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INSCRIÇÃO: | 00881 |
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CATEGORIA: | JO |
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MODALIDADE: | JO11 |
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TÍTULO: | Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos |
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AUTORES: | Hannah Leticia Cliton Fagundes (Universidade Positivo); Ana Paula Mira (Universidade Positivo) |
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PALAVRAS-CHAVE: | História oral, Hospitais psiquiátricos, Jornalismo, Livro-reportagem, Loucura |
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RESUMO |
A partir da interseção entre história oral e jornalismo, o livro-reportagem “Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos” aborda a questão das pessoas que foram internadas em hospitais psiquiátricos e seu ponto de vista a respeito da internação, sequelas e preconceito. Para isso, é discutido o contexto histórico e psiquiátrico das internações, bem como a forma que a loucura e os pacientes foram encarados ao longo dos anos. Entre os temas abordados, também estão a reforma psiquiátrica brasileira, os tratamentos aplicados aos pacientes e o papel dos médicos e enfermeiros nas instituições. O livro-reportagem apresentado como trabalho de conclusão de curso traz o depoimento de ex-pacientes psiquiátricos, mantendo a oralidade de cada um ao contar sua vida antes, durante e depois da internação em instituições psiquiátricas. |
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INTRODUÇÃO |
Ao longo do tempo, a política de internação de pessoas com transtornos ou sofrimento mental mudou no Brasil. A Lei Federal nº 10.216, que reformula o modelo assistencial de saúde mental, foi aprovada em 2001, mas a Reforma Psiquiátrica no Brasil não começou e nem terminou nesta data. O projeto de Lei nº 3.657, que originou a lei, foi proposto em 1989 e, entre a apresentação do projeto e a aprovação da lei, com várias modificações, o tema foi discutido pelos parlamentares e pela sociedade brasileira.倀漀爀洀Ⰰ 愀瀀攀渀愀猀 愀 挀爀椀愀漀 搀愀猀 氀攀椀猀 渀漀 最愀爀愀渀琀攀 焀甀攀 漀猀 琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀猀 搀攀猀甀洀愀渀漀猀 瀀愀爀攀洀 搀攀 漀挀漀爀爀攀爀Ⰰ 漀甀 焀甀攀 栀愀樀愀 甀洀愀 愀搀攀猀漀 琀漀琀愀氀 猀 渀漀瘀愀猀 瀀爀琀椀挀愀猀Ⰰ 焀甀攀 挀漀渀琀爀愀瀀攀洀 漀 洀漀搀攀氀漀 愀猀椀氀愀爀⸀ 준 瀀漀爀 椀猀猀漀 焀甀攀 愀 爀攀昀漀爀洀愀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀愀 挀漀渀猀椀搀攀爀愀搀愀 甀洀 愀瘀愀渀漀 挀漀洀 爀攀氀愀漀 愀漀 琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀 搀愀搀漀 愀漀猀 瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 愀渀琀攀爀椀漀爀洀攀渀琀攀Ⰰ 洀愀猀 搀攀瘀攀 猀攀爀 瘀椀猀琀愀 挀漀洀漀 甀洀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 攀洀 愀渀搀愀洀攀渀琀漀⸀
Antes da lei da reforma psiquiátrica, muitos médicos que trabalhavam nos manicômios não eram especializados em psiquiatria ou mesmo psicologia. Essa falta de especialização é sintomática do tipo de tratamento dispensado aos pacientes dos hospitais psiquiátricos. Já que o principal objetivo dos manicômios e sanatórios era afastar essas pessoas do convívio social e proteger a sociedade dos considerados “alienados”, os locais se tornavam, como citou o psiquiatra Franco Basaglia em visita ao Brasil em 1979, verdadeiros campos de concentração nazista (ARBEX, 2013).䄀 瀀愀爀琀椀爀 搀漀 攀渀挀漀渀琀爀漀 攀渀琀爀攀 愀猀 爀攀愀猀 搀漀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 搀愀 䠀椀猀琀爀椀愀 攀 搀愀 倀猀椀挀漀氀漀最椀愀Ⰰ 漀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 ᰀ䴠漀渀氀漀最漀猀 搀愀 氀漀甀挀甀爀愀㨀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 搀攀 攀砀ⴀ瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀ᴀⰠ 挀漀渀琀愀 愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 搀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 焀甀攀 瘀椀瘀攀爀愀洀 愀 椀渀琀攀爀渀愀漀 攀洀 椀渀猀琀椀琀甀椀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀猀Ⰰ 瀀爀琀椀挀愀 挀漀洀甀洀 搀攀猀搀攀 漀 椀渀挀椀漀 搀漀 猀挀甀氀漀 堀堀⸀ 䄀猀猀椀洀Ⰰ 漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 甀猀愀渀搀漀 漀 爀攀挀甀爀猀漀 搀愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 瀀漀爀 洀攀椀漀 搀攀 甀洀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 瀀漀猀猀椀戀椀氀椀琀漀甀 焀甀攀 漀猀 瀀爀瀀爀椀漀猀 瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 挀漀渀琀愀猀猀攀洀 愀猀 猀甀愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀⸀ 匀甀愀猀 洀攀洀爀椀愀猀 攀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀猀 昀漀爀愀洀 愀 昀漀渀琀攀 搀愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 瀀愀爀愀 漀 氀椀瘀爀漀Ⰰ 