ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01155</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Narrativa, fotografia e quadrinhos: construção de uma fotonovela na Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves, em Santa Maria,RS</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Larissa da Rosa Rabelo Cardoso (Universidade Franciscana); Tayná Lopes Silva (Universidade Franciscana); Julia Dorneles Trombine (Universidade Franciscana); Rosana Cabral Zucolo (Universidade Franciscana)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Comunicação comunitária, Fotografia, Fotonovela, Narrativa em quadrinhos, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente paper relata a experiência desenvolvida na disciplina de Projeto de Extensão em Comunicação Comunitária II, do curso de Jornalismo da Universidade Franciscana, no ano de 2017, junto à Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves, no bairro Passo d'Areia, região oeste de Santa Maria, RS. O objetivo do projeto, além da construção de uma fotonovela como resultado final, foi estimular, por meio de oficinas com textos e dinâmicas, o interesse acerca da fotografia, narrativa e narrativa em quadrinhos. O processo objetivou a troca mútua, a sensibilização e a consciência social através de oficinas, demonstrando o desenvolvimento do senso crítico de pensamento estético e criativo dos alunos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto desenvolveu-se na Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves, localizada no bairro Passo d´Arreia, em Santa Maria, RS. Esta possui cerca de 400 alunos matriculados, de 6 a 17 anos, com turmas de 20 a 30 alunos. Os estudantes, moram nas redondezas da escola, na periferia de Santa Maria, estes majoritariamente, são de baixa renda, há um número elevado de filhos de papeleiros. Grande parte dos alunos reside no mesmo local da escola, na Vila Oliveira, um bairro caracterizado por seus moradores, no geral, como um ambiente perigoso no período da noite, por possuir pontos de venda de drogas, arrombamento de casas, frequentes assaltos e trocas de tiros. A vulnerabilidade social pode caracteriza-se por questões socioeconômicas. Assim, o contexto escolar das crianças que frequentam a escola é problemático, mas isso não deve ser um potencial para o processo de exclusão social. Desta forma, dinâmicas e atividades relacionadas ao ato de fotografar e da construção de narrativas, propostas pelo grupo, podem estimular a absorção de novos conhecimentos e a criação de diferentes perspectivas de mundo. Podem trazer mudanças nos horizontes e nos possíveis sonhos de crianças que se encontram segregadas e, por vezes, desamparadas. A sensibilidade humana enfatizada pela arte e pela imaginação criativa, para Charles-Pierre Baudelaireé (MAUAD, 1996), retrata a própria essência da alma enquanto instrumento de uma memória documental de uma realidade. Desta forma, pode-se considerar que a narrativa fotográfica em quadrinhos desenvolvida consiste em ampliar a maneira singular e coletiva de enxergar e retratar o outro. Introduzir uma nova forma de contar histórias nesta escola não só possibilitou um aporte teórico de comunicação para estas crianças, como propiciou uma experiência diferenciada dentro da rotina escolar. Buscou-se tratar os estudantes de forma singular e realizar as práticas de maneira não unilateral, resultando numa história, ficcional, em forma de fotonovela.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo da construção da fotonovela foi despertar interesse nos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Castro Alves em relação à construção de narrativa através da fotografia e da arte sequencial. Além disso, pretendeu-se promover sensibilização e consciência social por meio de textos, dinâmicas, e práticas orientadas através de oficinas semanais que também visaram aumentar as perspectivas dos alunos em vulnerabilidade social, por meio do universo da comunicação. Visou-se também ajudar no desenvolvimento de um senso crítico, de um pensamento estético e criativo, subsidiando-nos em elementos do mundo da fotografia e da narrativa em