ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00857</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Eu sou seu abandono</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Vinícius Borges Vieira (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Giovanni Tavares Pereira (Escola Superior de Propaganda e Marketing)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Lixo, Sociedade, Arte Urbana, Meio ambiente, Reciclagem</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto  Eu sou seu abandono foi construído durante a disciplina de criação de campanha e portfólio final. Esse projeto visou despertar a consciência da sociedade e aumentar a reflexão da forma como se comportam mediante ao descarte de resíduos. A peça faz parte de um conjunto de intervenções urbanas, onde o lixo é tratado como ser vivo e por ter sido descartado incorretamente acaba por invadir o habitat da nossa sociedade. O material é o retrato da situação atual da poluição nas grandes capitais do país, possuindo a intenção de incentivar o debate sobre as formas corretas de descarte, conscientizando as formas de reciclagem e a percepção sobre o consumo exacerbado. Fundamentado em diálogo nas redes sociais e nas conversas pessoais de forma orgânica, mostrando de forma artística como somos reflexo das nossas ações.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O desafio apresentado para construir esse projeto veio junto com o briefing do Festival Mundial de Publicidade de Gramado, onde foi proposto aos alunos de Publicidade e propaganda que construíssem uma campanha com o tema: Nunca a diferença fez tanta diferença. Visando compreender as formas como a sociedade se comporta mediante as influências dos atos que interferem na saúde do planeta, desenvolvendo um projeto sobre a prevenção do meio ambiente em toda sua extensão. A arte urbana veio como inspiração para tornar a construção das peças relevantes ao assunto. Foram estudadas obras do artista plástico Dadaísta Marcel Duchamp, como a Fonte (1917) e a Roda de bicicleta (1913), a instalação conhecida como ARTigo 14 do artista Romuald Hazoumè, e as obras do artista plástico Vik Muniz, conhecido por criar imagens com matéria-prima diferentes, como: lixo, chocolate, entre outros materiais inusitados. As influências artísticas precisavam contrastar com a rápida interpretação do público-alvo que vive em constante agitação em seu cotidiano. O despertar da sociedade aconteceria quando ao passar por entre a fachada de um prédio identificasse uma quantidade significativa de lixo suspenso acima das suas cabeças. A função do lixo vai além de figura estética, o mesmo age como frente para a sombra que será projetada, transmitindo a mensagem- Eu sou seu abandono. A utilização da frase principal vem para atribuir uma aproximação com a sociedade, pois algumas vezes as pessoas acreditam que um simples copo descartável ou um papel de bala, não faz diferença, porém um pequeno gesto pode diminuir significativamente as consequências desta ação. Em 2016, uma matéria publicada pelo Jornal Nacional afirmou que a quantidade de lixo produzida no Brasil aumentou 1,7% no mesmo período da crise brasileira aumentou, no mesmo momento o PIB despencou para -3,8%, ou seja, estamos produzindo mais lixo mesmo em um período de dificuldades financeiras. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A sociedade atual procura compreender as formas de preservar o meio ambiente em uma escala global, estamos na constante busca da solução para as lacunas abertas, sejam elas da poluição, consumo inconsciente, desmatamento, desperdício de água, entre outros. Esse trabalho tem como objetivo principal confrontar a nossa sociedade perante o lixo jogado nas vias públicas, nos rios e em locais indevidos. Atraindo a atenção para gestos que de primeiro momento parecem inofensivos, mas que podem provocar consequências drásticas em nosso habitat. Tornando o assunto relevante em locais onde a temática se mantém superficial, trazer a discussão através das redes sociais, de forma viral. Tendo esse objetivo a resposta para a pergunta: De que forma posso mudar meus hábitos para tornar meu planeta melhor? A resposta vem acompanhada de uma reflexão dos atos diários, como: jogar um de bala no chão, uma ponta de cigarro, um copo plástico ou uma latinha de refrigerante pela janela do carro. A interpretação imediata da comunicação apresentada pode resultar positivamente na consciência do descarte, no consumo de material reciclado e na própria atitude dos habitantes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A nossa sociedade procura informar desde cedo as formas de descarte de lixo, como deve ser realizada a separação do lixo reciclável e do orgânico, de acordo com as suas características. Essa ação acontece nas escolas, em materiais disponíveis em espaço publico e na mídia em geral, mas a execução desse aprendizado em alguns momentos falha, mediante ao cotidiano ou a desculpas ilusórias. As grandes cidades sofrem com o resultado dessa ação. Em uma reportagem do site G1, produzido pela TV Anhanguera, apresenta a