ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00919</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Duna - Roteiro</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;José Guilherme Pamplona (Centro Universitário Curitiba); Janiclei Aparecida Mendonça (Centro Universitário Curitiba); Camila Trevisan Bueno Ormerod (Centro Universitário Curitiba); Marcus Vinicius de Oliveira Alves (Centro Universitário Curitiba)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ficcção, Audiovisual, Curta-metragem, Cinema, Drama</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta-metragem DUNA foi produzido na disciplina Produção Audiovisual como produto final para entrega junto com a documentação no segundo bimestre de 2017. A duração do curta é de, aproximadamente, 30 min e seu formato digital foi pensado para disseminação na internet. A produção se pauta nos pressupostos da ficção, refletindo sobre uma mise-en-scène que remete o espectador a uma narrativa intimista. Para tanto, o embasamento teórico usado para a escrita do roteiro são autores como Paulo Emílio Saulo Gomes, por tratar sobre o personagem de ficção no cinema, Christian Metz, por abordar a montagem da significação no cinema, e Marcos Rey devido seu manual prático de produção de roteiro para cinema e tv. Após exposição, é tecida considerações sobre referências cinematográficas assim como o processo de criação e finalização do roteiro para, enfim, se relatar sobre a experiência da equipe.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">DUNA é um curta-metragem de ficção que aborda um momento muito específico da personagem Cris que enfrenta vários tipos de preconceitos. A proposta da obra surgiu de diálogos entre os integrantes da equipe para compor uma narrativa que, para além de uma ficção com enfoque realista, abordasse temas emergentes na sociedade. Para tanto, a produção do roteiro do curta passou por um processo de amadurecimento que envolveu pesquisas, brainstorming e discussões sobre diferentes temáticas para, por fim, se chegar a uma proposta final. No entanto, para se compreender sobre a narrativa da obra é preciso abordar, ainda que brevemente, aspectos como a composição de personagem para ficção, a relação da significação com a montagem fílmica e os elementos compositivos de um roteiro master scenes. A compreensão desses elementos possibilitou a criação de uma obra que intenciona discutir uma temática atual (mas não restritiva apenas a contemporaneidade) de maneira a contemplar uma visão intimista sobre o sofrimento humano.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A disciplina de Produção Audiovisual tem por objetivo proporcionar a oportunidade de aprendizagem prática de produção fílmica de obras ficcionais, experimentais e documentais. Essa prática compreende desde a estruturação das equipes à entrega da obra audiovisual. Sobre essa, o trabalho de imersão na produção fílmica proporciona aos envolvidos experiência nas diferentes áreas do audiovisual como roteiro, fotografia, direção, arte, som e montagem. Para tanto, as equipes se dividiram conforme os interesses pessoais e buscaram superar o desafio da inexistência de verba sem perder a qualidade técnica e narrativa. Em se tratando de roteiro, o objetivo foi a elaboração de uma história ressaltando o momento crítico pelo qual a personagem está passando no intuito de incitar a reflexão do espectador sobre temas recorrentes ao cotidiano como preconceito e homoafetividade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Considerando as diversas etapas de produção fílmica, a execução desse tipo de projeto se torna fundamental para os acadêmicos que desejam atuar na área do audiovisual. Assim, a justificativa desse curta se divide em dois âmbitos: o primeiro, que diz respeito à experiência, é importante para a imersão da equipe no desenvolvimento do trabalho que, a partir da produção, podem ampliar seu portfólio. O segundo, em relação a produção do roteiro, esse se faz fundamental por proporcionar à equipe a reflexão crítica de temáticas sobre o cotidiano de uma geração da qual faz parte. Nesse sentido, o roteiro de DUNA se trata de um processo de discussão que se constrói a partir de diversos olhares e que reflete o pensamento de uma geração. Portanto, a obra em si, se justifica como o diálogo recorrente entre a academia e sociedade por meio do audiovisual.