焀甀攀 洀愀渀琀攀瘀攀 愀 漀爀愀氀椀搀愀搀攀 搀攀 挀愀搀愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀搀㘀㈀愀 㠀∀㸀㰀戀㸀伀䈀䨀䔀吀䤀嘀伀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀伀 漀戀樀攀琀椀瘀漀 搀漀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 ᰀ䴠漀渀氀漀最漀猀 搀愀 氀漀甀挀甀爀愀㨀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 搀攀 攀砀ⴀ瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀ᴀ† 搀愀爀 甀洀愀 漀瀀漀爀琀甀渀椀搀愀搀攀 搀攀 漀甀瘀椀爀 漀 氀愀搀漀 搀攀 焀甀攀洀 瘀椀瘀攀甀 搀攀渀琀爀漀 搀攀 甀洀 栀漀猀瀀椀琀愀氀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀 攀 瀀漀搀攀 挀漀渀琀爀椀戀甀椀爀 挀漀洀 愀 氀甀琀愀 愀渀琀椀洀愀渀椀挀漀洀椀愀氀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀攀 猀甀愀 瀀爀瀀爀椀愀 瘀椀瘀渀挀椀愀⸀ 䄀瀀攀渀愀猀 搀攀猀猀愀 昀漀爀洀愀 愀猀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀猀 瘀椀瘀椀搀愀猀 渀漀 猀攀爀漀 爀攀瀀攀琀椀搀愀猀 瀀攀氀愀 洀攀搀椀挀椀渀愀 攀 瀀攀氀愀 瀀猀椀焀甀椀愀琀爀椀愀Ⰰ 攀 愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀 渀漀 挀漀氀漀挀愀爀 洀愀椀猀 攀猀琀攀 攀猀琀椀最洀愀 猀漀戀爀攀 攀猀猀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀⸀ 倀愀爀琀椀渀搀漀 搀攀猀猀愀 搀椀猀挀甀猀猀漀Ⰰ 漀 琀爀愀戀愀氀栀漀 搀攀 挀漀渀挀氀甀猀漀 搀攀 挀甀爀猀漀 猀攀 瀀爀漀瀀攀 愀 爀攀琀爀愀琀愀爀Ⰰ 瀀漀爀 洀攀椀漀 搀攀 甀洀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 愀 洀攀洀爀椀愀 搀攀 瀀攀猀猀漀愀猀 焀甀攀 昀漀爀愀洀 椀渀琀攀爀渀愀搀愀猀 攀洀 栀漀猀瀀椀琀愀椀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀Ⰰ 洀愀渀琀攀渀搀漀 愀 漀爀愀氀椀搀愀搀攀 搀愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀⸀
Dessa forma, o livro-reportagem “Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos” tem como objetivo geral registrar os depoimentos, por meio de um livro-reportagem, de pessoas que estiveram internadas em instituições psiquiátricas, de forma a dar-lhes voz e contribuir para diminuir o estigma que recebem na sociedade. Como objetivos específicos, o livro-reportagem buscou coletar dados e informações sobre a reforma psiquiátrica no país e comparar com a aplicação no Paraná, além de entender a função e a importância das histórias orais para o jornalismo, pesquisar sobre livro-reportagem como forma de ampliar a abordagem do jornalismo e como usá-lo para dar voz a pacientes de hospitais psiquiátricos, entrevistar pessoas que tenham sido internadas em instituições psiquiátricas, antes e/ou depois da reforma psiquiátrica, registrar as impressões de pessoas que conviveram com quem foi internado e produzir um livro-reportagem a partir dos depoimentos dos entrevistados, de forma a manter a oralidade de cada um. |
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JUSTIFICATIVA |
Para Foucault (2000), no mundo da internação nos asilos e hospitais psiquiátricos, a loucura recebe um significado psicológico e patologizante, sendo inserida no sistema moral de repressões e valores da época. O autor defende que a psicologização resulta de uma operação mais complexa, em que a loucura é parte de um sistema punitivo “onde o louco, minorizado, encontra-se incontestavelmente aparentado com a criança, e onde a loucura, culpabilizada, acha-se originariamente ligada ao erro” (FOUCAULT, 2000, p. 83-84).䄀猀猀椀洀Ⰰ 䜀漀昀昀洀愀渀 ⠀㈀ ⤀ 搀攀昀攀渀搀攀 焀甀攀Ⰰ 愀漀 猀攀爀 愀搀洀椀琀椀搀漀 攀洀 甀洀愀 椀渀猀琀椀琀甀椀漀 琀漀琀愀氀Ⰰ 挀漀洀漀 甀洀 栀漀猀瀀椀琀愀氀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀Ⰰ 漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀 瀀攀爀搀攀 愀 猀甀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 攀 琀攀洀 漀 猀攀甀 ᰀ攠甀ᴀ†搀攀琀攀爀椀漀爀愀搀漀Ⰰ 瀀漀椀猀 挀栀攀最愀 愀漀 氀漀挀愀氀 挀漀洀 甀洀愀 挀漀渀挀攀瀀漀 搀攀 猀椀 洀攀猀洀漀 焀甀攀 渀漀 昀愀稀 猀攀渀琀椀搀漀 渀漀 渀漀瘀漀 愀洀戀椀攀渀琀攀⸀ 䄀 攀砀琀椀渀漀 搀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 椀渀搀椀瘀椀搀甀愀氀 琀愀洀戀洀 愀挀漀渀琀攀挀攀 焀甀愀渀搀漀 愀 ᰀ愠甀琀漀渀漀洀椀愀 搀漀 愀琀漀ᴀ†搀漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀Ⰰ 搀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 漀 愀甀琀漀爀Ⰰ 瘀椀漀氀愀搀愀 搀攀瘀椀搀漀 愀漀猀 樀甀氀最愀洀攀渀琀漀猀 攀 渀漀爀洀愀猀 搀愀 攀焀甀椀瀀攀 搀椀爀攀琀漀爀愀⸀ 匀漀戀爀攀 漀 焀甀攀 挀栀愀洀愀 搀攀 昀愀猀攀 瀀爀ⴀ瀀愀挀椀攀渀琀攀Ⰰ 愀渀琀攀猀 搀愀 椀渀琀攀爀渀愀漀Ⰰ 漀 愀甀琀漀爀 猀甀最攀爀攀 焀甀攀 漀 椀渀搀椀瘀搀甀漀 挀漀洀攀愀 挀漀洀 猀攀甀猀 搀椀爀攀椀琀漀猀 攀 氀椀戀攀爀搀愀搀攀猀 挀椀瘀椀猀Ⰰ 攀 琀攀爀洀椀渀愀 搀攀猀瀀漀樀愀搀漀 搀攀 焀甀愀猀攀 琀甀搀漀Ⰰ 椀渀琀攀爀渀愀搀漀 攀洀 甀洀愀 攀渀昀攀爀洀愀爀椀愀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀 ⠀䜀伀䘀䘀䴀䄀一Ⰰ ㈀ ⤀⸀
