ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00894</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Da webcomunidade para o jornal: a construção participativa de uma pauta especial</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Odair José da Silva (Universidade Regional de Blumenau); Yoana do Carmo Fracasso (Universidade Regional de Blumenau); Brenda Pereira (Universidade Regional de Blumenau); João Victor Baumgartel Góes (Universidade Regional de Blumenau); Evandro de Assis (Universidade Regional de Blumenau)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Bike em Partes, Facebook, Jornal impresso, Jornalismo participativo, Webcomunidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Criado a partir de uma webcomunidade no Facebook, o caderno especial Bike em Partes, do Jornal laboratório aParte, do curso de jornalismo da Universidade Regional de Blumenau (Furb), é um trabalho que nasceu de novas dinâmicas de produção da informação, com o método de jornalismo participativo, envolvendo acadêmicos e público. Assim, o conteúdo tornou-se atrativo e relevante para o leitor. Realizado interdisciplinarmente, o procedimento fez com que os acadêmicos vivenciassem uma experiência em que despertou novos interesses e pontos de vista, permitindo modificar a forma tradicional de produção de um jornal impresso. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornalismo está em constante atualização. Destaca-se a importância do processo de construção da informação com a ajuda das plataformas digitais por meio da colaboração. O avanço de smartphones, juntamente com câmeras cada vez mais potentes e uma conexão com a internet cada vez melhor, permite o fácil acesso a fotos e vídeos e às mídias sociais, como Facebook e YouTube, fortes canais de relacionamento e de distribuição de conteúdo. Assim, o papel do leitor, telespectador e ouvinte se transforma profundamente nos últimos anos. Com o progresso da tecnologia, o relacionamento aproximado entre profissional e público faz parte do processo de construção da notícia. Ainda cabe ao jornalista fazer a mediação e apurar informações, fotos e vídeos; porém o público está em maior número que o jornalista, e consequentemente presente em diversos locais para poder captar informações. Com isso o fluxo de informação deixa de ter um único sentido, torna-se uma via de mão dupla, o que acaba tornando o conteúdo mais atrativo, autêntico e relevante do ponto de vista do público. Deste modo, as tecnologias e as mídias sociais se tornam ferramentas importantes para modificar a forma de construção de uma plataforma de informação. Isso faz com que os futuros profissionais observem como as mídias sociais e a tecnologia pode impactar no modo de fazer jornalismo. Cada vez mais presentes na vida da população, há nas mídias sociais a discussão de assuntos com a participação de inúmeras pessoas e de várias formas. O público torna-se uma espécie de colaborador. Esta foi a ideia desenvolvida inicialmente na disciplina de Laboratório de Escrita Jornalística Colaborativa. Utilizar as mídias sociais, mais especificamente a webcomunidade no Facebook, para chegar até as pessoas que poderiam contribuir de alguma forma sobre o assunto e assim, pensar em pautas relevantes, que depois fossem desenvolvidas para o caderno especial do Jornal aParte. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O principal objetivo do trabalho era promover na webcomunidade a participação da população na construção de pautas para um caderno do Jornal Laboratório aParte do curso de jornalismo da Universidade Regional de Blumenau (Furb). Assim nasceu o Bike em Pauta - Blumenau, que se transformou no caderno Bike em Partes. A discussão envolvendo um público diversificado e os acadêmicos criou uma relação entre os dois. O aluno provocava o participante a dar sua opinião e contribuição, gerando uma diversidade de vozes e de vivências. Isso permitiu a troca de uma grande quantidade de informações, além de aproximar-se de vários aspectos importantes acerca do tema. Nisso, os alunos da sexta fase de jornalismo tornaram-se interlocutores de usuários e curiosos sobre o uso de bicicletas. Assim participou-se de um processo de produção e desenvolvimento da informação de uma forma inovadora, não prevista em modelos tradicionais estudados nas disciplinas anteriores. Importante preparação para um mercado de trabalho em transformação. Questão muito abordada e objetivada pelo curso de jornalismo da Furb, que segue as novas diretrizes curriculares lançadas pelo Ministério da Educação em 2013. O intuito do trabalho também era que o processo jornalístico iniciasse de uma maneira diferente, além de todo o seu andamento, até a finalização da pauta. Isso fez com que a ideia inicial, que era abordar o assunto bicicletas, fosse sendo adaptada juntamente com os participantes, até atingir algo satisfatório, tanto para acadêmicos, como para o público. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornalismo cumpre seu papel social que é o de informar, levantar questionamentos, descobrir interesses e conscientizar a população quando aborda temas como as bicicletas, importantes em uma série de fatores como a saúde, bem-estar e até a mobilidade urbana. Tema recorrente e muito debatido inclusive pelo governo municipal nos últimos anos no Plano de Mobilidade Urbana da cidade de Blumenau, onde situa-se a Universidade. Mas como assuntos assim tão comuns ao cotidiano poderiam ganhar a força inovadora que a web permite? Para isso era necessário ouvir a população e a ideia de partir da webcomunidade, dá-se devido a forma como as pessoas envolvidas ao tema bicicletas poderiam ser encontradas e abordadas. Era muito importante ter um ambiente em que o público pudesse ser ouvido, dar as suas opiniões e que pudesse interagir entre si também, como militantes do ciclismo, pedestres e motoristas, transformando o debate num enriquecido local para colher informações, que afetam diretamente os moradores da cidade. Essa troca de informações e experiências é a questão central da webcomunidade no Facebook utilizada pelos acadêmicos. Com as novas tecnologias, o internauta passou a atuar como fonte, enviando opiniões e sugestões de pauta, experimentando também, uma participação mais ativa no processo de produção das notícias ao enviar textos, imagens e informações de maneira colaborativa.(NISHIYAMA, 2017, p. 118) De todo o processo, foram retiradas reportagens especiais, que seriam utilizadas no caderno Bike em Partes. Neste momento destaca-se outro motivo importante em levar a informação de uma webcomunidade no Facebook para o jornal impresso. O conteúdo é mais relevante e atrativo para o público, pois ele veria o resultado da sua participação, algo que ele contribuiu. Além disso, o público do jornal impresso seria aumentado, trazendo um leitor do digital, das mídias sociais para o periódico. Os alunos da sexta fase puderam com este trabalho experienciar a produção de um jornal impresso, como também a de um caderno especial que se tratava de um tema único e o mais destacável, participaram de um novo processo jornalístico para apurar informações que pode servir de modelo a ser seguido. A convergência fez parte deste processo, já que uniu três disciplinas diferentes na produção do caderno. Também uniu comunidade e acadêmicos na apuração de informações e produziu o processo inverso ao que estamos acostumados a ver, o impresso está na internet, porém nesta experiência, a informação, a colaboração de comunidade e, alunos se transformou no Bike em Partes. E ainda pode-se ressaltar que o trabalho pôde deixar o jornalismo mais transparente, pois se permitiu que os leitores observassem os acadêmicos enquanto fossem criadas e desenvolvidas as pautas. Além disso, após esta primeira etapa da webcomunidade, os acadêmicos vivenciaram outros procedimentos, como a produção e desenvolvimento das etapas de um jornal impresso, inclusive do deadline, tornando assim, um processo de conhecimento que envolve diferentes plataformas e diferentes maneiras de engajá-las. Como boa parte do curso, a ideia desta produção foi pautada na experiência que os alunos teriam em produzi-la. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante a disciplina de Laboratório de Escrita Jornalística Colaborativa os alunos criaram em sala de aula perguntas e dúvidas relacionadas ao tema bicicletas em Blumenau, para serem utilizadas posteriormente no Facebook. Neste momento, a abordagem utilizada para conseguir as primeiras informações foi a entrevista. Os alunos chegavam até ciclistas que passavam pelas ruas e perguntavam os seus interesses e necessidades. Após reunirem com o professor todas as perguntas e dúvidas, estas foram separadas por grupos de igualdade. E a partir deste momento os alunos escolheram em que área gostariam de trabalhar sua reportagem. Destaca-se o debate e a colaboração entre os próprios alunos nesta fase. Pois também, durante o processo, o debate e as discussões sobre o andamento do tema também eram pautados em sala de aula. A apuração também se mostrou importante, independente se ela foi utilizada na webcomunidade ou por outros meios. Sabe-se que esta etapa é uma das mais importantes para a construção de uma informação embasada, fundamentada e com qualidade. Os alunos trabalharam em duplas após o processo de apuração na webcomunidade e em algumas situações voltaram