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curta-metragem DUNA foi realizado com baixíssimo orçamento, utilizou atores não profissionais, discute temáticas do cotidiano e tem como principal referência filmes como  O Ladrão de Bicicletas (1948) de Vittorio de Sica e  A promessa (1996) dos irmãos Dardenne. DUNA é obra na qual a preocupação maior foi discutir o drama enfrentado pela personagem Cris que vem de uma família adotiva, é negra e homossexual. Gomes nos expõe que há diversas maneiras de posicionar a personagem no audiovisual, seja pelo uso do narrador, pelos diálogos ou apenas pelos planos, ou seja, sem a fala. Nesse sentido, em se tratando de uma narrativa intimista (no sentido de focar o drama interior da personagem) optou-se por, no decorrer do curta, focar em sequências não faladas, isto é, a imagem captada fala por si só. Os diálogos são restritos a dois pontos-chave: o embate com a família e com o stalker. Assim, o roteiro carrega em si algumas sequências de planos e algumas montagens de planos, que remetem a um estado de espírito ou a contextualização. Essa técnica aliada a montagem produz o que Metz discute como significação no cinema, ou seja, o sentido a ser elaborado só alcança tal status quando os planos (que quando isolados podem dizer pouco sobre algo) são montados de tal forma que se torna arte e, com isso, se confunde com a própria forma fílmica. No que diz respeito à personagem, a estruturação de Cris só foi possível a partir de pesquisa realizada pela equipe que se preocupou em entender as questões de preconceito sobre indivíduos que enfrentam situações parecidas. Essa preocupação se deu devido à intenção da equipe em retratar uma personagem verossímil, ou seja, que dialogasse com o público jovem de modo claro e que retratasse um quadro real, assim como em relação ao tratamento fílmico que privilegia planos mais longos com os quais se captam nuances de tempo na narrativa. Com as informações em mãos, a técnica selecionada para a composição da personagem foi a entrevista que, segundo Rey, é uma técnica que permite conhecermos a fundo nosso personagem ainda que o público não venha a conhecer todas as suas facetas. Já em relação à estrutura do roteiro, este foi pensado em quatro grandes partes e cada parte é separada por espaços em preto, isto é, foi reservado alguns segundos em um espaço vazio para que a passagem de uma cena à outra funcionasse como um  escape , algo como  limpar a mente e prepará-la para a próxima cena. Ainda sobre a estrutura, também se optou pelo curta começar por cenas do término, ou seja, as primeiras cenas do roteiro fazem parte do desenlace do curta. Essa técnica permite que a história se desenvolva como se fosse um flashback até o momento da abertura do envelope (cena do fim do curta) cujo momento a personagem se dá conta sobre sua situação. Dessa forma, DUNA é construída de maneira fragmentada, no sentido de não se preocupar com uma linearidade clássica em sua narrativa, e reflete justamente o pensamento/momento conturbado da personagem e tenta construir, em paralelo, diferentes aspectos de preconceitos: em sua família, na família de sua namorada e em seu trabalho. Por fim, DUNA não apresenta um fechamento da história, ou seja, seu final fica em aberto para incitar no espectador reflexões sobre várias possibilidades que poderão ocorrer daquele momento em diante. Esse recurso foi escolhido justamente para inserir o público no cerne do drama, situando-o em um contexto atual em que questões como gênero, etnia, classe social, entre outros, ocorrem com freqüência e cada vez mais intensidade. Ou seja, somos todos Cris em meio a um mundo de incompreensão e violência as mais diversas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os alunos do sexto período de Publicidade e Propaganda do Centro Universitário Curitiba - UNICURITIBA, na matéria de Produção Audiovisual, ministrada pela professora Janiclei Mendonça, foram convidados a produzir material de acordo com 4 formatos diferentes, sendo eles: filme institucional, curta-metragem de ficção, documentário e videoclipe. DUNA foi desenvolvido na categoria de curta-metragem de ficção. Após o grupo ter decidido o tema que seria abordado, criamos o argumento para a defesa da ideia contida no texto. Então, começaram as discussões para o início da produção do roteiro. Esse processo de decisão e início da produção levou em torno de 3 semanas e foi dirigido pelo aluno José Guilherme Pamplona, responsável pelo desenvolvimento inicial do roteiro, juntamente com as colegas