ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01091</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;A Justiça e a Gazeta do Povo: um livro reportagem sobre a saga estradeira de cinco profissionais da imprensa processados por 48 juízes e promotores paranaenses</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;KAYPE DANIEL DE ABREU DOS SANTOS (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ); José Carlos Fernandes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Gazeta do Povo, justiça, paraná, liberdade de imprensa, censura</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em 1.º abril de 2016 um grupo de cinco profissionais da imprensa começou a responder uma série de 48 processos movidos por juízes e promotores paranaenses. O motivo: a publicação de reportagens sobre os valores acima do teto recebidos pela categoria. Não havia erro nas matérias, mas os juízes e promotores se diziam prejudicados pela publicação do material, entre outras coisas. Até o dia 27 de junho os jornalistas percorreriam nove mil quilômetros pelo Paraná para responder a essas ações em Juizados Especiais. O livro-reportagem inscrito nesse processo conta esse caso, buscando evidenciar suas raízes e desdobramentos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro-reportagem apresentado nesta inscrição discorre sobre uma disputa entre juízes, promotores e profissionais da imprensa ocorrida 2016. Na ocasião, cinco funcionários do jornal Gazeta do Povo sofreram 48 processos movidos por magistrados do Paraná. O grupo se dizia ofendido com uma série de reportagens sobre salários de juízes e promotores. Os valores, somados benefícios, retroativos, entre outras coisas, ultrapassavam o teto constitucional, de R$ 30.471,10 mensais. O processo a ser pago pela Gazeta do Povo somaria R$ 1.594.200, sem contar as ações que ainda poderiam ser movidas. Em decorrência desses processos, os profissionais de imprensa tiveram de viajar nove mil quilômetros durante mais de dois meses. Pelos debates em torno da questão da liberdade de imprensa que o fato pode suscitar, propôs-se a elaboração de um livro-reportagem que abordasse a fundo questões como a elaboração da pauta dessa série de reportagens, assim como a maneira de sua execução. A ideia foi também contar como jornalistas lidaram com as ações movidas contra eles e contextualizar esse fato historicamente, mostrando outros casos de tentativa de censura durante a história do Brasil. Além de evidenciar como o episódio se encaixa na história da centenária Gazeta do Povo e da imprensa no Paraná. O resultado desse trabalho foi um livro-reportagem digital dividido em cinco capítulos (em anexo). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo principal desse trabalho foi levantar discussões acerca do trabalho jornalístico, a liberdade de imprensa e o papel das diferentes instituições a favor da democracia. A ideia era descobrir de que maneira os diferentes atores sociais - como o jornal, a Justiça e os civis - se comportam ao longo da história. Além disso, pretendeu-se investigar como a perseguição feita aos profissionais do jornal Gazeta do Povo se encaixava no contexto de um país historicamente antidemocrático como o Brasil. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Contar o caso dos magistrados contra os profissionais da imprensa é justificável porque esse é um exemplo  opinião compartilhada por entidades de imprensa e jornais  de tentativa de coerção do trabalho jornalístico em plena democracia. Em nenhum processo juízes e promotores questionaram a veracidade dos dados das matérias, feitas com informações públicas, disponibilizadas via Portais da Transparência. Foi um momento em que a imprensa no Paraná, conhecida por ser alinhada ao poder  salvo algumas exceções  ganhou projeção nacional por defender a livre informação. O caso também aconteceu quando a Gazeta do Povo, então abalada com mudanças editoriais e em suas plataformas, não produzia reportagens de folego como no final da década de 2000. Além disso, a coerção aos profissionais do jornal aconteceu num momento de extrema judicialização do país. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro-reportagem foi concebido a partir das características identificadas na leitura da obra de especialistas como essenciais a esse tipo de produto. Numa primeira fase, foi realizada uma extensa pesquisa bibliográfica sobre imprensa, formação da sociedade e do discurso censório. Posteriormente, a leitura foi sobre jornalismo literário e suas técnicas. A pesquisa deu base para que fossem elaboradas as perguntas aos cinco principais envolvidos na história apresentada no livro. Foi uma entrevista em profundidade com cada um, mais entrevistas complementares. Totalizando cerca de 10 horas de entrevistas. As perguntas inicialmente foram elaboradas de maneira direta: o primeiro assunto abordado era o processo. Já na terceira, ficou claro que a melhor abordagem era ter uma primeira pergunta sobre o início de carreira de cada um. Seguindo uma ordem cronológica dos fatos. Dessa estratégia, surgiriam elementos como a tabela de Evandro, o analista de dados. O entrevistado anotara, unicamente para controle do grupo de amigos viajantes, as datas e horários de partida e chegada de todas as viagens. O material foi essencial para que se tivesse segurança na hora de narrar os acontecimentos do livro. Os cinco contaram os mesmos acontecimentos, mas com suas particularidades. O que permitiu uma visão multifacetada do episódio, além de muitos detalhes que agora integram o livro. Ajudaram na reconstituição do caso outras cinco entrevistas com pessoas envolvidas de maneira tão profunda quanto os profissionais processados, como foi o caso de Leonardo Mendes Jr., o chefe de redação do jornal. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O resultado desse trabalho foi um produto digital que pode ser hospedado em qualquer plataforma. O arquivo tem 23 centímetros de altura por 32 de largura, quando aberto. A fonte principal é Oswald sem serifa e em seu formato regular. Montserrat é a escolha como tipografia auxiliar para o texto de apoio da capa. As duas fontes são de fácil leitura, limpas, modernas e ideais para o formato web. O corpo do texto é em Georgia, fonte que tem boa legibilidade e é pouco cansativa para os olhos. A paleta de cores foi escolhida de modo que lembrasse o tom das estradas do Paraná. São uma mescla entre tons frios e terrosos, mais sóbrios e sérios. Cores quentes  como o laranja, bege  trazem um contraponto, complementando a composição e tornando o projeto gráfico mais interessante, atualizado e chamativo. A referência ao caminho percorrido aparece na capa, folha de rosto e contracapa. Compõe, enfim, o projeto gráfico como um todo. Já o título,  Sobre a Justiça e os Pastéis , é uma referência a duas constantes do caso: os juízes e promotores em todas as ações e a refeição das viagens. O livro-reportagem tem cinco capítulos que foram divididos por temas. A proposta era de que cada assunto dessa uma dimensão da história narrada. Desse modo, o perfil dos protagonistas é apresentado de maneira diluída, com os acontecimentos e com as informações frutos da pesquisa bibliográfica. Os capítulos, através dos títulos, são introduzidos de uma forma ligada à ficção. O primeiro, por exemplo, chama-se  Parou a festa da cumeeira porque no momento que o personagem apresentado neste capítulo soube dos processos, ele estava construindo o telhado da própria casa. Ao mesmo tempo que faz uma referência a música  Águas de março , de Tom Jobim. Esse primeiro momento do livro apresenta dois personagens, aborda a pauta que originou os processos e o primeiro dia de viagem. No capítulo seguinte,  Falhas no colete também faz uso de um recurso narrativo (a metáfora) para se referir a verdade, que seria um  colete a prova de balas contra qualquer injustiça e eventuais processos contra o trabalho jornalístico. Esse capítulo usa parte da pesquisa bibliográfica para fazer um retrospecto da formação da imprensa no Brasil. O terceiro capítulo também usa diretamente a pesquisa da monografia para abordar a história da Gazeta do Povo. Intitulado  Gangorra gazetiana , essa parte apresenta um dos principais nomes da casa e conta sobre as diversas fases do jornal. Já o capítulo quatro é a viagem em si. Mais dois personagens são apresentados. O nome  Karaokê em Assaí  e o fora do juiz , porque num dos trajetos eles conheceram uma casa noturna específica de músicas ao microfone. Esse capítulo termina contando o dia que um dos juízes foi gravado confessando que a ação dos magistrados se tratava de uma  ação orquestrada .  A Rosa , por sua vez, encerra o livro ao falar sobre o dia em que ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) revogou as ações. O capítulo termina dando um panorama do Brasil atual e os recentes ataques a jornalistas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"> Direcionar o olhar sobre o episódio envolvendo os cinco funcionários da Gazeta do Povo que foram processados por 48 juízes e promotores do Paraná permitiu ter uma dimensão de até onde vai a liberdade de imprensa na prática. Foi possível perceber que um grupo como o dos juízes e promotores - que deseja perseguir jornalistas - não é uma exceção, mas uma constante na história do Brasil. A lei garante a livre expressão, mas na prática a própria sociedade civil encontra maneiras de calar o próximo. Diante disso, o jornalismo de boa qualidade pode ser a resposta mais efetiva de combate a discursos autoritários. Eugenio Bucci diz que democracia sem jornalismo é impossível. Então, para que se fortaleça o regime é preciso, sim, abordar assuntos de interesse público, como fizeram os profissionais do jornal paranaense. É preciso ainda que o assunto liberdade de imprensa não saia da pauta e dos currículos dos cursos superiores. Em especial, que pesquisas como a apresentada neste documento  espera-se, num mestrado ou doutorado de maneira muito mais qualificada  aconteçam numa constância maior. O clichê de que quem conhece a história lida melhor com o presente e evita erros semelhantes futuros é valido também nessa ocasião. Para além do tema por vezes sisudo da liberdade de imprensa, contar a história de cinco funcionários de um jornal com um livro-reportagem foi uma maneira de se colocar em prática tudo que foi aprendido durante quatro anos de graduação a respeito de apuração, pesquisa, checagem, entre outras práticas que compõe a profissão. Pensa-se, no futuro, neste trabalho como um primeiro passo para uma reportagem de ainda mais folego. O próprio caso da Elvira Lobato, por exemplo, a repórter processada pela Universal, merece um maior destaque. Dessa forma, será possível expandir e completar lacunas deste trabalho, que apresenta defeitos inerentes a pouca experiência de quem o produziu. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BALTHAZAR, Ricardo. Apoio à democracia diminui com corrupção e recessão, mostra Datafolha. Folha de S. Paulo. São Paulo, 01 out, 2016. Editoria Poder. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/10/1923267-apoio-do-eleitorado-a-democracia-diminui-com-corrupcao-e-recessao.shtml >. Acessado em 19 nov, 2017.<br><br>BERGAMO, Mônica e CARAZZAI, Estelita Hass. STF suspende enxurrada de ações contra jornalistas do Paraná. Folha de S. Paulo. São Paulo, 01 jun, 2016. Editoria Poder. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/07/1787562-stf-suspende-enxurrada-de-acoes-contra-jornalistas-do-parana.shtml>. Acessado em 13 jun, 2017.<br><br>BEIGUELMAN, Giselle. 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