Para o autor, quando ocorre a internação em uma instituição total, é criada uma barreira entre o paciente e o mundo externo, o que se torna a primeira mutilação do “eu” do paciente. Segundo Goffman (2001), outros fatos que se acumulam para que o paciente perca sua identidade dentro da instituição são a mudança de aparência (corte de cabelo, por exemplo) e perda de seus objetos pessoais, como as roupas que vestia ao dar entrada na instituição.䄀漀 搀愀爀 攀渀琀爀愀搀愀 椀渀猀琀椀琀甀椀漀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀Ⰰ 漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀 琀愀洀戀洀 瀀愀猀猀愀 愀 愀猀猀甀洀椀爀 甀洀愀 瀀漀猀椀漀 搀椀昀攀爀攀渀琀攀 搀愀 攀砀攀爀挀椀搀愀 昀漀爀愀 搀愀 椀渀猀琀椀琀甀椀漀⸀ 倀愀爀愀 䜀漀昀昀洀愀渀 ⠀㈀ ⤀Ⰰ 漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀 氀漀最漀 猀攀 搀 挀漀渀琀愀 搀攀 焀甀攀Ⰰ 愀漀 猀愀椀爀Ⰰ 渀甀渀挀愀 瘀漀氀琀愀爀 瀀愀爀愀 愀 瀀漀猀椀漀 焀甀攀 愀猀猀甀洀椀愀 愀渀琀攀猀 搀愀 椀渀琀攀爀渀愀漀Ⰰ 瀀漀椀猀Ⰰ 渀漀 挀愀猀漀 搀愀猀 椀渀猀琀椀琀甀椀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀猀Ⰰ 猀攀爀 渀攀挀攀猀猀爀椀漀 氀椀搀愀爀 挀漀洀 漀 攀猀琀椀最洀愀 攀 漀 瀀爀攀挀漀渀挀攀椀琀漀 搀攀 瀀漀猀猀甀椀爀 愀氀最甀洀愀 搀漀攀渀愀 漀甀 琀爀愀渀猀琀漀爀渀漀 洀攀渀琀愀氀⸀ 倀漀爀 椀猀猀漀Ⰰ 䄀洀愀爀愀渀琀攀 ⠀㤀㤀㘀⤀ 挀漀氀漀挀愀 焀甀攀 愀 氀甀琀愀 搀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 瀀漀爀琀愀搀漀爀愀猀 搀攀 搀漀攀渀愀猀 漀甀 琀爀愀渀猀琀漀爀渀漀猀 洀攀渀琀愀椀猀 渀漀 挀漀渀琀攀砀琀漀 搀愀 爀攀昀漀爀洀愀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀 瀀漀爀 挀椀搀愀搀愀渀椀愀Ⰰ 樀 焀甀攀 愀猀 挀愀爀愀挀琀攀爀猀琀椀挀愀猀 愀琀爀椀戀甀搀愀猀 瀀攀氀漀 攀猀琀椀最洀愀 搀攀 ᰀ搠漀攀渀琀攀 洀攀渀琀愀氀ᴀ†昀愀稀攀洀 挀漀洀 焀甀攀 漀猀 椀渀搀椀瘀搀甀漀猀 猀攀樀愀洀 挀漀渀猀椀搀攀爀愀搀漀猀 渀漀 挀椀搀愀搀漀猀Ⰰ 瀀漀椀猀 瀀攀爀搀攀爀愀洀 猀攀甀猀 搀椀爀攀椀琀漀猀 樀甀爀搀椀挀漀猀Ⰰ 瀀漀氀琀椀挀漀猀 攀 挀椀瘀椀猀⸀
Dessa forma, a luta pela reforma psiquiátrica no Brasil é também uma luta pela cidadania das pessoas com doenças e transtornos mentais e, a partir do início desse processo, houve uma mudança no cenário e os próprios indivíduos assumiram o protagonismo dessa luta. Com isso, o próprio usuário do sistema psiquiátrico se torna “agente de transformação da realidade” (AMARANTE, 2000, p. 121), construindo novas possibilidades para si mesmo.一漀 倀愀爀愀渀Ⰰ 漀 琀攀洀愀 搀愀 愀猀猀椀猀琀渀挀椀愀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀 昀漀椀 攀砀瀀氀漀爀愀搀漀 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀 瀀漀爀 瀀攀猀焀甀椀猀愀搀漀爀攀猀 搀愀 爀攀愀 搀愀 䠀椀猀琀爀椀愀Ⰰ 焀甀攀 愀戀漀爀搀愀爀愀洀 愀 攀瘀漀氀甀漀 搀愀猀 椀渀猀琀椀琀甀椀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀猀 渀漀 攀猀琀愀搀漀 攀 漀 琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀 搀愀搀漀 愀漀猀 瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 挀漀渀猀椀搀攀爀愀搀漀猀 氀漀甀挀漀猀⸀ 一漀 攀渀琀愀渀琀漀Ⰰ 洀攀猀洀漀 攀洀 瀀攀猀焀甀椀猀愀猀 搀愀 倀猀椀挀漀氀漀最椀愀 攀 搀愀 倀猀椀焀甀椀愀琀爀椀愀Ⰰ 愀 瀀攀爀猀瀀攀挀琀椀瘀愀 瀀爀攀搀漀洀椀渀愀渀琀攀 栀椀猀琀漀爀椀漀最爀昀椀挀愀Ⰰ 漀甀 猀攀樀愀Ⰰ 瀀漀甀挀漀 氀攀瘀愀 攀洀 挀漀渀琀愀 愀猀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀猀 搀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 焀甀攀 昀漀爀愀洀 椀渀琀攀爀渀愀搀愀猀 渀漀猀 愀渀琀椀最漀猀 栀漀猀瀀挀椀漀猀 漀甀 洀愀渀椀挀洀椀漀猀⸀ 䐀攀猀猀愀 昀漀爀洀愀Ⰰ 漀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 愀猀猀甀洀攀 漀 瀀愀瀀攀氀 搀攀 瀀爀攀攀渀挀栀攀爀 攀猀猀愀 氀愀挀甀渀愀Ⰰ 愀漀 搀愀爀 瘀漀稀 愀漀猀 瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 焀甀攀 昀漀爀愀洀 椀渀琀攀爀渀愀搀漀猀 攀洀 栀漀猀瀀椀琀愀椀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀Ⰰ 瀀漀爀 洀攀椀漀 搀漀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 ᰀ䴠漀渀氀漀最漀猀 搀愀 氀漀甀挀甀爀愀㨀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 搀攀 攀砀ⴀ瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀ᴀ⸠㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀搀㘀㈀愀 㠀∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀 䔀 吀준䌀一䤀䌀䄀匀 唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀伀猀 椀渀琀攀爀渀漀猀 搀攀 栀漀猀瀀椀琀愀椀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀 渀甀渀挀愀 琀椀瘀攀爀愀洀 瘀漀稀 渀愀 猀漀挀椀攀搀愀搀攀Ⰰ 洀甀椀琀漀 洀攀渀漀猀 搀攀渀琀爀漀 搀愀猀 椀渀猀琀椀琀甀椀攀猀⸀ 䄀漀 猀攀爀攀洀 椀渀琀攀爀渀愀搀漀猀Ⰰ 攀爀愀 挀漀洀漀 猀攀 瀀攀爀搀攀猀猀攀洀 愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀Ⰰ 愀 挀椀搀愀搀愀渀椀愀 攀 愀 搀椀最渀椀搀愀搀攀⸀ 䄀漀 猀愀爀攀洀Ⰰ 攀爀愀洀 ⠀攀 愀椀渀搀愀 猀漀⤀ 攀猀琀椀最洀愀琀椀稀愀搀漀猀Ⰰ 瘀琀椀洀愀猀 搀攀 瀀爀攀挀漀渀挀攀椀琀漀 攀 搀攀猀挀爀搀椀琀漀 搀攀 瀀攀猀猀漀愀猀 瀀爀砀椀洀愀猀⸀ 儀甀愀渀琀愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 猀漀 挀漀渀栀攀挀椀搀愀猀Ⰰ 漀甀瘀椀搀愀猀 搀攀 瀀攀猀猀漀愀猀 焀甀攀 瀀愀猀猀愀爀愀洀 瀀漀爀 攀猀猀愀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀㼀
Para combater o estigma e o preconceito sobre as pessoas que foram internadas em instituições psiquiátricas, é necessário ouvir o que elas têm a dizer. Para isso, a entrevista se apresentou como o método mais adequado para preservar a oralidade dos depoimentos e deixar que os próprios pacientes contassem suas histórias. A entrevista aberta, comumente utilizada no jornalismo, também tem o sentido de pluralização de vozes, que também é um conceito presente na história oral. Dessa forma, os pacientes de hospitais psiquiátricos que foram entrevistados para o livro-reportagem “Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos” puderam exercer sua individualidade ao contar a sua perspectiva e suas memórias. Ao ser utilizada na construção de um livro-reportagem, a entrevista é uma forma de relatar a realidade com a mínima interferência do jornalista, que deve buscar respeitar o máximo possível a linguagem e a cultura dos personagens que está retratando (LIMA, 1993). O autor também coloca que métodos como as histórias de vida e a observação participante “servem para que se cruzem diferentes informações, de modo que apareçam, evidenciados, padrões e tendências dos grupos sociais” (LIMA, 1993, p. 38). Meihy e Holanda (2014) destacam ainda que as entrevistas são partes do corpus documental, que fazem sentido enquanto história oral apenas quando unidas. “É a totalidade das entrevistas que interessa. O reforço dos argumentos ou a oposição deles faz com que as entrevistas se entrelacem, favorecendo conclusões que as justificam” (MEIHY; HOLANDA, 2014, p. 118).