Camila Trevisan Bueno Ormerod, Camila Bravo Barros e o diretor do curta-metragem, Marcus Vinicius Alves. A produção oficial do roteiro, começou logo após a decisão de que gostaríamos de abordar temas pertinentes a atual situação do país com relação ao preconceito contra homossexuais e afro descentes, como também a relação conturbada desses jovens com seus pais quando estes não aceitam sua condição sexual. Levamos em consideração os alarmantes números de assassinatos e atentados estimulados pelo preconceito contra tais minorias. Só no ano passado, 2017, foram 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT s) mortos em crimes motivados por homofobia, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), um aumento de 30% em relação a 2016. Segundo o livro  Manual do Roteiro , de Syd Field,  Dez minutos são dez páginas de roteiro. Esta primeira unidade de ação dramática de dez páginas é a parte mais importante do roteiro, porque você tem que mostrar ao leitor quem é o seu personagem principal, qual é a premissa dramática da história (sobre o que ela trata) e qual é a situação dramática (as circunstâncias em torno da ação) . Com todas essas informações em mente, decidimos que a personagem principal seria Cristina, uma jovem de 23 anos, homossexual e negra que em algum momento de sua vida começou a ser perseguida por alguém desconhecido. Logo no início do roteiro, inserimos um monólogo de apresentação, tendo referência em obras como  Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (1981), do diretor alemão Uli Edel. O roteiro final passou por três tratamentos ao longo do processo devido a diversas condições, como climáticas, gravações em locais públicos, e a verdadeira definição do que gostaríamos de mostrar em nosso filme, entre outros fatores. A linguagem utilizada nos diálogos do roteiro é coloquial para que a peça se aproxime mais da realidade e não se torne de difícil entendimento para o público. Esse modo de linguagem também foi escolhido levando em consideração o contexto vivido no texto e a atualidade. Isso possibilita que a obra, que foi criada para divulgação online, tenha sua ideia disseminada de maneira mais inteligível. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Toda a criação do roteiro para DUNA se iniciou, como pontuado, na identificação da problemática sobre a qual atuariam seus elementos constituintes. A história, que aborda temas como o racismo e a homofobia, evidenciados pela perseguição sofrida pela personagem, além de tratar da sua relação conflituosa com seus pais adotivos é pertinente levando em consideração a crescente onda de violência contra afrodescendentes e homossexuais que acontece no país. O Brasil é um dos países que mais mata por preconceito. Ao se propor um roteiro com tal tema, sabíamos que nele se carregava uma enorme responsabilidade, então, buscamos explorar de forma coesa e verdadeira os impactos desses tipos de ações na vida de uma pessoa. A prática de produção de roteiro proporcionou a imersão que até então não se tinha conhecimento claro por grande parte da equipe, portanto, ao desenvolver a trama, observou-se que nem sempre a ideia original consegue ser transposta num roteiro que se trata de uma linguagem técnica, sendo os diversos tratamentos importantes para o refinamento da ideia e com isso facilitando a transposição da história para a tela. Enquanto aprendizado para carreira de cada membro da equipe, pensar o roteiro significa agora um exercício de visão de mundo no qual a transposição dessa ideia não se dá literariamente, mas precisa ser adequada para uma linguagem para sua materialização no audiovisual, isso serve para qualquer produto proposto nesse segmento.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">GOMES, Paulo Emílio Salles. A personagem cinematográfica. In: CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 2014.<br><br>REY, Marcos. O roteirista profissional. Televisão e Cinema. São Paulo: Editora Ática, 1997.<br><br>METZ, Christian. A significação no cinema. São Paulo: Perspectiva, 2014<br><br>FIELD, Syd. Manual do Roteiro. Tradução: Álvaro Ramos. Editora Objetiva, 1982.<br><br>VALENTE, Jonas. Levantamento aponta recorde de mortes por homofobia no Brasil em 2017. Agência Brasil. 18 de janeiro de 2018. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2018-01/levantamento-aponta-recorde-de-mortes-por-homofobia-no-brasil-em Acesso em: 16 de abril de 2018. <br><br> </td></tr></table></body></html>