ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01161</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Retrato da mulher soropositiva: um ensaio sobre cotidiano</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Lidianara Frohlich (Universidade Comunitária da Região de Chapecó); Angélica Lüersen (Universidade Comunitária da Região de Chapecó)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Soropositividade, Ensaio Fotográfico, Retrato, Cotidiano, Gênero</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este projeto experimental tem como objetivo retratar o cotidiano de uma mulher soropositiva e participante do projeto Atitude Positiva do GAPA Chapecó, com o intuito de desmistificar o preconceito que portadores que convivem com HIV/Aids sofrem. Realizou-se um ensaio fotográfico, a fim de mostrar a rotina de Ana em suas atividades diárias para desconstruir estereótipos e gerar uma reflexão acerca do tema. As fotografias enfatizam a normalidade da convivência com o vírus HIV, que é possível através do tratamento. Além disso, como subsídio para a realização do ensaio fotográfico, foi realizado acompanhamento da personagem com visitas à sua casa, ao GAPA, ao Hospital Dia e uma entrevista para conhecer sua história e desafios de conviver com HIV/Aids.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Desde o surgimento do HIV/Aids na década de 1980 pessoas sofrem com o estigma e exclusão na sociedade. Falar deste tema permanece tão relevante e atual quanto na época em que a doença foi descoberta, se disseminava pelo mundo e preocupava a todos. Apesar do grande avanço do tratamento e de políticas públicas que auxiliam os portadores, esses ainda são vítimas do julgamento e do medo de assumir a própria identidade. As mulheres por sua vez, sofrem com a desigualdade de gênero e com a falta de liberdade sobre seu próprio corpo. Estas se encontram mais vulneráveis devido a condição de dependência econômica e emocional em relação aos parceiros. A maioria das mulheres portadoras mantém uma vida ativa sexual e afetiva, porém encontra dificuldades de dialogar e negociar o uso do preservativo, enfrenta o medo da rejeição e o pouco acolhimento para o desejo de ser mãe e constituir uma família (PAIVA et al. 2002). "As mulheres têm menos informação sobre o HIV e menos recursos para tomar medidas preventivas. Elas enfrentam barreiras para a negociação do sexo seguro, por causa da dinâmica de poder desigual com os homens" (ONU MULHERES). O GAPA Chapecó ao longo dos anos tem discutido temáticas relativas a gênero, expondo as mais variadas formas de violência e desigualdade que afetam as mulheres. O Atitude Positiva, desenvolvido pelo GAPA, é um projeto de empoderamento das pessoas convivendo com HIV/Aids. Diante desse contexto, que tange a vida de mulheres portadoras de HIV/Aids, discriminadas pela desigualdade de gênero, pela privação sexual, pela violação de direitos e vulnerabilidade frente ao vírus, sentiu-se a necessidade de falar sobre experiências cotidianas da mulher soropositiva que vive em Chapecó, Santa Catarina. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo geral deste projeto experimental é retratar o cotidiano de uma mulher soropositiva e participante do Atitude Positiva do GAPA Chapecó, com intuito de desconstruir o preconceito existente acerca do tema. A proposta é realizar um ensaio fotográfico mostrando a realidade de uma portadora de HIV/Aids em suas atividades rotineiras, como, desenvolver tarefas domésticas, trabalhar, ir à igreja, praticar exercícios físicos, entre outros. Além disso, proporcionar, através da fotografia, visibilidade ao tema e reflexão sobre a convivência com o HIV/Aids e a realização de atividades rotineiras de maneira normal.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente projeto experimental justifica-se devido a pertinência social de se colocar em pauta, o HIV/Aids sob a perspectiva de uma mulher portadora do vírus, que vive em Chapecó, no oeste catarinense, a fim de desconstruir o preconceito e a discriminação que sofre, além de contar suas experiências cotidianas. Também com o intuito de informar e desmistificar a limitação que a sociedade impõe, impossibilitando-a de levar uma vida relativamente normal e sem restrições. Se faz importante abordar o HIV/Aids, pois hoje as pesquisas têm caráter muito mais informativo e com ênfase na saúde de portadores em geral, por vezes deixando de lado a mulher soropositiva. Em busca realizada no acervo da Biblioteca da Unochapecó, encontrou-se um projeto experimental da área de Comunicação Social, do curso de Publicidade e Propaganda, no qual Ester Migoski, desenvolveu o conceito e projeto gráfico para a campanha de Carnaval de 2011 para o GAPA Chapecó, a partir de estratégias de comunicação criativa. Também é relevante destacar a monografia de Alexandra Maria de Couto, do curso de Direito, que aborda "Os