ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00904</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;GGG  Gordofobia e Pressão Estética</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Klaymara Karen da Silva (Universidade Federal de Santa catarina); Rafaela Coelho de Azevedo (Universidade Federal de Santa catarina); Rosângela Matos (Universidade Federal de Santa catarina)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Rádiojornalismo, Programa de rádio, Gordofobia, Pressão estética, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho busca relatar os processos teórico e prático da criação e produção de um programa de rádio, com entrevistas e diálogos entre as locutoras e entrevistadas sobre o tema abordado. Assim, tem-se o programa temático cujo nome é GGG - Gordofobia e Pressão Estética. Dividido em duas partes, no primeiro momento, o programa busca explicitar os significados sociais e simbólicos dados à pressão estética e gordofobia, abordando os aspectos que diferenciam cada uma dessas terminologias. No segundo momento, são explicitadas as dificuldades e preconceitos cotidianos em questões ligadas a gordofobia. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa temático GGG  Gordofobia e Pressão Estética, caracterizou-se enquanto um dos requisitos para a conclusão da disciplina de Áudio e Rádiojornalismo, ministrada pela Profª Drª Valci Regina Mousquer Zuculoto para a primeira fase do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, durante o segundo semestre de 2017. A possibilidade de abordar temas relevantes e ainda pouco debatidos, somada à identificação pessoal das acadêmicas com o assunto, motivaram a criação do Programa GGG - Gordofobia e Pressão Estética. Nele, as acadêmicas Klaymara Karen da Silva, Rafaela Coelho de Azevedo e Rosângela de Matos dialogam de maneira séria, mesmo que informal, sobre gordofobia e pressão estética. Complementando e enriquecendo os diálogos com pesquisas bibliográficas e entrevistas realizadas com mulheres de perfis pessoais e profissionais distintos, porém unidas em um contexto: Vivências cruéis envolvendo pressão estética e/ou gordofobia, ainda naturalizadas e latentes em nossa sociedade. Assim, ao discutir as questões acima mencionadas, fazendo um paralelo com os depoimentos dados pelas entrevistadas, o programa GGG - Gordofobia e Pressão Estética buscou fazer uma crítica aos padrões estabelecidos aos nossos corpos, e principalmente alertar sobre o posicionamento preconceituoso da sociedade no que se refere à liberdade, respeito e autonomia de quem é gordo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa GGG  Gordofobia e Pressão Estética, tem como objetivo levantar a compreensão e debate sobre questões inerentes às categorias pressão estética e gordofobia, contextualizando a presença e a forma como esses elementos são abordados nas relações e dinâmicas sociais cotidianas. Com base em leituras e pesquisas bibliográficas, e em complemento com as entrevistas realizadas e as próprias vivências das acadêmicas, assim, esse trabalho se propõe em explicitar a necessidade da inserção crítica do assunto na sociedade, bem como o debate acerca do respeito e autonomia das pessoas frente aos seus corpos, independente de enquadramentos e esteriótipos pré estabelecidos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Uma das motivações para a criação e desenvolvimento do programa foram as vivências das acadêmicas referentes a episódios de pressão estética sofridos por elas ao longo de suas vidas. Em uma sociedade onde um padrão de beleza é estabelecido e reforçado diariamente, o estudo e o conhecimento acerca das opressões vividas torna-se uma forma de resistência e luta necessárias para a sobrevivência. Ainda no que tange o âmbito das vivências, podemos perceber que grande parte das pessoas se percebe enquanto  acima do peso padrão , visto que tal visão sobre si se fortalece e se perpetua graças a campanhas que muitas vezes tratam de forma preconceituosa quem é gordo e não se enquadra em padrões histórica e culturalmente estabelecidos. Nesse sentido, enxerga-se o Jornalismo enquanto um elemento chave de transformação social, e é através dele que se exerce a responsabilidade sobre a difusão de informações e conhecimentos