quadrinhos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A proposta de unir os alunos da escola Castro Alves ao universo da fotografia e das narrativas, justifica-se principalmente pela necessidade de apresentar narrativas como subsídios para o desenvolvimento de uma manifestação estética, criativa e crítica das crianças do projeto. Por este motivo, pretendeu-se explorar os conhecimentos da comunidade, sendo eles: a vontade de aprender das crianças, sua criatividade, imaginação e ideias, suas habilidades e interesses particulares. Para MIANI (2011) a comunicação comunitária possui contribuição imediata e se faz notar como alternativa. Isto implica que há alternativas ao  fazer comunicativo que podem, e devem ser explorados na construção de narrativas. De acordo com PERUZZO (1998) a cultura democrática tem seu processo constituído pela participação e pela comunicação, processo este que direciona a sociedade para uma construção que perceba o ser humano como força motivadora, propulsora e receptora dos benefícios do desenvolvimento histórico. Visando um processo comunicacional participativo, como o que constitui a cultura democrática, foi que se desenvolveu este projeto. Esta questão permeia o desenvolvimento da produção de oficinas e da fotonovela, a qual acontece somente perante a participação dos alunos e de uma conduta coletiva na condição de protagonistas do processo de comunicação comunitária. A fotografia, segundo BARTHES (1982), é uma mensagem, esta linguagem, por meio de recursos e elementos visuais, se constitui como forma comunicacional. Na concepção de Barthes, a imagem não é o real e sim uma forma de representação. Quando se constrói uma narrativa através da fotografia, como a fotonovela, parte-se do pressuposto que esta linguagem é um recorte. Para DUBOIS (1990) a fotografia, por exemplo, é a imitação mais perfeita da realidade e designa o discurso, a partir disso se estrutura em dois eixos: o semiótico e o ideológico. Isto implica que a narrativa criada pelos alunos seja como uma marca, onde o espaço real é usado e explorado, fazendo com que a subjetividade tenha de fato uma forma. Para além da fotografia, a construção narrativa em geral implica em uma expressão de um ponto de vista. FIELD (2001, p.10) afirma que  um roteiro, (...) é uma história contada com imagens. E como um substantivo: isto é, um roteiro trata de uma pessoa, ou pessoas, num lugar, ou lugares, vivendo a sua  coisa  . Desta forma, esta narrativa não é construída com visão externa ao próprio roteirista, mas sim sob uma perspectiva que está inserida em um contexto, o que auxilia na expressão de narrativa e exploração de visão de mundo própria e coletiva proposta pelo projeto. Assim, para BENJAMIN (1986) apud RODRIGUES (2007), o roteiro é construído partindo de um narrador que conta a partir da experiência, seja ela sua própria ou relatada pelos outros, de forma que incorpora as coisas narradas a sua narrativa. Esta incorporação acontece a partir da apropriação de elementos narrativos empíricos da vivência de quem faz parte da concepção narrativa da história ou dos elementos que os cercam. Portanto, a escolha da forma de narrativa sequencial em quadrinhos, através da fotografia, seria a forma de valorizar o pensamento das crianças do projeto, que podem expor sua realidade e visão de mundo através de uma linguagem ampla, fácil e que proporciona uma experiência verbal e visual através de um conjunto gráfico. Além disso, por ser tão versátil e consolidada, a forma narrativa escolhida tem bom desempenho na comunicação escolar, já que para SOUZA; VIANNA (2013) as narrativas gráficas, como histórias em quadrinhos e outras artes sequenciais em geral, estão inseridas no nosso contexto, e muitas vezes abordam situações cotidianas. Assim, pela inserção desta linguagem no dia a dia das pessoas, a introdução dela como ferramenta pedagógica é tão facilmente executada.