direitos humanos frente à Aids como estigmatizadora da discriminação e do preconceito", realizada em 2005. O primeiro auxilia o Gapa em uma das datas mais importantes a prevenção e conscientização do uso do preservativo, o Carnaval. Já o segundo, trata dos direitos humanos assegurados pela legislação brasileira, em que os indivíduos são considerados iguais e devem ser tratados sem distinção. Também em pesquisa realizada no Google Acadêmico, foram encontrados muitos estudos relativos à doença, ao tratamento, a saúde e aos direitos dos portadores, porém nenhum trabalho similar ao do nosso projeto experimental. Torna-se oportuno abordar a soropositividade aliada a questões de gênero, já que mulheres sofrem com condições desiguais e são mais vulneráveis, principalmente no que diz a respeito sobre a liberdade de seu corpo. O projeto experimental é imprescindível no meio acadêmico, pois existem muitas pesquisas voltadas a saúde e campanhas de prevenção em relação ao HIV/Aids. Além disso, essa temática é tratada como tabu e ainda pouco discutida, seja no meio acadêmico, nas mídias sociais ou em campanhas publicitárias. Quanto a significância pessoal, o projeto é um novo desafio, unindo dois temas de meu interesse: fotografia e gênero, neste caso uma soropositiva, com o objetivo de aprimorar a técnica e prática fotográfica, desconstruir meus próprios preconceitos e conhecer uma nova realidade, na qual esta mulher vive. Também pela importância de contribuir com uma organização como o GAPA, que desde a década de 80 reafirma seu compromisso social de prevenção e assistência através de políticas públicas e defesa dos direitos dos portadores de HIV/Aids. Além disso, trazer a perspectiva de vida de uma mulher, objeto esse, que tem sido tema de grandes discussões no que diz a respeito dos desafios de ser mulher atualmente. É pertinente utilizar o poder da fotografia publicitária como instrumento de persuasão para divulgar uma ideia, contar uma história, vender a imagem de uma marca, produto ou serviço. No caso deste projeto experimental, a fotografia através de sua linguagem e seu poder visual aliada a uma boa causa, com a finalidade de transmitir uma mensagem, quer evidenciar as experiências cotidianas da mulher soropositiva, afim de fazer com que a temática seja debatida, ganhe visibilidade e assim, gere reflexão e empatia para com as pessoas que convivem com o vírus. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Metodologicamente, foram realizados acompanhamentos nos meses de setembro e outubro de 2017 para conhecer a personagem, sua rotina e gerar aproximação entre nós. Enquanto ocorriam as visitas e conversas sobre sua vida, houve o momento da captura das fotografias. As fotografias mostram Ana, nossa personagem, em suas atividades cotidianas, como arrumar a casa, fazer comida, limpar a igreja, brincar e passear com os netos, em consulta no Hospital Dia e acompanhamento no GAPA Chapecó, entre outros. As imagens são em cores, pela proximidade e identificação com o real, já que enxergamos colorido. Além disso, foram registradas com equipamento digital pela facilidade de trabalho e por permitir uma visualização instantânea das imagens. Também pela forma de armazenamento e manipulação. A edição foi realizada nos programas Adobe Lightroom e Photoshop, a fim de corrigir erros de iluminação, cores, sombras e enquadramento. As fotografias foram feitas com uma câmera Nikon D5200 e Canon T5, lentes 50 milímetros e a 18-55 milímetros, além de um tripé, equipamentos disponibilizados pelo Laboratório de Fotografia da Unochapecó. Para conhecer melhor a personagem e sua história, fizemos uma entrevista por pauta, levantando os principais aspectos e momentos de sua vida, como a descoberta do vírus, a relação com a família, com a Igreja e com o companheiro, além do tratamento, situações de preconceito, a ligação com o GAPA Chapecó e o Grupo Atitude Positiva. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto inicial pretendia discutir gênero, mais especificamente mostrar a realidade de mulheres. Pensando nessa temática, chegamos ao GAPA Chapecó, por ser uma organização não-governamental, que presta assistência a mulheres soropositivas e seus familiares na luta contra o preconceito e exclusão social. O GAPA selecionou duas portadoras para participar de uma reunião e discutir a viabilidade da proposta. Ambas aceitaram participar do projeto e se colocaram à disposição para mostrar o seu cotidiano. Posteriormente uma delas desistiu de realizar o ensaio fotográfico por motivos de saúde. Na primeira visita na casa da personagem Ana, conversarmos sobre o projeto, outros portadores, o preconceito, a aceitação e o tratamento. Buscou-se entender sua rotina, as atividades que desempenha, como é sua realidade. Essas primeiras fotografias, serviram como um teste, de luzes, sombras, cores e cenários, para compreender melhor o ambiente