀攀猀攀猀 渀漀 猀攀最甀渀搀漀 猀攀洀攀猀琀爀攀 搀攀 ㈀ 㜀⸀
O nome “Uma deficiência social” foi definido a fim de fazer referência à sociedade e o quanto ela continua “defeituosa” ao discriminar as pessoas com deficiência. Trata-se também a uma referência a autores, como Mello e Nuernberg (2012), que acreditam que a experiência de uma pessoa com deficiência não se encerra em seu próprio corpo, mas nas definições da sociedade.伀 氀椀瘀爀漀爀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 昀漀椀 搀椀瘀椀搀椀搀漀 攀洀 挀椀渀挀漀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 洀愀椀猀 漀 攀瀀氀漀最漀Ⰰ 猀攀瀀愀爀愀搀漀猀 攀洀 瀀愀甀琀愀猀 搀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 挀漀渀琀愀搀愀猀 渀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀⸀ 䘀漀椀 瀀漀猀猀瘀攀氀 瀀攀爀挀攀戀攀爀 甀洀愀 爀攀瀀攀琀椀漀 搀漀猀 琀攀洀愀猀 愀 挀愀搀愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀Ⰰ 洀漀猀琀爀愀渀搀漀 甀洀愀 挀攀爀琀愀 猀攀洀攀氀栀愀渀愀 攀渀琀爀攀 愀猀 瘀椀漀氀渀挀椀愀猀 猀漀昀爀椀搀愀猀 瀀漀爀 愀焀甀攀氀愀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀⸀
Optou-se por não separar as histórias das entrevistadas principais, com o intuito de mostrar o quanto suas experiências e vivências se cruzavam e traçavam um caminho similar de violência e privação, o que também remete à ideia de uma sociedade “defeituosa” que insiste em violentar e discriminar as mulheres com deficiência. 伀猀 渀漀洀攀猀 搀漀猀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 昀漀爀愀洀 攀猀挀漀氀栀椀搀漀猀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀 昀爀愀猀攀猀 洀愀爀挀愀渀琀攀猀 瀀爀漀昀攀爀椀搀愀猀 瀀攀氀愀猀 瀀爀瀀爀椀愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀猀 攀 焀甀攀 琀爀愀稀椀愀洀 愀 挀愀爀最愀 搀攀 攀洀漀漀 攀 搀漀爀 焀甀攀 攀氀愀猀 瀀愀猀猀愀爀愀洀 攀洀 猀甀愀猀 瘀椀搀愀猀⸀
A cada novo capítulo, uma ilustração acompanhava o título. Todas foram elaboradas de forma colaborativa pela arquiteta e urbanista Bruna Marques, colega da autora, que desenvolveu os desenhos com bases em pequenos textos sobre as entrevistadas e a partir da leitura de alguns trechos do livro. Também como forma de preservar a imagem das entrevistadas, todas as ilustrações partiram do subjetivo e se basearam no nome dos capítulos.