䴀攀搀椀渀愀 ⠀㈀ ⤀ 琀愀洀戀洀 愀戀漀爀搀愀 愀 焀甀攀猀琀漀 搀漀 昀漀挀漀 渀漀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀 瀀愀爀愀 挀漀渀猀琀爀甀椀爀 甀洀 搀椀氀漀最漀 攀渀琀爀攀 攀氀攀 攀 漀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀爀Ⰰ 瀀漀椀猀 愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 愀戀攀爀琀愀 洀漀瘀椀洀攀渀琀愀 漀 挀攀渀琀爀漀 搀漀 搀椀氀漀最漀 瀀愀爀愀 漀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀⸀ 䌀漀洀 椀猀猀漀Ⰰ ᰀ漠挀漀爀爀攀 氀椀戀攀爀愀漀 攀 搀攀猀戀氀漀焀甀攀愀洀攀渀琀漀 渀愀 猀椀琀甀愀漀 椀渀琀攀爀ⴀ栀甀洀愀渀愀 攀 攀猀琀愀 爀攀氀愀漀 琀攀洀 挀漀渀搀椀攀猀 搀攀 昀氀甀椀爀㬀 愀琀椀渀最攀ⴀ猀攀 愀 愀甀琀漀ⴀ攀氀甀挀椀搀愀漀ᴀ†⠀䴀䔀䐀䤀一䄀Ⰰ ㈀ Ⰰ 瀀⸀ ⤀⸀ 䐀愀 洀攀猀洀愀 昀漀爀洀愀Ⰰ 吀栀漀洀瀀猀漀渀 ⠀㈀ ㈀⤀ 搀攀昀攀渀搀攀 焀甀攀 愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 挀漀洀瀀氀攀琀愀洀攀渀琀攀 氀椀瘀爀攀 琀攀洀 挀漀洀漀 漀戀樀攀琀椀瘀漀 爀攀最椀猀琀爀愀爀 猀甀戀樀攀琀椀瘀愀洀攀渀琀攀 挀漀洀漀 甀洀愀 瀀攀猀猀漀愀 瘀 猀甀愀 瀀爀瀀爀椀愀 瘀椀搀愀Ⰰ 渀漀 琀漀琀愀氀 漀甀 攀洀 瀀愀爀琀攀猀⸀ 䔀猀猀愀 挀漀氀漀挀愀漀 猀攀 爀攀昀氀攀琀攀 愀椀渀搀愀 渀漀 猀攀渀琀椀搀漀 搀攀 瀀氀甀爀愀氀椀稀愀漀 搀攀 瘀漀稀攀猀Ⰰ 焀甀攀 琀愀洀戀洀 甀洀 挀漀渀挀攀椀琀漀 瀀爀攀猀攀渀琀攀 渀愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀⸀ 䴀攀椀栀礀 攀 䠀漀氀愀渀搀愀 ⠀㈀ 㐀⤀ 愀瀀漀渀琀愀洀 挀漀洀漀 洀漀瘀椀洀攀渀琀漀猀 搀攀 洀椀渀漀爀椀愀猀 挀甀氀琀甀爀愀椀猀 搀椀猀挀爀椀洀椀渀愀搀愀猀 攀渀挀漀渀琀爀愀爀愀洀 渀愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 甀洀 攀猀瀀愀漀 搀攀 瘀愀氀椀搀愀漀 搀攀 猀甀愀猀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀猀⸀
Da mesma forma que a história oral, a entrevista jornalística está bastante ligada à memória do indivíduo, por isso a escolha do tema e do entrevistado são fases primordiais no processo de execução. Conforme Matos e Senna (2011), é importante estabelecer critérios para formular boas perguntas durante a entrevista. Além disso, as autoras defendem que o processo de seleção dos entrevistados, do lugar da entrevista e do roteiro de perguntas também é importante para a o método da história oral. 䐀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 䰀椀洀愀 ⠀㈀ 㤀⤀Ⰰ 愀漀 氀漀渀最漀 搀漀 琀攀洀瀀漀 愀 搀漀攀渀愀 洀攀渀琀愀氀 猀攀洀瀀爀攀 昀漀椀 攀渀挀愀爀愀搀愀 挀漀洀漀 甀洀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 瀀爀攀猀猀甀瀀漀猀琀愀 焀甀攀 昀愀稀椀愀 瀀愀爀琀攀 搀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 搀漀 椀渀搀椀瘀搀甀漀⸀ 䄀猀猀椀洀Ⰰ 洀甀椀琀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀Ⰰ 愀漀 猀攀爀攀洀 搀椀愀最渀漀猀琀椀挀愀搀愀猀 挀漀洀 甀洀 琀爀愀渀猀琀漀爀渀漀 洀攀渀琀愀氀Ⰰ 瀀愀猀猀愀洀 愀 椀渀挀漀爀瀀漀爀愀爀 愀 爀愀挀椀漀渀愀氀椀搀愀搀攀 洀搀椀挀愀 渀漀 搀椀猀挀甀爀猀漀Ⰰ 搀攀 昀漀爀洀愀 愀 搀攀猀挀爀攀瘀攀爀ⴀ猀攀 挀漀洀漀 椀渀搀椀瘀搀甀漀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀漀 搀椀愀最渀猀琀椀挀漀⸀ 匀攀最甀渀搀漀 䜀爀椀最漀氀漀 ⠀㤀㤀㔀⤀Ⰰ 焀甀愀渀琀漀 洀愀椀猀 琀攀洀瀀漀 漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀 瀀愀猀猀愀 椀渀琀攀爀渀愀搀漀 渀漀 栀漀猀瀀椀琀愀氀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀Ⰰ 洀愀椀猀 愀 猀甀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 猀攀 爀攀猀甀洀攀 椀渀琀攀爀渀愀漀 攀 愀漀 琀爀愀渀猀琀漀爀渀漀⸀ 䤀猀猀漀 愀挀漀渀琀攀挀攀 瀀漀爀焀甀攀Ⰰ 挀漀洀 漀 瀀愀猀猀愀爀 搀漀 琀攀洀瀀漀Ⰰ 漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀 樀 渀漀 琀攀洀 攀猀瀀攀爀愀渀愀猀 搀攀 瘀漀氀琀愀爀 愀 猀攀爀 漀 焀甀攀 攀爀愀 愀渀琀攀爀椀漀爀洀攀渀琀攀⸀ 倀愀爀愀 愀 愀甀琀漀爀愀Ⰰ 愀猀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀猀 搀攀猀猀愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 猀漀 猀漀挀椀愀氀洀攀渀琀攀 渀攀最愀搀愀猀 搀攀 昀漀爀洀愀 挀漀渀猀琀愀渀琀攀Ⰰ 攀 愀 椀渀琀攀爀渀愀漀 猀攀 琀漀爀渀愀 愀 椀洀瀀漀猀猀椀戀椀氀椀搀愀搀攀 搀攀昀椀渀椀琀椀瘀愀 搀攀 猀攀爀 愀氀最甀洀 愀氀洀 搀漀 攀猀琀椀最洀愀 搀攀 搀漀攀渀琀攀 洀攀渀琀愀氀⸀ 䐀攀猀猀愀 昀漀爀洀愀Ⰰ 愀 椀渀琀攀爀渀愀漀 洀漀搀椀昀椀挀愀 愀 爀攀氀愀漀 搀漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀 挀漀渀猀椀最漀 洀攀猀洀漀 攀 挀漀洀 愀 猀甀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 ⠀䜀刀䤀䜀伀䰀伀Ⰰ 㤀㤀㔀⤀⸀
No caso do livro-reportagem “Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos”, a finalidade passa a ser dar voz aos personagens para contarem suas próprias histórias. Assim, as entrevistas passam a ter maior peso na execução do produto, do início ao fim, da mesma forma que os personagens. É por meio da oralidade, ao contar suas próprias histórias, que este livro-reportagem se torna um retrato de seus narradores-personagens e das práticas que ocorriam nas instituições psiquiátricas. O modo de falar de cada um também transmite aspectos mais contundentes das personalidades dos entrevistados, dos seus transtornos mentais e das sequelas advindas da internação.