ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XIX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #d62a08"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01429</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO16</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Tocos: o Sol e o futuro</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Matheus Mendes de Lima Gomes (Escola Superior de Propaganda e Marketin); Fabiana Marsigla Thomas (Escola Superior de Propaganda e Marketin); Gian Carlos Lorencet Panisson (Escola Superior de Propaganda e Marketin); Juliana Sirio Irala (Escola Superior de Propaganda e Marketin); Laura de Lima Silva (Escola Superior de Propaganda e Marketin); Naesha Caravalho Proença (Escola Superior de Propaganda e Marketin); Tanira Bolivar Lebedeff (Escola Superior de Propaganda e Marketin)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #d62a08"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Direitos Humanos, Documentário, Jornalismo, São Leopoldo, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário O Sol Que Varre o Inverno é um retrato da "realidade" dos moradores da Vila dos Tocos, ocupação localizada no município de São Leopoldo/RS, que abriga mais de 250 famílias que vivem em condições críticas: longe dos direitos básicos, em meio ao lixo e ao tráfico de drogas. O documentário conta as histórias das famílias e discute o seu futuro sob as condições em que moram e sob o viés a partir da ordem de despejo que as famílias receberam. O mote do documentário são os trabalhos voluntários desenvolvidos pelo Projeto Sorrir SL, Projeto de Cestas Básicas e Projeto de Educação Continuada (PEC), os quais, respectivamente, buscam levar alegria para as crianças em datas festivas, entregar alimento para as famílias de baixa renda e educar as crianças carentes. Desse modo, os trabalhos voluntários justificam a escolha do nome.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Um dos principais objetivos do jornalismo é incomodar os acomodados e contar histórias que mudem a visão do mundo, ou seja, é cumprir a sua função social de conectar o planeta com as pessoas. Mas além disso, o jornalista exerce no âmbito local o papel híbrido de ser, além de porta-voz, um cidadão. Os canais de comunicação e o convívio próximo com o público são armas para melhorar a qualidade de vida, abrir espaço para o diálogo e mobilizar pessoas. Por isso, o documentário nasce com a ideia de retratar uma realidade que poucos vivem, a fim de tentar ajudar quem convive com esse problema. Segundo o livro Introdução ao Documentário, "Nos documentários encontramos histórias ou argumentos, evocações ou descrições, que nos permitem ver o mundo de uma nova maneira." (NICHOLS, 2008, p.28). As histórias que conhecemos são através dos números e não de falas de pessoas que compartilham de tais problemas. A questão "é só uma estatística", como mostra os dados do IBGE, de 2017: 52 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza, cerca de um quarto da população no país vive com menos de US$ 5,50 (R$ 18,24) por dia, critério usado pelo Banco Mundial. A maioria vive em domicílios que não possuem acesso simultâneo aos três serviços de saneamento básico (abastecimento de água por rede geral, esgotamento sanitário por rede coletora ou pluvial e coleta direta ou indireta de lixo). A Vila dos Tocos concentra uma parte dessa população. A partir da vontade de mudar a situação do país, há pessoas que se voluntariam a ajudar os moradores da Vila dos Tocos, a fim de tornar a realidade menos dura. À vista disso, o documentário pretende provocar desconforto, para que o sentimento leve a reflexão até os telespectadores, sobre o que eles estão fazendo para mudar o mundo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os objetivos do projeto foram: produzir um documentário audiovisual em um formato descentralizado e orgânico, retratando uma realidade distante da que vivemos da forma mais honesta possível. O documentário O Sol Que Varre o Inverno, de 22 minutos, abordou o contexto do local e as pessoas que vivem na vila, os projetos sociais e seus voluntários e a ordem de despejo instaurada na Vila dos Tocos. O documentário contou com entrevistas dos moradores, voluntários e dados sobre a atual situação da vila. Segundo Como Fazer Documentários, "Quando finalmente conseguimos definir a ideia, atribuindo a ela um foco específico, inicia-se a segunda fase do processo: a pesquisa. Qual é o objetivo do meu filme? Com quem ele se relaciona? Que efeitos provoca? A pesquisa permite uma definição ainda mais precisa do conceito por trás do nosso filme, do que realmente queremos mostrar." (LUCENA, 2012). As diversas linguagens jornalísticas também foram muito exploradas nos programas. Sempre ressaltando a objetividade e clareza, característicos da linguagem jornalística. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo o artigo 17 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, "todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outras e ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade". Quando descobrimos a história da Vila dos Tocos, localizada no município de São Leopoldo, percebemos que os moradores estavam lutando pelo direito à moradia, e que mais de 600 famílias corriam risco de ser desalojadas, mesmo vivendo em péssimas condições e sem saneamento básico. Ao visitar diversas vezes o local para a produção do documentário, passamos a conhecer as histórias dos moradores, as dificuldades que cada um enfrentava para cuidar da família e ver a perspectiva de diversas crianças que crescem ali. Também conhecemos projetos sociais que auxiliam as famílias da Vila a conseguir alimento e a proporcionar educação e diversão para as crianças que residem ali. Ao nos deparar com a seriedade da situação, resolvemos fazer a nossa parte como estudantes de jornalismo, dar visibilidade a este problema para que a prefeitura da cidade se mobilize, para que a sociedade desenvolva empatia e saia da sua zona de conforto ao ver a realidade da Vila dos Tocos, e que cada vez mais pessoas se importem em ajudar o próximo. Como denota Carvalho (2010), não se trata de escolher assuntos nunca antes tratados, insisto, mas de mostrá-los de uma forma surpreendente. "Como o foco da notícia é ampliado, o texto, assim como a linguagem plástica, devem ser primorosos" (CARVALHO, 2010, p.28). Muitas vezes ignorada e deixada de lado, a população da Vila dos Tocos ganhou voz com este documentário. Eles representam uma grande parte da população brasileira que sofre com a desigualdade econômica do nosso país. O artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos também diz que "todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança". Graças ao trabalho social desenvolvido na Vila dos Tocos, alguns moradores mantêm a esperança e acreditam na mudança. No documentário, mostramos como é feito o trabalho dos voluntários e o que os motiva a ajudar os moradores da Vila. Os voluntários, além de prover acompanhamento escolar para as crianças e alimentação para as famílias, oferecem amor e atenção a uma população que é deixada de lado e desolada. O que nos motivou a fazer este documentário foi mostrar que existem pessoas que se dedicam a fazer a diferença no mundo e ajudar quem precisa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário O Sol Que Varre o Inverno foi elaborado e produzido por iniciativa de seis pessoas. O formato de produção do documentário foi dividido em duas partes: captação e edição. Na primeira etapa foram feitas as entrevistas com moradores da Vila dos Tocos, os voluntários do Projeto Sorrir SL, Projeto de Cestas Básicas e Projeto de Educação Continuada, Vanesca Buzelato Prestes, procuradora do Município de Porto Alegre e Chefe do Setor Fundiário de Porto Alegre e os próprios documentaristas. Utilizamos enquadramentos de câmera livre, com movimentos mais naturais de modo que transmita uma mensagem mais autoral, assim mostrando a interação sentimental dos moradores com a Vila (seu lar) e a participação dos projetos voluntários em suas atividades. Utilizamos a narrativa participativa, quando os documentaristas interagem com os documentados. Registradas as imagens, revisamos todo material produzido. A partir da decupagem observamos os fragmentos que melhor construíram o sentido do filme. Para então, costurar entrevistas com imagens de apoio formando então o documentário O Sol Que Varre o Inverno. Durante as gravações foram utilizadas: câmeras DSLR Canon T3i e Nikon D3200, para captação de áudio microfone lapela Sony Uwp-D sem fio D11 V1 e Tripé Manfrotto Compact Action. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário 'Tocos' foi produzido como atividade da disciplina Produção e Edição de TV II, sob orientação da professora Tanira Lebedeff, no curso de Jornalismo, da ESPM-Sul. O documentário conta, em 22 minutos e 10 segundos, a história da Vila dos Tocos, localizada nas margens de São Leopoldo, Rio Grande do Sul. O local abriga mais de 250 famílias, que, em sua maioria, trabalham na coleta de lixo. Com fotografia livre, imagens orgânicas e coloridas, o documentário aborda a situação dos moradores a partir da ordem de despejo, além de ter o trabalho dos voluntários como espinha dorsal da produção. As gravações aconteceram durante o período de três meses - com intervalos diferenciados entre cada uma. A primeira gravação aconteceu no dia 9 de setembro. O teaser foi publicado no dia 15 de setembro, na página do Facebook, e conseguiu, até o momento, 1,6 mil visualizações, com 3.471 pessoas alcançadas de maneira orgânica (não-paga). A segunda gravação aconteceu no dia 30 de setembro, em que a equipe visitou o Projeto de Educação Continuada e acompanhar o trabalho do Projeto Cestas Básicas dentro da Vila dos Tocos. A terceira gravação aconteceu no dia 8 de outubro e acompanhou o trabalho de preparação para o Dia das Crianças do Projeto Sorrir. A última gravação foi no dia 15 de novembro, em que a equipe, já com a edição do documentário em andamento, pode recolher o material final de imagens e entrevistas que o projeto precisasse para ficar o mais denso e completo possível. Após o período de gravação, o material rendeu mais de 8 horas de conteúdo. Durante todo o trajeto e desenvolvimento do documentário, o equipe foi convidada a refletir sobre a maneira que iriam contar a história da Vila dos Tocos. O foco inicial era acompanhar a vida dos personagens, a partir da ordem de despejo. Entretanto, em meados da produção, a "notícia" surgiu: os moradores da Vila dos Tocos entraram em processo de compra de terreno, ou seja, o despejo não iria acontecer - pelo menos não até a data estipulada pela prefeitura. Mesmo com o futuro ainda permanecendo incerto, a equipe resolveu mudar o "foco". Durante o processo de decupagem e edição, a seleção da narrativa se baseou e se guiou no trabalho dos voluntários. O vídeo "Tocos: por trás das câmeras", com imagens dos bastidores da gravação e pequenas entrevistas com os alunos (ou repórteres) foi publicado no dia 28 de novembro e conseguiu 787 visualizações, com 1.462 pessoas alcançadas de maneira orgânica. O documentário final foi publicado no dia 8 de dezembro e, até o momento, alcançou 2.696 pessoas com um total de 983 visualizações. A construção da narrativa se baseia em uma linguagem webdocumental, com imagens "orgânicas" ou mais cruas possíveis e coloridas e fotografia livre. Em grande parte do vídeo é possível perceber a conexão entre os momentos e a trilha sonora escolhida. Essa construção trouxe um ritmo ao filme, criando harmonia entre as histórias dos moradores e o trabalho dos voluntários. O estilo de edição se tornou compatível com a proposta do desafio de mobilizar e "inquietar" os espectadores para uma realidade fora das suas "bolhas". Foi importante assumir esse estilo de linguagem devido a um volume grande de imagens ao final da gravação. A linguagem contribui para não tornar o filme cansativo e desinteressante. O enredo foi dividido em duas partes. A primeira "Futuros Incertos" que faz menção ao começo da produção, em que a ação de compra do terreno ainda não tinha sido gerada. A segunda parte "O sol que varre o inverno" faz alusão ao trabalho dos voluntários. Apesar das duas partes se unirem em vários momentos ao longo do documentário, os dois subtítulos reforçam a ideia de que, mesmo em um ambiente desfavorecido e que continua com o futuro incerto, há pessoas, histórias e projetos que fazem o sol brilhar mais intenso. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O documentário foi produzido para a disciplina de Produção e Edição de TV II, ministrada pela professora Tanira Lebedeff, no 5º semestre do curso de Jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing - Sul. As gravações foram feitas durante o segundo semestre de 2017, e o trabalho foi apresentado para uma banca de profissionais da área no início de dezembro. Além disso, o documentário foi postado na página do Facebook "Tocos", que também conta com o teaser do projeto e imagens de bastidores. Com este trabalho, foi possível cumprir uma das principais funções do jornalismo, a de não apenas contar histórias, mas também mostrar para as pessoas uma realidade diferente da que estão acostumadas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #d62a08"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CARVALHO, Alexandre; DIAMANTE,Fabio; BRUNIERA, Thiago, UTSCH, Sérgio. Reportagem na TV: como fazer, como produzir, como editar. São Paulo: Contexto. 2010.<br><br>LUCENA, Luiz Carlos; COMO FAZER DOCUMENTÁRIOS: Conceito, linguagem e prática de produção; São Paulo: Summus Editorial, 2012.<br><br>NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. Campinas SP: Papirus, Ed., 2008.<br><br>UNICEF Brasil. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.htm. Acessado em março de 2018. <br><br> </td></tr></table></body></html>