ao grupo caso mais questões ou dúvidas surgissem. Desta forma a reportagem foi se desenvolvendo junto da orientação do professor. A edição também foi um trabalho coletivo, pois as reportagens eram editadas pelo diagramador da página. A distribuição da diagramação foi feita em coletivo entre os alunos, desta forma a leitura do texto contribuiu para que novas ideias surgissem de dentro do trabalho em sala de aula. Acadêmicos do curso de design também participaram da construção do caderno, já que a partir de uma parceria, ajudaram no planejamento, criação de conteúdo de design. Conteúdo que seria utilizado nas reportagens como em infográficos, e na capa projetada para ser as partes de uma bicicleta. A editoria das fotografias também foi produzida pelos os alunos. Em quase sua totalidade, as fotografias foram feitas pelos acadêmicos durante a aula e fora dela. Depois foram selecionadas pela editora de fotografia e logo após editadas, ficaram presentes em um drive onde todos os alunos puderam acessar. Por fim, como o produto final era o caderno especial Bike em Partes, uma etapa fundamental foi a diagramação das páginas, que também envolveu a participação de todos os alunos. Porque cada aluno não diagramava a sua reportagem e sim, a do colega. A etapa final de distribuição também foi importante, tanto do jornal impresso, como do digital. Durante todo o desenvolvimento, o professor prontificou-se em ler, reler e dar dicas de abordagens, fontes e caminhos que a pauta poderia seguir. Desta forma o trabalho realizado pelos acadêmicos durante o processo de criação do grupo, apuração de informações e finalização da notícia é uma forma de digitalização de processos jornalísticos que podem servir tanto para a notícia que vai circular no digital, como para a notícia que pode circular no impresso. Além da apuração da informação ser um novo processo feito através da webcomunidade, ainda que seja uma apuração que é parte do processo jornalístico tradicional, a forma de fazer o Bike em Partes contribui para o novo panorama do qual o jornalismo faz parte atualmente. É o que destaca Assis (2017), ao salientar o papel do avanço da tecnologia como condições favoráveis para a participação do público, que ao registrar imagens, vídeos ou relatos de acontecimentos locais, tornam possível para o jornalista se apropriar do conteúdo, alcançando assim uma maior abrangência territorialmente. Este exemplo mostra novas formas de apuração jornalística, principalmente com a participação do público em uma webcomunidade e revitaliza métodos antigos de apuração que podem ser usados em diversas plataformas de distribuição de informação, o impresso é uma delas. Mostrando assim, que o jornal impresso não só transmite seu legado para o digital e as novas formas de se produzir e consumir conteúdo, mas como também se utiliza dessas novas formas. [...] professores de história dizem-nos que os velhos meios de comunicação nunca morrem - nem desaparecem, necessariamente. O que morre são apenas as ferramentas que usamos para acessar seu conteúdo - a fita cassete, a Betacam. São o que estudiosos dos meios de comunicação chamam de tecnologias de distribuição (delivey technologies). (JENKINS, 2009, p. 41). Mostrando assim que uma das qualidades mais fortes deste trabalho realizado pelos alunos é justamente seu processo, que destaca uma nova forma de utilizar técnicas tradicionais do jornal impresso para a web, e que estas novas técnicas podem ser aplicadas já na academia, mesclando de forma inovadora essas plataformas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Inicialmente discutiu-se com a turma um tema de relevância para a cidade de Blumenau, por isso foi pensado em bicicletas, que envolve várias questões, já citadas neste trabalho. Todos os acadêmicos da sala foram às ruas ouvir as pessoas sobre o que elas gostariam de saber envolvendo este tema. Em seguida, foram formuladas perguntas baseadas nas respostas obtidas. Para isso, havia a necessidade de chegar até as pessoas que fazem o uso de bicicletas para que pudesse ter a troca de informações. O ponto principal do projeto começou em sala de aula com a proposta de criação do caderno especial que teria como intermédio para a relação, uma webcomunidade do Facebook. Hoje o Facebook é uma das principais plataformas de comunicação e ajudou a criar e alavancar a cultura de mídias sociais, compartilhamento e colaboração que observamos de forma cada vez mais crescente na sociedade conectada. Com todas suas funcionalidades o Facebook nos apresenta oportunidades para se criar um espaço colaborativo entre o jornalismo e o cidadão, desta forma podendo otimizar a informação crua disponível através dos usuários, que