ऀ䌀椀渀挀漀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀猀 昀漀爀愀洀 攀猀挀漀氀栀椀搀愀猀 瀀愀爀愀 挀漀渀猀琀爀甀椀爀 漀 昀椀漀 挀漀渀搀甀琀漀爀 搀漀 氀椀瘀爀漀Ⰰ 瀀漀爀 挀漀渀琀愀 搀漀 挀甀爀琀漀 瀀攀爀漀搀漀 瀀愀爀愀 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀攀爀 漀 琀爀愀戀愀氀栀漀 ⠀挀攀爀挀愀 搀攀 焀甀愀琀爀漀 洀攀猀攀猀⤀⸀ 䄀 瀀爀椀洀攀椀爀愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀 昀漀椀 䘀攀爀渀愀渀搀愀 Ⰰ 焀甀攀 挀漀渀琀漀甀 猀甀愀 栀椀猀琀爀椀愀 挀漀洀 愀 匀渀搀爀漀洀攀 搀攀 匀甀猀愀挀⸀ 唀洀 搀漀猀 瀀漀渀琀漀猀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀椀猀 琀爀愀稀椀搀漀猀 攀洀 猀攀甀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀 昀漀椀 愀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 昀椀渀愀渀挀攀椀爀愀 猀漀昀爀椀搀愀 瀀漀爀 挀漀渀琀愀 搀攀 甀洀 愀渀琀椀最漀 瀀愀爀挀攀椀爀漀Ⰰ 焀甀攀 猀攀 愀瀀爀漀瘀攀椀琀愀瘀愀 搀愀 猀甀愀 猀椀琀甀愀漀 搀攀 昀爀愀最椀氀椀搀愀搀攀 挀漀洀 愀 戀椀瀀漀氀愀爀椀搀愀搀攀 攀 匀甀猀愀挀 瀀愀爀愀 瀀攀搀椀爀 搀椀渀栀攀椀爀漀 攀 琀爀愀椀爀 猀甀愀 挀漀渀昀椀愀渀愀⸀
Fernanda traz em seu relato também o abandono de amigos, familiares e pessoas próximas que se afastavam quando tomavam conhecimento da sua condição de saúde. A Susac trouxe para Fernanda dificuldades auditivas, visuais e locomotoras, que a obrigaram a abandonar a carreira de professora e bailarina. Sua história também aborda o preconceito e abusos, como chantagens emocionais.ऀ䄀 猀攀最甀渀搀愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀 昀漀椀 䰀甀椀稀愀 Ⰰ 焀甀攀 琀爀漀甀砀攀 猀甀愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀攀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 猀漀昀爀椀搀愀 瀀漀爀 挀漀渀琀愀 搀攀 猀攀甀 攀砀ⴀ洀愀爀椀搀漀Ⰰ 焀甀攀 愀 愀最爀攀搀椀甀 搀椀瘀攀爀猀愀猀 瘀攀稀攀猀Ⰰ 甀猀漀甀 搀攀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 瀀猀椀挀漀氀最椀挀愀 瀀愀爀愀 挀漀渀瘀攀渀挀ⴀ氀愀 搀攀 焀甀攀 漀 洀攀氀栀漀爀 猀攀爀椀愀 洀愀渀琀攀爀 漀 挀愀猀愀洀攀渀琀漀Ⰰ 愀氀洀 搀攀 猀攀瀀愀爀ⴀ氀愀 搀漀 昀椀氀栀漀 瀀漀爀 渀漀瘀攀 愀渀漀猀 瀀愀爀愀 猀攀 瘀椀渀最愀爀 搀愀 猀攀瀀愀爀愀漀⸀ 䰀甀椀稀愀 猀漀昀爀攀甀 甀洀 愀挀椀搀攀渀琀攀 搀攀 戀椀挀椀挀氀攀琀愀 焀甀愀渀搀漀 琀椀渀栀愀 愀瀀攀渀愀猀 ㈀ 愀渀漀猀 攀 琀攀瘀攀 愀 猀甀愀 洀漀戀椀氀椀搀愀搀攀 爀攀搀甀稀椀搀愀 瀀漀爀 挀漀渀琀愀 搀攀 甀洀愀 氀攀猀漀 渀愀 瀀攀爀渀愀⸀
Já Eliane Venera, a única entrevistada que preferiu manter o nome verdadeiro, teve paralisia cerebral na infância, o que lhe trouxe dificuldades motoras. Eliane, principalmente em sua adolescência, sofreu com o assédio sexual de pessoas conhecidas de sua família, foi beijada à força por desconhecidos e ouviu que “deveria agradecer por alguém se interessar por ela”. Chamada de “monstro” quando criança, Eliane aprendeu a aceitar sua deficiência e as cicatrizes espalhadas