e os espaços da casa, pensar em como construir as cenas e mensagem que gostaríamos de repassar, e assim, foram surgindo algumas ideias e abordagens. Procurou-se deixar as coisas mais naturais e espontâneas possíveis, mas em certas ocasiões ajustamos o ambiente para valorizar a fotografia, como uma cadeira no canto da cena, o celular à mostra, alguns itens espalhados pela casa e que por vezes atrapalhavam a composição da foto. É uma questão de organizar as coisas que vão compor a fotografia, não transformar ou modificar o espaço, mas deixar evidente somente o que é necessário. Outro aspecto observado, é que sim, as tarefas são ser reais, coisas que realmente ela pratica no seu dia a dia, porém as fotografias devem ter sentido, sensibilidade e despertar algo, não somente realizar uma atividade só por fazer. Sabemos que ali está um recorte da realidade, que passa por vários filtros, é olhar do fotógrafo sobre a cena que está acontecendo, sobre o ângulo que ele está vendo, que será uma perspectiva diferente se comparado a uma pessoa que pode estar ao seu lado. No segundo encontro, realizamos o ensaio fotográfico conforme os compromissos de Ana, já que ela cuida das tarefas da casa, também dos netos e ajuda na limpeza da igreja que frequenta. Ana disse que preferia que as fotos não mostrassem seu rosto totalmente, para tal finalidade, tentamos explorar luzes e sombras, silhueta, longa exposição e outras maneiras de não identificar nossa personagem. Ao longo do processo de captação das fotografias, fui fotografando e mostrando as fotos para Ana, para que ela entendesse as fotos, como ela ficaria nelas, como eu trabalhava a questão do rosto, deixei-a por dentro de tudo, para que mais na frente não houvesse problema principalmente com a identificação e até mesmo para ela se apropriar mais do projeto. Na terceira visita, acompanhei Ana em atividades externas. Nos deslocamos ao Parque das Palmeiras para que os netos brincassem no parquinho. Enquanto Ana cuidava e brincava com eles aproveitei para registrar esses momentos, ela se dedica muito a família, principalmente as crianças. Posteriormente nos dirigimos a sede do GAPA para realizarmos a entrevista, com assuntos relativos a descoberta do vírus, processo de aceitação e tratamento, relação com parceiros e situações de preconceito. Naquele dia também a acompanhei em consulta com a psicóloga no Hospital Dia de Chapecó. As fotografias foram realizadas com equipamento digital e em formato RAW. Utilizou-se uma câmera Nikon D5200 e uma Canon T5, além da lente do kit, a 18-55 milímetro e a lente 50 milímetros. Foram escolhidas 20 fotografias para compor o ensaio fotográfico. Na edição das fotos, pensou-se uma maneira que não se distanciasse da fotografia original e realçasse aspectos relevantes, trabalhasse a iluminação da cena e evidenciasse as cores, principalmente em fotografias externas. Com as fotografias editadas, marcamos uma reunião com a personagem e os representantes do GAPA Chapecó para apresentar o resultado final do projeto experimental. Todas as fotos foram aprovadas, sem nenhuma oposição ou apontamento negativo. No final de 2016, Ana viveu na pele uma situação de preconceito, motivo pelo qual recebe atendimento psicológico hoje. Ela teve um desentendimento com uma vizinha, por causa de seu terreno que fica em uma área irregular. Onde elas moram, não tem escritura, é um local invadido, em que as pessoas não tinham para onde ir e se apropriaram dali. O caso foi até a promotoria e Ana quis saber o porquê desse problema. A vizinha alegou que era queria ser rica e orgulhosa, além disso tinha preconceito com negro. Ana se defendeu, disse que têm uma vida humilde, e que acha que ela ficou chateada porque nunca convidou a vizinha para tomar mate ou comer um churrasco, afinal ela não gosta de ir passear nos vizinhos, só quer ter o direito de ir e vir, ter liberdade. Quanto ao preconceito argumentou que sua mãe também é negra, talvez até mais que a vizinha, e como ela teria preconceito com a própria mãe? A audiência foi encerrada sem nenhum acordo. Ana estava indo para igreja, quando foi atacada na rua pela vizinha (bêbada) com uma faca. "Aí ela me cortou, deu dois, um pontaço aqui no meu braço e outro na orelha". A vizinha achou que Ana revidaria, mas ela nunca brigou, não teve nem como se defender. Então começou a sangrar e ela saiu correndo em direção de casa, pediu pra filha não chegar perto e chamar o SAMU ou ajuda. Uma semana depois do ocorrido, Ana estava em casa, uma amiga da vizinha estava descendo até a casa dela e a vizinha saindo e Ana ouviu a conversa delas: - Vim te visitar e você tá saindo? - Tô indo e tô passando rápido aqui nessa casa, porque senão eu vô pega Aids. A primeira coisa que Ana pensou, como ela sabe? Pois eu nunca contei, nem minhas filhas contariam. No dia da agressão, durante os procedimentos de primeiros socorros Ana disse, "eu