de forma ética e humana, levando ao centro de debate discussões ainda pouco abordadas, como as questões referentes a pressão estética e gordofobia e seus desdobramentos </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Basicamente, precisamos saber: a) Escrevemos para alguém ler e alguém ouvir, sem possibilidade de outra leitura, em caso de não entendimento de algum detalhe; b) que, apesar de suas particularidades, o processo comunicativo, do qual estamos participando, deve aproximar-se do interpessoal, ou seja, devemos procurar no nível de uma conversa informal; c) que as notícias devem ser escritas objetivamente, direta; d) que devemos dizer o máximo com o mínimo de palavras, mas sem forçar. (ROSENTAL apud ZUCULOTO, 2012, p. 132). Foi utilizada a locução intercalada e informal enquanto instrumento de comunicação entre apresentadoras e espectadores, a complementação de conteúdo se deu com a realização de entrevistas com quatro mulheres. Leticia de Assis, Ariane Rossi e Ana Clara Silveira foram entrevistadas no estúdio da Rádio Ponto UFSC, enquanto Laila Alves foi entrevistada no campus da universidade supracitada, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). As sonoras de abertura do programa, com indivíduos heterogêneos narrando frases aparentemente inocentes, teve como objetivo contextualizar a naturalização da gordofobia em nosso cotidiano, mostrando que nossos diálogos podem se dar com base em argumentações preconceituosas, mesmo que de forma inconsciente. A escolha da trilha sonora do programa se deu por dois motivos: O primeiro deles foi consolidar a representatividade feminina e gorda na identidade de nosso trabalho, bem como escolher uma música que versasse sobre temas que fazem parte do dia a dia das mulheres gordas, suas inseguranças e lutas internas contra padrões socialmente impostos. E é nesse sentido, que a compositora e cantora Meghan Trainor, em  All About That Bass , fortalece os objetivos da mensagem deste programa radiofônico temático. Ainda no que tange a representatividade feminina, as quatro entrevistadas, cada uma dentro de suas experiências pessoais, expôs as problemáticas de uma sociedade gordofóbica. Ana Clara Machado, estudante de psicologia fez explanações sobre a vulnerabilidade a qual todos estão expostos quando a questão é sofrer com os reflexos da pressão estética. Enquanto Leticia de Assis, jornalista e ativista da causa gorda, Ariane Rossi, bibliotecária e Laila Alves, ilustradora e também ativista, focaram nos desdobramentos e reflexos individuais e coletivos causados pela gordofobia, narrando situações pessoais que envolviam negligência médica, violência obstétrica e falta de acessibilidade nos espaços de uso coletivo. No fim do GGG, faz-se uma problematização dos estereótipos socialmente construídos e do caráter devastador que a gordofobia assume na vida dos indivíduos, levantando o debate sobre a autonomia e liberdade dos corpos, temas esses dignos de posteriores abordagens acadêmicas e jornalísticas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa, em edição única, possui aproximadamente oito minutos de duração divididos em dois blocos e é conduzido pelas três acadêmicas, que intercalam suas locuções com as trilhas sonoras e depoimentos das entrevistadas. Começando com frases corriqueiramente ouvidas por pessoas gordas e ditas por indivíduos aleatórios, de idades variadas e seguidas de uma sonora de reprovação, o GG mostra a naturalização das atitudes gordofóbicas, como evidência Jodie Layne: Bom, pessoas gordas estão super acostumadas a serem elogiadas pela beleza de seus rostos, e nada mais. É um elogio comumente utilizado como uma micro agressão a nós. Levante a mão se você já ouviu:  Você ficaria tão bonita se você perdesse uns quilos, você tem um rosto tão lindo! Em seguida, as locutoras lançam um debate explicativo sobre o significado de gordofobia e pressão estética, onde ao contextualizarem suas explicações com as falas das entrevistadas, explicam que pressão estética sinaliza um padrão socialmente imposto em que todas as pessoas em algum momento da vida podem sofrer, já a gordofobia consiste no preconceito quem é gordo, atrelando ao corpo gordo uma espécie de patologia compulsória. No primeiro bloco do programa são