pelo corpo após dezenas de cirurgias. ऀ吀攀爀攀猀愀 Ⰰ 焀甀攀 渀愀猀挀攀甀 挀漀洀 最氀愀甀挀漀洀愀 攀 昀椀挀漀甀 挀攀最愀 愀漀猀 ㌀㈀ 愀渀漀猀Ⰰ 搀椀瘀椀搀椀甀 猀甀愀 栀椀猀琀爀椀愀 瀀攀猀猀漀愀氀 搀攀 洀甀搀愀渀愀 搀攀 挀椀搀愀搀攀 愀椀渀搀愀 愀搀漀氀攀猀挀攀渀琀攀 攀洀 戀甀猀挀愀 搀攀 洀攀氀栀漀爀攀猀 挀漀渀搀椀攀猀 搀攀 瘀椀搀愀⸀ 吀攀爀攀猀愀 猀漀昀爀攀甀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 昀猀椀挀愀 攀 瀀猀椀挀漀氀最椀挀愀 搀攀 甀洀 愀渀琀椀最漀 瀀愀爀挀攀椀爀漀Ⰰ 焀甀攀 愀 愀最爀攀搀椀愀 挀漀洀 挀漀渀猀琀渀挀椀愀 攀 愀 栀甀洀椀氀栀愀瘀愀⸀ 匀甀愀 栀椀猀琀爀椀愀 琀漀爀渀漀甀ⴀ猀攀 挀愀瀀愀 搀漀 氀椀瘀爀漀Ⰰ 爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀愀 瀀攀氀漀 漀氀栀漀 爀漀砀漀Ⰰ 挀漀渀猀攀焀甀渀挀椀愀 搀攀 甀洀愀 搀愀猀 愀最爀攀猀猀攀猀 猀漀昀爀椀搀愀猀⸀
Débora , a última entrevistada, trouxe para o livro as dificuldades de se viver em uma sociedade que valoriza a magreza, a branquitude, a beleza “perfeita” e a “normalidade”. Expos a violência que sofreu de familiares, o descrédito e o medo que teve de enfrentar em sua vida, além do preconceito de antigos parceiros que viam na sua deficiência uma oportunidade para a realização de fetiches.ऀ伀猀 爀攀氀愀琀漀猀 愀瀀愀爀攀挀攀洀 攀洀 琀漀搀漀猀 漀猀 挀椀渀挀漀 挀愀瀀琀甀氀漀猀Ⰰ 搀椀瘀椀搀椀搀漀猀 攀洀㨀
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• Segundo capítulo “A máscara do cuidado”: são abordados a superproteção de familiares, o preconceito e a questão do cuidado na vida dessas mulheres. Criadas para ficarem trancadas em casa, de forma que não tivessem contato ou interação “normal” com a sociedade, o capítulo busca trazer momentos marcantes das suas vidas como exemplo do excesso de zelo.∀ठ吀攀爀挀攀椀爀漀 挀愀瀀琀甀氀漀 ᰀ传猀 挀甀氀漀猀 爀漀猀愀猀ᴀ㨠 琀爀愀稀 愀 椀搀攀椀愀 搀攀 愀甀琀漀攀猀琀椀洀愀 瀀愀爀愀 攀猀猀愀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀⸀ 䘀漀椀 攀猀挀漀氀栀椀搀漀Ⰰ 愀猀猀椀洀 挀漀洀漀 漀 猀攀最甀渀搀漀 挀愀瀀琀甀氀漀Ⰰ 瀀漀爀 挀漀渀琀愀 搀愀 爀攀挀漀爀爀渀挀椀愀 搀漀 琀攀洀愀 搀甀爀愀渀琀攀 愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀⸀ 伀 椀渀琀甀椀琀漀 攀爀愀 攀渀琀攀渀搀攀爀 攀 漀甀瘀椀ⴀ氀愀猀 昀愀氀愀渀搀漀 猀漀戀爀攀 猀攀甀猀 瀀爀瀀爀椀漀猀 挀漀爀瀀漀猀 攀 挀漀洀漀 猀攀 爀攀氀愀挀椀漀渀愀洀 挀漀洀 攀氀攀⸀ 䘀漀椀 瀀漀猀猀瘀攀氀 椀搀攀渀琀椀昀椀挀愀爀 焀甀攀 愀 愀甀琀漀攀猀琀椀洀愀 昀漀椀⼀ 甀洀 昀愀琀漀爀 瀀爀椀洀漀爀搀椀愀氀 瀀愀爀愀 焀甀攀 攀猀猀愀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀 攀渀琀爀攀洀 攀洀 爀攀氀愀挀椀漀渀愀洀攀渀琀漀猀 愀戀甀猀椀瘀漀猀⸀ 倀漀爀 椀猀猀漀Ⰰ 漀 挀愀瀀琀甀氀漀 琀愀洀戀洀 愀渀琀攀挀攀搀攀 搀漀椀猀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 焀甀攀 昀愀氀愀洀 搀攀 瘀椀漀氀渀挀椀愀Ⰰ 挀漀洀漀 甀洀愀 攀猀瀀挀椀攀 搀攀 ᰀ椠渀琀爀漀搀甀漀ᴀ⸠