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Escolheu-se o uso de oficinas de cunho teórico e prático durante o semestre para propiciar subsídios para os alunos desenvolverem o produto final no fim do semestre. As oficinas foram divididas em três eixos temáticos principais: fotografia, narrativa e narrativa em quadrinhos. Estes três eixos guiaram o conteúdo teórico, que buscou contextualizar historicamente os conceitos, além de pontuar os elementos básicos de cada eixo. Também foram realizadas dinâmicas e atividades práticas que buscaram desenvolver habilidades e capacidades nas crianças a partir dos conteúdos teóricos. Desta forma, mesclou-se durante as oficinas atividades de cunho teórico e atividades de cunho prático. O desenvolvimento do trabalho junto do grupo de estudantes iniciou dia 16 de março de 2017 e teve duração até o dia 29 de junho de 2017. Ao todo foram 14 encontros, os quais pode-se notar o engajamento do grupo de 17 crianças, interesse em aprender e o avanço no processo criativo de cada um. Introduzir conceitos teóricos, ou propor atividades práticas logo no inicio se mostra uma alternativa improdutiva, a partir disso pensou-se em estratégias de aproximação com as crianças para que o contato semanal se naturalizasse. Nos primeiros dias focou-se em dinâmicas de apresentação, na explicação do projeto e nas dúvidas frequentes dos participantes. Logo após, buscou-se apresentar os elementos da fotografia com uma dinâmica de percepção fotográfica, esta com o intuito de aguçar o olhar sensível ao mundo. Trabalhou-se também introdução aos conceitos de fotografia, contextualização histórica, evolução da fotografia, câmeras, iso, abertura, velocidade, composição e luz, princípios básicos de um roteiro, storyboard, conceitos de história em quadrinhos junto da contextualização histórica, narrativa em quadrinhos, linguagem verbal e visual, quadros, balões, onomatopeias, interjeições e recordatórios. Dinâmicas como: desenho coletivo no quadro negro,  contação de história coletiva e a dinâmica  história em quadrinhos tamanhos real colaboram para o processo de integração e trabalho em equipe. A dinâmica dos quadrinhos em tamanho real trata-se de balões de histórias em quadrinhos desenhados no quadro com frases pré-estabelecidas, os balões foram desenhados um por vez, e cada aluno dirigiu-se ao quadro para interpretar a situação do balão com poses estáticas; essa atividade foi essencial para o processo final, ao qual alguns alunos foram os atores da fotonovela. Se trabalhou com ficha de construção de personagem, ou seja, cada aluno completou itens básicos para se construir um personagem, com aspectos físicos, psicológicos e emocionais; além de uma atividade baseada em completar a linguagem visual com a verbal. A partir de histórias em quadrinhos compostas por imagens e balões em branco, cada estudante completou a história de maneira que conversasse e fizesse sentido com a imagem. As crianças também pareceram curiosas em relação à história das câmeras fotográficas, mas não se detiveram muito a conceitos teóricos de fotografia, por mais que o conteúdo tivesse boa receptividade. Além disso, tratando-se do eixo sobre narrativa em quadrinhos, as crianças demonstraram familiaridade com a linguagem e também ficaram felizes com sua participação em aula, dando exemplos do assunto com suas próprias vivências e bagagem cultural sobre história em quadrinhos. Após o desenvolvimento destas oficinas partiu-se para o desenvolvimento do produto, a fotonovela, cujo processo foi dividido em pré-produção e produção. A pré-produção envolveu todo processo de concepção do produto em geral, construção de roteiro, organização de produção, concepção e organização da direção de arte, concepção e organização da direção de fotografia e ensaio de atores. Os conteúdos trabalhados nas oficinas propiciaram subsídios para que no momento da concepção e execução coletiva da fotonovela, eles explorassem seu lado criativo, percepção, interpretação e subjetividade. Para RODRIGUES (2007, p. 28),  a dimensão narrativa refere-se ao procedimento de criação do enredo, ao modo como se apropria dos constituintes da narrativa para realizar a trama . Assim, após a concepção e idealização de uma ideia para a criação de um produto gráfico narrativo  como a fotonovela - só é possível sua execução a partir da apropriação dos elementos da narrativa concebida e da construção