䄀猀猀椀洀Ⰰ 猀攀Ⰰ 搀攀 愀挀漀爀搀漀 挀漀洀 䜀漀渀愀氀瘀攀猀 一攀琀漀 ⠀㈀ 㐀⤀Ⰰ 愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 栀甀洀愀渀愀 猀攀 挀漀渀猀琀爀椀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀 攀 搀椀猀挀甀爀猀椀瘀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 漀 瀀爀瀀爀椀漀 愀琀漀 搀攀 渀愀爀爀愀爀 猀甀愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀攀 瘀椀搀愀 瀀漀搀攀 猀攀爀 甀洀愀 昀漀爀洀愀 搀攀 攀洀瀀漀搀攀爀愀洀攀渀琀漀 攀 愀昀椀爀洀愀漀 搀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 搀漀 瀀漀爀琀愀搀漀爀 搀攀 琀爀愀渀猀琀漀爀渀漀 攀 猀漀昀爀椀洀攀渀琀漀 洀攀渀琀愀氀 挀漀洀漀 甀洀 椀渀搀椀瘀搀甀漀 愀氀洀 搀椀猀猀漀⸀ 一愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀 爀攀愀氀椀稀愀搀愀猀 瀀愀爀愀 愀 瀀爀漀搀甀漀 搀漀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 昀漀椀 瀀漀猀猀瘀攀氀 瀀攀爀挀攀戀攀爀 焀甀攀 愀氀最甀渀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀 攀猀琀椀瘀攀爀愀洀 挀漀洀瀀氀攀琀愀洀攀渀琀攀 搀椀猀瀀漀猀琀漀猀 愀 昀愀氀愀爀 猀漀戀爀攀 漀 瀀攀爀漀搀漀 搀攀 椀渀琀攀爀渀愀漀Ⰰ 攀渀焀甀愀渀琀漀 漀甀琀爀漀猀 瀀爀攀昀攀爀椀爀愀洀 攀瘀椀琀愀爀 挀攀爀琀漀猀 琀攀洀愀猀 瀀愀爀愀 瀀爀攀猀攀爀瘀愀爀 愀 瀀爀瀀爀椀愀 猀愀切搀攀 洀攀渀琀愀氀⸀
A partir da interseção entre jornalismo e história oral, o livro-reportagem se torna o suporte para o resgate dessas histórias, que são contadas pelos próprios ex-internos. No livro-reportagem “Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos”, os pacientes têm um meio de se expressar e de compartilhar suas experiências de vida. Assim, a oralidade de cada um foi mantida para que o leitor conheça a história dos hospitais psiquiátricos e dos pacientes a partir de quem viveu no local e carrega memórias e sequelas da época. |
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DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO |
O livro-reportagem “Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos” é dividido em três grandes partes:倀愀爀琀攀 ጀ†䄀 愀猀挀攀渀猀漀 攀 愀 焀甀攀搀愀 搀漀猀 栀漀猀瀀椀琀愀椀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀㨀 攀猀挀爀椀琀愀 攀洀 昀漀爀洀愀 搀攀 最爀愀渀搀攀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀Ⰰ 挀漀渀琀攀砀琀甀愀氀椀稀愀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀漀猀 栀漀猀瀀椀琀愀椀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀 攀 搀愀 椀渀琀攀爀渀愀漀 搀漀猀 ᰀ氠漀甀挀漀猀ᴀ†愀琀 愀 爀攀昀漀爀洀愀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀 戀爀愀猀椀氀攀椀爀愀Ⰰ 焀甀攀 瀀爀漀瀀攀 甀洀愀 渀漀瘀愀 昀漀爀洀愀 搀攀 琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀⸀
Parte 2 – As vozes de dentro: traz as histórias de três personagens que passaram por internações psiquiátricas em diferentes épocas e por vários motivos. Esta parte é dividida em três capítulos e foi escrita na forma de depoimentos dos personagens, mantendo a oralidade de cada um.倀愀爀琀攀 ㌀ ጀ†伀 洀甀渀搀漀 愀漀 爀攀搀漀爀㨀 最爀愀渀搀攀 爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 焀甀攀 洀漀猀琀爀愀 挀漀洀漀 愀 椀渀琀攀爀渀愀漀 渀漀 愀昀攀琀愀 愀瀀攀渀愀猀 漀猀 瀀愀挀椀攀渀琀攀猀⸀ 吀愀洀戀洀 攀猀挀爀椀琀愀 攀洀 昀漀爀洀愀 搀攀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 氀椀琀攀爀爀椀漀Ⰰ 琀爀愀稀 搀椀猀挀甀猀猀攀猀 挀漀洀漀 愀 爀攀椀渀猀攀爀漀 猀漀挀椀愀氀 攀 愀 爀攀搀攀 搀攀 愀瀀漀椀漀 焀甀攀 漀猀 瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 渀攀挀攀猀猀椀琀愀洀 愀瀀猀 愀 椀渀琀攀爀渀愀漀⸀
A parte 2 do livro, “As vozes de dentro”, traz as histórias de três personagens em formato de história oral, dividida em três capítulos:䌀愀瀀琀甀氀漀 ጀ†䄀 搀攀挀椀猀漀㨀 洀漀猀琀爀愀 挀漀洀漀 攀爀愀 愀 瘀椀搀愀 愀渀琀攀爀椀漀爀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀 愀琀 挀栀攀最愀爀 愀 搀攀挀椀猀漀 搀愀 椀渀琀攀爀渀愀漀Ⰰ 琀漀洀愀搀愀 瀀攀氀漀 瀀爀瀀爀椀漀 瀀愀挀椀攀渀琀攀Ⰰ 瀀攀氀愀 昀愀洀氀椀愀 漀甀 瀀攀氀漀猀 洀搀椀挀漀猀⸀
Capítulo 2 – A internação: cada personagem conta como foi durante a internação, a rotina e suas principais lembranças até o momento de voltar para casa.䌀愀瀀琀甀氀漀 ㌀ ጀ†伀 爀攀琀漀爀渀漀㨀 琀爀愀稀 愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 愀瀀猀 愀 椀渀琀攀爀渀愀漀Ⰰ 挀漀洀 愀猀 搀椀昀椀挀甀氀搀愀搀攀猀 ⠀漀甀 渀漀⤀ 搀攀 爀攀椀渀猀攀爀漀 攀 愀猀 椀洀瀀爀攀猀猀攀猀 搀漀 琀爀愀琀愀洀攀渀琀漀⸀
As entrevistas finais foram realizadas entre os meses de agosto, setembro e outubro de 2017, após algumas conversas prévias e negociações com cada entrevistado, que foram indicados por conhecidos em comum. Dois entrevistados permitiram que fossem usados os seus nomes completos, apenas um pediu que seu nome verdadeiro fosse ocultado. Por isso, foi escolhido um nome fictício, considerando não haver prejuízo às informações fornecidas por ele. 䐀甀爀愀渀琀攀 愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀Ⰰ 昀漀椀 甀猀愀搀漀 甀洀 挀攀氀甀氀愀爀 瀀愀爀愀 最爀愀瘀愀爀Ⰰ 樀甀渀琀漀 挀漀洀 愀渀漀琀愀攀猀 攀洀 瀀愀瀀攀氀⸀ 倀爀攀瘀椀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 昀漀椀 攀猀琀椀瀀甀氀愀搀漀 甀洀 爀漀琀攀椀爀漀 搀攀 琀攀洀愀猀 愀 猀攀爀攀洀 愀戀漀爀搀愀搀漀猀 瀀攀氀漀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀Ⰰ 焀甀攀 昀漀爀愀洀 椀渀琀爀漀搀甀稀椀搀漀猀 搀甀爀愀渀琀攀 愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 瀀爀漀挀甀爀愀渀搀漀 渀漀 瀀爀攀樀甀搀椀挀愀爀 愀 渀愀爀爀愀漀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀Ⰰ 樀 焀甀攀 漀猀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀猀 猀攀爀椀愀洀 甀猀愀搀漀猀 渀愀 昀漀爀洀愀 漀爀愀氀⸀ 䄀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀 昀漀爀愀洀 琀爀愀渀猀挀爀椀琀愀猀 渀愀 渀琀攀最爀愀Ⰰ 搀攀瀀漀椀猀 攀搀椀琀愀搀愀猀 攀 猀攀瀀愀爀愀搀愀猀 渀漀猀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 搀漀 氀椀瘀爀漀 搀攀 昀漀爀洀愀 愀 洀愀渀琀攀爀 甀洀愀 挀攀爀琀愀 挀漀攀爀渀挀椀愀 攀渀琀爀攀 漀猀 琀攀洀愀猀 攀 戀甀猀挀愀渀搀漀 挀漀渀挀椀氀椀愀爀 漀 攀渀琀攀渀搀椀洀攀渀琀漀 搀漀 氀攀椀琀漀爀 攀 愀 漀爀愀氀椀搀愀搀攀 搀攀 挀愀搀愀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀⸀
Na segunda parte do livro, as informações prestadas pelos entrevistados não foram apuradas, já que o livro privilegia a memória e o depoimento de cada um. Apenas em uma ocasião, em que o entrevistado não tinha certeza do ano da internação, foram pedidos documentos para checar as datas e o diagnóstico.䐀甀爀愀渀琀攀 愀 昀愀猀攀 搀攀 瀀攀猀焀甀椀猀愀Ⰰ 愀瀀爀漀砀椀洀愀搀愀洀攀渀琀攀 ㈀ 瀀攀猀猀漀愀猀 昀漀爀愀洀 挀漀渀琀愀琀愀搀愀猀Ⰰ 攀渀琀爀攀 瀀漀猀猀瘀攀椀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀 攀 攀猀瀀攀挀椀愀氀椀猀琀愀猀⸀ 䄀氀最甀渀猀 瀀爀攀昀攀爀椀爀愀洀 渀漀 搀愀爀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀 瀀愀爀愀 瀀爀攀猀攀爀瘀愀爀 愀 瀀爀瀀爀椀愀 猀愀切搀攀 洀攀渀琀愀氀Ⰰ 瀀漀椀猀 琀洀 搀椀昀椀挀甀氀搀愀搀攀猀 攀洀 爀攀瘀椀瘀攀爀 挀攀爀琀愀猀 洀攀洀爀椀愀猀Ⰰ 漀甀琀爀漀猀 渀漀 琀椀渀栀愀洀 洀甀椀琀愀猀 氀攀洀戀爀愀渀愀猀 搀漀 琀攀洀瀀漀 焀甀攀 瀀愀猀猀愀爀愀洀 椀渀琀攀爀渀愀搀漀猀⸀ 吀愀洀戀洀 栀漀甀瘀攀 搀椀昀椀挀甀氀搀愀搀攀 攀洀 挀栀攀最愀爀 愀琀 愀猀 瀀攀猀猀漀愀猀 焀甀攀 昀漀爀愀洀 椀渀琀攀爀渀愀搀愀猀 瀀漀爀 洀甀椀琀漀 琀攀洀瀀漀 攀 洀漀爀愀洀 渀愀猀 爀攀猀椀搀渀挀椀愀猀 琀攀爀愀瀀甀琀椀挀愀猀 搀漀 最漀瘀攀爀渀漀Ⰰ 瀀攀氀愀 戀甀爀漀挀爀愀挀椀愀 攀砀椀最椀搀愀 瀀愀爀愀 愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀⸀
Por isso, e outras dificuldades como formas de contato e conciliação de agendas, foram definidos três personagens com experiências distintas. Por terem vivido a internação em diferentes locais e por períodos distintos, considerou-se que as três histórias formam um recorte satisfatório para o objetivo do livro-reportagem. Os personagens que contaram suas histórias na segunda parte do livro estão descritos abaixo em ordem alfabética: ∀ठ䤀渀搀愀椀愀 匀椀焀甀攀椀爀愀 搀愀 匀椀氀瘀愀 ⠀䐀愀椀愀⤀Ⰰ 㘀 愀渀漀猀Ⰰ 瘀椀切瘀愀⸀ 䘀漀椀 椀渀琀攀爀渀愀搀愀 渀漀瘀攀 瘀攀稀攀猀Ⰰ 攀洀 栀漀猀瀀椀琀愀椀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀 搀漀 椀渀琀攀爀椀漀爀 搀漀 刀椀漀 䜀爀愀渀搀攀 搀漀 匀甀氀 攀 挀氀渀椀挀愀猀 搀漀 倀愀爀愀渀⸀ 䤀渀搀椀挀愀搀愀 瀀漀爀 昀愀稀攀爀 瀀愀爀琀攀 搀攀 甀洀愀 愀猀猀漀挀椀愀漀 瘀漀氀琀愀搀愀 愀 甀猀甀爀椀漀猀 搀漀猀 䌀䄀倀匀Ⰰ 昀漀椀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀 琀爀猀 瘀攀稀攀猀 渀愀 瀀爀瀀爀椀愀 愀猀猀漀挀椀愀漀Ⰰ 漀渀搀攀 瀀愀猀猀愀 愀 洀愀椀漀爀 瀀愀爀琀攀 搀漀猀 搀椀愀猀⸀ 倀攀搀椀甀 瀀愀爀愀 椀渀琀攀爀爀漀洀瀀攀爀 愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀 焀甀愀渀搀漀 樀 渀漀 猀攀 猀攀渀琀椀愀 戀攀洀 攀洀 昀愀氀愀爀 猀漀戀爀攀 漀 愀猀猀甀渀琀漀⸀
• Marcos (nome fictício), 32 anos, pedreiro. Em 2012, passou 21 dias internado no Hospital Nossa Senhora da Luz e, depois da alta, frequentou o CAPS até terminar o tratamento e parar com a medicação. Indicado por uma colega, foi entrevistado duas vezes no Jardim Botânico, local escolhido por ele, e pediu para que seu nome verdadeiro não fosse revelado.∀ठ匀攀氀洀愀 䌀愀爀瘀愀氀栀漀 搀漀 䌀漀甀琀漀Ⰰ 㘀㔀 愀渀漀猀Ⰰ 愀瀀漀猀攀渀琀愀搀愀⸀ 䔀洀 ㈀ 㠀 昀椀挀漀甀 椀渀琀攀爀渀愀搀愀 甀洀 洀猀 攀洀 甀洀愀 挀氀渀椀挀愀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀 攀Ⰰ 愀瀀猀 愀 愀氀琀愀Ⰰ 昀爀攀焀甀攀渀琀漀甀 漀 栀漀猀瀀椀琀愀氀ⴀ搀椀愀 瀀漀爀 甀洀 洀猀⸀ 䤀渀搀椀挀愀搀愀 瀀漀爀 甀洀 昀愀洀椀氀椀愀爀Ⰰ 昀漀椀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀愀 搀甀愀猀 瘀攀稀攀猀 渀愀 瀀爀瀀爀椀愀 挀愀猀愀Ⰰ 攀 渀漀 洀漀猀琀爀漀甀 爀攀猀琀爀椀攀猀 搀攀 昀愀氀愀爀 猀漀戀爀攀 漀 愀猀猀甀渀琀漀⸀
Além dos personagens da segunda parte do livro, foram entrevistadas outras pessoas que têm alguma relação com o tema, e trechos foram usados na primeira e na terceira partes. Estas foram escritas em linguagem jornalística, seguindo o estilo do jornalismo literário, que propõe maior liberdade de escrita. Esta forma de linguagem foi escolhida para as duas partes do livro que trazem fatos e informações a respeito das internações psiquiátricas e da rede social ao redor dos ex-pacientes.䨀 愀 猀攀最甀渀搀愀 瀀愀爀琀攀 搀漀 氀椀瘀爀漀Ⰰ 昀漀挀愀搀愀 渀漀猀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀猀 搀漀猀 攀砀ⴀ瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀Ⰰ 甀猀愀 漀 最渀攀爀漀 樀漀爀渀愀氀猀琀椀挀漀 搀漀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀 愀氀椀愀搀漀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 瀀愀爀愀 挀漀渀琀愀爀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀⸀ 䄀漀 洀愀渀琀攀爀 漀猀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀猀 攀 愀猀 洀愀爀挀愀猀 搀攀 漀爀愀氀椀搀愀搀攀 搀漀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀Ⰰ 漀 氀攀椀琀漀爀 瀀漀搀攀 瀀攀爀挀攀戀攀爀 愀 瀀攀爀猀漀渀愀氀椀搀愀搀攀 搀攀 挀愀搀愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀Ⰰ 愀猀猀椀洀 挀漀洀漀 愀猀 洀愀渀椀昀攀猀琀愀攀猀 搀漀 琀爀愀渀猀琀漀爀渀漀 洀攀渀琀愀氀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀 攀 愀猀 猀攀焀甀攀氀愀猀 搀攀椀砀愀搀愀猀 瀀攀氀愀 椀渀琀攀爀渀愀漀⸀