• Quarto capítulo “Meu príncipe virou sapo”: refere-se ao relato das personagens que sofreram violências cometidas por seus parceiros e/ou ex-parceiros. Foram selecionadas as histórias de violências físicas e financeiras. A ideia de mesclar o depoimento das entrevistadas surgiu como uma forma de mostrar que essa violência é ampla e que existe. Traz também a voz da pesquisadora Paula Lopes, do Núcleo de Estudos sobre Deficiência da UFSC, visando contextualizar a violência.∀ठ儀甀椀渀琀漀 挀愀瀀琀甀氀漀 ᰀ䴠攀 昀攀爀爀愀爀愀洀 挀漀洀漀 昀攀爀爀愀洀 甀洀 戀漀椀ᴀ㨠 愀戀漀爀搀愀 愀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 瀀猀椀挀漀氀最椀挀愀 攀 猀攀砀甀愀氀Ⰰ 洀攀猀挀氀愀渀搀漀 漀猀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀猀Ⰰ 焀甀攀 猀攀 挀漀椀渀挀椀搀椀愀洀 攀洀 渀瘀攀氀 搀攀 挀爀甀攀氀搀愀搀攀 攀 瘀椀漀氀渀挀椀愀⸀ 䔀猀琀漀 瀀爀攀猀攀渀琀攀猀 搀愀搀漀猀 愀挀攀爀挀愀 搀愀 瘀椀漀氀渀挀椀愀 渀愀 䜀爀愀渀搀攀 䘀氀漀爀椀愀渀瀀漀氀椀猀 攀 渀愀猀 爀攀搀攀猀 搀攀 愀琀攀渀搀椀洀攀渀琀漀⸀ 䄀 焀甀攀猀琀漀 搀愀 昀攀琀椀挀栀椀稀愀漀 搀愀 洀甀氀栀攀爀 挀漀洀 搀攀昀椀挀椀渀挀椀愀 琀愀洀戀洀 愀戀漀爀搀愀搀愀⸀
• O epílogo, capítulo final, foi utilizado como uma espécie de “serviço”, conhecido pelos jornalistas como um espaço para trazer informações de interesse público. Foram tratados assuntos como a busca por ajuda e instituições responsáveis por dar apoio às pessoas com deficiência na região da Grande Florianópolis. Também conta com a exposição de uma lista de fontes que não puderam ser abordadas, mas que mostram o quanto a violência contra a mulher com deficiência não é uma raridade, mas sim uma triste constância.
Acerca da diagramação do livro, essa foi feita com o intuito de tornar a leitura mais agradável, com a utilização da fonte Garamond, tamanho 12. O espaçamento adotado foi tamanho 16.倀攀渀猀愀渀搀漀 攀洀 甀洀愀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀 愀最爀愀搀瘀攀氀 瀀愀爀愀 漀 氀攀椀琀漀爀Ⰰ 愀 椀洀瀀爀攀猀猀漀 昀漀椀 爀攀愀氀椀稀愀搀愀 攀洀 琀愀洀愀渀栀漀 䄀㔀Ⰰ 焀甀攀 渀漀 琀漀爀渀愀 愀 氀攀椀琀甀爀愀 瀀漀爀 瀀最椀渀愀 愀氀最漀 攀砀琀攀渀猀漀Ⰰ 愀氀洀 搀攀 猀攀爀 搀攀 甀洀 琀愀洀愀渀栀漀 愀挀攀猀猀瘀攀氀 瀀愀爀愀 挀愀爀爀攀最愀爀 攀洀 戀漀氀猀愀猀 攀 洀漀挀栀椀氀愀猀 渀漀 搀椀愀 愀 搀椀愀⸀ 伀 氀椀瘀爀漀 昀漀椀 椀洀瀀爀攀猀猀漀 攀洀 琀愀洀愀渀栀漀 㔀 砀 ㈀ 挀洀Ⰰ 挀漀洀 瀀愀瀀攀氀 挀漀甀挀栀 渀愀 挀愀瀀愀Ⰰ 最爀愀洀愀琀甀爀愀 ㈀㔀 洀最Ⰰ 攀 瀀愀瀀攀氀 瀀氀攀渀 渀愀猀 瀀最椀渀愀猀 搀漀 洀椀漀氀漀⸀ 䘀漀爀愀洀 椀洀瀀爀攀猀猀漀猀 焀甀愀琀爀漀 氀椀瘀爀漀猀Ⰰ 猀攀渀搀漀 琀爀猀 瀀愀爀愀 愀 戀愀渀挀愀 愀瘀愀氀椀愀搀漀爀愀 搀漀 吀䌀䌀 攀 甀洀 瀀愀爀愀 甀猀漀 瀀攀猀猀漀愀氀⸀
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