sei que vocês tão protegidos, mas se protejam mais ainda até porque eu sou HIV positivo, aí tá tudo bem me fizeram os procedimento, fui pro hospital". E esse detalhe da sorologia vazou e foi parar no Boletim de Ocorrência. Ana foi a fundo saber como isso aconteceu, foi no Batalhão da Polícia, pegou o laudo do SAMU e do Hospital Regional. Então, o pessoal do SAMU colocou uma observação, HIV positivo, eles poderiam ter colocado CID (Código Internacional de Doenças), era uma identificação que ninguém ia saber, além disso escreveram que era para ter cuidado no manuseio da faca, pois a vítima, que havia sido cortada era soropositiva. Foi muito triste para Ana, ainda mais depois de ouvir isso da boca da vizinha, ela poderia processar, tirar algum bem material, mas nada que mudasse a forma da vizinha pensar, o preconceito que ela havia sofrido. Depois do ocorrido com a vizinha, Ana está disposta sempre que precisar dar entrevistas, fazer fotos, dar informações, ela não vai se negar. Porque a falta de informação fez com que ela sofresse esse preconceito e ela não quer que isso se repita com ela e nem com outras pessoas. Ela deseja que todos os soropositivos tenham o direito de ir e vir sem se preocupar com que os outros vão pensar sobre sua sorologia, que possam ser vistos como pessoas normais, sem nenhuma distinção. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O primeiro grande desafio desse projeto experimental foi mergulhar num universo que não tinha proximidade, em nenhum momento havia tido contato com algum portador e suas experiências cotidianas. Conhecer o GAPA e o trabalho deles foi um dos aspectos que me ajudou nesse processo. O segundo grande desafio do projeto foi pensar em fotografias que não identificassem Ana, pensar em maneiras para esconder o rosto, explorando a luz, enquadramento, cortes, composição, entre outros detalhes. Nesse sentido, percebe-se o tamanho preconceito que ainda existe em nossa sociedade a ponto de uma soropositiva não querer se identificar. Apesar dos esforços, o HIV e Aids ainda são tratados como tabu, principalmente porque umas das formas de contrair o vírus é a partir do sexo. A falta de informação é uma das grandes barreiras, muitas vezes as pessoas têm ideais e pensamentos equivocados, principalmente em relação ao contágio do vírus. O preconceito ainda está presente, em cidades do interior, como Chapecó, talvez pela cultura e pouca abordagem do tema. A mulher sofre ainda mais, pelo preconceito de gênero, pela privação da liberdade do corpo, pela culpabilização da vítima, pela falta de negociação do sexo seguro e pelo fato de ser mãe "solteira". A fotografia publicitária pode engajar a partir de conceitos e ideias, não necessariamente com apelo comercial, mas por uma causa social. Nesse sentido, utilizou-se o poder da persuasão aliado ao poder da fotografia para sensibilizar, mobilizar e dar visibilidade a quem muitas vezes é esquecido, excluído ou tem medo de assumir a própria identidade. A representatividade gera identificação e empatia. Este projeto não se restringe a universidade, com apenas conhecimentos acadêmico, teórico e prático em relação à fotografia, é sobretudo é um aprendizado de vida. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre fotografia. Tradução de Júlio Castañon Guimarães. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.<br><br>DUBOIS, Philippe. O ato fotográfico e outros cenários. Tradução Marina Appenzeller. Campinas, SP: Papirus, 1993.<br><br>GOMIDE, Carlos Henrique de Andrada. Manual Básico de Fotografia. Rio de Janeiro: Editora Tecnoprint, 1980.<br><br>GURAN, Milton. Linguagem fotográfica e informação. 3 ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Editora Gama Filho, 2002.<br><br>HENGECOE, John. O novo manual de fotografia: guia completo para todos os formatos. Tradução de Assef Nagib Kfouri e Alexandre Roberto de Carvalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.<br><br>HURTER, Bill; tradução Tim Martin Stohrer. Fotografia de Retrato. Santa Catarina: Editora Photos, 2009.<br><br>JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Edições 70: Lisboa, Portugal.<br><br>LIMA, Ivan. A fotografia é a sua linguagem. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo, 1988.<br><br>MENDES, Silvia Regina. Retratos de Exclusão. Chapecó: Ed. da Autora, 2004. 128 p.<br><br>__________. ONU Mulheres. Disponível em: <http://www.onumulheres.org.br/areas- tematicas/apoio-intergovernamental/>. Acesso em: 10 abr de 2017.<br><br>PAIVA, Vera, et al. Sexualidade das mulheres vivendo com HIV/AIDS em São Paulo. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2002000600015 &script=sci_abstract>. Acesso em 10 abr de 2017.<br><br>TOSCANI, Oliviero. A publicidade é um cadáver que nos sorri. Tradução de Luiz Cavalcanti de M. Guerra. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.<br><br> </td></tr></table></body></html>