de uma ferramenta que propicie uma visualização da história. Assim, a pré-produção consolida-se como fase essencial para a melhor concepção da fotonovela. A etapa relativa à produção foi destinada para a captação das fotografias do produto final. O planejamento gráfico e diagramação não foi executado pelas crianças, mas sim pelas proponentes do projeto. As captações fotográficas para a fotonovela duraram duas tardes. Houve, então, a leitura da ordem do dia e do roteiro, produção de figurino, maquiagem e cenário e, no fim das duas tardes, a socialização sobre os dias de produção final. O encerramento se deu com a entrega da fotonovela para os alunos e para a escola, junto de uma confraternização, (lanche coletivo) e discussão da experiência, das trocas, processos e resultados.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Optou-se pela fotonovela como produto final a ser produzido, esta consiste em uma narrativa em quadros que une a imagem fotográfica e o texto para compô-la. A escolha se justifica pela multiplicidade de linguagens que a mesma agrega, além do resgate histórico de uma forma narrativa um tanto esquecida. A narrativa sequencial em quadrinhos está próxima ao contexto das crianças, se fazendo presente no cotidiano infantil de diferentes maneiras. A escolha de uma fotonovela (e não uma história em quadrinhos) se fundamenta no fato de que a fotografia como forma de linguagem visual da narrativa possibilita a exploração do fazer fotográfico, além de uma sensibilização por meio da composição e percepção necessária para a linguagem. Segundo HABERT (1974) a fotonovela como formato de transmissão de códigos consiste em um meio que possibilita a apresentação didática do conteúdo, em função da persuasão feita para o leitor ter uma recepção de informação mais inteligível. Assim, esta forma de narrativa, que foi elencada para ser a desenvolvida como produto final, seria a forma de exposição de perspectiva das crianças que propicia uma exploração mais inteligível, além de completa, pois mescla linguagem visual e verbal. A fotonovela  Sanlu: os reinos opostos possui 24 páginas e um total de 74 fotogramas. Os alunos do projeto escreveram o roteiro da história, integraram a equipe técnica por trás da fotografia e direção de arte da fotonovela, bem como interpretaram os personagens da história. Grande parte dos adereços dos figurinos foram confeccionados pelos próprios alunos. Para os cenários foi utilizado os espaços disponibilizados pela escola. Esta experiência nasceu na interface da comunicação comunitária e da educação, se concretizando em oficinas semanais do dia 16 de março de 2017 até o dia 29 de junho de 2017, com a participação de 17 crianças entre 10 e 14 anos de uma escola municipal do ensino fundamental da periferia de Santa Maria. A narrativa trata sobre um conflito entre reinos pertencentes a dois irmãos. Uma grande batalha acontece entre os dois reinos em função de conflitos pessoais. Na construção do enredo e dos próprios personagens é possível notar as referências e bagagem cultural trazidas pelos alunos do projeto. As imagens foram tratadas no Adobe Photoshop, tendo o preto e branco como escolha estética para a narrativa. A diagramação da fotonovela foi realizada no Adobe InDesign, onde também foram adicionados os textos previstos no roteiro desenvolvido pelos alunos do projeto. Após a edição a fotonovela foi disponibilizada em versão impressa para a escola e em CD para cada um dos alunos do projeto, tendo em vista que a escola possui computadores na sala de informática a disposição dos alunos. Este projeto buscou usar uma forma de sensibilização para potencializar o imaginário e a criatividade das crianças na produção de sentidos através da mensagem. Mensagem esta que se apresenta como constituinte narrativo para potencializar a ação das crianças do projeto com relação a si mesmos, ao grupo e à comunidade, uma vez que BAUMAN (2005), a partir da experiência junto a estes sujeitos, traça-se uma análise sob o olhar da psicologia sócio-histórica contemporânea, levando em conta seus relatos acerca de suas experiências de vida e os novos sentidos que atribuem a seu cotidiano. Esteve à disposição das crianças uma nova forma de ver o mundo: construindo narrativas e as consolidando pela lente da câmera fotográfica. Desta forma, os alunos foram capazes de nos comunicar como enxergam o mundo e a realidade em que vivem por meio do produto criado: A fotonovela  Sanlu: os reinos opostos .