passada ao jornalista é então, transmitida para a sociedade conectada. Possibilitando assim, uma infinidade de notícias, pautas e discussões que afetam desde os moradores de uma pequena cidade, que podem transmitir sua vivência diária, como uma notícia de interesse nacional pode ser consumida pelo público. O grupo Bike em Pauta - Blumenau foi criado no dia 14 de Agosto de 2017 com a descrição:  Grupo criado por jornalistas e futuros jornalistas da Universidade Regional de Blumenau (Furb) para discutir reportagens que serão publicadas num caderno especial no segundo semestre de 2017. Procuramos pessoas interessadas no assunto e que possam colaborar com ideias e informações. Não é necessário ser especialista em bicicleta. O debate deve ser em tom respeitoso . Este ambiente, que hoje possui 300 colaboradores e que ainda está ativo e tendo opiniões e situações compartilhadas, foram convidadas pessoas conhecidas e que se interessavam por estas questões. Eram especialistas em trânsito, ciclistas, arquitetos-urbanistas, poder público, motoristas, pedestres e é claro, todos os 18 alunos da sexta fase. Em primeiro momento os alunos foram adicionados no grupo, e após pesquisa, conhecendo causas militantes e Movimentos Ciclistas da cidade, adicionaram os principais ativistas da causa bicicleta em Blumenau para que estes pudessem contribuir e também adicionar mais participantes ao projeto. A webcomunidade começou a ter interação um dia após sua criação, quando os acadêmicos começaram a questionar os participantes sobre diversos temas ligados ao uso de bicicleta em Blumenau. Publicações com perguntas e imagens foram sendo feitas para que houvesse engajamento com os colaboradores, fazendo com que os alunos descobrissem as necessidades dos ciclistas e amantes deste movimento, ou seja, tivesse interação. Um exemplo desta interação é a postagem da acadêmica Anna Clara Uliano:  Já pensou seu familiar sair para passear de bicicleta e não voltar mais? Você conhece alguém que já sofreu um acidente? Na sua opinião o que causa um acidente em Blumenau e o que pode ser feito para evitá-lo? Quer nos ajudar a responder essas perguntas? Colabore comigo e com o Odair nesta pauta . A partir deste questionamento os membros começaram a interagir na postagem e um comentário se tornou fonte da futura matéria  Por que está mais seguro andar de bicicleta nas ruas da cidade , que também abordaria acidentes fatais de bicicleta, devido principalmente a participação de um pai, que teve seu filho morto enquanto voltava para casa com a sua bicicleta pelo acostamento da BR-470. Outro exemplo é da acadêmica Yoana do Carmo, que fez o seguinte questionamento na webcomunidade:  Boa tarde pessoal! Assunto de grande importância: Ciclovias e trânsito de Bicicletas! Precisamos saber de vocês as seguintes informações sobre ciclovias, mobilidade e o trânsito de bicicletas em Blumenau: O que você acha da atual situação das ciclovias, mobilidade e trânsito de bicicletas em Blumenau? E o que pode ser feito para melhorar o trânsito de bicicletas em Blumenau? . A postagem rendeu 8 comentários com relatos, denúncias e dicas que fizeram parte da notícia publicada  Ciclistas relatam dificuldades . Foram colhidos dados, o poder público foi ouvido, conversas com as fontes foram realizadas, enfim, o trabalho de reportagem foi feito. Em alguns casos, mostrou-se necessário conversar com os colaboradores durante o processo de apuração formal das reportagens. Devido a proximidade do tema, fontes poderiam se tornar repetitivas, por isso houve um cuidado na abordagem, para que não acontecesse. A todo o momento, durante cada encontro nas aulas, os alunos expuseram o andamento de cada trabalho. Os colegas ajudavam e o professor dava dicas para direcionar os acadêmicos. Depois elas passaram pelo processo de edição dos conteúdos apurados, de maneira a relatar o que foi descoberto em uma das fases iniciais, quando as perguntas foram direcionadas aos colaboradores na webcomunidade. Depois de prontas elas passaram pelo processo de revisão, em que outros alunos liam as reportagens e davam seus apontamentos. Foi feita então, a parte mais visual das reportagens, como mapas, infográficos e fotografias e todo esse conteúdo foi distribuído em 12 páginas que faziam parte do caderno especial. Nas etapas finais, foi realizado o acabamento das páginas e a edição da capa de maneira colaborativa, em sala de aula, com todos os acadêmicos opinando sobre foto, manchete e outros componentes. Uma das etapas em que se começou a receber feedbacks foi a distribuição. Após a publicação do caderno impresso, todo o jornal, inclusive o caderno digitalizado foi disponibilizado na internet e o conteúdo