apresentadas ainda situações gordofóbicas vividas pelas entrevistadas, desde a atendimentos médicos preconceituosos e negligentes, a questão da falta de acessibilidade para quem é gordo no transporte coletivo e no âmbito da cidade. Já no segundo bloco, após os intervalos institucionais, a temática do programa volta-se para a questão do IMC, o índice de massa corpórea, inventado por um cientista e matemático para calcular o  peso ideal dos indivíduos, atrelando a obesidade aos índices de IMC acima do padrão. É nesse momento que destacamos que tal cálculo não leva em consideração as especificidades de cada indivíduo, reforçando estereótipos e estigmatizando os gordos e seus corpos. Ao fim do  GGG , desperta-se a reflexão acerca do caráter prejudicial da gordofobia no que diz respeito aos danos psicológicos, emocionais e sociais que ela causa, bem como a importância da conscientização sobre o tema enquanto contribuição para a autonomia e empoderamento dos sujeitos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O Programa GGG foi idealizado graças às inquietudes pessoais vivenciadas pelas acadêmicas, e principalmente pelo desejo de expor um assunto ainda tão pouco suscitado pela sociedade e até pelo meio acadêmico. No decorrer de seu processo foi possível compreender um pouco mais sobre a supervalorização do conceito de magreza em nossa sociedade, bem como sobre a legitimação da gordura enquanto algo simbolicamente fracassado e repulsivo, discurso esse ainda muito disseminado entre profissionais da área da saúde, que por vezes sugerem a realização de cirurgias bariátricas desnecessárias e inseguras, alegando serem uma estratégia em benefício da saúde dos indivíduos. A gordofobia gera uma série de consequências emocionais e psicológicas ao se fundamentar em um discurso que constrói no imaginário social a associação da gordura com preguiça, incapacidade e incompetência. Em tempos onde a questão da imagem e estética é tão valorizada em detrimento do real bem-estar e liberdade dos indivíduos, é importante compreendermos a importância do jornalismo enquanto fio condutor de informações qualificadas e livres de prejulgamentos, para que a sociedade possa compreender de forma clara as estigmatizações as quais ainda se faz refém, e encontre na mídia e nos meios de informação, aliados para seu empoderamento e independência. Por fim, é importante ressaltar que os reflexos gerados tanto pela pressão estética, quanto pela gordofobia são mais cruéis e avassaladores com as mulheres e que essa pauta ainda é pouco abordada dentro dos movimentos e organizações sociais feministas e fica aqui nosso desejo exposto de aliar ao jornalismo e feminismo um debate mais amplo acerca desses temas em posteriores momentos da graduação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ASSIS, Leticia. Sou Diva Plus. Disponível em: https://www.facebook.com/pg/Soudivaplus/about/?ref=page_internal - acesso em 15 nov. 2017 <br><br>BASTOS, Paula. O orgulho gordo. Disponível em: https://grandesmulheres.com.br/2011/12/12/o-orgulho-gordo/ - acessado em 23 nov. 2017 <br><br>GIOR, Lika. Precisamos falar sobre pressão estética. Disponível em: https://kissthefatgirl.wordpress.com/2016/08/02/precisamos-falar-sobre-pressao-estetica/ - acessado em 23 nov. 2017 <br><br>HADDAD, Ana. 7 frases que podem não parecer gordofóbicas, mas definitivamente são. Disponível em: http://www.comum.vc/conteudo-aberto/2017/4/13/7-frases-que-podem-naoparecer-gordofobicas-mas-definitivamente-sao - acessado em 23 nov. 2017 <br><br>NEUMANN, Larissa.  Vai ter gorda na praia mobili mulheres na manhã deste domingo na Praia Mole, em Florianópolis. Disponível em: http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-devida/noticia/2017/02/vai-ter-gorda-na-praia-mobiliza-mulheres-na-manha-deste-domingo-napraia-mole-em-florianopolis-9713765.html - acessado em 23 nov. 2017 <br><br>TRAINOR, Megan; All About That Bass, 2014. Disponível em:<https://www.youtube.com/results?search_query=about+a+bess>. Acesso em: 05 nov. 2017. <br><br>TYLER, Steven; PERRY, Joe. Intérprete: Aerosmith. Eat The Rich. Boston: Geffen Records, 1993. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=49V-oTCEcms>. Acesso em: 20 nov. 2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>