</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Pela lente da câmera e pelas linhas dos roteiros, os alunos foram capazes de comunicar o seu modo particular de olhar o mundo e a realidade em que vivem. A produção de uma fotonovela instigou o imaginário das crianças do projeto. De forma lúdica, os alunos exploraram suas perspectivas, conhecimentos e habilidades manifestadas durante as oficinas. O desenvolvimento de fotografias para a narrativa em quadrinhos propiciou uma sensibilização plástica e uma exploração de suas percepções visuais. As oficinas e a produção do produto final tiveram boa receptividade e participação, tendo a desistência de apenas quatro integrantes do grupo inicial durante todo o semestre. As crianças demonstraram ter grande potencial criativo e ter gosto por criar e contar histórias, porém, algumas demonstraram certa resistência e desgosto em pôr no papel suas ideias. O projeto possibilitou uma relação próxima entre os alunos e o cultivo de amizades entre eles. A diferença de idades não interferiu na aproximação dos mesmos e a afinidade criada fez com que o andamento do projeto fosse possível. Nos colocar no lugar de  professores gerou um olhar diferente. As dinâmicas durante as oficinas facilitaram o processo de aprendizagem, além da socialização de conhecimentos em diferentes níveis. Com o contanto semanal acompanhamos a evolução das crianças e das narrativas contadas por estas. A criação de uma narrativa fotográfica em quadrinhos, propiciou uma aprendizagem mais dinâmica e interativa para as crianças. A curiosidade pelo formato promoveu a permanência dos alunos no processo. A linguagem possibilitou uma forma acessível de colocar em prática conhecimentos da área da comunicação e incentivou a expressão pessoal e coletiva. O projeto gerou oportunidade de conhecer um produto fabricado na década de 50, este tipo de contato provoca o resgate de um formato esquecido e desconhecido por grande parte da geração atual, onde os conteúdos são expressos muitas vezes em meios digitais.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARTHES, Roland. A Mensagem Fotográfica. Teoria de Cultura de Massas, Adordo et al. Luis Costa Lima, org  . Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982.<br><br>BAUMAN Zygmunt. Identidade: Entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: Zahar; 2005.<br><br>DUBOIS, Phillippe. O Ato Fotográfico. São Paulo: Papirus Editora, 1990.<br><br>FIELD, Syd. Manual do roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Objetiva, Rio de Janeiro, 2001.<br><br>HABERT, Angeluccia. Fotonovela e indústria cultural: estudo de uma forma de literatura sentimental fabricada para milhões. Petrópolis: Ed. Vozes. 1974.<br><br>MAUAD, Ana Maria. Através da Imagem: Fotografia e História Interfaces. Revista Tempo, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 73-98, 1996.<br><br>MIANI, Rozinaldo Antonio. Os pressupostos teóricos da comunicação comunitária e sua condição de alternativa política ao monopólio midiático. Intexto, Porto Alegre, UFRGS, v.02, n.25, p. 221-233, dez. 2011.<br><br>RODRIGUES, Elisabete Alfeld. Roteiro: o projeto narrativo audiovisual. Mediação, Belo Horioznte, nº 6, 1º semestre de 2007<br><br>SANTOS, Roberto Elisio dos; SANTOS NETO, Elydio dos. Narrativas gráficas como expressões do ser humano. Revista Trama Interdisciplinar, São Paulo, v. 1, n. 2, p.46-60, 2010.<br><br>SOUZA, Eduardo Oliveira Ribeiro de; VIANNA, Deise Miranda. Reflexões sobre o uso de histórias em quadrinhos para promover o discurso na aula. Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências  IX ENPEC Águas de Lindóia, SP  2013<br><br>PERUZZO, Cicília Maria Krohling. Comunicação nos movimentos Populares: a participação na construção da cidadania. Petrópolis: Vozes, 1998.<br><br> </td></tr></table></body></html>