O projeto gráfico do livro “Monólogos da loucura: a história oral de ex-pacientes psiquiátricos” foi pensado levando em conta o objetivo do livro, de dar voz aos ex-internos. Nesse sentido, a capa foi desenvolvida para mostrar o foco nas histórias das pessoas, e o mar foi um elemento recorrente para passar a ideia de inquietude e mudanças. Mesmo sendo algo tão próximo de nós, o oceano ainda é um território desconhecido – assim como os transtornos mentais e as pessoas que sofrem com eles.䤀渀琀攀爀渀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 愀猀 攀猀挀漀氀栀愀猀 昀漀爀愀洀 昀攀椀琀愀猀 瀀愀爀愀 瀀爀椀瘀椀氀攀最椀愀爀 漀 挀漀渀琀攀切搀漀 攀 昀愀挀椀氀椀琀愀爀 愀 氀攀椀琀甀爀愀Ⰰ 猀攀最甀椀渀搀漀 愀 椀搀攀椀愀 搀愀 挀愀瀀愀⸀ 䄀猀 搀椀瘀椀猀攀猀 椀渀琀攀爀渀愀猀 搀漀猀 挀愀瀀琀甀氀漀猀 甀猀愀洀 甀洀 攀氀攀洀攀渀琀漀 最爀昀椀挀漀 焀甀攀 猀椀洀戀漀氀椀稀愀 愀 洀甀搀愀渀愀 瀀攀氀漀 焀甀愀氀 漀猀 瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 瀀愀猀猀愀洀 攀 愀猀 漀猀挀椀氀愀攀猀 搀甀爀愀渀琀攀 漀 瀀爀漀挀攀猀猀漀 搀攀 昀漀爀琀愀氀攀挀椀洀攀渀琀漀 漀甀 攀渀昀爀愀焀甀攀挀椀洀攀渀琀漀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀⸀ 一攀猀猀攀 猀攀渀琀椀搀漀Ⰰ 挀愀搀愀 瀀愀爀琀攀 攀 挀愀搀愀 挀愀瀀琀甀氀漀 猀漀 搀攀洀愀爀挀愀搀漀猀 瀀漀爀 攀氀攀洀攀渀琀漀猀 焀甀攀 爀攀瀀攀琀攀洀 漀猀 瀀愀搀爀攀猀 攀 漀 瀀爀漀樀攀琀漀 最爀昀椀挀漀 搀漀 氀椀瘀爀漀⸀ 一漀 昀漀爀愀洀 甀猀愀搀愀猀 椀洀愀最攀渀猀 搀漀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀 瀀愀爀愀 瀀爀攀猀攀爀瘀愀爀 愀猀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀猀Ⰰ 愀氀洀 搀攀 攀瘀椀琀愀爀 挀漀渀猀琀爀愀渀最椀洀攀渀琀漀猀 焀甀攀 瀀甀搀攀猀猀攀洀 瀀爀攀樀甀搀椀挀愀爀 愀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀猀Ⰰ 焀甀攀 猀漀 漀 昀漀挀漀 搀漀 氀椀瘀爀漀⸀
A capa foi escolhida seguindo o projeto gráfico do livro e o conteúdo, que tem como foco a história oral dos personagens. A ilustração mostra uma parte do rosto de uma figura humana e o mar ao fundo, que simbolizam o paciente psiquiátrico e os transtornos mentais, que são um território próximo e ao mesmo tempo desconhecido. O mar também simboliza a mudança e as oscilações que acontecem nas mentes das pessoas, e as cores branco e verde são usadas para dar leveza e vida à capa. |
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CONSIDERAÇÕES |
Com o processo da reforma psiquiátrica brasileira, houve muitas mudanças nas questões relacionadas à internação psiquiátrica. Apesar disso, a sociedade ainda vê os pacientes psiquiátricos com preconceito, e muitas vezes sua vivência e suas opiniões não são levadas em consideração. Essa construção social é antiga e, como consequência, essas pessoas são estigmatizadas, e muitas vezes não conseguem se inserir (ou reinserir, após uma internação) na sociedade.䐀甀爀愀渀琀攀 愀 瀀爀漀搀甀漀 搀漀 氀椀瘀爀漀 ᰀ䴠漀渀氀漀最漀猀 搀愀 氀漀甀挀甀爀愀㨀 愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 搀攀 攀砀ⴀ瀀愀挀椀攀渀琀攀猀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀漀猀ᴀⰠ 瀀甀搀攀 挀漀氀漀挀愀爀 攀洀 瀀爀琀椀挀愀 瘀爀椀漀猀 搀漀猀 挀漀渀挀攀椀琀漀猀 焀甀攀 愀瀀爀攀渀搀椀 渀漀 挀甀爀猀漀 搀攀 䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 攀 搀甀爀愀渀琀攀 愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 琀攀爀椀挀愀⸀ 倀漀爀 猀攀爀 甀洀 瀀爀漀搀甀琀漀 焀甀攀 甀猀愀 漀 爀攀挀甀爀猀漀 搀愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀Ⰰ 攀渀焀甀愀渀琀漀 挀漀渀瘀攀爀猀愀瘀愀 挀漀洀 漀猀 攀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀搀漀猀 攀Ⰰ 瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀Ⰰ 漀甀瘀椀愀 漀 焀甀攀 攀氀攀猀 琀椀渀栀愀洀 愀 搀椀稀攀爀Ⰰ 瀀攀渀猀愀瘀愀 挀漀洀漀 猀攀爀椀愀 渀漀 洀漀洀攀渀琀漀 搀攀 琀爀愀渀猀挀爀攀瘀攀爀 攀 攀搀椀琀愀爀 愀猀 昀愀氀愀猀Ⰰ 焀甀愀渀搀漀 攀昀攀琀椀瘀愀洀攀渀琀攀 漀 氀椀瘀爀漀 琀漀洀愀爀椀愀 昀漀爀洀愀⸀ 䌀漀洀漀 漀 漀戀樀攀琀椀瘀漀 攀爀愀 瀀爀椀瘀椀氀攀最椀愀爀 漀猀 搀椀猀挀甀爀猀漀猀 攀 愀 漀爀愀氀椀搀愀搀攀 搀攀 挀愀搀愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀Ⰰ 愀 搀椀瘀椀猀漀 猀攀 昀攀稀 搀攀 昀漀爀洀愀 渀愀琀甀爀愀氀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀愀猀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀猀⸀
A etapa da edição tomou a maior parte do tempo, pois foi preciso construir uma narrativa limpa e lógica sem alterar o que foi dito pelos entrevistados. A falta de inclusão faz com que as pessoas que foram internadas não sejam ouvidas ao falarem sobre suas experiências. O discurso de uma pessoa considerada “louca” é invalidado por outros indivíduos, por ser considerado uma fala delirante de alguém pouco confiável.