foi levado para a webcomunidade, como uma forma de devolver aos participantes o auxílio que foi recebido. Isso gerou mais compartilhamento e consequentemente mais divulgação ao conteúdo. Algumas reportagens foram publicadas no jornal online O Município Blumenau por meio de uma parceria, entre professores e alunos. Recebendo desta forma, também, um feedback da população que se interessa pelo assunto. Depois foi discutido em sala os resultados e os alunos compartilharam experiências, aprendizados, dificuldades e pontos positivos e negativos. Com a publicação das reportagens no jornal online, o leitor blumenauense pode ter acesso ao mapa digital produzido para o caderno impresso, em que foi detalhada toda a malha cicloviária da cidade por ruas, distâncias e qual a situação em que elas se encontram. Seja em construção, projetadas, em processo burocrático ou já existente. Esta pauta abordou principalmente os problemas, como a falta de conexões entre ciclovias, ciclofaixas e calçadas compartilhadas. As 14 reportagens abordam desde questões de segurança, saúde, turismo, gastos, empreendedorismo na área e manutenção. Além de conter vários infográficos e ilustrações. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O trabalho Bike em Partes integrou ciclistas, urbanistas, poder público, motoristas e pedestres uma integração dos interessados num debate importante para a sociedade. E que partiu de uma nova forma de fazer jornalismo, junto com o público, através de uma webcomunidade. É basicamente o entendimento que tem Holanda (2008, p. 58):  o jornalismo participativo é criado por comunidades organizadas em rede a partir de interesses em comum. Para os seus membros, o importante é a conversa, a colaboração e a igualdade colocando-se acima de considerações de lucro . O caderno que agrega as informações levantadas no Facebook chamou a atenção pelo conteúdo e matérias relevantes para a comunidade, conseguindo alcançar diálogo pelo digital na produção do impresso. O processo também proporcionou uma experiência bastante aproximada do mercado de trabalho para os acadêmicos, como também proporcionou questionamentos importantes para a cidade de Blumenau. Inclusive o jornal online O Município Blumenau publicou três reportagens, sendo que elas continham o mapa completo da malha cicloviária, gráficos de acidentes e informações de turismo na região de Blumenau. O que possibilitou também um novo espaço para que o público que colaborou, pudesse conferir o resultado do produto final. O resultado satisfatório do projeto não foi observado somente pela parte acadêmica, já que o caderno Bike em Partes foi postado na íntegra para os participantes do grupo que interagiram de volta com o conteúdo que ajudaram a construir, e aprovando as reportagens. Além disso, percebe-se que a forma de construir um jornal impresso, pode se modificar. O uso das mídias sociais, com o apoio das webcomunidades facilita a abordagem e a troca de informações para a construção da notícia. Isso tudo gera um produto com relevância e qualidade, não só para o âmbito acadêmico, mas também para o social.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ASSIS, Evandro de. Influências no jornalismo participativo: Um estudo local sobre decisões editoriais tomadas pelo público. Dissertação (Mestrado). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2017. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/183625/PJOR0094-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=y>. Acesso em: 19 mar. 2018.<br><br>HOLANDA, André et al. Metodologias de pesquisa em jornalismo participativo no Brasil. Brazilian Journalism Research: versão em português, Brasília, v. 1, n. 1, p.57-76, 2008. Disponível em:<https://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/download/164/163>. Acesso em: 10 abr. 2018. <br><br>JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Editora Aleph, 2009.<br><br>NISHIYAMA, Alexandra Fante. Arquiteturas da notícia em dispositivos móveis: Análise de aplicativos jornalísticos brasileiros e portugueses para smartphones. Tese de Doutorado. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2017. Disponível em: <http://tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1723/2/AlexandraNishiyama.pdf>. Acesso em 19 mar. 2018. <br><br>BLUMENAU, Prefeitura municipal. Plano de Mobilidade Urbana de Blumenau. Relatório Final. Blumenau: Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana, 2017. Disponível em: <http://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/secretaria-de-desenvolvimento-urbano/pagina/plano-mobilidade-sedur&download=3f0b9c99c37246f0a0ecea863e752ac3>. Acesso em: 10 abr. 2018.<br><br> </td></tr></table></body></html>