seguinte manchete  Preocupação com lixo espalhado por ruas aumenta durante período chuvoso . A preocupação repercute em diversas áreas, pois o lixo espalhado pode entupir bueiros, poluindo galerias pluviais, além de auxiliar proliferação do mosquito da dengue. A matéria ainda ressalta que o problema é a atitude dos moradores, não a coleta ou a disponibilidade de lixeiras, conforme a publicação em alguns momentos é perceptível que o lixo acaba sendo jogado ao lado do cesto de lixo, ou seja, como citado na reportagem  Talvez o que esteja faltando é cada um fazer a própria parte e contribuir para deixar a cidade mais limpa. Muitas vezes a desculpa para jogar lixo na rua ou deixar em qualquer lugar é que não tem cesto de lixo por perto. Mas em alguns casos o que se percebe é que a falta não é de lixeiras, mas de educação mesmo. Não é raro ver a sujeira jogada no chão bem ao lado de um cesto de lixo . O ato de jogar lixo nas ruas é considerado crime passível por multa em diversos estados, como por exemplo, no Distrito Federal: A Lei Distrital nº 5.650/2016 estabelece as normas para fiscalização e cobrança de multa para pessoas que jogarem qualquer tipo de lixo nas ruas ou demais espaços públicos do Distrito Federal. Inclusive existem cidades que também aderiram a essa forma de punição, são elas: Rio de Janeiro (RJ), Alvorada (RS), Teresina (PI), Porto Alegre (RS), Joinville (SC), Canoas (RS), Santos (SP), Novo Hamburgo (RS), Cuiabá (MT) e Salvador (BA). A ideia que o lixo invadisse a cidade e subisse as paredes dos prédios, vem justamente ao encontro da atitude de alguns cidadãos que abandonaram seus resíduos pela cidade e enfim chegou a hora do reencontro sustentável. Afinal nesse momento os papéis se inverteram e o lixo abandonado que antes poluía a cidade, agora se tornou um sobrevivente, destacando-se de uma forma impactante perante a sociedade relapsa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo Sabadin (1990), outdoor é uma ferramenta de comunicação ao ar livre, no Brasil ocorre uma diferenciação quando se trata da definição do mesmo. O novo dicionário Aurélio da língua portuguesa define outdoor como: Designação de qualquer propaganda ao ar livre (painel, letreiro luminoso, parede pintada etc.) exposta ao ar livre, com comunicação imediata e grande apelo visual. A segunda descrição abrange a ideia de um grande cartaz com as mesmas características exposto em pontos específicos de atenção. Seguindo a definição, foram construídas peças que visava despertar a curiosidade além de transmitir uma informação. Para obter esse resultado seriam construídas verdadeiras instalações junto aos prédios, unindo arte e comunicação. O fator surpresa fica por conta da iluminação solar, pois o material fica suspenso nas paredes fixo por uma estrutura de metal, que com a incidência do sol revela a mensagem  Eu sou seu abandono . A projeção da sombra transmite a informação para a população das grandes cidades. Compreendendo que as áreas onde ficaram expostas as pecas são de grande fluxo de pessoas e com transito evidente, dessa forma a atenção será concentrada. A construção do projeto foi baseada nas características de mídia exterior definidas pelo autor Bertomeu (2006), são elas: Ser limpo e objetivo, tempo máximo de leitura de oito segundos, fixar pelo impacto e pela repetição e apresentar ousadia nas aplicações, como por exemplo painéis sequenciais. Inicialmente a interpretação do público será uma quantidade significativa de lixo suspenso em paredes dos prédios, porém de acordo com o fluxo de pessoas em determinados horários ocorrerá uma incidência de sol e como consequência a sombra projetando a frase apresentada. A intenção é que a curiosidade das pessoas seja revertida através da compreensão que o lixo está transmitindo a mensagem. No livro Criação na redação publicitária de João Vicente Cegato Bartolomeu (2006), alguns redatores criativos relataram sua opinião quanto a forma de comunicação do outdoor. Segundo Fabiano Soares  Ele tem que ser criativo e direto, para alguém a 80km/h possa captar a mensagem.  , enquanto Ricardo Chester acredita Mensagem curta, original. Uma peça que chame a atenção por comunicar não apenas por estar lá.  Afirma o publicitário. Para que a ideia tomasse forma, foram utilizados os softwares de criação gráfica, Adobe Photoshop CC e Adobe Illustrator CC, para compor a estética do projeto. Para tornar as pecas realísticas foram feitos recortes específicos e individuais em imagens obtidas em bancos de imagem, onde colocadas em conjunto formariam a representação da aplicação em escala real. A produção dos materiais foi completamente produzida nos laboratórios da ESPM-Sul, com orientação do professor da disciplina, Giovanni Pereira. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O ponto inicial do projeto foi descobrir uma forma de despertar a atenção do público-alvo, essa busca pela cidade e seus arranha-céus fizeram com que chegássemos ao conceito de alegoria, que segundo Peixoto (1998) definia alegoria como o ato de arrancar as coisas de seu contexto habitual destruindo seus fundamentos orgânicos. O mesmo autor ao referenciar as cidades como grandes quadros urbanos citou que a cidade convertida em paisagem se transmuta alegoricamente,  Já não é pátria. É palco e país estrangeiro. , sendo assim transformando-se em cenário. Sequencialmente foi necessário listar os resíduos mais evidentes em imagens de lixos na rua, foi perceptível a presença de: garrafas pet, pontas de cigarro, latinhas de refrigerante, papeis de doces, embalagens recicláveis, lixo doméstico, moveis e eletrodomésticos em estado de decomposição, entre outros. Para iniciar a construção gráfica foi desenvolvido uma prévia manual para compreender a proporção dos itens, produzindo uma matriz correspondente a letra que será projetada, conforme imagem (1). Imagem 1: Rafe manual. Fonte: Autor Após concluir a primeira etapa do projeto, iniciou-se um estudo sobre a forma que a sombra seria projetada quanto ao lixo exposto. Analisando que seriam três pecas, uma com lixo misto, uma com lixo pet e uma com orgânico. Ao tratar dos lixos como item artístico, foi necessário avaliar o peso e disposição dele junto aos prédios. Para a construção do lixo reciclável foram utilizados amostras de latas, garrafas pet e sacolas plásticas reais. Quanto ao lixo orgânico o planejado é utilizar um molde de resíduos produzidos com material reciclado como papel e plástico, simulando os itens pertencentes ao lixo orgânico. De acordo com as imagens 2 e 3. Imagem 2: Aplicação sem projeção de sombra Imagem 3: Aplicação com efeito projetado Ao construir as pecas pertencentes ao projeto, seria necessário compreender a melhor forma de apresenta-la ao público. A decisão foi distribuir as os três outdoors em três prédios sequenciais, onde a primeira mensagem fosse eu sou aquela latinha que você abandonou na rua, no prédio central a mensagem seria eu sou seu abandono com uma frase de apoio dizendo Não deixe o descaso dominar seu mundo, e no ultimo prédio estaria escrito eu sou aquele lixo que você abandonou pela janela. Essa composição segue a temática até então apresentada nesse projeto: construída com lixo. A configuração de apresentação conforme as figuras 4, 5 e 6. Figura 4: Aplicação com latinhas de refrigerante Figura 5: Aplicação principal com efeito da sombra Imagem 6: Aplicação com resíduos diversos </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Analisando a atual situação da sociedade brasileira mediante a preservação do meio ambiente, acredito que de alguma forma o projeto possa incentivar a população a prestar mais atenção em suas atitudes quando se trata de lixo e seu descarte correto. Utilizar as redes sociais como apoio resulta positivamente na divulgação orgânica da informação citada. Considero que se cada um for despertado para mudar suas atitudes, sejam elas pequenas ou grandes, poderemos tornar nossa sociedade mais consciente quanto ao meio ambiente. A mudança deve acontecer dentro de nós, esse projeto visou desde seu inicio auxiliar nessa interpretação de como tratar nossas ações diárias, compreendo que minha atitude de produzir algo nesse âmbito seja semelhante a aquela de carregar a latinha ou a bituca de cigarro até uma lixeira. Nossas atitudes precisam representar cada vez mais nossa consciência social, afinal um copo descartável jogado na rua pode ser o suficiente para causar grandes complicações em períodos de chuva excessiva. Por fim, reforço que acredito que podemos fazer nosso planeta um lugar melhor e ajudar a diminuir a poluição com pequenos atos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna, Editora Companhia das letras, 1992.<br><br>BERTOMEU, João Vicente Cegato. Criação na redação publicitária. São Paulo: Ed. do Autor, 2006.<br><br>DUARTE, Paulo Sergio. Arte brasileira contemporânea, Ipsis gráfica e editora, 2008.<br><br>FARTHUNG, Stephen. Tudo sobre arte, Editora Sextante, 2011.<br><br>FARTHUNG, Stephen. Tudo sobre arte, Editora Sextante, 2011.<br><br> JORNAL NACIONAL, Quantidade de lixo produzida no Brasil aumenta mesmo com crise. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/10/quantidade-de-lixo-produzida-no-brasil-aumenta-mesmo-com-crise.html, Acessado em 18 de março, 2018.<br><br>G1 GLOBO.COM, Preocupação com lixo espalhado por ruas aumenta durante período chuvoso. Disponível em: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/preocupacao-com-lixo-espalhado-por-ruas-aumenta-durante-periodo-chuvoso.ghtml. Acessado em 18 de março, 2018.<br><br>PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens urbanas. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 1998.<br><br>SABADIN, Celso. Outdoor: uma visão do meio por inteiro. Rio de Janeiro: Bloch, 1990.<br><br> TJDFT, Jogar lixo na rua. Disponível em: http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/direito-facil/jogar-lixo-na-rua. Acessado em 18 de março, 2018.<br><br>THEGREENESTPOST, 10 cidades brasileiras que multam quem joga lixo na rua. Disponível em: http://thegreenestpost.com/conheca-10-cidades-brasileiras-que-multam-quem-joga-lixo-na-rua-2/. Acessado em 18 de março, 2018.<br><br> </td></tr></table></body></html>