倀漀爀洀Ⰰ 挀漀洀漀 漀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀 戀甀猀挀愀瘀愀 樀甀猀琀愀洀攀渀琀攀 愀 瀀氀甀爀愀氀椀搀愀搀攀 搀攀 瘀漀稀攀猀 愀 爀攀猀瀀攀椀琀漀 搀攀 攀砀瀀攀爀椀渀挀椀愀猀 瀀攀猀猀漀愀椀猀Ⰰ 漀 搀椀猀挀甀爀猀漀 攀 愀 漀爀愀氀椀搀愀搀攀 搀攀 挀愀搀愀 甀洀 猀漀 瀀愀爀琀攀猀 昀甀渀搀愀洀攀渀琀愀椀猀 瀀愀爀愀 攀渀爀椀焀甀攀挀攀爀 愀 渀愀爀爀愀琀椀瘀愀⸀ 䐀甀爀愀渀琀攀 愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀Ⰰ 氀攀爀 猀漀戀爀攀 漀 甀猀漀 搀愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 挀漀洀漀 爀攀挀甀爀猀漀 瀀爀漀瘀漀甀 焀甀攀 漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀 猀 琀攀洀 愀 猀攀 戀攀渀攀昀椀挀椀愀爀 攀 攀渀爀椀焀甀攀挀攀爀 愀漀 愀搀漀琀愀爀 瀀爀琀椀挀愀猀 愀搀瘀椀渀搀愀猀 搀攀 漀甀琀爀愀猀 爀攀愀猀 搀漀 挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀⸀ 䨀 焀甀攀 漀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀 甀洀 最渀攀爀漀 挀漀渀栀攀挀椀搀漀 搀漀 樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀Ⰰ 愀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 挀漀渀琀爀椀戀甀椀 愀漀 昀漀爀渀攀挀攀爀 甀洀 洀琀漀搀漀 愀 猀攀爀 甀琀椀氀椀稀愀搀漀 渀愀 瀀爀琀椀挀愀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀搀㘀㈀愀 㠀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀䄀䴀䄀刀䄀一吀䔀Ⰰ 倀愀甀氀漀 ⠀䌀漀漀爀搀⸀⤀⸀ 䰀漀甀挀漀猀 瀀攀氀愀 瘀椀搀愀㨀 愀 琀爀愀樀攀琀爀椀愀 搀愀 爀攀昀漀爀洀愀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀 渀漀 䈀爀愀猀椀氀⸀ ㈀⸀ 攀搀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 䘀椀漀挀爀甀稀Ⰰ ㈀ ⸀ ㌀㘀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䄀䴀䄀刀䄀一吀䔀Ⰰ 倀愀甀氀漀⸀ 伀 栀漀洀攀洀 攀 愀 猀攀爀瀀攀渀琀攀㨀 伀甀琀爀愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 瀀愀爀愀 愀 氀漀甀挀甀爀愀 攀 愀 瀀猀椀焀甀椀愀琀爀椀愀⸀ 㐀⸀ 攀搀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 䘀甀渀搀愀漀 伀猀眀愀氀搀漀 䌀爀甀稀Ⰰ 㤀㤀㘀⸀ 㐀 瀀⸀ 䰀椀瘀爀漀 攀氀攀琀爀渀椀挀漀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䄀刀䈀䔀堀Ⰰ 䐀愀渀椀攀氀愀⸀ 䠀漀氀漀挀愀甀猀琀漀 䈀爀愀猀椀氀攀椀爀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䜀攀爀愀漀 䔀搀椀琀漀爀椀愀氀Ⰰ ㈀ ㌀⸀ ㈀㔀㔀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀伀唀䌀䄀唀䰀吀Ⰰ 䴀椀挀栀攀氀⸀ 䐀漀攀渀愀 洀攀渀琀愀氀 攀 瀀猀椀挀漀氀漀最椀愀⸀ 㘀⸀攀搀⸀ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 吀攀洀瀀漀 䈀爀愀猀椀氀攀椀爀漀Ⰰ ㈀ ⸀ 㤀㤀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䜀伀䘀䘀䴀䄀一Ⰰ 䔀爀瘀椀渀最⸀ 䴀愀渀椀挀洀椀漀猀Ⰰ 瀀爀椀猀攀猀 攀 挀漀渀瘀攀渀琀漀猀⸀ 㜀⸀ 攀搀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 倀攀爀猀瀀攀挀琀椀瘀愀Ⰰ ㈀ ⸀ ㌀㈀ 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䜀伀一윀䄀䰀嘀䔀匀 一䔀吀伀Ⰰ 䨀漀猀 唀洀戀攀氀椀渀漀⸀ 䘀甀渀搀愀洀攀渀琀愀漀 氀椀渀最甀猀琀椀挀愀 搀漀 挀漀渀挀攀椀琀漀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 瀀攀猀猀漀愀氀㨀 䌀漀渀琀爀椀戀甀椀攀猀 搀攀 䨀ﰀ爀最攀渀 䠀愀戀攀爀洀愀猀 瀀愀爀愀 愀 瀀猀椀挀漀氀漀最椀愀 猀漀挀椀愀氀⸀ 刀攀瘀椀猀琀愀 䘀猀愀Ⰰ 吀攀爀攀猀椀渀愀Ⰰ 瘀⸀ Ⰰ 渀⸀ Ⰰ 瀀⸀㌀㐀㘀ⴀ㌀㘀㐀Ⰰ 樀愀渀⸀ ㈀ 㐀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀㐀⸀昀猀愀渀攀琀⸀挀漀洀⸀戀爀⼀爀攀瘀椀猀琀愀⼀椀渀搀攀砀⸀瀀栀瀀⼀昀猀愀⼀愀爀琀椀挀氀攀⼀瘀椀攀眀⼀㌀㈀㐀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 㘀 樀甀渀⸀ ㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䜀刀䤀䜀伀䰀伀Ⰰ 吀渀椀愀 䴀愀爀椀猀⸀ ∀䐀椀稀攀洀 焀甀攀 猀漀甀 氀漀甀挀漀∀㨀 唀洀 攀猀琀甀搀漀 猀漀戀爀攀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀 攀 椀渀猀琀椀琀甀椀漀 瀀猀椀焀甀椀琀爀椀挀愀⸀ 㤀㤀㔀⸀ 昀⸀ 䐀椀猀猀攀爀琀愀漀 ⠀䴀攀猀琀爀愀搀漀⤀ ⴀ 䌀甀爀猀漀 搀攀 匀漀挀椀漀氀漀最椀愀 倀漀氀琀椀挀愀Ⰰ 唀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀 䘀攀搀攀爀愀氀 搀攀 匀愀渀琀愀 䌀愀琀愀爀椀渀愀Ⰰ 䘀氀漀爀椀愀渀瀀漀氀椀猀Ⰰ 㤀㤀㔀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀猀㨀⼀⼀爀攀瀀漀猀椀琀漀爀椀漀⸀甀昀猀挀⸀戀爀⼀戀椀琀猀琀爀攀愀洀⼀栀愀渀搀氀攀⼀㈀㌀㐀㔀㘀㜀㠀㤀⼀㜀㘀㈀ 㔀⼀ 㠀㔀㠀㐀⸀瀀搀昀㼀猀攀焀甀攀渀挀攀㴀☀椀猀䄀氀氀漀眀攀搀㴀礀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 㘀 樀甀渀⸀ ㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀䤀䴀䄀Ⰰ 䄀氀甀椀猀椀漀 䘀攀爀爀攀椀爀愀 搀攀⸀ 匀漀昀爀椀洀攀渀琀漀 搀攀 椀渀搀攀琀攀爀洀椀渀愀漀 攀 爀攀挀漀渀栀攀挀椀洀攀渀琀漀 瀀攀爀瘀攀爀猀漀㨀 甀洀 攀猀琀甀搀漀 搀愀 挀漀渀猀琀爀甀漀 搀愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 搀漀攀渀琀攀 洀攀渀琀愀氀 愀 瀀愀爀琀椀爀 搀漀 猀椀渀琀愀最洀愀 椀搀攀渀琀椀搀愀搀攀ⴀ洀攀琀愀洀漀爀昀漀猀攀ⴀ攀洀愀渀挀椀瀀愀漀⸀ ㈀ 㤀⸀ ㈀㤀 昀⸀ 吀攀猀攀 ⠀䐀漀甀琀漀爀愀搀漀⤀ ⴀ 䌀甀爀猀漀 搀攀 倀猀椀挀漀氀漀最椀愀 匀漀挀椀愀氀Ⰰ 倀甀挀ⴀ猀瀀Ⰰ 匀漀 倀愀甀氀漀Ⰰ ㈀ 㤀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀猀㨀⼀⼀眀眀眀⸀猀愀瀀椀攀渀琀椀愀⸀瀀甀挀猀瀀⸀戀爀⼀戀椀琀猀琀爀攀愀洀⼀栀愀渀搀氀攀⼀㜀㌀㘀㤀⼀⼀䄀氀甀椀猀椀漀 䘀攀爀爀攀椀爀愀 搀攀 䰀椀洀愀⸀瀀搀昀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 㘀 愀戀爀⸀ ㈀ 㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀䤀䴀䄀Ⰰ 䔀搀瘀愀氀搀漀 倀攀爀攀椀爀愀⸀ 伀 焀甀攀 氀椀瘀爀漀ⴀ爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䈀爀愀猀椀氀椀攀渀猀攀Ⰰ 㤀㤀㌀⸀ 㘀㤀 瀀⸀ ⠀倀爀椀洀攀椀爀漀猀 瀀愀猀猀漀猀㬀 ㈀㘀㠀⤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䄀吀伀匀Ⰰ 䨀切氀椀愀 匀椀氀瘀攀椀爀愀㬀 匀䔀一一䄀Ⰰ 䄀搀爀椀愀渀愀 䬀椀瘀愀渀猀欀椀 搀攀⸀ 䠀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀 挀漀洀漀 昀漀渀琀攀㨀 瀀爀漀戀氀攀洀愀猀 攀 洀琀漀搀漀猀⸀ 䠀椀猀琀漀爀椀Ⰰ 刀椀漀 䜀爀愀渀搀攀Ⰰ 瘀⸀ Ⰰ 渀⸀ ㈀Ⰰ 瀀⸀㤀㔀ⴀ 㠀Ⰰ 樀愀渀⸀ ㈀ ⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀爀攀瀀漀猀椀琀漀爀椀漀⸀昀甀爀最⸀戀爀⼀栀愀渀搀氀攀⼀⼀㌀㈀㘀㐀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㌀ 愀最漀⸀ ㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䔀䐀䤀一䄀Ⰰ 䌀爀攀洀椀氀搀愀 搀攀 䄀爀愀切樀漀⸀ 䔀渀琀爀攀瘀椀猀琀愀㨀 漀 搀椀氀漀最漀 瀀漀猀猀瘀攀氀⸀ 㐀⸀ 攀搀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 섀琀椀挀愀Ⰰ ㈀ ⸀ 㤀㘀 瀀⸀ ⠀倀爀椀渀挀瀀椀漀猀㬀 渀⸀ 㔀⤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䔀䤀䠀夀Ⰰ 䨀漀猀 䌀愀爀氀漀猀 匀攀戀攀 䈀漀洀㬀 䠀伀䰀䄀一䐀䄀Ⰰ 䘀愀戀漀氀愀⸀ 䠀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀㨀 挀漀洀漀 昀愀稀攀爀Ⰰ 挀漀洀漀 瀀攀渀猀愀爀⸀ ㈀⸀攀搀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䌀漀渀琀攀砀琀漀Ⰰ ㈀ 㐀⸀ 㜀㔀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀吀䠀伀䴀倀匀伀一Ⰰ 倀愀甀氀 刀椀挀栀愀爀搀⸀ 䄀 瘀漀稀 搀漀 瀀愀猀猀愀搀漀㨀 栀椀猀琀爀椀愀 漀爀愀氀⸀ ㌀⸀ 攀搀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䔀搀椀琀漀爀愀 倀愀稀 攀 吀攀爀爀愀 䰀琀搀愀Ⰰ ㈀ ㈀⸀ ㌀㠀㔀 瀀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
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